Autor Tópico: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade  (Lida 42470 vezes)

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Offline Cumpadi

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #225 Online: 20 de Junho de 2011, 12:31:02 »
Quanto maiores as expectativas, maior a decepção. :(
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Trudeau

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #226 Online: 20 de Junho de 2011, 13:42:44 »
Quanto maiores as expectativas, maior a decepção. :(
Meu amigo, não são atitudes pessimistas como essa que fizeram a humanidade se desenvolver tecnológicamente. As expectativas devem ser altas sim.
Senão para que debater? Para que estudar? Para que pesquisar? Para que viver?
A sua visão está mais para religiosidade do que para ciência.

Offline Cumpadi

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #227 Online: 20 de Junho de 2011, 13:59:06 »
Mas não e só porque pessoas acreditavam que em 2000 o mundo seria magico, teríamos carros voadores, etc que essas coisas se tornaram reais. E eu enchergo problemas praticos nessa singularidade de vocês. Não sou persimista, na medicina, por exemplo, acho que teremos melhoras muito boas em pouco tempo.

Acreditar em "carros" voadores não os tornaram realidade. Daqui a 30 anos vou cobrar meu churrasco. :hihi:
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Trudeau

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #228 Online: 20 de Junho de 2011, 14:09:48 »
Mas não e só porque pessoas acreditavam que em 2000 o mundo seria magico, teríamos carros voadores, etc que essas coisas se tornaram reais. E eu enchergo problemas praticos nessa singularidade de vocês. Não sou persimista, na medicina, por exemplo, acho que teremos melhoras muito boas em pouco tempo.

Acreditar em "carros" voadores não os tornaram realidade. Daqui a 30 anos vou cobrar meu churrasco. :hihi:
Topo apostar um churrasco. Só que pela diferença de idade você será o unico a descobrir quem ganhou!
A não ser que a regeneração biológica (tambem prevista por RK...)  aconteça antes disso!

Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #229 Online: 20 de Junho de 2011, 14:11:04 »
Quanto a mim, tenho que dizer que só vejo bullshit desse Ray Kurzweil e não sou otimista quanto a absolutamente nada; nem pessimista também. É a minha natureza.

É o segundo tópico que crio em que você afirma ver um monte de bullshits e não demonstra exatamente qual é o bullshit muito menos prova que o é. Não acredito que ainda não percebeu a inutilidade de se entrar num tópico de debate e apenas sair dizendo que isto e aquilo é bullshit e não demonstrar por que acha isto. Seria muito melhor você simplesmente não postar nada do que simplesmente acusar que se trata de bullshite e não provar o que afirma.

E otimismo, esperança, imaginação é o que move a mente humana rumo às grandes descobertas e mudanças da humanidade. Claro que, desde que tudo baseado em fatos. Me admira muito alguém que preze tanto a ciência náo saber disto.

Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #230 Online: 20 de Junho de 2011, 14:25:46 »
Aqui vai um texto interessante e realista sobre a possiblidade de se conectar cérebro e máquina. Apresenta alguns conceitos técnicos necessários para se entender tal dificuldade, o que pode nos ajudar a sair do achismo e ver as coisas de forma mais realista.

A Aventura de Conectar Cérebro-Máquina

Até que ponto a ciência terá progressos na interface cérebro-máquina? Poderemos descarregar a última notícia de um site diretamente no cérebro humano, como se o órgão fosse um imenso flash drive?

Revista Scientific American - por Gary Stix

Na ficção científica Cyberpunk que emergiu na década de 80 eram comuns as referências a "implantes neurais" para conectar um dispositivo computacional diretamente ao cérebro: "Eu tinha centenas de megabytes armazenados na minha cabeça", proclamava o protagonista principal de Johnny mnemonic, a historia de William Gibson que em 1995 se tornou Johnny Mnemonic, o cyborg do futuro um filme totalmente descartáveI, estrelado por Keanu Reeves.

O mérito do então emergente gênero - nos tempos em que um megabyte ainda impressionava as pessoas - era sua combinação da cultura de submundo retrô com tecnologia, que parecia estar pouco acima da capacidade do mais hábil bioengenheiro. Embora os implantes não pudessem ser reproduzidos no Massachusetts Institute of Technology ou no California Institute of Technology, os melhores autores cyberpunks davam a impressão de que um dia essas invenções ainda poderiam se materializar, talvez até mesmo dentro de uma geração.

Mas, nos últimos dez anos, surgiram abordagens mais realistas de tecnologias originalmente evoca das na literatura cyberpunk. Uma pessoa com eletrodos implantados no cérebro usou somente sinais neurais para controlar um braço protético, um prelúdio para seres humanos superarem a incapacitação de membros decorrente de esclerose lateral amiotrófica ou acidente vascular cerebral (AVC). Pesquisadores também estão investigando como enviar mensagens elétricas no sentido inverso, proporcionando sinais de feedback que permitam a um primata sentir efetivamente o que um braço robótico está tocando.

Até que ponto podemos criar peças de reposição para o cérebro e todo o sistema nervoso? Além de controlar um cursor de computador ou um braço robótico, será que a tecnologia permitirá, realmennte, que os 100 bilhões de neurônios do cérebro funcionem como depósito clandestino de dados roubados por espionagem industrial ou outro artifício qualquer emprestado das tramas de Gibson? Os mistérios do funcionamento do cérebro provavelmente subverterão os progressos em direção a uma fusão da ficção com a realidade.

•Humanos se tornarão máquinas?
Os atuais roteiristas hollyvvoodianos sobre o futuro, herdeiros menos habilidosos da tradição cyberpunk original, abraçaram essas neurotecnologias. A singularidade está próxima (Singularity is near), que deverá estrear em 2009, é um filme baseado nas idéias de Ray Kurzweil, cientista da computação, para quem os humanos acabarão alcançando uma forma de imortalidade, com a transferência de um modelo digital de seu sistema nervoso central para um computador ou robô.

Mas o sonho de eternidade na forma de um avatar semelhante a um Max Headroom aprisionado dentro de um aparelho de TV (ou resultante de uma operação "cortar e colar" no mais recente robô humanóide) permanece apenas um pouco menos distante que quando René Descartes elucubrava sobre o dualismo mente-corpo no século 17. A transferência em massa do eu - facsímile, produzido por uma máquina, da percepção da coloração avermelhada de um alvorecer, a constante mutação da paleta emocional interior e o restante da mescla que evoca a particular sensação subjetiva de mundo que é a essência da vida consciente - ainda não é mais que um recurso literário de escritores de ficção.

O exagero bombástico sobre próteses controladas pelo pensamento reflete a falta de conhecimento sobre os mecanismos básicos do funcionamento neural necessários para introduzir informações no cérebro e recriar uma experiência cyberpunk idêntica à da vida real. "Sabemos muito pouco sobre circuitos cerebrais envolvidos em cognição de alto nível", diz Richard A. Andersen, neurocientista da Caltech.

