Autor Tópico: Revolta Árabe  (Lida 71037 vezes)

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #475 Online: 25 de Novembro de 2011, 19:44:12 »
Ex-premiê aceita formar governo civil no Egito

O ex-primeiro ministro do Egito Kalam Ganzouri concordou em formar um novo governo civil, após discussões com a junta militar que governa o país, informou nesta sexta-feira a imprensa estatal egípcia.

A medida tem como objetivo tentar acalmar os manifestantes que pedem o fim do regime militar.

Ganzouri foi primeiro-ministro do Egito entre 1996 e 1999. Sua oposição ao agora presidente deposto do Egito, Hosni Mubarak, rendeu-lhe a demissão e uma prisão domiciliar.

Entretanto, alguns analistas acreditam que o indicado, um político de 78 anos e uma longa carreira na política do país, não vá agradar à juventude, que forma o grosso dos protestos nas ruas.

Novas manifestações já foram convocadas para depois das preces de sexta-feira e observadores temem que este seja um dos dias mais violentos desde que os protestos foram retomados na semana passada.

Cerca de 40 pessoas já foram mortas nos confrontos desde o dia 19 de setembro e centenas são atendidas diariamente nos hospitais da capital egípcia.

Dezenas de milhares de pessoas já se aglomeram na praça Tahrir, para onde jovens com bastões e o que parecem ser coquetéis molotov foram vistos se dirigindo.

O ex-candidato à Presidência e vencedor do prêmio Nobel Mohamed El Baradei também participa dos protestos.

A turbulência ocorre a três do início das eleições parlamentares marcadas para a segunda-feira.

A junta militar que governa o país pediu desculpas pelos mortos nos conflitos, mas rejeitou pedidos de adiar o pleito.

http://noticias.br.msn.com/mundo/ex-premi%c3%aa-aceita-formar-governo-civil-no-egito

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #476 Online: 26 de Novembro de 2011, 02:19:56 »
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O caso da Líbia, ao dizer que vai implantar a "lei islâmica", pode parecer espantoso e decepcionante para a maioria, mas ao que parece isso não é uma ameaça à democracia em si, eles apenas terão leis sobre os costumes mais rígidas do que as ocidentais.

No Brasil, a lei proíbe andar nu em público devido aos costumes. Na Líbia, os costumes proíbem que mulheres andem com roupas ousadas ou tomem banho de biquíni na praia, e a lei lá proibirá isso. Isso não quer dizer que o regime não será democrático (ou seja, baseado na soberania popular).

Como coloquei acima, eu sou um dos que se decepcionou (embora eu tenho que admitir que fui otimista em demasia achando que um povo de maioria islâmica, que teve seus desejos e anseios suprimidos por ditadores securalares alinhados com o Ocidente fosse abraçar aqueles valores tipicamente ocidentais - o mesmo Ocidente que suportava tais tiranos) com essa "guinada à Sharia". Contudo, tenho que dizer que não há nada, a priori, que impeça uma democracia de florescer com leis religiosas e talvez, tribunais religiosos - espero que o tempo faça com que isso seja suavizado.

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Daria uma boa discussão essa questão dos costumes: até quando eles podem ser amparados ou defendidos por leis?

Resposta "liberal idealista": Até o momento em que eles suprimem a liberdade de indivíduos agirem de forma a não iniciar atos violentes ou coercitivos.

Resposta pragmática: Até o ponto onde esses costumes são defendidos por uma maioria de pessoas OU até o ponto que algum lobby tenha força e apoio "nos lugares certos" para derrubá-lo (mesmo sendo uma opção defendida por uma minoria).
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Re:Revolta Árabe
« Resposta #477 Online: 28 de Novembro de 2011, 11:09:10 »
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Egípcios fazem fila para votar na primeira eleição pós-Mubarak

Os egípcios faziam fila para votar nesta segunda-feira nas eleições parlamentares, o primeiro grande teste para o período de transição depois da derrubada do presidente Hosni Mubarak, num momento em que o conselho militar que governa o país enfrenta crescente desconfiança popular.

Quando a votação começou, às 8 horas (4 horas em Brasília), pelo menos mil pessoas faziam fila diante de uma seção eleitoral no bairro central de Zamalek, no Cairo. A fila dava a volta no quarteirão e cartazes de propaganda dos candidatos e partidos se espalhavam pelas ruas.

'Nós estamos muito felizes por estar aqui e ser parte da eleição', disse Wafa Zaklama, de 55 anos que pela primeira vez votava numa eleição parlamentar. 'Que sentido havia antes em votar?', perguntou ela.

Muitos partidos foram criados nos últimos meses, depois da destituição de Mubarak, em fevereiro. Durante o período em que ele governou o país, as eleições eram rotineiramente fraudadas e seu partido, o Democrático Nacional, conquistava repetidamente a maioria esmagadora das cadeiras no Parlamento.

A primeira fase da eleição parlamentar, nesta segunda-feira, inclui Cairo e Alexandria.

Pelo sistema eleitoral egípcio, a eleição será por etapas e só terminará em 11 de janeiro.

http://noticias.br.msn.com/mundo/eg%c3%adpcios-fazem-fila-para-votar-na-primeira-elei%c3%a7%c3%a3o-p%c3%b3s-mubarak
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Iêmen nomeia líder da oposição como primeiro-ministro

Basindwa liderou meses de protestos contra Saleh, para formar um novo governo

O vice-presidente do Iêmen nomeou neste domingo (27) o líder da oposição Mohammed Basindwa como o novo primeiro-ministro interino, informou a agência de notícias estatal Saba, sob um acordo para encerrar meses de protestos que abalaram o país.

Se o acordo for cumprido seguindo com o planejado, o presidente Ali Abdullah Saleh vai se tornar o quarto governante árabe derrubado por revoltas populares que estão remodelando o cenário político do Oriente Médio e norte da África.

O vice-presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi nomeou Basindwa em um decreto divulgado pela agência Saba. O anúncio aconteceu depois que na sexta-feira partidos da oposição escolheram Basindwa, chefe de uma aliança que liderou meses de protestos contra Saleh, para formar um novo governo.

"Um decreto presidencial publicado hoje... determina Mohammed Salem Basindwa para formar um governo de unidade nacional", disse a Saba.

Basindwa, que foi ministro das Relações Exteriores entre 1993-1994, tem a missão de formar o novo governo sob o acordo assinado em Riad na última quarta-feira, quando Saleh transferiu os poderes para seu vice para resolver a crise resultante de 10 meses de manifestações pró-democracia.

Saleh voltou para casa no sábado após a assinatura do acordo com a oposição que vai encerrar seus 33 anos no cargo.

No sábado, Hadi marcou eleições presidenciais para 21 de fevereiro. Sob o acordo patrocinado pelo Golfo, Saleh terá imunidade e vai manter seu título até que um novo presidente seja eleito.

Centenas de pessoas foram mortas durante meses de protestos anti-Saleh.

