Autor Tópico: Revolta Árabe  (Lida 71045 vezes)

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Offline _Juca_

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #675 Online: 11 de Setembro de 2013, 23:56:07 »
Eu acho tão hipócrita essa linha divisória das armas químicas.... Matar 40 mil civis a bala pode, matar 1000 com armas químicas, aí ja é demais......
Não é porque as armas químicas são especialmente cruéis, como as minas terrestres que foram quase abolidas?
Cruéis como? Matam com mais dor ou algo do tipo?

Sim. A morte ocorre após uma longa e dolorosa agonia.

O gás Sarin (usado na Síria) mata por asfixia, que leva em média de 5 a 7 min para o óbito, em oposição, um tiro, se não for na cabeça ou no coração pode levar horas ou dias para o óbito...... To preferindo o gás......

Boa sorte se um dia tiver que escolher. O gás Sarin é 500 vezes mais venenoso que o Cianeto, se você tiver a "sorte" de morrer agonizantemente rápido, ok, sofreu pouco, mas se por ventura você apenas estiver na zona periférica do ataque, se prepare, não quero nem pensar no que ele é capaz de fazer. Outra coisa é a diferença entre matar e ferir com uma arma de fogo, a letalidade é muito menor e é preciso um grande número de pessoas para matar outro grande número de pessoas´com um grande número de armas. Com as armas químicas, você só precisa de um laboratório e um recipiente cheio de gás para matar milhares.

Não é necesseario uma arma química, um M.O.A.B tem uma potencia de 80ton de TNT numa única bomba, que pode ser jogada de um avião. E aí é menos pior que arma química? 10 MOABs pode, mas sarin ja é demais? Isso pra mim é ridículo.

De fato é ridículo qualquer arma de destruição em massa, mas as armas químicas são muito mais baratas e fáceis de serem executadas, não demandam tanta tecnologia e arrisco a dizer que praticamente qualquer um pode fazê-las, por isso todo esse alvoroço.

Offline Fernando Silva

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #676 Online: 12 de Setembro de 2013, 07:19:45 »
Só não consigo entender porque os americanas querem depor o Bashar. A opção a ele é bem mais perigosa aos interesses americanos. Parecem que estão agindo ideologicamente ou dando um tiro no próprio pé, o que não seria a primeira vez que ocorre.
Israel já disse que não quer que nenhum dos lados vença e prefere que a guerra continue indefinidamente.

Na verdade, se Assad for derrubado, a guerra vai continuar, só que entre as facções, que só têm em comum a vontade de eliminar o governo atual. Vai ser outro Iraque.

Offline Fernando Silva

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #677 Online: 12 de Setembro de 2013, 07:24:31 »
O gás Sarin (usado na Síria) mata por asfixia, que leva em média de 5 a 7 min para o óbito, em oposição, um tiro, se não for na cabeça ou no coração pode levar horas ou dias para o óbito...... To preferindo o gás......
Com o gás, a morte é garantida. Com o tiro, pode dar tempo de se salvar.

Offline André Luiz

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #678 Online: 14 de Setembro de 2013, 11:26:11 »
Esta artigo trata do problema do uso de armas químicas, tem um lance de não ser uma arma de guerreiro e sim de covarde


http://www.forte.jor.br/2013/08/30/fetiche-quimico/

Offline Fernando Silva

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #679 Online: 14 de Setembro de 2013, 14:28:11 »
Esta artigo trata do problema do uso de armas químicas, tem um lance de não ser uma arma de guerreiro e sim de covarde

http://www.forte.jor.br/2013/08/30/fetiche-quimico/
Acho que a ilusão da guerra romântica acabou na Primeira Guerra.
A única distinção que sobrou, acho eu, é quais armas matam civis inocentes e quais matam só o inimigo. Ou então, quais armas incapacitam o inimigo e quais não.

Offline Fernando Silva

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #680 Online: 16 de Setembro de 2013, 07:17:01 »
Isaías 17:1-7
Peso de Damasco.
Eis que Damasco será tirada, e já não será cidade, antes será um montão de ruínas.

As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os rebanhos que se deitarão sem que alguém os espante.
E a fortaleza de Efraim cessará, como também o reino de Damasco e o restante da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o Senhor dos Exércitos.