Assim, será que temos realmente condições de implementar a interação entre cérebro e máquina? Será que os progressos desde os primeiros experimentos com eletroencefalografia (EEG) até braços e cursores de computador controlados pelo cérebro sugerem um progresso inevitável e determinístico? Se esses avanços não seguirem na direção de uma singularidade kurzweiliana, talvez, mais adiante, poderão ser usados para inserir pelo menos algumas informações cognitivas de alto nível no cérebro. Poderemos fazer um download de Guerra e Paz ou, inspirados em Matrix, com um comando baixar um manual sobre como pilotar helicópteros? Quais as chances de inserir a frase "Um cão da pesada" [do filme homônimo] na memória de alguém que não tenha consciência da transferência? Ou, apenas a palavra "cão"?

Essas indagações não são totalmente acadêmicas, embora alguém possa argumentar que seria muito mais fácil comprar um par de óculos e fazer as coisas à moda antiga. Mesmo que um duto de conexão , com o córtex permaneça para sempre um sonho de ficção científica, uma compreensão de como fótons, ondas sonoras, moléculas aromáticas e pressão sobre a pele sejam traduzidos em lembranças duradouras, serão mais que mero entretenimento cyberpunk. Uma prótese neural construída com base em conhecimento sobre esses processos subentendidos poderia ajudar vítimas de AVCs ou pacientes com o mal de Alzheimer a formar novas lembranças.

Meios primitivos de conexão já existem no céreebro de milhares de pessoas. Pessoas surdas ou com sérias dificuldades de audição receberam implantes cocleares que estimulam o nervo auditivo com sons capturados por microfone - dispositivo que o neurocientista Michael S. Gazzaniga, da University of California, em Santa Bárbara, caracterizou como a primeira neuroprótese bem-sucedida em humanos. Arranjos de eletrodos que funcionam como retinas artificiais estão em desenvolvimento em laboratório. Se funcionarem, algum aperfeiçoamento adicional poderia proporcionar capacidade de visão noturna a seres humanos.

O objetivo mais ambicioso de conetar o Amazon. com diretamente ao hipocampo - uma estrutura neural envolvida com a formação de lembranças ˆexige tecnologia ainda não disponível. Para isso seriam necessárias formas de estabelecer conexões confiáveis entre neurônios e o mundo extracraniano - e um meio de traduzir uma versão digital de Guerra e paz para uma linguagem de comunícação entre neurônios. Pistas de como isso poderia acontecer podem ser encontradas em pesquisas avançadas sobre interfaces cérebro-máquina em desenvolvimento.

•Texto salvo no cérebro
Para haver o armazenamento de texto no cérebro é preciso inserir eletrodos diretamente no tecido cerebral, impedimento que poderia tornar os implantes neurais impraticáveis, exceto para pessoas com deficiências. Como se sabe há quase um século, a atividade elétrica cerebral pode ser detectada através de exames não invasivos. Um dispositivo semelhante a uma touca de nadador cheia de eletrodos pode transmitir sinais de um paciente com paralisia, permitindo que ele digite teclas de letras em uma tela ou navegue na internet. Niels Birbaumer, da Universidade de Tübingen, Alemanha, e importannte desenvolvedor da tecnologia, prevê que a estimulação do córtex, mediante tentativa e erro, usando um sinal magnético externo ao cérebro, poderia localizar palavras como "ver" ou "correr". Após mapeadas, essas áreas poderiam ser ativadas para evocar essas lembranças - ao menos em tese.

Alguns neurotecnólogos acreditam que se determinadas palavras se localizam em locais específicos no cérebro - o que é discutível -, encontrar esses pontos provavelmente exigiria maior precisão que a proporcionada por uma "touca". Um implante invasivo, atualmente em desenvolvimento, poderia fornecer a capacidade de focalização precisa necessária. Philip R. Kennedy, da Neural Signals e seus colegas desenvolveram um dispositivo que registra sinais de saída de neurônios. Esse tipo de interconexão permite que a vítima de um AVC envie uma ordem mental a um computador que a interpreta, por exemplo, como uma vogal, capaz de ser vocalizada por um sintetizador de fala. Esse é um passo que leva à formação de palavras inteiras. Esse tipo de interface cérebro-máquina poderia também ser usado para ativar neurônios individuais.

Interconexões ainda mais precisas seriam fornecidas em escalas nanométricas por fibras com 100 nanometros ou menos de diâmetro, facilmente conectadas a neurônios individuais devido a suas dimensões e propriedades eletromecânicas. Jun Li, da Kansas State University e seus colegas criaram uma estrutura semelhante a uma escova em que cerdas de nanotubos servem como eletrodos para estimuular ou receber sinais neuronais. Li prevê que o dispositivo poderia funcionar contra a doença de Parkinson ou depressão, para estimular uma prótese de braço ou até para flexionar músculos de astronautas durante voos espaciais prolongados, para impedir o inevitável enfraquecimento muscular que ocorre em gravidade zero.

•Aprendizagem de idioma
A realização da fantasia de inserir no cérebro um livro de cálculo diferencial e integral - ou mesmo incorporar um guia de viagem antes de sair em férias - exigiria um conhecimento muito mais profundo sobre sinais cerebrais que codificam a linguagem e outras representações neurais.

A decifração do código neural é um dos maiores desafios em neurociência - e, para nos apropriarmos da expressão usada por Freud, provavelmente abriria uma via privilegiada para a compreensão da consciência. Teóricos formularam muitas idéias para explicar como bilhões de neurônios e trilhões de sinapses, que os interconectam, podem enviar mensagens significativas entre si. A mais antiga dessas idéias é que o código corresponde à taxa de disparo de centelhas de tensão, geradas por um neurônio.

Embora a taxa dos códigos possa ser suficiente para provocar alguns estímulos, não seria suficiente para pôr em funcionamento um Marcel Proust ou um Richard Feynman e permitir uma "captura de tela mental" ou a abstração conceitual de um livro repleto de equações diferenciais. Trabalhos mais recentes têm se concentrado no ritmo preciso dos intervalos entre cada centelha - códigos temporais - e nos padrões em constante mutação de como os neurônios são disparados em conjunto - códigos populacionais.

Pesquisas que há mais de uma década visam construir um hipocampo artificial para ajudar pessoas com déficit de memória poderiam ajudar a baixar informações para o cérebro. Além disso, poderiam ter o benefício colateral de ajudar pesquisadores a melhorar sua compreensão do processo de codificação. Uma colaboração entre a University of Southern California e a Wake Forest University serviu para modeelar um componente substituto para essa estrutura cerebral responsável pela formação da memória. O hipocampo, aninhado no lobo temporal, sofre lesões, em vítimas de AVCs ou do mal de Alzheimer. Um atalho eletrônico de um hipocampo lesado poderia restaurar a capacidade de formar novas lembranças. O projeto, financiado pela National Science Foundation e pela Defense Advanced Research Projects Agency, poderia finalmente avançar, melhorando memórias normais ou ajudando a deduzir os códigos necessários para cognição de alto nível.