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/iemen-nomeia-lider-da-oposicao-como-primeiroministro/n1597386084945.html
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Partido islâmico vence eleições no Marrocos

Resultado aumenta a percepção de que os movimentos religiosos foram alguns dos maiores beneficiários dos levantes árabes

O Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD) ganhou as eleições legislativas no Marrocos e obteve 107 das 395 cadeiras da Câmara de Representantes, anunciou neste domingo as autoridades eleitorais do país. O PDJ, liderado por Abdelilah Benkiran, conquistou 27% das vagas do Parlamento, o que obrigará o partido a fazer alianças para conseguir a maioria absoluta de 198 congressistas.

O nacionalista Istiqlal obteve 60 cadeiras; a Reunião Nacional de Independentes (RNI), 52; o Partido Autenticidade e Modernidade (PAM), 47; a União Socialista, 39; o Movimento Popular, 23; e a União Constitucional, 23; além de vários outros partidos que garantiram menos de 20 cadeiras.

O Partido Justiça e Desenvolvimento venceu também a cota de 90 cadeiras reservada para mulheres e jovens. O PJD conseguiu as 24 vagas dessa lista, contra 13 do Istiqlal, 12 do RNI e 12 do PAM.

Não foi divulgado a porcentagem de votos nulos e brancos, que na última eleição chegou a 15%. Apenas 45% dos eleitores inscritos votaram, o que representa apenas 28% dos marroquinos maiores de idade.

Mulher participa de encontro na sede do partido islâmico antes de resultado das eleições no Marrocos
Também não há informação sobre o número de votos obtidos por cada formação. Segundo a nova constituição aprovada em julho, o rei Muhammad VI encarregará a formação do governo ao partido mais votado, que precisará fazer um governo de coalizão para conseguir maioria no Parlamento.

Como o resto da região, o Marrocos foi atingido por protestos denunciando a corrupção, que o rei tentou controlar durante o verão ao ordenar que a Constituição fosse modificada para garantir mais poderes ao Parlamento e ao primeiro-ministro. Além disso, ele convocou eleições antecipadas.

Resultado aumenta a percepção de que os movimentos religiosos foram alguns dos maiores beneficiários dos levantes árabes. Como o resto da região, o Marrocos foi atingido por protestos denunciando a corrupção, que o rei tentou controlar durante o verão ao ordenar que a Constituição fosse modificada para garantir mais poderes ao Parlamento e ao primeiro-ministro. Além disso, ele convocou eleições antecipadas.

O maior rival dos islâmicos nas eleições do Marrocos foi uma coalizão de oito partidos liberais pró-governo, liderada pelo ministro das Finanças Salaheddine Mezouar, que garantiram juntos mais de 110 assentos. Como partido com o maior número de cadeiras, os islâmicos agora devem encontrar parceiros que desejem trabalhar com eles.

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/partido-islamico-vence-eleicoes-no-marrocos/n1597386138416.html
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Assembleia Constituinte da Tunísia tem primeira sessão histórica

Membros do parlamento escolhidos por meio de eleições estabelecidas após revoltas no país terão um ano para escrever Constituição

A Assembleia Constituinte da Tunísia, eleita no dia 23 de outubro depois de uma revolta que preparou o terreno para a Primavera Árabe, realizou sua sessão de abertura nesta terça-feira, descrita pelas autoridades como um passo histórico rumo à democracia.


Presidente interino da Tunísia Fouad Mbazaa, de saída do poder, abriu os trabalhos da Assembleia Constituinte

"Declaro aberta a primeira sessão da Assembleia Constituinte", disse o vereador decano Tahar Hamila, que presidiu a sessão, diante da Assembleia reunida no palácio do Bardo, sede do antigo Parlamento tunisiano, em Túnis.

A assembleia, que vai se reunir durante um ano para redigir uma nova constituição, é dominada por um partido islâmico moderado, o Ennahda, cuja vitória eleitoral no mês passado repercutiu em outros países da região onde os islamistas estão ganhando terreno após os protestos populares que derrubaram três chefes de Estado árabes - Zine El Abidine Ben Ali na Tunísia, Hosni Mubarak no Egito e Muamar Kadafi na Líbia.

Os membros da assembleia, autoridades sêniores do novo governo de coalizão, e ministros do gabinete que está deixando o poder ficaram de pé para ouvir o hino nacional da Tunísia na cerimônia que abriu a assembleia de 217 assentos. Logo depois, recitaram a Fatiha, a primeira surat do Alcorão, em homenagem aos "mártires" da revolução tunisiana.

"Nesse momento histórico, colocamos a primeira pedra da segunda república para um Estado de liberdade, de justiça e dignidade, que será convocado a realizar os objetivos da revolução", afirmou Hamila. "Esse é um momento histórico para a transição para a democracia", disse Fouad Mebazza, o presidente interino que está de saída, durante a cerimônia, no mesmo prédio onde o Parlamento anterior governava antes da revolução.

Durante sua primeira sessão, a assembleia confirmou um acordo no qual o partido islâmico Ennahda e outros dois partidos dividiram entre si os três principais cargos do país.

Mustapha Ben Jaafar, do Ettakatol, ficará na presidência da Constituinte; Moncef Marzouki, líder do Congresso para a República, deve chegar à presidência da República, cargo em grande parte cerimonial, e Hamadi Jebali, número dois do Ennahda, foi convocado ao mais importante posto, o de primeiro-ministro.

Antes da votação, Ben Jaafar fez um curto discurso. "Serei fiel à grande revolução tunisiana, fiel aos seus objetivos, custe o que custar. Para mim, os objetivos da revolução se resumem na ruptura com o sistema totalitário que ainda não desapareceu", disse.

"Essa revolução nasceu do desemprego, das disparidades regionais, da pobreza e da necessidade de reformas políticas. A Tunísia está em um momento crucial de sua história", acrescentou.

Já a adversária derrotada por Jaafar, Maya Jribi, considerou que a primeira reunião da Assembleia Constituinte representa um "dia histórico" para a Tunísia. "Minha candidatura é uma mensagem para vocês, eleitos do povo, e ao povo tunisiano para dizer que o tempo da candidatura única acabou definitivamente", declarou ela antes da votação.

"Eu dou graças a Deus por todos os mártires, aqueles que se feriram e que lutaram para que pudéssemos testemunhar este dia histórico", afirmou o líder do Ennahda, Rached Ghannouchi, depois da sessão de abertura.

A eleição na Tunísia, que apontou o Ennahda como partido com mais cadeiras, aconteceu no final de outubro, dez meses depois de uma revolução que derrubou o presidente Ben Ali e preparou terreno para os protestos da Primavera Árabe que têm reconstruído o cenário político do Oriente Médio.

O partido Ennahda foi o vencedor da votação, obtendo 89 cadeiras na assembleia composta por 217 membros, enquanto o Congresso para a República conquistou 29 assentos, e o Ettakatol, 21.

