Autor Tópico: Revolta Árabe  (Lida 71021 vezes)

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Offline André Luiz

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Re: Revolta Árabe derruba o Faraó
« Resposta #75 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 11:26:39 »
Engraçada e a postura da comunidade evangelica em relaçao a estas revoltas no mundo arabe

"É o fim do mundo"

"Jesus esta voltando"

"Agora é hora de manda rmissionarios para a regiao e salvar todos eles"

Tem até ong encarregada disto

 :lol:

Offline Dr. Manhattan

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Re: Revolta Árabe derruba o Faraó
« Resposta #76 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 11:28:12 »
Eles deviam ir todos pra lá fazer proselitismo cristão. Garanto que seriam recebidos de braços abertos.  :twisted:
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Alan Watts

Offline André Luiz

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #77 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 11:30:56 »
Bem que os americanos poderiam mandar um porta-avioes pra la, para inibir o ataque a civis

Offline Dr. Manhattan

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #78 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 11:34:48 »
Bem que os americanos poderiam mandar um porta-avioes pra la, para inibir o ataque a civis

Acho (não tenho certeza) que o Enterprise já estava no Mediterrâneo. Não acho que alguma intervenção externa vá acontecer
tão cedo. Em princípio, o malucão ainda é o governante reconhecido da Líbia. Porém, talvez isso mude se o Conselho de Segurança
da ONU, que está reunido agora discutindo essa questão, resolver intervir (o que duvido vá acontecer, principalmente por causa de
Rússia e China).
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Offline EduardoCFF

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Re: Revolta Árabe derruba o Faraó
« Resposta #79 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 12:45:46 »
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Soldados desertam e moradores tomam cidade líbia de Tobruk
22 de fevereiro de 2011 • 11h55 • atualizado às 12h16



O lado líbio da fronteira egípcia estava nesta terça-feira sob controle de rebeldes armados com cassetetes e fuzis Kalashnikov, que saudaram visitantes vindos do Egito, relatou um correspondente da Reuters que atravessou a fronteira, entrando na Líbia.

Soldados líbios na cidade de Tobruk disseram que eles não apoiam mais o líder líbio, Muammar Kadafi, e confirmaram que o leste do país está fora do controle do governo. Moradores afirmaram que a cidade está agora em mãos do povo e vem sendo assim há três dias.

"Todas as regiões do leste estão agora fora do controle de Kadafi... O povo e o Exército estão lado a lado aqui", disse o agora ex-major do Exército Hany Saad Marjaa.

O correspondente relatou que, quando passava pela cidade de Musaid, no lado líbio da fronteira, um dos rebeldes ergueu de ponta-cabeça uma foto de Kadafi sobre a qual estava rabiscado "tirano açougueiro, assassino de líbios". Os rebeldes davam as boas-vindas aos carros e permitiam sua passagem pela fronteira.

O Exército do Egito disse que os guardas líbios da fronteira partiram e que o lado líbio da fronteira estava sob o controle de "comitês populares", sem dar detalhes sobre a fidelidade dos comitês.

Testemunhas disseram na terça-feira que Kadafi usou tanques, helicópteros e aviões de guerra para combater a revolta crescente. O líder veterano zombou de relatos segundo os quais estaria fugindo, depois de quatro décadas no poder.

As manifestações se espalharam para Trípoli, partindo de Benghazi, a segunda maior cidade do país e berço da revolta, que já chegou a várias cidades. Moradores de Benghazi dizem que a cidade agora está sob controle dos manifestantes.

Um líbio que não pôde ser identificado disse ao correspondente da Reuters em território líbio que Benghazi foi "libertada" no sábado de um batalhão pertencente a um dos filhos de Gaddafi.

Enquanto o correspondente passava de carro por um trecho de estrada no deserto, com ocasionais rebanhos de cabras e casinhas de tijolos, grupos de rebeldes com fuzis de assalto e espingardas nas mãos acenavam alegremente para os carros que passavam.

"Foto! Foto!", eles diziam, fazendo o sinal de V de vitória com os dedos e posando com suas armas. Um dos líbios, zombando do culto à personalidade cultivado por Gaddafi, apontou para uma pichação que dizia "nenhum Deus senão Alá".