Os dois grupos -liderados por Theodore W. Berger, da University of Southern California e Samuel Deadwyler, da Wake Forest - estão preparando um documento técnico revelando que sinais de um hipocampo artificial assumiram, no lugar do órgão biológico, a tarefa de consolidação da lembrança que um camundongo tem de apertar uma alavanca para receber água. Normalmente, o hipocampo emite sinais que são retransmitidos para áreas corticais responsáveis por lembranças de longo prazo de um acontecimento. No experimento, uma substância química incapacitou temporariamente o funcionamento normal do hipocampo. Quando o camundongo apertava a alavanca correta, sinais elétricos de entrada provenientes de áreas sensoriais e outras do córtex eram canalizados por meio de um microchip que, segundo os cientistas, transmitiam os mesmos sinais que o hipocampo teria enviado. A comprovação de que um dispositivo artificial tenha irmitado a produção de sinais de saída do hipocampo é mais um passo na dedução do código subjacente que poderia ser usado para criar uma lembrança no córtex motor - e talvez, um dia, decifrar comportamentos de nível ainda mais elevado.

Se o código correspondente à frase "Um cão da pesada" - ou talvez um manual técnico inteiro - pudesse ser conhecido com segurança, em princípio poderia ser inserido diretamente numa série de eletrodos no hipocampo (ou outras áreas do córtex), evocando a cena de Matrix, em que instruções de pilotagem de um helicóptero são baixadas via telefone celular. Pesquisas com hipocampos artificiais postulam um cenário apenas um pouco mais prosaico. "Os tipos de exemplo que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos gosta de usar são tipicamente informações codificadas para pilotar um F-15", diz Berger.

A aparente simplicidade do modelo de entradas neurais propostos por estudos relacionados ao uso de um hipocampo artificial pode gerar mais perguntas que respostas. Será que um implante poderia sobrescrever lembranças existentes? Será que o código correspondente à frase "Um cão da pesada" seria idêntica para mim e para você ou para uma pessoa que falasse curdo? Será que os códigos do hipocampo se fundiriam claramente a outros circuitos que fornecem o contexto apropriado, um referencial semântico para a frase? Será que "Um cão da pesada" seria interpretado erroneamente, como uma confusão na lavanderia, em vez de um cachorro caminhando?

Neurocientistas acreditam que a linguagem do cérebro poderá não ser decifrada até que nossa compreensão ultrapasse a leitura de meras centelhas de tensão. "Juntar um conjunto de sinais, tentar compreennder seu significado, e correlacioná-Ios com certos comportamentos, não solucionará a questão", adverte Henry Markram, diretor de neurociência e tecnologia do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Lausanne. Uma dada entrada em um neurônio ou grupo de neurônios pode produzir uma saída específica - por exemplo, a conversão de entradas sensoriais em lembranças de longo prazo pelo hipocampo -, através de diversas trajetórias. "Enquanto houver muitas maneiras de fazê-Io, não estaremos sequer perto de uma solução" , prevê Markram.

O Blue Brain Project, comandado por Markram, é uma tentativa iniciada em 2005, que pretende usar simulações baseadas em supercomputadores para desvendar; mediante técnicas de engenharia reversa, o cérebro em nível molecular. A idéia é modelar inicialmente o órgão mais simples de um camundongo, e depois, a versão em seres humanos, para desvendar funções subjacentes aos processos neurais. No caso da versão humana será necessário esperar por um computador com capacidade de processamento mil vezes maior que os supercomputadores atuais.

Os desafios envolvidos para descobrir como transferir informações para o cérebro sugerem um limite prático previsível para o progresso da neurotecnologia. A tarefa de formação da multidão de conexões que formam uma lembrança é completamente diferente da magnetização de um conjunto de bits num disco rígido. "Informações complexas, como o conteúdo de um livro, exigiriam interações de um número muito grande de células cerebrais numa área muito grande do sistema nerrvoso", avalia o neurocientista John P. Donoghue, da Brown University. "Por isso, não seria possível acessar todas elas fazendo-as armazenar em suas conexões o tipo correto de informações. Com base em nosso conhecimento atual, eu diria que isso não é possível."

Gravar informações no cérebro poderá continuar um sonho perdido no ciberespaço. Mas a aparente impossibilidade não deixa Donoghue menos otimista sobre expectativas de alimentar informações de outra maneira e de desenvolver próteses comandadas pelo cérebro, para pessoas gravemente incapacitadas. Ele estuda a implantação de uma série de eletrodos no cérebro, capazes de proporcionar uma comunicação direta do córtex com uma prótese de braço ou mesmo uma cadeira de rodas.

Nos próximos cinco anos, prevê Donoghue, essas interfaces cérebro-máquina permitirão que uma pessoa paralisada apanhe um copo e tome um gole de água, e que em um futuro mais distante esses sistemas possam ser ainda mais refinados. Assim, uma pessoa com uma lesão na medula espinhal superior poderia realizar o impensável, participar de um jogo de basquetebol com próteses que materializariam O homem de seis milhões de dólares, série de TV da década de 70. Mesmo sem um duto para entrada de informações no cérebro, pacientes incapacitados e cientistas dedicados à pesquisa básica poderiam aproveitar as vantagens de dispositivos menos sofisticados. Gert Pfurtscheller e seus colegas da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, anunciaram no ano passado que um paciente com lesão na medula pôde, apenas com seu pensamento, caminhar através de um ambiente virtual, deslocando-se de um extremo a outro de uma rua simulada. Miguel A. L Nicolelis, outro pioneiro na interface de próteses controladas pelo cérebro, começou a desenvolver percepção cinestética, uma percepção de movimento e tato totalmente independente de entradas sensoriais no corpo físico. "Existem evidências fisiológicas de que durante o experimento eles se sintam mais conectados a robôs que a seu próprio corpo", avalia.

As consequências mais importantes dessas investigações podem não ser implantes neurais e braços robóticos. Uma melhor compreensão do desenvolvimento do sistema nervoso central poderá permitir que educadores compreendam as melhores formas de ensinar crianças e determinar o ponto certo para aplicar certa técnica pedagógica. "Você pode montar um programa de desenvolvimento educacional que permita a aquisição de determinadas capacitaações no menor tempo possível", adverte Markram. Se ele estiver certo, pesquisas sobre implantes neurais e simulações cerebrais produzirão benefícios práticos mais relevantes que sonhar com a realidade de um cérebro como "memória flash", inspirada na liiteratura de ficção científica do século 20.

Para conhecer mais

Toward replacement parts for the brain: implantable biomimetic electronics as neural prostheses. Editadopor Theodore W. Berger e Dennis L. Glanzman. MIT Press, 2005.
The forgotten era of brain chips. John Horgan em SCIENTIFIC AMERICAIN, vol. 293, nº 4, págs. 66-73; outubro de 2005.
The singularity is near: when humans transcend biology. Ray Kurzweil. Penguin Books, 2007.
Human: the science behind what makes us unique. Michael 5. Gazzaaniga. Ecco, 2008.
The singularity (The rapture of the Geeks). Special report of IEEE spectrum, vol. 45, nº 6; junho de 2008.

http://www.methodus.com.br/artigo/327/a-aventura-de-conectar-cerebro-maquina.html

Trudeau

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #231 Online: 20 de Junho de 2011, 14:27:39 »
Quanto a mim, tenho que dizer que só vejo bullshit desse Ray Kurzweil e não sou otimista quanto a absolutamente nada; nem pessimista também. É a minha natureza.

É o segundo tópico que crio em que você afirma ver um monte de bullshits e não demonstra exatamente qual é o bullshit muito menos prova que o é. Não acredito que ainda não percebeu a inutilidade de se entrar num tópico de debate e apenas sair dizendo que isto e aquilo é bullshit e não demonstrar por que acha isto. Seria muito melhor você simplesmente não postar nada do que simplesmente acusar que se trata de bullshite e não provar o que afirma.