E naquele dia será diminuída a glória de Jacó, e a gordura da sua carne ficará emagrecida.

Porque será como o segador que colhe a cana do trigo e com o seu braço sega as espigas; e será também como o que colhe espigas no vale de Refaim.

Porém ainda ficarão nele alguns rabiscos, como no sacudir da oliveira: duas ou três azeitonas na mais alta ponta dos ramos, e quatro ou cinco nos seus ramos mais frutíferos, diz o Senhor Deus de Israel.

Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos olharão para o Santo de Israel.



Offline Barata Tenno

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #681 Online: 18 de Setembro de 2013, 17:28:51 »
O gás Sarin (usado na Síria) mata por asfixia, que leva em média de 5 a 7 min para o óbito, em oposição, um tiro, se não for na cabeça ou no coração pode levar horas ou dias para o óbito...... To preferindo o gás......
Com o gás, a morte é garantida. Com o tiro, pode dar tempo de se salvar.

Um MOAB também a morte é garantida.
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Pasteur

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #682 Online: 02 de Outubro de 2013, 05:32:39 »

Doeu ler você escrever suposto governo tirano. Suposto? Será que estou sendo injusto com Assad?

  Assad é um ditador, mas é melhor ele no poder, do que extremistas islâmicos. Israel acabara atacando a Síria, caso os extremistas dominem o país, e uma guerra regional poderia ser desencadeada.

   Não é simplesmente matar o ditador Assad (como foi na Líbia e Iraque) e estabelecer uma democracia, o cenário na Síria  é complexo. Os rebeldes não estão de acordo, e mesmo com o Assad fora do jogo, a guerra provavelmente continuaria entre eles.

Nunca se deve abdicar de lutar por uma democracia ainda que o cenário seja espinhoso.

Offline Jovem Cético

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #683 Online: 02 de Outubro de 2013, 16:35:49 »

Doeu ler você escrever suposto governo tirano. Suposto? Será que estou sendo injusto com Assad?

  Assad é um ditador, mas é melhor ele no poder, do que extremistas islâmicos. Israel acabara atacando a Síria, caso os extremistas dominem o país, e uma guerra regional poderia ser desencadeada.

   Não é simplesmente matar o ditador Assad (como foi na Líbia e Iraque) e estabelecer uma democracia, o cenário na Síria  é complexo. Os rebeldes não estão de acordo, e mesmo com o Assad fora do jogo, a guerra provavelmente continuaria entre eles.

Nunca se deve abdicar de lutar por uma democracia ainda que o cenário seja espinhoso.

Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.

As quatro lições da Primavera Árabe:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/07/130708_primavera_arabe_mdb.shtml
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Offline Fernando Silva

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #684 Online: 03 de Outubro de 2013, 06:46:30 »
Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.
"Democracia" ainda é um conceito difícil de entender para esse povo. Nunca tiveram. Sem falar em que não há democracia onde um livro de mitologia é que define as leis.

Offline Pagão

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #685 Online: 03 de Outubro de 2013, 06:59:43 »
Esta artigo trata do problema do uso de armas químicas, tem um lance de não ser uma arma de guerreiro e sim de covarde

http://www.forte.jor.br/2013/08/30/fetiche-quimico/

No final, o que conta é quem vence. Não se usaram certas armas em certas guerras apenas por receio da retaliação, doutro modo seriam usadas. Se garantissem a vitória final, seriam usadas.

"arma de guerreiro e arma de covarde". Bem analisado, é mera declaração de efeito psicológico feita pelos mais fortes para impedir que os mais fracos tenham chance de vencer...
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Pasteur

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #686 Online: 03 de Outubro de 2013, 08:01:28 »
Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.
"Democracia" ainda é um conceito difícil de entender para esse povo. Nunca tiveram. Sem falar em que não há democracia onde um livro de mitologia é que define as leis.

Fiquei curioso agora: que povo você se refere? Quantos são os que acreditam que esse livro deve definir as leis?

Antes do brasileiro ter democracia, ele tinha dificuldade de entender o conceito? Pois antes de ter democracia, eles nunca tiveram...ops...ficou meio óbvio...