Manifestação

A presença de cerca de mil manifestantes em frente ao prédio serviu de lembrete dos desafios que o novo governo da Tunísia enfrentará. Entre eles estavam os parentes de pessoas mortas na revolta que derrubou o presidente Ben Ali, que agora exigem uma indenização do Estado.


Manifestantes protestam do lado de fora do prédio da Assembleia Constituinte em Túnis

Os manifestantes também incluem a mãe de Mohamed Bouazizi, o jovem vendedor de legumes que ateou fogo em si mesmo em dezembro passado em um ato de protesto que desencadeou a revolução. Eles levantavam cartazes dizendo "Queremos justiça!" e "O povo quer uma nova revolução".

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/assembleia-constituinte-da-tunisia-tem-primeira-sessao-historica/n1597378903264.html

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #478 Online: 02 de Dezembro de 2011, 15:58:38 »
Comissária da ONU pede ação internacional na Síria

A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional que tome providências para proteger a população civil da Síria contra a "implacável repressão" governamental.

Mais de 4.000 pessoas já foram mortas desde março na Síria, sendo 307 crianças, e mais de 14 mil pessoas estão supostamente presas, segundo relato de Pillay numa sessão de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"A contínua e implacável repressão das autoridades sírias, se não for interrompida agora, pode levar o país a uma guerra civil plena. À luz do manifesto fracasso das autoridades sírias em proteger seus cidadãos, a comunidade internacional precisa tomar medidas urgentes e efetivas para proteger o povo sírio", disse Pillay.

"Todos os atos de assassinato, tortura e outras formas de violência devem parar imediatamente", acrescentou ela.

Pillay manifestou preocupação também com os relatos cada vez mais frequentes sobre ataques armados de forças oposicionistas, inclusive do auto-intitulado Exército Sírio Livre, contra militares e policiais leais ao governo.

Nesta sexta-feira, um grupo oposicionista disse que militares desertores mataram oito pessoas em um ataque contra um prédio dos serviços de inteligência no norte da Síria.

A jurista sul-africana, que já foi juíza de crimes de guerra da ONU, lembrou ter solicitado em agosto que o Conselho de Segurança da ONU encaminhe o caso da Síria para a promotoria do Tribunal Penal Internacional, sob suspeita de crimes contra a humanidade. "A necessidade de responsabilização internacional tem uma urgência ainda maior hoje", afirmou ela.

O Conselho de Direitos Humanos, que reúne 47 países e funciona em Genebra, já realizou três sessões de emergência para discutir a situação na Síria. A desta sexta-feira foi convocada pela União Europeia com apoio dos EUA e de países árabes.

A discussão se baseou em um relatório de autoria do investigador brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que entrevistou 223 vítimas, testemunhas e refugiados, e apontou casos de execuções, torturas e estupros cometidos pelas forças militares e policiais, fatos que podem constituir crimes contra a humanidade.

"A luz das conclusões (do relatório), a Comissão está gravemente preocupada de que crimes contra a humanidade tenham ocorrido na Síria", disse Pinheiro ao Conselho. "O extremo sofrimento da população dentro e fora da Síria deve ser tratado com urgência. As vítimas não esperam nada menos da ONU e de seus Estados membros", acrescentou o brasileiro, que teve a ajuda de dois outros investigadores.

O embaixador sírio junto à ONU em Genebra, Faysal Khabbaz Hamoui, fez um discurso inflamado durante a sessão. "O problema sírio só pode ser resolvido pelos sírios. Apenas uma solução doméstica e nacional é possível. A solução não pode vir dos corredores da comunidade internacional. São só resoluções tentando colocar mais combustível no fogo."

Uma proposta de resolução apresentada pela UE após intensas negociações com China, Rússia e Cuba condena as "violações continuadas, disseminadas, sistemáticas e flagrantes dos direitos humanos e das liberdades fundamentais".

O texto, no entanto, não chega a pedir providências do Conselho de Segurança, que poderia encaminhar o assunto para o TPI. Em vez disso, sugere que o relatório seja enviado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para "uma ação apropriada e transmissão a todos os órgãos relevantes da ONU".

O texto busca um consenso que envolva países geralmente aliados da Síria, a fim de passar uma mensagem forte de reprovação ao governo de Bashar al Assad, segundo diplomatas.

http://noticias.br.msn.com/mundo/comiss%c3%a1ria-da-onu-pede-a%c3%a7%c3%a3o-internacional-na-s%c3%adria

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #479 Online: 02 de Dezembro de 2011, 16:17:39 »
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ONU diz que Síria está em guerra civil; mortos passam de 4 mil

Na Turquia, chefes do principal grupo de oposição e da organização de desertores resolvem coordenar movimentos pela saída de Assad

O representante máximo do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou nesta quinta-feira que a Síria entrou em um estado de guerra civil e que o número de mortos durante o conflito passam de 4 mil. Segundo Pillay, a classificação foi feita devido ao número crescente de desertores do Exército que estão pegando em armas contra o regime do presidente Bashar al-Assad.


Georgina Mtanious al-Jammal, mãe de Sari Saoud, menino de 9 anos que foi morto com um tiro em Homs, segura a foto de seu filho

"Uma vez que cada vez mais e mais desertores ameaçavam pegar em armas, eu disse em agosto antes do Conselho de Segurança, o conflito iria evoluir para uma guerra civil", disse Pillay em Genebra. "E no momento é assim que estou caracterizando."

Também nesta quinta-feira, o principal bloco da oposição do país e os rebeldes do Exército Livre da Síria concordaram em coordenar suas ações contra o regime sírio, que enfrenta um movimento de revoltas desde março, no contexto da Primavera Árabe.

O Conselho Nacional Sírio (CNS) também afirmou que os desertores concordaram em suspender os ataques às forças do governo, depois de seu primeiro encontro na Turquia nesta quinta.

Analistas ouvidos pela BBC afirmam que o Exército Livre da Síria, formado por desertores do Exército, colocou um dilema para o bloco, que usa táticas pacíficas.

O encontro no sul da Turquia foi o primeiro entre o presidente do CNS, Burhan Ghalioun, e o chefe do Exército Livre da Síria, Riyad al-Asaad, desde que suas respectivas organizações foram formadas.

"O Conselho reconheceu o Exército Livre da Síria como uma realidade, enquanto eles reconheceram o conselho como um representante político" da oposição, acrescentou Khaled Khoja, um dos representantes do conselho.

O Conselho Nacional Sírio foi formado há três meses pretendendo representar todos aqueles que se opõem ao presidente Bashar al-Assad, que tem lutado para se manter no poder de forma repressiva.

Khoja disse que um entendimento foi alcançado com o Exército Livre da Síria que concordou em usar a força somente para proteger os civis.

Na semana passada, Ghalioun pediu publicamente para que o Exército Livre da Síria não realizasse mais "ações ofensivas contra o Exército", depois de diversos ataques nas últimas semanas.