E otimismo, esperança, imaginação é o que move a mente humana rumo às grandes descobertas e mudanças da humanidade. Claro que, desde que tudo baseado em fatos. Me admira muito alguém que preze tanto a ciência náo saber disto.
Afinal, um otimista! Ainda tenho esperança na comunidade dos céticos!
(Byte, por falar nisso não consigo responder a tua mensagem. Tem algo errado. Dá para mandar outra?)

Trudeau

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #232 Online: 20 de Junho de 2011, 14:46:44 »
A Aventura de Conectar Cérebro-Máquina
Muito bom o artigo. Nào o citei por inteiro para não encher demais o forum.
Essencialmente, todas as atividades descritas que tentam entender melhor o cérebro nos levarão a progressos enormes em várias áreas da medicina com possibilidade de cura de vários disturbios neurológicos (Alzheimer, por exemplo foi um dos casos citados).
A questão, que mutos não entendem, é que o objetivo final que se coloca, a Singularidade Tecnológica, não é talvez o mais importante.
Acredito que todos aqui conheçam a estória dos principes de Serendip. Se não a conhecem procurem no Google.
Dessa estória surgiu a palavra Serendipity em inglês.
Serendipity significa que a maior riqueza não é o tesouro que se procura mas o que se encontra no caminho!

Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #233 Online: 21 de Junho de 2011, 09:26:49 »
Quanto a mim, tenho que dizer que só vejo bullshit desse Ray Kurzweil e não sou otimista quanto a absolutamente nada; nem pessimista também. É a minha natureza.

É o segundo tópico que crio em que você afirma ver um monte de bullshits e não demonstra exatamente qual é o bullshit muito menos prova que o é. Não acredito que ainda não percebeu a inutilidade de se entrar num tópico de debate e apenas sair dizendo que isto e aquilo é bullshit e não demonstrar por que acha isto. Seria muito melhor você simplesmente não postar nada do que simplesmente acusar que se trata de bullshite e não provar o que afirma.

E otimismo, esperança, imaginação é o que move a mente humana rumo às grandes descobertas e mudanças da humanidade. Claro que, desde que tudo baseado em fatos. Me admira muito alguém que preze tanto a ciência náo saber disto.
Afinal, um otimista! Ainda tenho esperança na comunidade dos céticos!
(Byte, por falar nisso não consigo responder a tua mensagem. Tem algo errado. Dá para mandar outra?)

Não consigo mandar mensagem pessoal pra você. Está exibindo uma mensagem que diz que você me bloqueou para te mandar MPs.

Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #234 Online: 21 de Junho de 2011, 09:42:54 »
A Aventura de Conectar Cérebro-Máquina
Muito bom o artigo. Nào o citei por inteiro para não encher demais o forum.
Essencialmente, todas as atividades descritas que tentam entender melhor o cérebro nos levarão a progressos enormes em várias áreas da medicina com possibilidade de cura de vários disturbios neurológicos (Alzheimer, por exemplo foi um dos casos citados).
A questão, que mutos não entendem, é que o objetivo final que se coloca, a Singularidade Tecnológica, não é talvez o mais importante.
Acredito que todos aqui conheçam a estória dos principes de Serendip. Se não a conhecem procurem no Google.
Dessa estória surgiu a palavra Serendipity em inglês.
Serendipity significa que a maior riqueza não é o tesouro que se procura mas o que se encontra no caminho!

Vou lhe falar a verdade, este artigo que postei me jogou um balde de água fria, no sentido de me tornar mais cético sobre a possibilidade, num futuro próximo, de uma ligação direta entre máquina e cérebro de maneira mais refinada, como ocorre em filme de ficção científica. Mas a longo prazo imagino que este objetivo será alcançado certamente.

Porém, o advento da singularidade nao depende de uma ligação sofisticada entre cérebro e máquina, mas apenas de um inteligência muito superior a do cérebro humano. O que poderá ser conseguido imitando o funcionamento do próprio cérebro, ou através de uma IA totalmente baseada em computação tradicional (ou até a mistura das duas). O que pode acontecer é a singularidade ocorrer, através da elevação astronomica de processamento e da sofisticação do software, e somente depois acontecerem as grandes evoluções que esperamos em robotica e no que diz respeito a conectar cérebro-máquina, já que teremos a nossa disposição uma inteligência ultra-poderosa que nos fornecerá vários atalhos para chegarmos lá, inclusive como chegar à imortalidade ou ao menos elevarmos a espectativa de vida a patamares muito superiores aos atuais.

E concordo que a singularidade, se realmente ocorrer, será o fruto inesperado (ou nem tão inesperado assim) da busca do ser humano por melhorias em várias áreas da ciência, principalmente informática e medicina. As melhores coisas geralmente surgem assim.
« Última modificação: 21 de Junho de 2011, 09:47:32 por ByteCode »

Offline Sergiomgbr

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #235 Online: 21 de Junho de 2011, 16:29:00 »

Vou lhe falar a verdade, este artigo que postei me jogou um balde de água fria, no sentido de me tornar mais cético sobre a possibilidade, num futuro próximo, de uma ligação direta entre máquina e cérebro de maneira mais refinada, como ocorre em filme de ficção científica. Mas a longo prazo imagino que este objetivo será alcançado certamente.

Porém, o advento da singularidade nao depende de uma ligação sofisticada entre cérebro e máquina, mas apenas de um inteligência muito superior a do cérebro humano. O que poderá ser conseguido imitando o funcionamento do próprio cérebro, ou através de uma IA totalmente baseada em computação tradicional (ou até a mistura das duas). O que pode acontecer é a singularidade ocorrer, através da elevação astronomica de processamento e da sofisticação do software, e somente depois acontecerem as grandes evoluções que esperamos em robotica e no que diz respeito a conectar cérebro-máquina, já que teremos a nossa disposição uma inteligência ultra-poderosa que nos fornecerá vários atalhos para chegarmos lá, inclusive como chegar à imortalidade ou ao menos elevarmos a espectativa de vida a patamares muito superiores aos atuais.

E concordo que a singularidade, se realmente ocorrer, será o fruto inesperado (ou nem tão inesperado assim) da busca do ser humano por melhorias em várias áreas da ciência, principalmente informática e medicina. As melhores coisas geralmente surgem assim.
Ou o homem portador de superinteligencia começar a ver seu "semelhante" como apostasia.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline gilberto

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #236 Online: 21 de Junho de 2011, 16:40:41 »
Afinal, um otimista!
Ops, cheguei antes!!!  :oba:

Trudeau

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #237 Online: 21 de Junho de 2011, 20:42:33 »
Afinal, um otimista!
Ops, cheguei antes!!!  :oba:
Desculpe gilberto! Você tem razão. :)

Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #238 Online: 22 de Junho de 2011, 13:56:46 »
"Tecnologia da vida eterna" promete resolver males do mundo

Numa terça-feira à noite desta primavera americana, Sergey Brin, co-fundador da Google, se tornou parte homem, parte máquina. Cerca de 40 pessoas, todas reunidas aqui no campus da Nasa para um curso de nove dias, ao custo de US$ 15 mil, na Universidade Singularity, viram isso acontecer.