Offline Geotecton

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #687 Online: 03 de Outubro de 2013, 08:40:05 »
Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.
"Democracia" ainda é um conceito difícil de entender para esse povo. Nunca tiveram. Sem falar em que não há democracia onde um livro de mitologia é que define as leis.
Fiquei curioso agora: que povo você se refere? Quantos são os que acreditam que esse livro deve definir as leis?

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Você já conversou com muçulmanos (homens e mulheres)?

Se "sim", em quantas oportunidades e em que condições?
Foto USGS

Offline Dr. Manhattan

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #688 Online: 03 de Outubro de 2013, 09:13:43 »
Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.
"Democracia" ainda é um conceito difícil de entender para esse povo. Nunca tiveram. Sem falar em que não há democracia onde um livro de mitologia é que define as leis.
Fiquei curioso agora: que povo você se refere? Quantos são os que acreditam que esse livro deve definir as leis?

Antes do brasileiro ter democracia, ele tinha dificuldade de entender o conceito? Pois antes de ter democracia, eles nunca tiveram...ops...ficou meio óbvio...

Você já conversou com muçulmanos (homens e mulheres)?

Se "sim", em quantas oportunidades e em que condições?

Eu já conversei. Com vários muçulmanos. Alguns mais religiosos, outros não (e até uns que desconfio sejam ateus, mas isso não vem ao caso). Estes não me pareceram muito diferentes dos cristãos no que diz respeito à relação Igreja-Estado. Nenhum deles defendia a adoção a Sharia. Falar que Democracia ainda é um conceito difícil de entender para "esse povo" me parece incrivelmente semelhante ao discurso preconceituoso de alguns americanos que dizem que "esse povo" - no caso, os latinos, são naturalmente supersticiosos, crédulos (olha quem fala...) e que também não "entendem" o conceito de Democracia.
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline Pasteur

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #689 Online: 03 de Outubro de 2013, 09:28:04 »
Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.
"Democracia" ainda é um conceito difícil de entender para esse povo. Nunca tiveram. Sem falar em que não há democracia onde um livro de mitologia é que define as leis.
Fiquei curioso agora: que povo você se refere? Quantos são os que acreditam que esse livro deve definir as leis?

Antes do brasileiro ter democracia, ele tinha dificuldade de entender o conceito? Pois antes de ter democracia, eles nunca tiveram...ops...ficou meio óbvio...

Você já conversou com muçulmanos (homens e mulheres)?

Se "sim", em quantas oportunidades e em que condições?

Eu já conversei. Com vários muçulmanos. Alguns mais religiosos, outros não (e até uns que desconfio sejam ateus, mas isso não vem ao caso). Estes não me pareceram muito diferentes dos cristãos no que diz respeito à relação Igreja-Estado. Nenhum deles defendia a adoção a Sharia. Falar que Democracia ainda é um conceito difícil de entender para "esse povo" me parece incrivelmente semelhante ao discurso preconceituoso de alguns americanos que dizem que "esse povo" - no caso, os latinos, são naturalmente supersticiosos, crédulos (olha quem fala...) e que também não "entendem" o conceito de Democracia.

É isso.  :ok:  Eu nasci muçulmano, casei com muçulmana e naturalmente conversei com vários muçulmanos daqui e do Líbano. E tive a mesma impressão do Dr. Manhattan.

Offline Fabrício

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #690 Online: 03 de Outubro de 2013, 11:05:10 »
Nem todos que lutaram contra as ditaduras queriam a democracia, por isso existe uma imensa confusão.
"Democracia" ainda é um conceito difícil de entender para esse povo. Nunca tiveram. Sem falar em que não há democracia onde um livro de mitologia é que define as leis.
Fiquei curioso agora: que povo você se refere? Quantos são os que acreditam que esse livro deve definir as leis?

Antes do brasileiro ter democracia, ele tinha dificuldade de entender o conceito? Pois antes de ter democracia, eles nunca tiveram...ops...ficou meio óbvio...

Você já conversou com muçulmanos (homens e mulheres)?

Se "sim", em quantas oportunidades e em que condições?

