<alguma piada fazendo referência a "inteligência fluída">
Palpito que destruição mais abrupta de áreas ou rotas já consolidadas, com especificidades diversas variando com o que estiver acontecendo.
O próprio Phineas Gage teve considerável recuperação, apesar dessa parte da história não ter tanto destaque.
Não vejo mais "problemático" do que degeneração gradual por outras causas também não afetar necessariamente a consciência (numa abordagem meio funcionalistóide/minimalista, "apenas" sistema sensorial e um "processamento adequado" disso).
O que deve acontecer deve ser "simplesmente" que partes remanescentes (talvez até adjacentes mesmo) do cérebro foram assumindo as funções das que se degeneravam, ou seja, continua dependendo 100% de "características neuroanatômicas específicas".
Numa analogia talvez bem tosca, como se num disco de computador se degenerando com "bad blocks" o sistema fosse gradualmente mudando de lugar a partir de uma combinação de redundâncias com pequenas re-programações/re-calibrações, em vez de uma perda que atingisse abruptamente um ponto mais crítico ou maior extensão que incapacitasse essas funções "regenerativas" do sistema.
(Não que isso tenha qualquer relevância como "teoria da consciência" no sentido mais abrangente de tentar explicar "qualia"... continua não sendo entendido mesmo com um cérebro perfeitamente funcional, e não é significativamente mais confuso com um que pôde manter seus sistemas apesar de gradual degeneração... continuam existindo correlatos neurais da consciência nesse sujeito, em vez de não se poder inferir nada sobre sua consciência a partir da atividade neuronal... ainda que nesse estado ela seja muito mais difícil, inviável, de se observar)
Outra semi-analogia, talvez mais próxima, é que uma vez fizeram algo como tirar a "fiação" nervosa dos olhos de animais novos o bastante e "plugar" em outra área do cérebro. Mas os animais aparentemente aprenderam a ver mesmo assim, ou seja, aparentemente não há especialização neuronal rígida às áreas tipicamente associadas a cada função, ela ocorre como ocorre pelo padrão em que são as enervações normais. (
http://www.nytimes.com/2000/04/25/science/rewired-ferrets-overturn-theories-of-brain-growth.html )
Ou, pode também ser mágica.
Isso de "teoria do cérebro sobre si mesmo" me lembrou o "modelo da realidade e de si mesmo" que uns estão explorando em robôs que "aprendem a andar", em vez de ter uma programação "inata"/"hard-coded" disso.