As forças de segurança vêm reprimindo manifestantes com ferocidade em todo o país. Os combates explodiram no leste produtor de petróleo da Líbia na semana passada, em uma reação a décadas de repressão e após levantes que derrubaram líderes na Tunísia e no Egito, e depois chegaram a Trípoli.

"Isto é genocídio"
Falando à Reuters pelo telefone desde a cidade líbia de Al Bayda, um líbio descreveu nesta terça-feira como forças usando aviões e tanques mataram 26 pessoas durante a noite, incluindo seu próprio irmão.

Neste momento os líbios "estão com medo das próprias sombras," disse Marai Al Mahry, da tribo Ashraf, que identificou seu irmão morto como Ahmed Al Mahry.

"Isto é pior do que qualquer pessoa pode imaginar, é algo que nenhum humano pode compreender. Estão nos bombardeando com aviões, estão nos matando com tanques", disse Mahry, chorando incontrolavelmente enquanto apelava por ajuda.

Mahry acusou forças leais a Gaddafi de cometer matança indiscriminada nas ruas da cidade costeira situada a leste de Benghazi. "Eles atiram contra pessoas simplesmente por estarem andando na rua." Não foi possível obter confirmação independente de seu relato.

"A única coisa que nos resta fazer agora é não desistir, não nos rendermos, não voltar atrás. Vamos morrer de qualquer maneira, querendo ou não. Está claro que eles não se importam se vivemos ou não. Isto é genocídio", disse Mahry, 42 anos.

Descrevendo o clima de medo criado pela repressão, ele disse: "Os líbios estão com medo das próprias sombras. As crianças não conseguem dormir. É como se estivéssemos em outro planeta."

Ansioso por transmitir sua mensagem para o vizinho Egito e mais além, ele disse: "Peço às pessoas do mundo - peço aos egípcios - que rezem por nós, que se manifestem por nós."

Os novos governantes militares do Egito - que assumiram o poder após a derrubada do presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro - disseram que o principal ponto de travessia da fronteira ficará aberto 24 horas por dia para permitir a entrada de feridos e doentes.

Mundo árabe em convulsão
A onda de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Ben Ali e do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região. Há elementos comuns em todos os conflitos: em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica e o clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.

No norte da África, a Argélia vive - desde o começo do ano - protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, que ocupa o cargo desde que venceu as eleições, pela primeira vez, em 1999; mais recentemente, a população do Marrocos também aderiu aos protestos, questionando o reinado de Mohammed VI. A onda também chegou à península arábica: na Jordânia, foi rápida a erupção de protestos contra o rei Abdullah, no posto desde 1999; já ao sul da península, massas têm saído às ruas para pedir mudanças no Iêmen, presidido por Ali Abdullah Saleh desde 1978, bem como em Omã, no qual o sultão Al Said reina desde 1970.

Além destes, os protestos vêm sendo particularmente intensos em dois países. Na Líbia, país fortemente controlado pelo revolucionário líder Muamar Kadafi, a população entra em sangrento confronto com as forças de segurança; em meio à onda de violência, um filho de Kadafi foi à TV estatal do país para tirar a legitimidade dos protestos, acusando um "complô" para dividir o país e suas riquezas. Na península arábica, o pequeno reino do Bahrein - estratégico aliado dos Estados Unidos - vem sendo contestado pela população, que quer mudanças no governo do rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, no poder desde 1999.

Além destes países árabes, um foco latente de tensão é a república islâmica do Irã. O país persa (não árabe, embora falante desta língua) é o protagonista contemporâneo da tensão entre Islã/Ocidente e também tem registrado protestos populares que contestam a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, no cargo desde 2005. Enquanto isso, a Tunísia e o Egito vivem os lento e trabalhoso processo pós-revolucionário, no qual novos governos vão sendo formados para tentar dar resposta aos anseios da população.

http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4957101-EI17594,00-Soldados+desertam+e+moradores+tomam+cidade+libia+de+Tobruk.html
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Offline Mahul

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #80 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 13:41:23 »
Concordo com o Geo. Tudo bem que ainda vivemos na menos pior forma de governo, mas não são raras as ocasiões em que sinto que a embalagem é muito superior ao conteúdo! ::) 
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Offline Pagão

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #81 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 14:15:42 »
O problema deverá ser a China... pois a Rússia deve estar por dentro do jogo... senão este dificilmente teria começado...
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline Contini