Eu já conversei. Com vários muçulmanos. Alguns mais religiosos, outros não (e até uns que desconfio sejam ateus, mas isso não vem ao caso). Estes não me pareceram muito diferentes dos cristãos no que diz respeito à relação Igreja-Estado. Nenhum deles defendia a adoção a Sharia. Falar que Democracia ainda é um conceito difícil de entender para "esse povo" me parece incrivelmente semelhante ao discurso preconceituoso de alguns americanos que dizem que "esse povo" - no caso, os latinos, são naturalmente supersticiosos, crédulos (olha quem fala...) e que também não "entendem" o conceito de Democracia.

É isso.  :ok:  Eu nasci muçulmano, casei com muçulmana e naturalmente conversei com vários muçulmanos daqui e do Líbano. E tive a mesma impressão do Dr. Manhattan.


Pasteur, você ainda é muçulmano ou deixou a religião?

Pelo que tenho visto por aí, embora não conheça nenhum pessoalmente, o muçulmano "médio" me parece bastante próximo do cristão "médio". O problema do Islã é que a religião ainda não foi "domesticada" como o cristianismo, por exemplo, dando ainda espaço a Estados teocráticos ditatoriais, radicais dispostos a matar ou morrer pela religião e outras aberrações que não vemos mais em outras religiões, em regra.

Talvez isto se deva por ser o Islã uma religião relativamente "jovem"... talvez  com o tempo (muito tempo  :() melhore.
"Deus prefere os ateus"

Offline Pasteur

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #691 Online: 03 de Outubro de 2013, 11:59:56 »

Pasteur, você ainda é muçulmano ou deixou a religião?

Pelo que tenho visto por aí, embora não conheça nenhum pessoalmente, o muçulmano "médio" me parece bastante próximo do cristão "médio". O problema do Islã é que a religião ainda não foi "domesticada" como o cristianismo, por exemplo, dando ainda espaço a Estados teocráticos ditatoriais, radicais dispostos a matar ou morrer pela religião e outras aberrações que não vemos mais em outras religiões, em regra.

Talvez isto se deva por ser o Islã uma religião relativamente "jovem"... talvez  com o tempo (muito tempo  :() melhore.

Fabrício, você não leu esse tópico que criei.  :chorao:

Verdade, vemos mais radicais dispostos a irem para o paraíso que são mais radicais que os radicais de outras religiões. As ditaduras teocráticas são uma maneira dos vigaristas se manterem no poder e usam a religião para esse fim. Se não fosse pela desculpa da religião eles arrumariam outra para continuar no poder. Exemplos de ditaduras não islâmicas neste planeta não faltam.

O problema é que há muita generalização, manchando a imagem de todos. Há um bilhão e meio de muçulmanos no mundo e a grande maioria só quer crer em seu Deus e viver a vida normalmente, tentando como todos viver uma vida em paz e próspera. Como a maioria dos cristãos não levam a bíblia ao pé da letra, o mesmo ocorre com os muçulmanos.

Aqui no Brasil, por exemplo, por que não há atentados de pelo menos um dos um milhão e meio de muçulmanos brasileiros? Afinal aqui está cheio de incrédulos e seria uma ótima oportunidade de ir para o paraíso cheio de virgens. É uma prova inequívoca da leitura não literal do Alcorão.

Offline Fabrício

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #692 Online: 03 de Outubro de 2013, 12:32:29 »

Pasteur, você ainda é muçulmano ou deixou a religião?

Pelo que tenho visto por aí, embora não conheça nenhum pessoalmente, o muçulmano "médio" me parece bastante próximo do cristão "médio". O problema do Islã é que a religião ainda não foi "domesticada" como o cristianismo, por exemplo, dando ainda espaço a Estados teocráticos ditatoriais, radicais dispostos a matar ou morrer pela religião e outras aberrações que não vemos mais em outras religiões, em regra.

Talvez isto se deva por ser o Islã uma religião relativamente "jovem"... talvez  com o tempo (muito tempo  :() melhore.

