Titoff, a questão é o argumento que vcs usam, de que se fosse liberado haveria menos crimes relacionados.
Eu mostrei que não, que mesmo na Bolívia existem dezenas de crimes de morte relacionado a briga de quadrilhas e contrabando.
Não me passa pela cabeça que um nóia não vá me apontar uma arma na rua quando estiver precisando de um pico, e vcs acham que deveriam liberar o uso?
A Bolívia não tem um sistema de plantação e produção de cocaína feita por empresários. Temos que comparar laranjas com laranjas.
Vc e o DDV questionaram quanto a outras substâncias e o que entendem por "liberar". Bem a
minha opinião é que:
Maconha: Não vejo problema nenhum em se autorizar um plantio e distribuição por meio de cooperativas. Modelos semelhantes se mostram viáveis (ao contrário da 'war on drugs') em outros lugares.
Cocaína: Parece que cerca de 10% (podem procurar estes dados) dos que usam se tornam viciados problemáticos (e é o que chamam a atenção, os outros se mantém discretos). Poderia muito bem ter um sistema de distribuição mais voltado a saúde, principalmente por ser tabu na sociedade admitir que existem pessoas que cheiram e tem uma vida social, profissional, etc. considerada normal.
Heroína: No Brasil até onde eu sei é muito rara. Poderia ter em clínicas de consumo seguro, que é bem mais barato que cadeia, repressão, tribunal e hospital para quem se ferra. É a política de redução de danos que se mostrou um sucesso em vários locais. Pessoas que já estão no extremo do vício conseguem apoio sem medo de serem achacadas e tem uma chance de sair do buraco.
Teve a reportagem que citaram aqui de uma mulher viciada em heroina que partiu para outra droga caseira que fez seu braço ficar até o osso. Bem, ela fez isso com fármacos que adquiriu legalmente na farmácia e substâncias que se consegue em mercados, até onde eu vi. Se houvesse um local de consumo seguro para dar suporte, poderia muito bem não ter chegado a tanto e tentado até largar.
Crack: Poderia ter o mesmo do modelo acima. Pode-se usar até outras substâncias para tratar, como sugeriu um estudo pequeno que conseguiu uma boa taxa de abandono do crack ao darem maconha para o sujeito, que posteriormente também parou de fumar. Veja que o crack é droga-irmã (ou droga-resíduo) da cocaína.
Vejam, não sou especialista em todas as áreas do assunto mas minha opinião é fruto de leituras sobre o tema e principalmente de casos práticos.
Sou contra a propaganda e glamourização de qualquer substãncia, inclusive as legais. Dizer que quem é contra a "war on drugs" quer liberar tudo de vez, vendendo tudo junto em qualquer mercadinho é um espantalho dos brabos.
Qualquer modelo alternativo adotado provavelmente precisará de ajustes com o tempo, respondendo a realidade.
Ainda quero ver demonstrado que a industria do tabaco é menor que a fabricação e distribuição de cigarros, assim como a de bebidas com a fabricação e distribuição por quadrilhas.