Sanções

Mais cedo nesta quinta, a União Europeia endureceu as sanções contra o governo de Assad. Ministros das Relações Exteriores de Bruxelas acrescentaram mais 11 entidades e 12 indivíduos à lista de retaliados, segundo um oficial da União Europeia.

Em comunicado, os ministros disseram que a repressão pode "levar a Síria a um caminho muito perigoso de violência, conflitos sectários e militarização".

Também nesta quinta-feira, a agência de notícias estatal egípcia afirmou que a Liga Árabe colocou 17 nomes do governo sírio em uma lista de indivíduos proibidos de viajar para os países do grupo. A lista incluiria o irmão de Assad, Maher, que comanda a Guarda Republicana e é o segundo homem mais poderoso da Síria.

O comitê da Liga encarregado de supervisionar sanções também recomendou interromper voos provenientes e direcionados à Síria a partir de meados de dezembro. Mas disse que as vendas de trigo, remédios, gás e eletricidade devem ser excluídas do embargo. O pacote de sanções deve ser finalizado até sábado.

Em resposta, o governo sírio suspendeu sua participação na União pelo Mediterrâneo (UPM) até que a União Europeia retroceda com as medidas, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores do país,

Um porta-voz do Ministério, citado pela agência oficial de notícias síria Sana, declarou que a decisão foi adotada "pelo aumento da campanha política e midiática injustificada contra a Síria nos fóruns internacionais e europeus", depois da decisão nesta quinta da UE de ampliar as sanções.

Afirmou neste sentido que a UE adotou "medidas injustificadas que tiveram como objetivo o sustento do povo sírio, e que representa uma flagrante violação para soberania nacional e a intromissão nos assuntos internos do país".

Além disso, o porta-voz da pasta ressaltou que a postura dos países comunitários "contrapõe o espírito dos acordos assinados entre Damasco e a UE, e prejudica a associação que foi consolidada pelo processo de Barcelona e a União pelo Mediterrâneo".

A suspensão foi informada aos representantes da presidência mista franco-egípcia da UPM, criada em 2008 e herdeira do Processo de Barcelona. A UPM reúne os países-membros da UE e os estados mediterrâneos do norte da África e do Oriente Médio.

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/onu-diz-que-siria-esta-em-guerra-civil-mortos-passam-de-4-mil/n1597392280209.html
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Mundo árabe luta para dar forma a uma nova ordem

Eleições, protestos, mudanças de governo e confrontos mostram que luta por democracia na região está mais viva do que nunca

Por meio de eleições, protestos, novos governos e luta armada, na semana passada os países árabes estiveram mais envolvidos do que nunca na tentativa não apenas de derrubar líderes, mas, também, de formar de maneira decisiva a nova ordem da região.

O centro dessa luta foi mais uma vez o Cairo, no marco que se tornou a Praça Tahrir, onde um movimento de protesto foi reavivado e dezenas de pessoas foram mortas em meio à violência. Alguns saudaram os acontecimentos como uma nova revolução ou a abertura de uma nova frente. Mas eles poderiam ser melhor chamados de “o fim do começo”, já que dentro do espaço de apenas uma semana eventos que eclodiram no Egito e em toda a região pareciam tão inspiradores como qualquer outro desde a explosão de otimismo das revoltas que nasceram 11 meses atrás.


Soldados desertores cumprimentam manifestantes durante protesto por julgamento do presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh

"A revolta de janeiro foi contra a ditadura e a de agora é uma revolta contra o que resta da ditadura", disse Noureddine Sateh, um colunista do jornal esquerdista libanês Al Safir. "A queda dos regimes não foi a revolução, mas apenas uma maneira de estabelecer as bases para a Primavera Árabe. A liberdade e a democracia levam tempo."

Ninguém esperava que as revoltas árabes fossem uma simples marcha adiante, mas raramente as coisas pareciam tão em fluxo, com mais potencial para o derramamento de sangue, a fragmentação e a desordem. Enquanto muitos analistas descrevem o tumulto como um acerto de contas inevitável com o legado da ditadura, outros se preocupam com a possibilidade de a região enfrentar anos de agitação antes que novos sistemas apareçam para substituir a estagnada ordem apoiada pelos Estados Unidos, que dominou por tanto tempo.

Temores de caos estão sendo expressados, assim como a esperança de se fazer verdadeiras revoluções. A batalha tornou-se tão arrojada em lugares como o Egito que as forças de reação - ou seja, os militares - parecem mais determinadas do que nunca a manter o poder.

"O que estamos vendo no mundo árabe agora é um estado de pânico", escreveu Fadel Shallak, colunista libanês, neste sábado. "Os governantes têm medo de seu povo, a elite tem medo dos pobres, a classe média tem medo da classe mais baixa e das pessoas comuns."

"Será que isso vai levar a acordos aqui e ali?", perguntou Shallak, um ex-ministro do governo. "Ou vamos continuar vendo um estado de pânico e pressão? Não sabemos. "

A eleição realizada na Tunísia em outubro, saudada como modelo, foi notável pela sua civilidade. Mas o processo se provou uma exceção diante da semana tumultuada observada na região.

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, concordou em renunciar e o vice-presidente pediu uma nova eleição para 21 de fevereiro, mas as forças de combate na luta permanecem entrincheiradas. Ao mesmo tempo, ex-rebeldes da Líbia formaram um governo, mas enfrentam o desafio de conciliar regiões que funcionam como cidades-Estados e têm suas próprias milícias. Um relatório ansiosamente aguardado sobre a repressão aos protestos em um Bahrein predominantemente xiita foi finalmente divulgado. E a Síria se viu diante de seu maior isolamento até o momento por causa da repressão à revolta, com relatos de que pode estar perdendo o controle do interior do país e com a Liga Árabe se reunindo no sábado para discutir sanções, um ato que antes teria sido visto como impensável.

No Egito, a primeira rodada de votação para um novo parlamento começou nesta segunda-feira. Mas a disputa entre manifestantes e as forças armadas que eles veem como parte do antigo regime do presidente Hosni Mubarak tem ofuscado o processo.

"O conselho militar é corrupto e não muito diferente de Mubarak", disse Mohamed Sharawy, um motorista de 45 anos de idade, em um comício ferozmente nacionalista realizado na sexta-feira para apoiar os governantes militares do país. "Mas eles são tudo o que temos agora."

A autoridade de Mubarak terminou em fevereiro. Em seu lugar, foi implementado um regime militar, liderado por um conselho de 20 generais, acusados de atrasar as eleições presidenciais, monopolizar o poder e tolerar e até mesmo perpetuar a tortura e os abusos do antigo governo. Retoricamente, o regime militar tem implantado as mesmas ferramentas de seu antecessor, alimentando sentimentos xenófobos e apelando para o velho mantra da segurança e estabilidade.