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #82 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 14:48:34 »
Bem que os americanos poderiam mandar um porta-avioes pra la, para inibir o ataque a civis

Acho (não tenho certeza) que o Enterprise já estava no Mediterrâneo. Não acho que alguma intervenção externa vá acontecer
tão cedo. Em princípio, o malucão ainda é o governante reconhecido da Líbia. Porém, talvez isso mude se o Conselho de Segurança
da ONU, que está reunido agora discutindo essa questão, resolver intervir (o que duvido vá acontecer, principalmente por causa de
Rússia e China).
Pois é... e tem petróleo na jogada, o que normalmente faz com que os americanos sejá mais "cuidadosos".
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

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Offline Dr. Manhattan

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #83 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 14:57:48 »
Eu diria que os americanos vão ser cuidadosos, mas não necessariamente por causa do petróleo, mas pelo medo de ter que se envolver em outra
enrolada em um país distantes. O Obama está cortando gastos do orçamento, já está saindo do Iraque e as coisas no Afeganistão não estão indo bem.

E sim, tanto a Rússia quanto a China vão ser contra qualquer ação: a Rússia não deseja abrir um precedente de intervenção externa, quando tem
seus próprios problemas com separatistas muçulmanos. Idem para a China, que um dia desses massacrou membros de sua minoria muçulmana.
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Alan Watts

Offline Contini

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #84 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 15:00:49 »
Eu diria que os americanos vão ser cuidadosos, mas não necessariamente por causa do petróleo, mas pelo medo de ter que se envolver em outra
enrolada em um país distantes. O Obama está cortando gastos do orçamento, já está saindo do Iraque e as coisas no Afeganistão não estão indo bem.

E sim, tanto a Rússia quanto a China vão ser contra qualquer ação: a Rússia não deseja abrir um precedente de intervenção externa, quando tem
seus próprios problemas com separatistas muçulmanos. Idem para a China, que um dia desses massacrou membros de sua minoria muçulmana.
Entendo.
O momento não é propício para o governo Obama e as consequencias da guerra do Iraque são profundas em termos de custo econômico e de imagem do próprio governo! Concordo.
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Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #85 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 16:35:00 »
Se as atitudes revoltosas continuarem se espalhando pelo Oriente Médio, será o futuro da Arábia Saudita o grande temor do EUA.
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Offline Dr. Manhattan

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #86 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 16:41:09 »
Se as atitudes revoltosas continuarem se espalhando pelo Oriente Médio, será o futuro da Arábia Saudita o grande temor do EUA.

Com certeza. Acho até que haveria o risco de um novo choque do petróleo. Mas duvido que isso aconteça por lá. Os sauditas não estão passando
pelos problemas econômicos como os do norte da África. O cínico em mim acredita que um povo rico e mimado aceita mais facilmente uma ditadura
do que um desempregado e pobre.
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Alan Watts

Offline _Juca_

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #87 Online: 22 de Fevereiro de 2011, 17:36:07 »
Se as atitudes revoltosas continuarem se espalhando pelo Oriente Médio, será o futuro da Arábia Saudita o grande temor do EUA.

Acho que uma reforma democrática seria muito mais favorável para os EUA e para o mundo do que o regime teocrático da Arábia Saudita, o duro seria a transição.

Offline Pagão

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #88 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 11:28:32 »
Fidel de Castro já está a apoiar Khadafi... e a ver o grande jogo para além dos movimentos "espontâneos".
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Offline Pagão

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #89 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 11:31:20 »
"América e União Europeia, por favor, travem-no! Ele vai matar todo o povo líbio" - manifestante que bem percebe onde reside a única esperança... ou seja no Ocidente.
« Última modificação: 23 de Fevereiro de 2011, 12:58:28 por Sérgio Sodré »
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Offline _Juca_

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #90 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 11:34:44 »
ou seja no Ocidente.

Prepotência pouca é bobagem...

Offline DDV

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #91 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 23:07:44 »
Olhando essas imagens, devemos parar para pensar no PREÇO que a liberdade exige...

Pensem em todas as pessoas que morreram para hoje você está aqui, no bem bom, curtindo sua liberdade e democracia.

E?

E o quê?

A sua divagação afirma que todos nós somos devedores ad eternum pelo sacrifício daqueles que nos precederam e ela sugere que a democracia já está pronta e acabada e que não mais precisamos nos preocupar com nada.