Enquanto a versão de carne e osso de Brin estava sentada a quilômetros de distância, na frente de um computador capaz de controlar um robô remotamente, uma engenhoca, que consistia em uma base com rodas do tamanho de uma impressora atrelada a uma tela quadrada da altura da cabeça, mostrava a imagem do rosto de Brin. O BrinBot obedecia seu comandante humano e ia conversar de grupo em grupo, falando com os participantes sobre o Google e outros assuntos por meio de um sistema de videoconferência.

O BrinBot estava longe de ser algo saído de Jornada nas Estrelas. Ele tinha um design rudimentar e sem firulas e era uma confusão de tecnologias frouxamente integradas. Contudo, ele também se aproximava de um futuro muito querido pelos fundadores da Universidade Singularity e sobre o qual eles muitas vezes discutem com um entusiasmo tecnoutópico: a chegada da Singularidade - uma época, possivelmente daqui a algumas décadas, em que uma inteligência superior dominará e a vida assumirá uma forma alterada que não podemos prever ou compreender em nosso limitado estado atual.

Nesse momento, argumenta a universidade, os humanos e as máquinas se fundirão de modo tão fácil e elegante que a saúde fraca, a debilitação da velhice e até mesmo a morte serão coisas do passado.

Algumas das pessoas mais inteligentes e ricas do Vale do Silício abraçaram a Singularidade. Elas acreditam que a tecnologia possa ser a única forma de resolver os males do mundo, permitindo ao mesmo tempo que as pessoas assumam controle do processo evolucionário. Para aqueles que não notaram, a companhia mais celebrada do Vale do Silício - o Google - trabalha diariamente na construção de um cérebro gigante que utiliza o poder do pensamento humano para superar esse pensamento humano.

Larry Page, outro co-fundador do Google, ajudou a criar a Universidade Singularity em 2008, e a companhia apoia a instituição com mais de US$ 250 mil em doações. Alguns dos mais antigos funcionários do Google estão, graças a doações pessoais de US$ 100 mil cada, no "círculo dos fundadores" da universidade. (Page não respondeu a pedidos de entrevista.)

A universidade representa o lado mais concreto da Singularidade e se foca na apresentação de tecnologias promissoras a empreendedores. Centenas de estudantes ao redor do mundo se inscrevem para conseguir uma das 80 vagas num curso de "pós-graduação" de dez semanas, ao custo de US$ 25 mil. Chefes-executivos, inventores, médicos e investidores competem para serem aceitos nos cursos mais íntimos de nove dias, chamados programas executivos.

Ambos os cursos incluem encontros em pessoa com pensadores líderes em áreas de nanotecnologia, inteligência artificial, energia, biotecnologia, robótica e computação. De modo mais milenarista e provocador, a Singularity também oferece uma versão dos tempos modernos quase religiosa da Fonte da Juventude, ao afirmar a noção de que, de fato, os humanos - ou pelo menos algo derivado deles - podem ter tudo.

"Vamos transcender todas as limitações de nossa biologia", disse Raymond Kurzweil, inventor, empresário e o porta-voz mais onipresente da Singularidade, que se vangloria de que pretende viver centenas de anos e ressuscitar os mortos, incluindo seu próprio pai. "É isso que significa ser humano - estender quem somos."

Mas, claro, a utopia de uma pessoa é a distopia de outra.

Nos anos desde o Unabomber - ou Theodore J. Kaczynski, que investiu violentamente contra as predações da tecnologia -, muitos outros alertas sérios e sofisticados aconteceram. Existem levas de ambientalistas que condenam os esforços de manipular a natureza, contestações de grupos religiosos que veem a Singularidade como uma atualização de "Frankenstein", na qual as pessoas brincam de ser Deus, e tecnólogos que temem uma inteligência artificial fora do controle que subjugue os humanos.

Um popular programa de TV, Fringe, explora com humor algumas dessas preocupações mostrando um cientista maluco e uma equipe de agentes federais que investigam crimes relacionados ao Padrão - um influxo de acontecimentos ameaçadores causados por uma tecnologia fora do controle, como programas que derretem cérebros e monstros geneticamente modificados que entram num surto de matança.

Alguns dos adeptos da Singularidade retratam um futuro no qual humanos se dividem em duas espécies: Os que Têm, de inteligência superior e capazes de viver centenas de anos, e Os que Não Têm, limitados por suas formas corpóreas e crenças antiquadas. Claro, algumas pessoas irão optar pela inadequação, enquanto outras terão a inadequação como uma imposição. Críticos consideram esses cenários revoltantes porque a chave para a próxima fase da evolução pode estar além do alcance da maioria das pessoas.

"A Singularidade não é a visão grandiosa para a sociedade que Lenin tinha ou que Milton Friedman pode ter", disse Andrew Orlowski, jornalista britânico que escreveu extensivamente sobre o utopismo tecnológico. "São pessoas ricas construindo um barco salva-vidas e abandonando o navio."

Peter A. Thiel, cofundador do PayPal e grande investidor do Facebook, é um devoto da Singularidade que pinta um cenário "Singularidade ou fracasso". "Pode não acontecer, mas existem muitas tecnologias que precisam ser desenvolvidas para uma série de problemas serem resolvidos", ele disse. "Não creio que teremos um bom futuro se isso não acontecer."

'Homem transcendente'

No final de agosto, Kurzweil vai iniciar uma turnê multimídia pelo país para promover Transcendent Man, um documentário sobre sua vida e crenças. Outro de seus projetos, The Singularity Is Near: A True Story About the Future (A singularidade está próxima: uma história real sobre o futuro, em tradução livre), também começou a entrar no circuito de festivais de cinema.

Ao longo de Transcendent Man, Kurzweil é apresentado quase como um místico, sentado numa poltrona com uma luz circular brilhante pairando sobre sua cabeça, enquanto ele explica os preceitos básicos de sua filosofia. Durante uma cena na praia, ele é questionado sobre o que está pensando enquanto olha para o lindo por do sol, com as ondas quebrando e o vento bagunçando seu cabelo.

"Bem, estava pensando sobre como a computação é representada pelo oceano", ele responde. "Quer dizer, são todas essas moléculas de água interagindo entre si. Isso é a computação."

Kurzweil é o roteirista, produtor e codiretor de The Singularity is Near, a história de Ramona, um ser virtual que ele constrói e que gradualmente se torna mais humano, combate hordas de robôs microscópicos e recorre ao advogado Alan M. Dershowitz para assessoria jurídica e ao guru motivacional Tony Robbins para orientação sobre interações pessoais.

Com seus óculos, o início de calvíce e a tranquilidade de um acadêmico, Kurzweil, 62, parece estar mais para professor do que para ator dramático. Seus filmes são apenas outra faceta da franquia de Kurzweil, que inclui livros best-sellers, palestras lucrativas, invenções de sucesso e uma linha de suplementos de saúde chamada Ray & Terry's (desenvolvida com o médico Terry Grossman).

Ele começou sua marcha em direção à Singularidade por volta de 1980, quando passou a esquematizar coisas como a velocidade de chips e a capacidade de memória dentro dos computadores e percebeu que alguns elementos da tecnologia da informação melhoravam em um ritmo previsível ¿ e exponencial.