Embora alguns na Tunísia, especialmente os islamitas, temam um Estado sombra, em nenhum lugar ele é tão pronunciado como no Egito, onde os militares têm colocado suas apostas sobre o que acreditam ser uma maioria silenciosa cansada da incerteza prolongada sobre a situação de país.

"A palavra 'estabilidade' é uma palavra justa, mas usada para fins ilícitos", escreveu um colunista no jornal egípcio Al Yawm al Saba na sexta-feira. "Essa estabilidade não foi alcançada nos últimos meses. Por que ela seria alcançada nos próximos meses?"

Na Praça Tahrir, a mais memorável das arenas das revoltas árabes, Sharif Ibrahim, um professor do ensino médio, observou a chegada de uma nova multidão com a promessa de revolução. Do outro lado havia destroços dos dias de batalha entre a polícia e os manifestantes, um vislumbre do fracasso dessas promessas. "Há um ponto de interrogação sobre todas as nossas cabeças", disse Ibrahim.

O medo ainda é o cálculo em muitas das transições. Um relatório do International Crisis Group alertou na semana passada que a crise na Síria, sem dúvida, "entrou na sua fase mais perigosa". O governo tem incansavelmente usado o medo de uma solução sangrenta para justificar seu domínio, mesmo que suas próprias políticas tenham começado a degradar as instituições do Estado, presidido uma crise econômica e perigosamente exacerbado as tensões sectárias.

Em uma desconexão surpreendente, Al Dounya, um canal de televisão semioficial do país, deu início a um telejornal do meio-dia na semana passada dizendo: "Que sua manhã seja tão brilhante como os jasmins em Damasco."

"O medo é evidente na cidade e você o vê nos olhos das pessoas", disse Makarem, 30, um empresário que informou apenas seu primeiro nome. "Mais pessoas estão se voltando contra o regime a cada dia, mas mesmo elas têm medo do que vai acontecer a seguir."

Na Líbia, a promessa da revolução foi executada com esforços instáveis - por clãs, cidades e várias forças militares que formaram uma coalizão para derrubar Muamar Kadafi - para a criação de um governo interino. O novo premiê nomeou líderes de milícias em Zintan e Misrata, duas cidades que se revelaram cruciais na derrubada de Kadafi, como ministros da Defesa e do Interior em uma medida que parecia destinada tanto a refrear sua obstinação quanto a equilibrar o poder que cada uma representa.

Combatentes de Zintan se recusaram a se retirar da capital e homens jovens portando armas de fogo continuam a ser um desafio. "Estou esperançoso, mas um pouco em pânico sobre todos os desafios que temos", disse Idris Al Fasi, um conselheiro sênior da companhia estatal de eletricidade.

No Iêmen, um país há muito visto como o mais provável a implodir, Saleh assinou um acordo para deixar o poder após 33 anos no cargo. Mas as manifestações não pararam, com os manifestantes protestando contra o acordo lhe concede imunidade. A oposição defendeu o documento, dizendo que ele seria a única maneira de evitar uma guerra civil.

Na Praça de Mudança de Sanaa, capital do Iêmen, uma base da revolta local, os manifestantes disseram ter aprendido uma lição com o Egito: a saída do governante não significa que a revolução está completa.

"Hosni Mubarak partiu e eles voltaram para suas casas antes de seus objetivos terem sido alcançados ", disse Ali Mohammed al-Hadda, um funcionário público sentado em uma das centenas de barracas que pareciam permanentes.

A celebração universal das revoltas no Egito e na Tunísia deram lugar a um quadro mais complicado. Estados do Golfo e o canal Al-Jazeera, do Catar, apoiaram levantes predominantemente sunitas em lugares como a Síria. Enquanto isso, o Irã e seu aliado no Líbano, o Hezbollah, ambos muçulmanos xiitas, ofereceram apoio para o movimento de oposição liderado pelos xiitas no Bahrein, um importante aliado dos Estados Unidos.

Autoridades americanas esperavam que o recente relatório, amplamente crítico da repressão realizada no Bahrein, pudesse oferecer um caminho para a reconciliação, mas o país parece tão polarizado e a monarquia sunita tão resistente a reformas políticas significativas que a instabilidade deve continuar.

Em uma nova rusga, a Arábia Saudita, que interveio em abril nos protestos do Bahrein, teve suas próprias manifestações na semana passada entre sua minoria rebeldes xiita, na rica região oriental de Qatif. Quatro xiitas foram mortos na violência pela qual o governo - ecoando as acusações de líderes do Egito - culparam pessoas que agiam por "ordens estrangeiras".

Os eleitores foram às urnas no Marrocos na sexta-feira nas primeiras eleições parlamentares desde a aprovação de uma nova Constituição em junho. Um grupo islâmico moderado, o Partido Justiça e Desenvolvimento, ganhou a maioria dos assentos, mas líderes do protesto haviam pedido um boicote, dizendo que a nova Constituição só reforça a autoridade máxima do rei.

E o medo, tão familiar, foi declarado novamente.

"Não precisamos de caos, como no Egito ou o Iêmen", disse Ahmad Mzrouk, proprietário de um pequeno restaurante em Casablanca. Ele protestou contra os líderes das manifestações. "O que eles estão fazendo para tornar o país melhor?", perguntou ele. "Parem de gritar, isso é ruim para a economia."

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/mundo-arabe-luta-para-dar-forma-a-uma-nova-ordem/n1597388835213.html

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #480 Online: 09 de Dezembro de 2011, 15:50:35 »
Apesar de papel em levantes, mulheres árabes ainda lutam por direitos

Manifestantes femininas marcham lado a lado com homens na Primavera Árabe, mas sua participação política efetiva continua limitada

As mulheres marcham lado a lado dos homens na chamada Primavera Árabe, levantes populares no Oriente Médio e norte da África que neste ano conseguiram derrubar regimes na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen e que mantêm pressão sobre outros governos, como o da Síria.


Iemenita mostra punho com as bandeiras de Líbia, Síria, Iêmen, Tunísia e Egito. Na parte superior da mão lê-se: 'Venceremos' (27/10)

Saiba mais:
- Infográfico mostra indicadores femininos em países árabes e detalha vestimentas
- Mulheres no Egito: Contrarrevolução frustra avanço de egípcias, diz ativista
- Mulheres no Iêmen: Casamento infantil dificulta situação de mulheres no Iêmen
- Personagem da Líbia: Professora foi 'voz do povo líbio' em levante contra Kadafi

Algumas das mulheres que participaram dos levantes em seus países foram reconhecidas em premiações internacionais. No sábado, a ativista iemenita Tawakkul Karman receberá o Prêmio Nobel da Paz, ao lado de duas liberianas, por sua defesa dos direitos das mulheres. Em 27 de outubro, a militante egípcia Asmaa Mahfouz e a advogada síria Razan Zeitouneh fizeram parte do grupo de cinco ativistas árabes que receberam o prestigioso Sakharov, prêmio do Parlamento Europeu que promove a liberdade de pensamento.