Fabrício, você não leu esse tópico que criei.  :chorao:


Até li, mas não me lembrava  :vergonha:...
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Offline Jovem Cético

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #693 Online: 18 de Outubro de 2013, 08:04:52 »
O impacto da “Primavera Árabe”, como ficou conhecida a sucessão de quedas de ditaduras na Tunísia, no Egito e na Líbia, continua a reverberar na Arábia Saudita, país conhecido por sua feroz ditadura monárquica, suas desigualdades abissais, o domínio do islamismo radical e a implacável opressão e discriminação às mulheres.

Após pressão – via redes sociais – que em março contribuíram para que o reino liberasse 130 bilhões de dólares destinados às áreas social e de infraestrutura, agora um frágil, tênue esboço de direito está sendo concedido às mulheres: a participação feminina nas eleições municipais — elas próprias algo recente no país, já que começaram em 2005. Por um conselho do reino do qual só participam homens, evidentemente.

A partir de 2015 – o que exclui, portanto, as eleições da semana que vem -, as mulheres sauditas poderão votar e se candidatar, anunciou no sábado o rei Abdullah bin Abdulaziz al-Saud. Uma decisão inédita em 88 anos da monarquia al-Saud. “Nos recusamos a marginalizar as mulheres na sociedade nos papéis que estejam de acordo com a sharia (lei islâmica)”, disse, no que soa como uma ironia num dos países do mundo em que as mulheres menos têm direitos.

Mas ué, se eles “se recusam a marginalizar” as mulheres, porque só tomaram esta medida agora? E quanto aos outros direitos femininos, como dirigir automóveis sem autorização de um homem, viajar, ir a médicos sem restrição — sem contar a barbaridade que é uma mulher saudida jamais poder avistar-se com um homem, mesmo em local público, sem a companhia de um parente?

De todas as maneiras, votar em eleições de pouca importância, e ser votadas, é melhor do que nada.

O anúncio do velho rei, de 87 anos de idade, há seis anos no poder, sucedendo ao irmão, Fahd, é mais um gesto para acalmar os protestos do que uma mudança estrutural minimamente consistente. Até porque apenas metade dos cargos dos 285 conselhos municipais é escolhido por votação.

A Arábia Saudita continua um reino das trevas, e as principais potências do Ocidente, dependentes do petróleo do reino e de seu apoio militar e estratégico, fecham os olhos ao regime de terror que reina no país — onde se atropelam sem hesitação os direitos humanos, onde a polícia secreta é onipresente, onde se prendem, torturam e matam os opositores, onde não há liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade sindical, mínima igualdade de direitos para as mulheres e é inimaginável o conceito de alternância no poder.

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/vasto-mundo/primavera-arabe-continua-resvalando-na-arabia-saudita-e-mulheres-participarao-de-eleicoes-municipais/

A hipocrisia americana beira o absurdo, apoiam um país deste e ainda tem coragem de falar da Síria.
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Offline Pasteur

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #694 Online: 18 de Outubro de 2013, 23:19:18 »
A hipocrisia americana beira o absurdo, apoiam um país deste e ainda tem coragem de falar da Síria.

EUA criticam Irã, Arábia Saudita, Rússia e China


Offline Muad'Dib

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #695 Online: 19 de Outubro de 2013, 06:38:47 »
Eu acho tão hipócrita essa linha divisória das armas químicas.... Matar 40 mil civis a bala pode, matar 1000 com armas químicas, aí ja é demais......
Não é porque as armas químicas são especialmente cruéis, como as minas terrestres que foram quase abolidas?
Cruéis como? Matam com mais dor ou algo do tipo?

Sim. A morte ocorre após uma longa e dolorosa agonia.

O gás Sarin (usado na Síria) mata por asfixia, que leva em média de 5 a 7 min para o óbito, em oposição, um tiro, se não for na cabeça ou no coração pode levar horas ou dias para o óbito...... To preferindo o gás......

Boa sorte se um dia tiver que escolher. O gás Sarin é 500 vezes mais venenoso que o Cianeto, se você tiver a "sorte" de morrer agonizantemente rápido, ok, sofreu pouco, mas se por ventura você apenas estiver na zona periférica do ataque, se prepare, não quero nem pensar no que ele é capaz de fazer. Outra coisa é a diferença entre matar e ferir com uma arma de fogo, a letalidade é muito menor e é preciso um grande número de pessoas para matar outro grande número de pessoas´com um grande número de armas. Com as armas químicas, você só precisa de um laboratório e um recipiente cheio de gás para matar milhares.

