Gengis Khan e os seus mongóis.
O movimento das forças montadas, só por si, chega a resolver situações de combate, em especial a nível estratégico. O movimento transporta o tiro, com o seu arco, enquanto o choque perde relevância na obtenção da vitória. A inultrapassável combinação movimento-tiro mongol gerou uma capacidade de manobra e velocidade geradora de campanhas relâmpago, com cada cavaleiro, equipado de modo ligeiro, a transportar cavalos de reserva, trocando de montada para manter a rapidez de longa duração e até no decurso de um combate.
A ação militar mongol era acompanhada pela utilização do terror como arma psicológica de intimidação, paralizando adversários que se submetem sem combater. Fazer com que o inimigo considere inútil resistir era um objetivo mongol.
Os grandes deslocamentos, facilitados pelos hábitos nómadas e apoiados por animais de carga, conseguiam tornear o adversário e controlar vastos espaços ricos em pastagens.
Alguns autores referem que a mobilidade das tropas de Gengis Khan nunca foi alcançado por outro instrumento destinado a fazer a guerra em terra, até ao advento dos exércitos mecanizados. A base do sucesso não era a quantidade mas sim a qualidade, intenso treino e disciplina.
A organização militar seguia o sistema decimal. A maior unidade independente era o touman, uma divisão de 10.000 cavaleiros divididos em 10 regimentos. três toumans formavam um exército. Além da cavalaria ligeira de archeiros para ações de tiro, os mongóis tinham cavalaria pesada com armadura e lança para ações de choque.
As campanhas eram precedidas de cuidadoso planeamento baseado num excelente serviço de informações e manobras de ação psicológica.
No combate, simulavam fraqueza e retirada, atraindo o inimigo, distraindo-o com uma ação frontal secundária, e criando condições para lhe envolver os flancos de surpresa e concentrar a máxima força na sua retaguarda, o que o obrigava à retirada desordenada para proteger as linhas de comunicação... Cerco e aniquilamento era um final recorrente.
A ordem de batalha era em cinco linhas de uma única fila separadas por largos intervalos, com a cavalaria ligeira na frente e a pesada na retaguarda. O dispositivo primava pela flexibilidade. O objetivo da manobra era cair nos flancos e na retaguarda inimiga.