"Uma coisa que a Primavera Árabe fez foi remover os estereótipos sobre as mulheres árabes, porque elas realmente mostraram serem parte dos levantes e das mudanças que varrem a região", afirmou ao iG Nadya Khalife, pesquisadora de Oriente Médio e norte da África da divisão de direitos das mulheres da Human Rights Watch.

Apesar disso, Nadya reconhece que a situação geral das mulheres árabes ainda é difícil. "Quando as revoltas aconteceram na Tunísia e no Egito, ficou claro que as mulheres foram excluídas de órgãos de tomada de decisões e que sua participação nos processos de transição política é certamente baixa", disse a pesquisadora.

Exemplo disso é o Egito. Logo após a queda de Hosni Mubarak, nenhuma mulher foi nomeada pelo Conselho Supremo das Forças Armadas, que o sucedeu com a expectativa de conduzir o país na transição democrática, para um comitê encarregado de fazer emendas pontuais à Constituição. Além disso, a junta militar proibiu que mulheres encabeçassem a lista dos partidos que concorrem atualmente nas eleições legislativas para a Assembleia do Povo e o Conselho Shura (equivalente à Câmara e ao Senado, respectivamente).

"As mulheres são parte da revolução, estiveram nas ruas, em todos os lugares, morreram na Praça Tahrir. Mas agora temos uma contrarrevolução, e elas perderão mais direitos sob a junta militar e a Irmandade Muçulmana”, afirmou ao iG a escritora e feminista egípcia Nawaal el-Saadawi, de 80 anos, referindo-se ao grupo islâmico cujo Partido Liberdade e Justiça é o favorito nas eleições legislativas.

Confira abaixo a situação dos direitos das mulheres na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen, Síria e Arábia Saudita. O reino, que registrou apenas protestos pontuais por mudanças neste ano, anunciou em 25 de setembro que as mulheres poderão concorrer e votar nas eleições municipais a partir de 2015.

ARÁBIA SAUDITA


Mulheres sauditas saem de carro em Riad (17/06)

- Leis e casamento: A naturalidade saudita só é passada dos homens aos descendentes; assim, se uma saudita se casar com um estrangeiro, seus filhos não terão sua naturalidade. Homens são favorecidos em questões de casamento, divórcio, custódia de filhos e herança. O casamento é um contrato entre o homem e o 'guardião' da noiva e inclui dote.

- Participação política: Só ganharam direito de concorrer e votar em eleições neste ano. Mas esse direito só vigorará a partir de eleições municipais de 2014.

- Constituição: Não prevê direitos iguais e discrimina as mulheres. Há, porém, quem argumente que a discriminação em algumas situações as protege - financeiramente, por exemplo.

- Acesso à Justiça: Mulheres não podem ser advogadas ou participar do Judiciário; são representadas e julgadas por um homem; o depoimento de um homem vale pelo de duas mulheres; em alguns casos, há penas diferentes para o mesmo crime.

- Comportamentos proibidos: Jantar com homens que não sejam seus parentes, andar de táxi com um não parente, aparecer em público com a cabeça à mostra, sair do bairro sem o 'guardião' (pai ou marido), dirigir um carro ou entrar num veículo cujo motorista não seja o 'guardião', alugar um apartamento, hospedar-se sozinha em um hotel, entrar em um avião sem permissão do ‘guardião’.

- Educação: Representam 56% dos cerca de 32 mil estudantes do ensino superior; não podem estudar engenharia.

- Vestimentas: São obrigadas a se cobrir da cabeça aos pés (niqab e abaya) para garantir o comportamento moral dos homens e proteger a honra da família.

EGITO


Mulheres votam no 2º turno da eleição egípcia em Nasr City, um bairro do Cairo (05/12)

- Leis e casamento: Desde 2000, podem se divorciar sem consentimento do homem, e filhos com estrangeiros conseguem nacionalidade – mas maridos estrangeiros não. À população masculina, porém, está garantido o direito de se separar sem a aprovação da mulher. A poligamia é uma prática comum: um homem pode se casar com quatro mulheres, enquanto elas só devem ter um marido. Os descendentes são registrados com o nome do pai, e não com o da mãe.

- Participação política: Podem votar e concorrer, ocupam vários cargos, mas têm influência limitada.

- Constituição: Garante direitos iguais a todos, mas o código familiar e as práticas culturais pesam mais do que a Carta no respeito a esses direitos.

- Acesso à Justiça: Teoricamente igual ao dos homens, mas o depoimento de um homem vale pelo de duas mulheres.

- Mutilação genital: Proibida desde 2008, mas as meninas ainda são submetidas ao procedimento por questões culturais. De acordo com a feminista Nawaal, mais de 90% das egípcias são mutiladas.

IÊMEN


Manifestantes protestam contra presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, na capital do país, Sanaa (20/10)

- Leis e casamento: O guardião da mulher negocia seu contrato de casamento, e a maior parte das mulheres casa bem cedo pelo fato de lei não impor idade mínima para o matrimônio; herança geralmente é igual para homens e mulheres.

- Comportamentos proibidos: Não podem tirar passaporte sem a permissão do 'guardião', mas as que têm o documento podem viajar sem a permissão.

- Educação: Em áreas rurais, 30% de meninas estão na escola primária, enquanto 73% dos meninos estudam. Elas são 25% do total de estudantes universitários e cerca de 50% das universitárias estão no campo do magistério.

LÍBIA


Líbios reagem à morte do líder deposto Muamar Kadafi do lado de fora da embaixada em Londres, Reino Unido (20/10)

- Participação política: Documento de 1997 permitiu que mulheres participem de congressos e comitês populares (equivalente ao Parlamento e seus órgãos associados)

- Acesso à Justiça: Em tese têm o mesmo acesso que os homens; em geral as leis se aplicam da mesma forma, mas há exceções como adultério.

SÍRIA


Georgina Mtanious al-Jammal, mãe de Sari Saoud, menino de 9 anos que foi morto na repressão do governo sírio em Homs (01/12)

- Leis e casamento: Muitas não podem recusar casamento por pressão familiar ou medo de agressão ou estigma social; adultério é crime para ambos, mas evidências, circunstâncias e punições são mais graves pra elas.

- Constituição: São consideradas dependentes de seus maridos e filhos; grupos extremistas influenciam as decisões do governo para manter as mulheres em segundo plano.

- Acesso à Justiça: Em tese, não há barreiras legais para o acesso de uma mulher à Justiça, mas muitas deixam de prestar queixas porque nas delegacias só há homens.

- Violência contra a mulher: Algumas leis as protegem de algumas agressões, mas outras retiram os mesmos direitos alegando se tratar de crime de honra.

TUNÍSIA


Mulheres participam de eleição legislativa na Tunísia em 24 de outubro

- Leis e casamento: Não transfere nacionalidade para o marido estrangeiro (o contrário acontece). Se um filho nasce no exterior e a mãe é tunisiana, a nacionalidade pode ser pedida apenas um ano antes da maioridade.