Não é necesseario uma arma química, um M.O.A.B tem uma potencia de 80ton de TNT numa única bomba, que pode ser jogada de um avião. E aí é menos pior que arma química? 10 MOABs pode, mas sarin ja é demais? Isso pra mim é ridículo.

De fato é ridículo qualquer arma de destruição em massa, mas as armas químicas são muito mais baratas e fáceis de serem executadas, não demandam tanta tecnologia e arrisco a dizer que praticamente qualquer um pode fazê-las, por isso todo esse alvoroço.

Não vejo a menor diferença entre a utilização de armas químicas e bombardeios maciços como os ue ocorreram em Dresden, vietnam, iraque e Afeganistão.

Não vejo diferença entre armas químicas e as bombas de fragmentação que o Brasil exporta.

O Assad tem que ser desarmado porque ele é uma ameaça para a humanidade. Ele tem que ser desarmado porque quando (e Se) ele cair essas armas vão parar em mãos mais idiotas ainda.

No site da Al-Jazera, uns meses atrás, eles colocaram um documentário sobre os efeitos da guerra no Iraque sobre a população. A taxa de malformações congênitas explodiu de forma assustadora, inclusive com inúmeros casos que nunca tinham sido relatados na literatura médica. O vídeo foi totalmente brutal, tinha bebes com órgãos formados fora do corpo, com membros extras, e até um bebe "cíclope", com um olho no meio da testa. Foi difícil até de ver, esse "cíclope" eu nem tenho certeza que era um olho só mesmo, eu tive que virar o rosto. Não esperava ver o que eu vi.

Armas químicas, biológicas, nucleares, bombas de fragmentação, minas terrestres, super aviões, MOABS, fósforo branco, Qsans, Scuds, Tomahawks e todo o resto são armas covardes e cruéis. Guerra justa (hahaha) é M-16 X AK-47.


Offline Dr. Manhattan

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #696 Online: 19 de Outubro de 2013, 09:34:08 »

Armas químicas, biológicas, nucleares, bombas de fragmentação, minas terrestres, super aviões, MOABS, fósforo branco, Qsans, Scuds, Tomahawks e todo o resto são armas covardes e cruéis. Guerra justa (hahaha) é M-16 X AK-47.


Não discordo da essência do seu post, mas tenho alguns pontos de discordância com essa última frase:

(a) Acho ridícula essa afirmação sobre algumas armas serem covardes e cruéis. Na Idade Média os "nobres" cavaleiros usavam espadas, machados, martelos, etc. Só que grande parte das baixas aconteciam depois que a linha de escudos se quebrava: os "nobres" cavaleiros, com suas armas de forma-alguma-covardes, saíam em perseguição aos soldados de infantaria e os golpeavam selvagemente. Se você olhar o crânio de um soldado morto assim, com um golpe de espada na nuca ou no rosto, verá quão menos cruel era essa arma. Sem falar que boa parte das vítimas de golpes de espada morria lentamente, de hemorragia, ou mais lentamente ainda de gangrena. O fato é que todas as armas são cruéis, sem exceção.

(b) Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o sentido das armas de guerra não é realmente exterminar os inimigos, mas sim acabar com a capacidade do inimigo de resistir. Parece uma diferença irrelevante, mas é por esse motivo que o objetivo de um navio de guerra é destruir o navio inimigo - e não necessariamente seus marinheiros, que costumam ser resgatados do mar. É por isso também que durante a Guerra Fria, grande parte dos alvos dos ICBMs eram os silos de mísseis e instalações militares dos respectivos países. Isso não quer dizer que os estrategistas militares sejam humanistas, longe disso, mas sim que é geralmente mais prático e econômico atacar a infraestrutura militar do que o pessoal*. Aliás, as próprias bombas nucleares são consequência dessa lógica econômica: SE você não consegue atingir seu alvo com precisão, então das duas uma: ou você joga milhares de bombas, usando dezenas de aviões, para talvez que sabe conseguir destruir o alvo, ou você usa um (1) míssil com uma bomba gigante, para ter o mesmo resultado. O fato é que a segunda opção é mais barata (teve gente que realmente fez as contas disso).