Atualmente não é costumeiro o governo atirar ou bombardear manifestantes por essas redondezas...

Não sugeri nada. Apenas quis comparar a situação nossa (que considero privilegiada) para que a valorizemos. As pessoas costumam  menosprezar as coisas boas às quais estão acostumadas, considerando-as como dadas e naturais*...o contrário do que você sugere.

*Os anarquistas são exemplos disso: acham que a ordem na qual vivemos é natural e prescinde de um poder central.

Citar
E, no meu entender, ambas não são estritamente verdadeiras. O número de pessoas que morreram em prol da democracia efetiva é muito menor que o número de pessoas que morreram sem nunca terem prestado atenção para ela (democracia).

Houve muitas guerras na história que foram momentos decisivos para que um dia chegássemos em democracias como as atuais. Começando na Revolução Francesa, passando pelas revoltas liberais do século XIX, a luta contra o nazi-fascismo na Segunda Guerra e contra o comunismo na Guerra Fria.

Citar
E a nossa liberdade e democracia são apenas relativamente 'plenas'

É melhor do que nada

Muitos povos da atualidade desejam ardentemente obter 20% de nossa liberdade imperfeita...

E de fato a vigilância democrática continua, mas atualmente a democracia está mais consolidada no campo das idéias. As principais ideologias anti-democráticas ocidentais (fascismo e comunismo) estão praticamente enterradas.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Moro

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #92 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 23:18:46 »
[...]
mas é preciso perceber que só ocorrerá quando todo o mundo se ocidentalizar...
[...]

Quando o "mundo todo se ocidentalizar" será o fim da humanidade. Ou dos recursos naturais.



Não há nada contra o ambientalismo no capitalismo, nem no progresso contra o ambientalismo. A questão é determinar como convergir os interesses do ambientalismo com o do individuo, e a resposta é bem simples: Impacto no bolso.

Se você compra uma cerveja e paga R$ 12,00 e recebe R$ 10,00 volta quando dá a lata para o processo de reciclagem, a maior parte da população o fará.

Se você triplica o preço do petróleo, países como EUA irão investir pesadamente em energia solar.. a UE iria tirar sua energia do Saara, e por aí vai.

A questão é que hoje os recursos naturais são relativamente baratos e não há determinação política em se agir socialmente e ambientalmente.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #93 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 23:40:14 »
Atualmente não é costumeiro o governo atirar ou bombardear manifestantes por essas redondezas...

Fato. Mas infelizmente não há nenhuma garantia de que esta situação se mantenha no futuro.


Não sugeri nada. Apenas quis comparar a situação nossa (que considero privilegiada) para que a valorizemos.

E eu não sugeri, em momento algum, que desprezemos a nossa relativa boa situação. Mas, e acho isto importante, nós não somos elementos passivos, visto que também colaboramos, em maior ou menor grau, para que os direitos humanos e os demais avanços secularistas se consolidem.


As pessoas costumam  menosprezar as coisas boas às quais estão acostumadas, considerando-as como dadas e naturais*...o contrário do que você sugere.

*Os anarquistas são exemplos disso: acham que a ordem na qual vivemos é natural e prescinde de um poder central.

Eu não diria "menosprezar" e sim "esquecer". E lembre-se DDV, o "progresso" de um povo e, mais recentemente, de uma nação, não costuma ocorrer sem a opressão a outros povos e ou países, de tal modo que os "heróis" de um grupo frequentemente são os "algozes" de outros.

Citação de: Geotecton
E, no meu entender, ambas não são estritamente verdadeiras. O número de pessoas que morreram em prol da democracia efetiva é muito menor que o número de pessoas que morreram sem nunca terem prestado atenção para ela (democracia).

Houve muitas guerras na história que foram momentos decisivos para que um dia chegássemos em democracias como as atuais. Começando na Revolução Francesa, passando pelas revoltas liberais do século XIX, a luta contra o nazi-fascismo na Segunda Guerra e contra o comunismo na Guerra Fria.

Eu começaria a jornada na Revolução Estadunidense. E as lutas contra os governantes e regimes opressivos e totalitários foram comuns ao longo da história da humanidade.


Citação de: Geotecton
E a nossa liberdade e democracia são apenas relativamente 'plenas'

É melhor do que nada

Muitos povos da atualidade desejam ardentemente obter 20% de nossa liberdade imperfeita...