- Participação política: Em 2000, mais de 20% das conselheiras municipais eram mulheres, enquanto, em 1975, eram 1,7%.

- Constituição: Protege as mulheres de discriminação e aborda isso de forma explícita em vários artigos; elas podem controlar propriedade e renda, mas recebem heranças menores.

- Acesso à Justiça: Igual ao dos homens, em parte pela tradição de mulheres no Judiciário (a primeira juíza foi nomeada em 1968 e, em 1990, havia 24); testemunho de mulher tem mesmo peso que o do homem; hoje representam 35% dos magistrados.

- Violência contra a mulher: Violência doméstica é crime desde 1993 e crime de honra pode ser punido com prisão perpétua.

- Educação: Mais de 50% dos estudantes universitários são mulheres, e elas podem fazer o curso que quiserem.

- Emprego: Cerca de 15% das mulheres que trabalham são autônomas; elas são um quinto do setor informal.

*Fonte: "Women's Rights in the Middle East and North Africa", editado por Sameena Nazir e Leigh Tomppert e publicado pela Freedom House

http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/apesar-de-papel-em-levantes-mulheres-arabes-ainda-lutam-por-dire/n1597401014626.html

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Offline O Grande Capanga

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #481 Online: 09 de Dezembro de 2011, 20:26:15 »
A Síria tem demonstrado ser o pior dos países na repressão. Cadê a ONU, os EUA etc. pra dar um jeito nesse país?

Tá até pior do que o Kadafi esse ditador sírio, é capaz desse cara ser crucificado quando a multidão chegar até ele. E vou achar pouco...

Offline _Juca_

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #482 Online: 09 de Dezembro de 2011, 21:21:58 »
A Síria tem demonstrado ser o pior dos países na repressão. Cadê a ONU, os EUA etc. pra dar um jeito nesse país?

Tá até pior do que o Kadafi esse ditador sírio, é capaz desse cara ser crucificado quando a multidão chegar até ele. E vou achar pouco...

É que a Síria não tem aspecto de cachorro morto que tinha a Líbia, o pessoal lá tem umas armas um pouco mais interessantes...

Offline DDV

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #483 Online: 09 de Dezembro de 2011, 22:14:24 »
É diferente. Na Líbia já havia uma guerra civil aberta, com um grupo significativo e crescente de rebeldes em luta armada contra as forças leais a Khadafi. Na Síria temos apenas manifestantes civis sendo massacrados, ou seja, a única intervenção efetiva possível é enviar tropas...e isso ninguém quer agora.



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline gilberto

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #484 Online: 09 de Dezembro de 2011, 22:40:05 »
Agora entendo um pouco pq a primeira revolta começou na Tunísia. Parece ser o país mais "ocidentalizado" entre os citados.

Offline Pagão

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #485 Online: 11 de Dezembro de 2011, 13:59:05 »
A Síria tem demonstrado ser o pior dos países na repressão. Cadê a ONU, os EUA etc. pra dar um jeito nesse país?

Tá até pior do que o Kadafi esse ditador sírio, é capaz desse cara ser crucificado quando a multidão chegar até ele. E vou achar pouco...

É que a Síria não tem aspecto de cachorro morto que tinha a Líbia, o pessoal lá tem umas armas um pouco mais interessantes...

Parece que estão esquecidos do veto da Rússia e da China. Doutro modo, a Liga árabe e a Turquia têm capacidade militar para mudar o governo de Damasco se o quiserem, nem era preciso o Ocidente...
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline O Grande Capanga

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #486 Online: 11 de Dezembro de 2011, 18:44:22 »
Sobre a Síria, em algum momento poderíamos dizer que irá dar merda, mas merda já deu há muito tempo.

Agora é esperar pra ver se vai continuar a dar merda porque sem intervenção externa, o povo continuará a ser massacrado.

Qual a opinião de vocês sobre o futuro da Síria?

Offline Geotecton

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #487 Online: 04 de Janeiro de 2012, 22:34:58 »
[...]
Qual a opinião de vocês sobre o futuro da Síria?

Eu não sei avaliar porque as informações que tenho sobre ela são poucas e fragmentadas. Do pouco que sei, me parece que a atual família que controla o país tem um grau de aceitação interna bem maior do que o Kaddafi tinha na Líbia, embora ambos sejam ("foi", no caso da Líbia) governos autoritários com retoques de ditaduras.

Mas, se a 'onda' de liberdade continuar a crescer na Síria, há uma enorme possibilidade de que a atual família controladora seja igualmente "varrida do mapa".

O mesmo fenômeno poderia acontecer em diversos estados do Nordeste brasileiro, a começar pelo Maranhão.  :)

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Offline Daniel_1993

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #488 Online: 05 de Janeiro de 2012, 00:07:26 »
“Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.”
Malcolm X

A Líbia de Kadafi: o que a mídia jamais mostrará

I - A ONU CONSTATOU EM 2007 QUE A LÍBIA TINHA:
1 - Maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje é maior que o do Brasil);

2 - Ensino gratuito até a Universidade;

3 - 10% dos alunos universitários estudavam na Europa e EUA, tudo pago;

4 - Ao casar, o casal recebia até US$ 50.000 para montar casa;

5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus. Equipamentos de última geração, etc;

6 - Empréstimos pelo banco estatal sem juros;

7 - Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, vem tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos;



II - PORQUE "DETONAR" A LÍBIA ENTÃO?

Três principais motivos:

1 - Tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45 MIL MILHÕES de barris em reservas;

2 - Fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da NATO. Só falta agora a Síria;

3 - E provavelmente o principal:

- O Banco Central Líbio não está ligado ao sistema financeiro mundial.

- As suas reservas são toneladas de ouro, que garantem o valor da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações do dólar.

- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi, após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos formassem uma moeda única desligada do dólar.


Fonte: blog realismopolítico
-----------------------------------


Em suma: O bombardeio "humanitário", acabou com a nação Líbia.
Nunca mais haverá a "nação" Líbia tal como nos dias de hoje.



A Verdade sobre a Líbia e Kadafi (Libya Truth)
“You will never be happy if you continue to search for what happiness consists of. You will never live if you are looking for the meaning of life.”
― Albert Camus

“The way to love anything is to realize that it may be lost.”
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― José Martí

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Offline Irracionalista

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #489 Online: 05 de Janeiro de 2012, 00:40:20 »
Citar
A Líbia de Kadafi: o que a mídia jamais mostrará

Mesmo que isso seja verdadeiro (em muitos pontos, provavelmente é. A Líbia era de fato um dos melhores países da África, rivalizando com Egito e África do Sul), você contesta que a derrubada de um ditador que tem como honorífico recente o de "Rei dos Reis" é uma boa idéia?  :)
« Última modificação: 05 de Janeiro de 2012, 00:53:15 por Irracionalista »
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Offline _Juca_

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #490 Online: 05 de Janeiro de 2012, 08:33:50 »
“Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.”
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A Líbia de Kadafi: o que a mídia jamais mostrará

I - A ONU CONSTATOU EM 2007 QUE A LÍBIA TINHA:
1 - Maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje é maior que o do Brasil);

2 - Ensino gratuito até a Universidade;

3 - 10% dos alunos universitários estudavam na Europa e EUA, tudo pago;

4 - Ao casar, o casal recebia até US$ 50.000 para montar casa;

5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus. Equipamentos de última geração, etc;

6 - Empréstimos pelo banco estatal sem juros;

7 - Inaugurado em 2007, o maior sistema de irrigação do mundo, vem tornando o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos;



II - PORQUE "DETONAR" A LÍBIA ENTÃO?