"Com 30 passos lineares, você consegue 30", ele muitas vezes diz em suas palestras. "Com 30 passos exponenciais, você consegue um bilhão. A razão entre preço e desempenho dos computadores melhorou um bilhão de vezes desde que eu era estudante. Em 25 anos, um computador tão poderoso quanto os smartphones de hoje será do tamanho de uma célula sanguínea."

Seu fascínio por tendências exponenciais acabou levando Kurzweil a construir uma filosofia elaborada, ilustrada em gráficos, que forneceram uma estrutura analítica para a Singularidade e outras ideias que já existiam em círculos de ficção científica há décadas.

Em The Singularity is Near, Kurzweil postula que o progresso tecnológico neste século irá ser mil vezes maior do que o do último século. Ele escreve sobre os humanos superando a biologia com nanocriaturas que reparariam nossas células e com nossas mentes explorando e se conectando a computadores superinteligentes.

Kurzweil escreve: "Depois que a inteligência não biológica conseguir se instalar no cérebro humano (isso já começou com implantes neurais computadorizados), a inteligência artificial em nossos cérebros irá crescer exponencialmente (como já tem feito todo esse tempo), pelo menos dobrando em potência a cada ano. "No final, todo o universo vai ficar saturado com a nossa inteligência", ele continua. "Esse é o destino do universo."

A premissa implícita na Singularidade é uma resposta à insegurança das pessoas sobre a velocidade da mudança social e tecnológica na era dos computadores. Kurzweil postula que o computador e a internet mudaram a sociedade muito mais rápido que a eletricidade, o telefone ou a televisão, e que o próximo grande salto irá ocorrer quando setores como medicina e energia começarem a se mover no mesmo ritmo exponencial que o setor de TI.

Ele acredita que esse estágio posterior irá ocorrer quando aprendermos a manipular o DNA de maneira mais efetiva, organizar átomos e ter computadores disponíveis que superem o cérebro humano. Kurzweil prevê que, até a década de 2030, a maioria das pessoas será capaz de alcançar a imortalidade mental, fazendo algo semelhante a um backup de seus cérebros, à medida que a Singularidade começar a florescer integralmente.

Apesar desse otimismo, alguns adeptos da Singularidade não gostam tanto de Kurzweil.

"Acho que ele é um gênio e certamente trouxe muitas dessas ideias ao discurso público", diz James J. Hughes, diretor executivo do Instituto para Ética e Tecnologias Emergentes, uma organização sem fins lucrativos que estuda as implicações do avanço tecnológico. "Mas existem muitas pessoas que dizem que ele sequestrou o termo Singularidade."

Kurzweil afirma que está apenas tentando colocar uma roupagem analítica ao conceito para que as pessoas possam pensar de modo mais claro sobre o futuro. E, a despeito de qualquer debate sobre suas intenções, se você já ouviu falar da Singularidade no mundo dos negócios e em outros lugares antes, provavelmente é por causa dele.

Explosões de inovação

Peter H. Diamandis, 49, é um homem pequeno com um grande e brilhante sorriso e uma grossa cabeleira escura. Ele conduz reuniões de rotina pelo celular e pode ser geralmente encontrado digitando em seu laptop. Ele frequentou uma faculdade de medicina para fazer sua mãe feliz, mas sempre sonhou em ir para o espaço sideral.

Ele também acredita piamente na Singularidade e é uma tecnocelebridade, principalmente por seu papel na comercialização de viagens ao espaço. Num recente almoço na Universidade Singularity, ele se levantou e fez um discurso cheio de paixão e convicção.

"Meu objetivo é viver 700 anos", ele declarou. Os alunos riram. "Estou falando sério", ele retorquiu.

O Centro de Pesquisa Ames, nas instalações da Nasa, abriga uma coleção de edifícios estranhos, incluindo um túnel aerodinâmico gigante, um centro de supercomputação imenso e um simulador de voo com equipamento capaz de lançar pessoas a 18 metros de altura.

Hoje, o governo opera o Nasa Ames como um agitado bazar tecnológico que mistura os setores privado e público. Startups, universidades e corporações instalaram escritórios no local, onde a Google planeja construir um novo campus ao longo dos próximos anos, incluindo habitações para os empregados.

Uma estrutura indescritível, o Edifício 20, é a sede da Universidade Singularity, e a maioria dos alunos fica em apartamentos próximos dentro das instalações da Nasa. Kurzweil construiu a escola com Diamandis, que, como chefe-executivo da X Prize Foundation, doou US$ 10 milhões em 2004 a uma equipe que enviou uma nave espacial a 100 quilômetros da Terra. A Google oferece US$ 30 milhões de incentivo num projeto da X Prize que pretende inspirar uma equipe privada a enviar um robô à lua. E um prêmio de US$ 10 milhões irá para a primeira equipe que conseguir sequenciar 100 genomas humanos em 10 dias a um custo de US$ 10 mil ou menos ¿ o que, em teoria, transformaria uma análise laboratorial complexa e cara num trabalho trivial.

Diamandis defende a ideia de que grandes prêmios incentivam rápidas explosões de inovação e podem preparar o caminho para a conquista de uma vida de 700 anos.

"Não acho que seja uma questão de ¿se¿", ele diz. "Acho que é uma questão de 'como'. Você e eu temos uma boa chance, e, para os garotos nascidos hoje, acredito que será uma questão de escolha."

Na maior parte, Kurzweil atua como o rosto da Universidade Singularity, enquanto Diamandis controla a instituição. Ele promove o programa de pós-graduação como uma forma de treinar pessoas jovens e inspiradas a pensar exponencialmente e resolver os maiores problemas do mundo - desenvolver projetos que irão "mudar a vida de um bilhão de pessoas", como o mantra da universidade prega.

Diamandis espera que a universidade possa criar uma rede inigualável de pós-graduandos e pensadores ousados - uma Escola de Negócios de Harvard do futuro ¿ que possam colocar suas ideias em ação. Ao lado desse objetivo, ele considera criar um fundo de capital de risco para ajudar a transformar as grandes ideias da universidade em grandes negócios. Como exemplo de alguns de seus projetos estudantis prediletos, os líderes da escola citam um sistema rápido de alerta e resposta para desastres e um negócio que permite que as pessoas aluguem seus carros a terceiros através do celular.

Devin Fidler, ex-aluno, está em vias de conseguir financiamento para uma companhia que irá construir uma máquina portátil que lança uma substância pegajosa similar ao cimento, permitindo que uma casa inteira seja erguida camada por camada. Essa tecnologia poderia eliminar quase totalmente os custos de mão-de-obra e levar moradias melhores a áreas de baixa renda.

Diamandis certamente construiu uma instituição seletiva. Mais de 1,6 mil pessoas se inscreveram para apenas 40 vagas no programa de pós-graduação inaugural, que aconteceu no ano passado. Um segundo programa de 10 semanas irá começar este mês com 80 alunos, selecionados entre 1,2 mil candidatos.