E de fato a vigilância democrática continua, mas atualmente a democracia está mais consolidada no campo das idéias. As principais ideologias anti-democráticas ocidentais (fascismo e comunismo) estão praticamente enterradas.

Concordo.
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Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #94 Online: 23 de Fevereiro de 2011, 23:51:46 »
Não há nada contra o ambientalismo no capitalismo, nem no progresso contra o ambientalismo. A questão é determinar como convergir os interesses do ambientalismo com o do individuo, e a resposta é bem simples: Impacto no bolso.

Se você compra uma cerveja e paga R$ 12,00 e recebe R$ 10,00 volta quando dá a lata para o processo de reciclagem, a maior parte da população o fará.

Se você triplica o preço do petróleo, países como EUA irão investir pesadamente em energia solar.. a UE iria tirar sua energia do Saara, e por aí vai.

A questão é que hoje os recursos naturais são relativamente baratos e não há determinação política em se agir socialmente e ambientalmente.

Eu temo que não seja tão simples assim Agnóstico. A destruição ambiental faz parte de qualquer sistema de produção, mas ele foi (e é) é muito mais intenso no capitalismo. As atuais legislações ambientais são muito mais uma resposta à pressão da sociedade do que um ato voluntário das empresas, principalmente das grandes corporações.

Sinceramente, eu não vejo nenhuma possibilidade de conciliar satisfatoriamente o aumento do "progresso", o crescimento da população e a preservação dos múltiplos biomas. Basta um exemplo: Em nenhum ano, desde que foi feito o primeiro levantamento florestal mundial (1970, se eu não estiver enganado), foi registrado um crescimento de área de cobertura de mata nativa, seja primária ou secundária.
« Última modificação: 24 de Fevereiro de 2011, 00:16:04 por Geotecton »
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Re: Revolta Árabe
« Resposta #95 Online: 24 de Fevereiro de 2011, 00:11:26 »
por pressão das empresas não vai ser mesmo, lembre-se que acredito na intervenção do estado na economia. Mas imagino que deve ser fácil concordar isoladamente com alguns pontos que vou colocar aqui:

- A energia solar é abundante e pouco usada. Existem projetos onde utilizando parte do sol do Saara por exemplo, a maior parte da U.E iria ter energia em suas casas.
- A grande questão é que isso é caro, e o caro é relativo. O Petróleo é barato frente a maior parte das outras fontes energéticas.
- Se a maior parte das casas usassem energia solar (eu uso em casa e no negócio de minha esposa), quanto seria a redução de energia? porque não fazemos?  Ok, nós dependemos pouco de petróleo/carvão para essa finalidade, mas isso não é verdade nos EUA nem AU por exempo.
- Na suécia, já há políticas de se pagar a mais e se abater o custo com a devolução para reciclagem. A suécia é um bom exemplo? Ela é capitalista? Quanto é a multa para o sujeito que joga o esgoto em um lago lá?

A questão é que você esta parcialmente correto. No paradigma atual, desenvolvimento significa caminhar para o esgotamento dos recursos. Mas há países atualmente vivendo no capitalismo e de maneira sustentada, e há ainda muito mais para fazer.

Não digo que seja simples. Claro que minha sentença meio que pareceu "vamos dividir os recursos disponiveis igualmente entre todos e todos ficarão felizes" mas existe um caminho factível a ser seguido baseado no mesmo sistema que vivemos atualmente.

A questão é a convergência entre os incentivos pessoais e o meio ambiente, e isso se faz com políticas financeiras e de taxação (e devolução em alguns casos) inteligentes.
-

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #96 Online: 24 de Fevereiro de 2011, 00:18:37 »
Não há nada contra o ambientalismo no capitalismo, nem no progresso contra o ambientalismo. A questão é determinar como convergir os interesses do ambientalismo com o do individuo, e a resposta é bem simples: Impacto no bolso.

Se você compra uma cerveja e paga R$ 12,00 e recebe R$ 10,00 volta quando dá a lata para o processo de reciclagem, a maior parte da população o fará.

Se você triplica o preço do petróleo, países como EUA irão investir pesadamente em energia solar.. a UE iria tirar sua energia do Saara, e por aí vai.

