E neste ponto, voce parece desprezar o fato de que parte do crescimento econômico de cada um dos povos, em pelo menos algum momento de sua trajetória histórica, foi obtido às custas da expropriação e pilhéria de outros povos. Se voce souber de alguma exceção, por favor me informe.
A frase em negrito é absurda! E ainda pergunta as "exceções"!
Aguardo ansiosamente a sua explicação.
Vamos começar:
Sim.
Suécia e Mongólia. Se compararmos os PIBs, veremos que o PIB da Mongólia corresponde a apenas 3% do PIB sueco. Pergunta-se:
A Suécia roubou essa riqueza da Mongólia? Caso sim, como e quando isso se deu?
Em qual trecho eu afirmei que a Suécia "roubou" a Mongólia, ou que tenha tido ao menos uma relação imperialista com ela? E não distorça o que eu escrevi. Eu afirmei claramente que:
E neste ponto, voce parece desprezar o fato de que parte do crescimento econômico de cada um dos povos, em pelo menos algum momento de sua trajetória histórica, foi obtido às custas da expropriação e pilhéria de outros povos.
.
Ou seja, eu não afirmei, em momento algum, que a totalidade (ou sequer a maior parte) da riqueza atual dos povos ou dos Estados Nacionais seja fruto de atos de expropriação, expoliação ou pilhéria de outros povos.
Aqui, eu admito, posso ter cometido um erro e não deixar claro o meu texto no que concerne ao fato de eu que não conheço a história de todos os povos, sendo perfeitamente possível que um dado povo nunca tenha, ao longo de toda a sua história, cometido um ato de pilhéria sequer contra seus vizinhos.
Que povos a Suiça, Noruega, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, e Finlândia exploraram?
Os colonizadores europeus que formaram a Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia se apropriaram de terras dos povos nativos e forneceram bens durante muito tempo para as suas metrópoles.
A Noruega, a Finlândia e a Áustria parecem ser bons exemplos das exceções que eu havia solicitado. Mas eu preciso fazer uma pesquisa mais acurada para confirmar.
A Suíça me parece um caso à parte, pois sua população é constituída de grupos falantes de alemão, frances, italiano e romaniche e que basicamente se toleram. A sua neutralidade é tão antiga quanto à criação dos primeiros bancos. E há bons indícios que a estabilidade suíça, na economia, tem forte relação com os interesses dos donos dos ativos lá depositados.
Outra coisa: você sabe que a riqueza dos países não tem NADA A VER com o fato de terem tido colônias no passado.
Hoje, talvez sim. Mas os ativos que foram trazidos para as metrópoles foram importantes para a alavancagem econômica de cada uma delas. Gestões ineficientes e guerras podem, por exemplo, ter consumido posteriormente estas riquezas.
Os países europeus que tiveram as maiores e melhores colônias por mais tempo estão hoje muito atrasados em comparação aos demais.
A má-gestão e outros fatores de drenagem de riqueza não anulam o fato de que estes países (metrópoles) se apropriaram de bens das colônias, algumas delas sob tutela até os anos 80, como foi o caso da Namíbia.
A maior parte dos países desenvolvidos não teve colônias (e os que tiveram, obtiveram-nas quando já estavam ricos e desenvolvidos).
O EUA, o Canadá, o Reino Unido, a França, a Itália, a Alemanha, o Japão, a Holanda e a Dinamarca são exemplos de países que tiveram colônias em outros continentes ou, pelo menos, possuíram durante algum tempo, territórios ultra-marinos. Ou seja, a maioria (se não todos) dos países desenvolvidos tiveram alguma colônia.
E há até ex-colônias que são ricas e desenvolvidas.
Que são as exceções, tais como a Austrália e a Nova Zelândia.
Os motivos de sucesso destas ex-colônias estão na cultura e comportamento dos seus novos ocupantes, principalmente na maneira como se relacionavam com o meio-ambiente e com os povos nativos, bem como nas suas especificidades ambientais.
Outro aspecto. As críticas às mazelas do capitalismo e da democracia liberal não implicam que o seu autor tenha que ser sequer de esquerda, quanto mais marxista, embora seja comum usar alguns pontos desta escola econômico-social para se fazer a crítica ao atual sistema dominante no Ocidente.
O que você chama de "capitalismo" é o que emerge naturalmente quando não existe nenhum vínculo de dominação ou "obrigação" entre as pessoas (como no escravismo, feudalismo, servidão coletiva ou comunismo). É algo natural e só poderá ser evitado quando houver interferências nessa "liberdade" entre os indivíduos.
Eu discordo quanto à suposta 'naturalidade' do "capitalismo", pois que dependerá de qual tipo de sociedade voce está se referindo. Nas sociedades onde não há valorização de bens materiais, não há capitalismo. Simplificadamente falando, é claro.
E que fique bem claro. Eu não afirmei que não há produção de riqueza real
de per si no capitalismo. Seria uma tolice intelectual afirmar que a riqueza de alguns países somente provém da pilhéria de outros países.