Um desses alunos, David Dalrymple, é um jovem de 18 anos que faz doutorado no MIT. Ele planeja começar um instituto de pesquisa algum dia para explorar inteligência artificial, medicina, sistemas espaciais e energia. (Ele conheceu Kurzweil num jantar da Casa Branca, e aos oito anos aceitou uma oferta de ter Kurzweil como seu mentor.)

Durante o programa executivo da primavera, cerca de 30 pessoas - quase todas do sexo masculino - apareceram para o curso, que parece um teste de resistência mental. Os dias começam ao nascer do sol com sessões de exercícios em grupo. As aulas do curso vão até as 21h; depois, filosofias regadas a vinho e pipoca acontecem até a meia noite ou mais tarde. Um antigo chef do Google prepara refeições especiais - todas consideradas "prolongadoras da vida" - para os executivos.

O programa executivo é recheado de palestras, visitas a companhias e exercícios de pensamento em grupo.

Os participantes da sessão de primavera vieram de todas as partes do globo e incluíam John Mauldin, autor best-seller que escreve um boletim informativo de investimento; Stephen Long, diretor de pesquisa do Departamento de Defesa americano; Fernando A. de la Viesca, CEO da firma de investimento argentina TPCG Financial; Eitan Eliram, diretor de novas mídias para o gabinete do primeiro-ministro de Israel; e Guy Fraker, diretor de tendências e previsões da State Farm Insurance.

"Limpamos a bagunça de consequências não intencionais", disse Fraker sobre o trabalho de sua companhia. Ele diz que faz sentido calibrar as tendências tecnológicas para que os humanos possam um dia ganhar novas ferramentas que evitem catástrofes. Por exemplo, ele tem confiança de que, no futuro, as pessoas terão a capacidade de controlar furacões, afastando-os de áreas populosas.

Os executivos do programa de primavera também ouviram que alguns jovens haviam começado a largar a faculdade para criar seus próprios laboratórios de biologia sintética de baixo custo. Essas pessoas lembram entusiastas da computação de uma geração atrás, os participantes observaram, com a diferença de que agora eles estão mexendo com código genético de organismos e não com softwares.

Aumentando a aceitação

Kurzweil é atualmente um consultor do Exército para iniciativas tecnológicas e diz que conversa rotineiramente com o governo e líderes corporativos. Bill Gates, da Microsoft, aparece nos livros de Kurzweil, muitas vezes nas orelhas com citações celebratórias.

Kurzweil e Page, do Google, criaram um plano de energia renovável para a Academia Nacional de Engenharia, afirmando que a energia solar irá um dia suprir toda a necessidade energética do mundo.

O filho de 31 anos de Kurzweil, Ethan, diz que seu pai sempre esteve à frente de seu tempo. A família teve a primeira televisão de tela plana e o primeiro telefone de automóvel na vizinhança, bem como um telefone que enviava fotos por fax.

"Também tínhamos uma coisa com sensores num chapéu, que colocávamos e ela tocava música que combinasse com nossas ondas cerebrais para nos ajudar a meditar", ele disse. "As pessoas vinham e brincavam com isso."

Ethan trabalhava para a Linden Lab, companhia por trás do mundo virtual Second Life. Atualmente, ele é um financista da Bessemer Venture Partners. Uma seção das prateleiras de seu escritório foi reservada para várias cópias das obras de seu pai.

"Muito do que ele previu aconteceu, e é interessante ver o que ele vem afirmando se tornar mais corrente", disse Ethan, que se parece muito com uma versão mais jovem de seu pai. "Ele tem uma certa visão de mundo, sobre a qual ele tem um forte pressentimento, e ele absolutamente acredita que isso vai acontecer. Os dados até agora sugerem que irá. Ele é incrivelmente minucioso em sua pesquisa, e eu tenho confiança de que seus críticos não refletiram sobre essas coisas no mesmo nível que ele".

De fato, Ethan afirma, seu pai é, bem, quase aceito. "Ele é visto como menos esquisito hoje", ele diz. "Muito menos."

http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4494805-EI12884,00-Tecnologia+da+vida+eterna+promete+resolver+males+do+mundo.html

Offline Cumpadi

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #239 Online: 22 de Junho de 2011, 14:03:47 »
"Também tínhamos uma coisa com sensores num chapéu, que colocávamos e ela tocava música que combinasse com nossas ondas cerebrais para nos ajudar a meditar", ele disse. "As pessoas vinham e brincavam com isso."
:olheira: E depois dizem que ele nao e' religioso. :olheira:
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Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #240 Online: 22 de Junho de 2011, 14:06:10 »
A gente podia fazer um bolão aqui ... se alguma singularidade tech vai ocorrer até 2020, se a temperatura vai continuar subindo até lá, etc.

Eu aposto que mesmo que a singularidade chegue, eu não vou ter dinheiro para pagar por ela.

Citar
Alguns dos adeptos da Singularidade retratam um futuro no qual humanos se dividem em duas espécies: Os que Têm, de inteligência superior e capazes de viver centenas de anos, e Os que Não Têm, limitados por suas formas corpóreas e crenças antiquadas. Claro, algumas pessoas irão optar pela inadequação, enquanto outras terão a inadequação como uma imposição. Críticos consideram esses cenários revoltantes porque a chave para a próxima fase da evolução pode estar além do alcance da maioria das pessoas.

"A Singularidade não é a visão grandiosa para a sociedade que Lenin tinha ou que Milton Friedman pode ter", disse Andrew Orlowski, jornalista britânico que escreveu extensivamente sobre o utopismo tecnológico. "São pessoas ricas construindo um barco salva-vidas e abandonando o navio."

Analisando o comentário do Uili e este trecho do texto que eu postei, me leva a pensar se a singularidade não acabará por aumentar ainda mais o abismo na já enorme desigualdade social que se vê pelo mundo, separando mais ainda quem tem dinheiro de quem não tem.

Se a nossa atual visão monetarista e capitalista proseguir intocada singualidade à fora, certamente teremos uma elite com total acesso aos benefícios proporcionados e uma outra faixa, considerada inferior (até como sendo uma subespécie humana) por não ter dinheiro para comprar as modificações necessárias para se tornar um ser humano versão 2.0.
« Última modificação: 22 de Junho de 2011, 14:14:31 por ByteCode »

Offline uiliníli

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #241 Online: 22 de Junho de 2011, 14:14:36 »
Interessante pensar em como as pessoas iriam lidar com a súbita possibilidade real da existência da vida eterna. Um clichê batido e repetido é que o que distingue o ser humano dos animais é que ele tem consciência de sua própria mortalididade, mas nós podemos fazer parte da primeira geração da história da espécie que não tem mais essa certeza. Isso muda tudo. Imaginem o impacto sobre a religião, sobre a cultura, sobre a economia, a previdência, a medicina...

"Também tínhamos uma coisa com sensores num chapéu, que colocávamos e ela tocava música que combinasse com nossas ondas cerebrais para nos ajudar a meditar", ele disse. "As pessoas vinham e brincavam com isso."
:olheira: E depois dizem que ele nao e' religioso. :olheira:

Meditação não necessariamente tem a ver com religião. Mas essa história de chapéu realmente é esquisita :lol:

Trudeau

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #242 Online: 22 de Junho de 2011, 14:34:28 »
Citar
Alguns dos adeptos da Singularidade retratam um futuro no qual humanos se dividem em duas espécies: Os que Têm, de inteligência superior e capazes de viver centenas de anos, e Os que Não Têm, limitados por suas formas corpóreas e crenças antiquadas. Claro, algumas pessoas irão optar pela inadequação, enquanto outras terão a inadequação como uma imposição. Críticos consideram esses cenários revoltantes porque a chave para a próxima fase da evolução pode estar além do alcance da maioria das pessoas.