A questão é que hoje os recursos naturais são relativamente baratos e não há determinação política em se agir socialmente e ambientalmente.

Eu temo que não seja tão simples assim Agnóstico. A destruição ambiental faz parte de qualquer sistema de produção, mas ele foi (e é) é muito mais intenso no capitalismo. As atuais legislações ambientais são muito mais uma resposta à pressão da sociedade do que um ato voluntário das empresas, principalmente das grandes corporações.

Sinceramente, eu não vejo nenhuma possibilidade de conciliar satisfatoriamente o aumento do "progresso", o crescimento da população e a preservação dos múltiplos biomas. Basta um exemplo: Em nenhum ano desde que foi feito o primeiro levantamento florestal mundial (1970, se eu não estiver enganado) foi registrado um crescimento de área de cobertura de mata nativa, seja primária ou secundária.

[...]
mas é preciso perceber que só ocorrerá quando todo o mundo se ocidentalizar...
[...]

Quando o "mundo todo se ocidentalizar" será o fim da humanidade. Ou dos recursos naturais.



Não há nada contra o ambientalismo no capitalismo, nem no progresso contra o ambientalismo. A questão é determinar como convergir os interesses do ambientalismo com o do individuo, e a resposta é bem simples: Impacto no bolso.

Se você compra uma cerveja e paga R$ 12,00 e recebe R$ 10,00 volta quando dá a lata para o processo de reciclagem, a maior parte da população o fará.

Se você triplica o preço do petróleo, países como EUA irão investir pesadamente em energia solar.. a UE iria tirar sua energia do Saara, e por aí vai.

A questão é que hoje os recursos naturais são relativamente baratos e não há determinação política em se agir socialmente e ambientalmente.


Bobagem. Digo, não tiro da questão ambiental sua devida importância, mas quanto se fala de agir socialmente, mexer no bolso, ou criar uma tarifa ambiental, enquadrar custos ambientais, o que se quer dizer? Basicamente é deixar o custo de vida mais caro, e fazer sofrer a população mais sensível, os pobres. É claro que a classe média vai sentir, mas muito menos,  e classe rica, não estará nem se lixando, por que podem pagar qualquer custo.

Ainda preferimos o petróleo, porque é mais barato de se obter, de tecnologia totalmente dominada, e muito, mas muito abundante no planeta.  E continuará sendo a matriz energética por um bom tempo ainda. Criar pressão inflacionária com novos custos, não vai ajudar o mundo a resolver seus problemas ambientais, e criará um problema alimentar, ( qualquer semelhança com o dia de hoje, não é mera coincidência), que terá consequencias desastrosas para a população pobre do mundo, que ainda é maioria.

Offline Geotecton

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #97 Online: 24 de Fevereiro de 2011, 00:23:48 »
Agora eu preciso me retirar, pois o meu filho está chamando.

Amanhã eu respondo com um pouco mais de informações em um tópico mais adequado, tanto as observações do Agnóstico como as do _Juca_.

Só uma observação.

A sua posição _Juca_ é a "preferida" de muitos dos grandes capitalistas e de todos os depredadores ambientais.
Foto USGS

Offline Moro

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #98 Online: 24 de Fevereiro de 2011, 00:25:12 »
Juca

Primeiro a segunda parte do seu parágrafo, ao menos o início, está correta e foi o que eu disse. Petróleo é barato.

Segundo, você deve enteder que podemos INCENTIVAR o uso de energia solar e INCENTIVAR as pessoas a reciclarem através da DEVOLUÇÃO de parte do dinheiro pago quando o sujeito entregar o objeto para o processo de reciclagem.

Eu sou de um tempo onde as pessoas guardavam as garrafas de vidro para devolver em qualquer supermercado e ganhar um troco com essa devolução. Meu pai fazia isso religiosamente..  havia um incentivo financeiro para isso.

Cobre 10 reais de uma coca e devolva 8 por exemplo, isso não é ofensivo à maior parte da população, apenas poe mais uma variável no jogo.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Moro

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Re: Revolta Árabe
« Resposta #99 Online: 24 de Fevereiro de 2011, 00:27:34 »
O valor que investi em energia solar já foi pago há anos. Com uma política social, é questão de ter um financiamento barato para esse tipo de bem porque o valor da conta reduz significativamente em um país como o nosso, mesmo em SP (SOL)

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