Três principais motivos:

1 - Tomar o seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45 MIL MILHÕES de barris em reservas;

2 - Fazer com que todo o mar Mediterrâneo fique sob o controlo da NATO. Só falta agora a Síria;

3 - E provavelmente o principal:

- O Banco Central Líbio não está ligado ao sistema financeiro mundial.

- As suas reservas são toneladas de ouro, que garantem o valor da moeda, o dinar, que desta forma está resguardado das flutuações do dólar.

- O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi, após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos formassem uma moeda única desligada do dólar.


Fonte: blog realismopolítico
-----------------------------------


Em suma: O bombardeio "humanitário", acabou com a nação Líbia.
Nunca mais haverá a "nação" Líbia tal como nos dias de hoje.



A Verdade sobre a Líbia e Kadafi (Libya Truth)

Independente da veracidade dos fatos que você postou, a Líbia era um país totalitário, de cunho facista, com um líder que apoio atos de terrorismo e a mais importante, a revolta se originou entre as massas, através das mídias sociais da internet, nenhuma nação orquestrou os fatos para que o Kadafi fosse derrubado, aliás, visto que ele já estava circulando na Europa livremente e mantendo boas relações com os países ocidentais, não pareciam que estavam por trás de um plano para acabar com o regime Líbio.

É verdade que apoiaram os insurgentes, mas só pra chutar cachorro morto, porque os líderes e seus regimes naquela região estão caindo um a um e pra mim é um processo que vai levar todos os países daquela região à democracia, um dia até o facismo religioso da Arábia Saudita e do Irã.

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #491 Online: 05 de Janeiro de 2012, 09:49:25 »
Se Khadafi fosse tão bom assim, duvido que a população se revoltaria tanto. O simples fato de ser um ditador já um bom motivo para derrubá-lo, fora o fato de ser um terrorista confesso, que inclusive andou sequestrando um certo avião.
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Re:Revolta Árabe
« Resposta #492 Online: 05 de Janeiro de 2012, 10:23:54 »
Só uma duvida que me passou pela cabeça à esses dias . Suponha que você tem a escolha de viver em 2 países diferentes . O primeiro é uma democracia nos moldes do Brasil,aonde você recebe 3 Salários minimos,a qualidade da educação e da saúde são ruins e o crime organizado já foi banalizado de tão comum que é,mas ainda é "livre" para protestar contra essa situação . O segundo é uma ditadura,aonde você não pode protestar contra o governo e nem falar mal dele . Mas o salário que você receberá lá é duas vezes maior pelo mesmo trabalho que você faria no "Brasil",a qualidade da educação e da saúde são de primeiro mundo e crime organizado é quase inexistente . Em qual dos dois você prefere viver?
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Re:Revolta Árabe
« Resposta #493 Online: 05 de Janeiro de 2012, 10:57:52 »
Só uma duvida que me passou pela cabeça à esses dias . Suponha que você tem a escolha de viver em 2 países diferentes . O primeiro é uma democracia nos moldes do Brasil,aonde você recebe 3 Salários minimos,a qualidade da educação e da saúde são ruins e o crime organizado já foi banalizado de tão comum que é,mas ainda é "livre" para protestar contra essa situação . O segundo é uma ditadura,aonde você não pode protestar contra o governo e nem falar mal dele . Mas o salário que você receberá lá é duas vezes maior pelo mesmo trabalho que você faria no "Brasil",a qualidade da educação e da saúde são de primeiro mundo e crime organizado é quase inexistente . Em qual dos dois você prefere viver?

Brasil. E neste país o crime organizado existe e está na sede do governo que controla o país.
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Offline _Juca_

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #494 Online: 05 de Janeiro de 2012, 11:11:37 »
Brasil sem dúvida nenhuma, porque aqui sabemos o que de podre acontece e podemos reclamar, esbravejar e agir contra, e ainda assim temos a chance de melhorar.

Experimente falar mal do governo ou proferir idéias diferentes do que o regime aceita numa praça pública ( até mesmo no conforto do lar) num país totalitário, pra ver o que te acontece?

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #495 Online: 05 de Janeiro de 2012, 13:26:08 »
É como viver em cativeiro, você tem comida, é bem tratado, tem regalias materiais, mas tem de obedecer as regras, não contestar, não fugir e abaixar a cabeça.

Liberdade é algo sem preço.
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Re:Revolta Árabe
« Resposta #496 Online: 05 de Janeiro de 2012, 13:30:05 »
Só uma duvida que me passou pela cabeça à esses dias . Suponha que você tem a escolha de viver em 2 países diferentes . O primeiro é uma democracia nos moldes do Brasil,aonde você recebe 3 Salários minimos,a qualidade da educação e da saúde são ruins e o crime organizado já foi banalizado de tão comum que é,mas ainda é "livre" para protestar contra essa situação . O segundo é uma ditadura,aonde você não pode protestar contra o governo e nem falar mal dele . Mas o salário que você receberá lá é duas vezes maior pelo mesmo trabalho que você faria no "Brasil",a qualidade da educação e da saúde são de primeiro mundo e crime organizado é quase inexistente . Em qual dos dois você prefere viver?

Isso não é nem mesmo uma escolha...
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Re:Revolta Árabe
« Resposta #497 Online: 05 de Janeiro de 2012, 13:53:56 »
E como confiar nos dados passados por um governo absolutista e ditatorial?
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Titoff

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #498 Online: 05 de Janeiro de 2012, 14:09:23 »
E quando tudo está lindo e maravilhoso para o seu lado, tudo bem. Só que os tempos vão mudando, as coisas podem ir ficando difíceis e você ainda tem que fingir que está tudo bem.

Offline genjikhan

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #499 Online: 05 de Janeiro de 2012, 16:04:04 »
Pelo que entendi,a maioria prefere viver uma vida mais dificil,por causa da fé de que pode mudar o sistema . Por acaso,vamos planejar uma revolução para eliminar as oligarquias do poder,se é o que desejam?
"Não há fatos eternos,assim como não há verdades absolutas" - Friederich Nietzsche

"Os males de que padece o ser humano vêm em seu maior número,vêm dele mesmo" - Plínio

"Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão" - Lao Tsé

 

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