"A Singularidade não é a visão grandiosa para a sociedade que Lenin tinha ou que Milton Friedman pode ter", disse Andrew Orlowski, jornalista britânico que escreveu extensivamente sobre o utopismo tecnológico. "São pessoas ricas construindo um barco salva-vidas e abandonando o navio."

Analisando o comentário do Uili e este trecho do texto que eu postei, me leva a pensar se a singularidade não acabará por aumentar ainda mais o abismo na já enorme desigualdade social que se vê pelo mundo, separando mais ainda quem tem dinheiro de quem não tem.

Se a nossa atual visão monetarista e capitalista proseguir intocada singualidade à fora, certamente teremos uma elite com total acesso aos benefícios proporcionados e uma outra faixa, considerada inferior (até como sendo uma subespécie humana) por não ter dinheiro para comprar as modificações necessárias para se tornar um ser humano versão 2.0.
Essa visão começa a nos colocar um problema sério. Quem irá realmente se beneficiar da singularidade?
Concordo que esse problema em si constitui um obstáculo sério à chegada da Singularidade.

Do artigo postado pelo Byte tem um outro trecho que tambem me incomoda.
Citação de: ByteCode
Ao longo de Transcendent Man, Kurzweil é apresentado quase como um místico, sentado numa poltrona com uma luz circular brilhante pairando sobre sua cabeça, enquanto ele explica os preceitos básicos de sua filosofia. Durante uma cena na praia, ele é questionado sobre o que está pensando enquanto olha para o lindo por do sol, com as ondas quebrando e o vento bagunçando seu cabelo.
Eu tenho citado muito Ray Kurzweil mas não gostaria de pensar que ele estaria se transformando em um "guru", quase um mistico. Ai a coisa começa a mudar para mim. "HAY RELIGION, SOY CONTRA".

Offline ByteCode

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #243 Online: 22 de Junho de 2011, 14:41:22 »
Verdade, se isto começar a tomar ares de tecnoreligião, a coisa começa a complicar. E isto pode ocorrer acaso Kurzweil e CIA. deixem o poder financeiro proporcionado por livros, palestras, filmes etc. subir à cabeça.

Outra coisa que também me deixou com a puga atrás da orelha foi esta parte aqui:

Citar
Os executivos do programa de primavera também ouviram que alguns jovens haviam começado a largar a faculdade para criar seus próprios laboratórios de biologia sintética de baixo custo. Essas pessoas lembram entusiastas da computação de uma geração atrás, os participantes observaram, com a diferença de que agora eles estão mexendo com código genético de organismos e não com softwares.

Este tipo de manipulação, sem os devidos cuidados, pode dar uma m... gigante!


Offline Cumpadi

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #244 Online: 22 de Junho de 2011, 14:46:06 »
Pode dar merda nada, aquele filme "eu sou a lenda" nao passa de baboseiras totalmente irreais.
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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #245 Online: 22 de Junho de 2011, 14:53:23 »
Como não pode?? Já ouviu falar de perigo biológico? Ele está no mesmo patamar de perigo de resíduos radioativos e químicos. Você acharia normal alguém ficar manipulando plutônio na garagem de casa?

Manipulação biológica sem a devida precaução poderia levar a criação de organismos sintéticos letais, como vírus e bactérias, que podem sair do controle e contaminar vastas áreas.

Offline Cumpadi

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #246 Online: 22 de Junho de 2011, 14:57:16 »
Uuiii que perigo, estou morredo de medo. Sei que voce nao deve ter muito contato com biologia, portanto so o que posso te falar 'e: tente criar um troco letal em um laboratorio de merda dessa forma com a intencao de o fazer para ver se consegue.
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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #247 Online: 22 de Junho de 2011, 15:05:11 »
Rapaz, os nerds dão jeito pra tudo. O Gates não conseguiu criar um enorme e letal vírus de computador na garagem de casa (windows)? :D

As tecnologias tendem a ser barateadas com o tempo. Sequenciadores genéticos, como o usado por Craig Venter para produzir seu "genoma artificial" podem não custar os olhos da cara para sempre.

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #248 Online: 22 de Junho de 2011, 15:09:25 »
Veja como nem foi tão complicado assim para o Venter:

Citar
É um grande exemplo daquilo que Nicholas Negroponte, autor de Vida Digital (Editora Companhia das Letras, ano 1995, R$48,00) chama de limiar de uma nova era. Em resumo, Venter comprou via internet sequências de genes, juntou tudo numa espécie de processador digital semelhante a um prosaico Word, emendou as pontas dos genes, formando um genoma puramente digital e excluiu alguns que julgou ser lixo evolucionário sem função. Até essa etapa não havia química envolvida, somente dados digitais de zeros e uns, encerrando a etapa de CAD (Design Ajudado por Computador).

A fase seguinte, da síntese, envolve o CAM (Manufatura Ajudada por Computador). Na memória do computador, fica o genoma digital formado por sequências de zeros e uns (os bits puros de Negroponte), e não os átomos das tradicionais letras químicas do DNA (timina, citosina, adenina e guanina). Assim como um processador de texto manda os sinais digitais para uma impressora de papel, ou o CAM manda as instruções para as máquinas de usinagem para obter uma peça de precisão milimétrica, Venter usou no final do processo um aparelho relativamente simples, chamado sequenciador de DNA, que enfileira numa espécia de colar as letras químicas C,T, G e A, formando um longo cordão químico. Ou seja, a máquina transforma a sequência de zeros e uns em um cordão de letras químicas. Vai da química dos átomos para a forma digital de bits e depois a edição volta para a forma química com a "impressão" ou usinagem na ponta de saída. É parecido ao processo de analisar e editar uma música digitalizada em MP3 e depois tocá-la naqueles aparelhos como os famosos sintetizador Moog dos primórdios da música digital.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o-marketing-da-celula-frankestein

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Re: Singularidade Tecnológica: inteligência super-humana e imortalidade
« Resposta #249 Online: 22 de Junho de 2011, 15:16:38 »
Mas entenda que isso 'e muito mais complicado quando se tem os quesitos: se espalhar e matar. Em geral os proprios organismos patologicos acabam se adaptando de forma que nao matem seus hospedeiros, apenas consigam se espalhar. Nos temos um sistema de defesa extremamente eficiente, nao 'e f'acil criar patogenos dessa maneira, teriamos que inserir mecanismos de infeccao e propagacao extremamente eficientes. Por exemplo, se a bacteria for extremamente letal e matar uma pessoa em questao de horas, logo essa populacao de bacterias morreria. E como eu disse em um post acima, existem mais possibilidades de conformacoes estruturais de uma so proteina que atomos no universo, nao e so "escrever" um DNA que uma proteina que faca o que voce quer sera criada. Essas proteinas que foram usadas nesse projeto ja sao extensamente conhecidas, nao foram criadas do nada.
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