(c) O diferencial das armas químicas não é realmente sua crueldade, mas sim o fato de que são pouco eficazes contra uma força que está preparada contra elas, e também porque podem facilmente se voltar contra quem as lançou (se o vento mudar). Elas não são piores, por exemplo, que as minas terrestres - que têm o adicional de tornarem certas regiões inabitáveis por décadas.

(d) Fora isso, armas existem dentro de um contexto social. O Japão na Era Tokugawa conseguiu praticamente suprimir o uso de armas de fogo, pelo risco que estas causavam à ordem social vigente. A ICAR tentou proibir o uso da besta na Idade Média, pelo mesmo motivo. Então o julgamento que se faz de uma arma não deve levar em conta só o seu caráter intrínseco, mas o ambiente onde ela é usada. E o fato é que, no contexto atual, armas químicas são mal vistas, independentemente de estas serem "piores" ou "melhores" do que outras.


*Ex.: Os chamados "ataques cirúrgicos" que os EUA tem usado desde a Guerra do Golfo não surgiram de uma guinada humanista, mas sim porque a tecnologia avançou a ponto de que estes se tornassem viáveis. Os chamados bombardeios de saturação, que se praticavam antes, costumavam ser pouco eficazes - não só para destruir seus alvos, como para reduzir a moral da população.
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Alan Watts

Offline Muad'Dib

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #697 Online: 19 de Outubro de 2013, 11:26:51 »
A impressão que eu tenho é que o objetivo implícito em se possuir armas químicas é primariamente atacar a população civil. O problema é que as outras armas convencionais acabam tendo o mesmo efeito. Só ver que desde a I Guerra Mundial a taxa de vítimas civis em guerras só tem aumentado.

E mesmo os ditos "ataques cirúrgicos" não são tão cirúrgicos assim, tanto é que os ataques de saturação, ou como, jocosamente, são chamados nos EUA, "Carpet of bombs", ainda são muito usados.

Guerra nunca é nobre ou humanitária, mesmo no mano a mano, mas para efeitos práticos as bombas são tão ou mais devastadoras que as armas químicas. O certo, em um mundo ideal, seria tudo ser encaixado no mesmo balaio de gato.

O mundo não é o ideal e nem ruma para ser, mas nada impede de nós vermos as coisas como elas são e como elas deveriam ser.

Offline Muad'Dib

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #698 Online: 19 de Outubro de 2013, 11:31:22 »

Armas químicas, biológicas, nucleares, bombas de fragmentação, minas terrestres, super aviões, MOABS, fósforo branco, Qsans, Scuds, Tomahawks e todo o resto são armas covardes e cruéis. Guerra justa (hahaha) é M-16 X AK-47.



(d) Fora isso, armas existem dentro de um contexto social. O Japão na Era Tokugawa conseguiu praticamente suprimir o uso de armas de fogo, pelo risco que estas causavam à ordem social vigente. A ICAR tentou proibir o uso da besta na Idade Média, pelo mesmo motivo. Então o julgamento que se faz de uma arma não deve levar em conta só o seu caráter intrínseco, mas o ambiente onde ela é usada. E o fato é que, no contexto atual, armas químicas são mal vistas, independentemente de estas serem "piores" ou "melhores" do que outras.




Eu já li um texto interessante, não lembro onde, sobre armas e contexto social. Classificar armas químicas como imorais e MOABS e Drones como morais cumpre um papel bem importante na ordem geopolítica mundial. Se elas não são efetivas contra exércitos elas são uma boa justificativa para invasões.

Offline Jovem Cético

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Re:Revolta Árabe
« Resposta #699 Online: 21 de Outubro de 2013, 04:40:16 »
A hipocrisia americana beira o absurdo, apoiam um país deste e ainda tem coragem de falar da Síria.

EUA criticam Irã, Arábia Saudita, Rússia e China

  Pois é, isso foi no governo de Bush filho, mas o prêmio Nobel da paz Obama, não falou nada e a primavera Árabe aconteceu durante o governo dele.
Afirmativas extraordinárias, exigem provas extraordinárias. Carl Sagan

 

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