"Gigaview" - escreveu:
Você claramente faz uso da ambiguidade semântica para confundir ciência com pseudociência.
A ciência que o Geo citou não tem nada de ambíguo, mesmo assim você insiste em atribuir outro significado a ela para acomodar as suas crenças e experiências anedóticas.
Caro e prezado forista "Gigaview": na minha modesta opinião, a palavra
ciência, é igual à palavra
ciência. Queira ter a simpática amabilidade de apreciar imparcialmente este artigo, que eu me atrevi a colar da wikipédia, para advogar a minha opinião...
Definições filosóficas: Para os filósofos não há uma definição única de ciência.
Contudo, o que esperar deles quanto à definição de ciência? Os filósofos não se entendem nem quanto à definição de filosofia! Embora para um "cientista" a definição de ciência que vale é a estrita, há considerável discussão sobre o que é ciência no meio filosófico, e neste meio acham-se várias definições de ciência, e várias considerações sobre sua abrangência.
A palavra ciência, no seu sentido estrito, se opõe à opinião (doxa em grego), e ao dogma, ou a afirmações de natureza arbitrárias. No entanto a relação entre a opinião de um lado e a ciência do outro não é estritamente sistemática; o historiador das ciências Pierre Duhem pensa com efeito que a ciência é a âncora no sentido comum, que deve salvar as aparências.
O discurso científico se opõe à superstição e ao obscurantismo. Contudo, a opinião pode transformar-se num objeto de ciência, ou mesmo uma disciplina científica à parte. A Sociologia da ciência analisa esta articulação entre ciência e opinião; os relatos são mais complexos ou mais tênues em acordo com a situação, mas de forma geral podem ser resumidos na frase de Gaston Bachelard: "a opinião pensa mal; não pensa".
Em senso estrito a ciência certamente se opõe às crenças em seu método de trabalho, contudo em meios não acadêmicos, ou mesmo acadêmicos, é comum esquecer-se a última parte da frase, e afirmar-se simplesmente que a ciência se opõe às crenças; por extensão a ciência é frequentemente considerada como contrária às religiões.
Esta interpretação é mais comum do que se pensa, sendo frequentemente usada em ambos os lados, embora com maior frequência por cientistas do que por religiosos.
A ideia de ciência com o objetivo de produzir conhecimento é problemática para alguns; vários dos domínios reconhecidos como científicos não têm por objetivo a produção de conhecimentos, mas a de instrumentos, máquinas, de dispositivos técnicos.
Terry Shinn assim propôs a noção de "investigação técnico-instrumental". Os seus trabalhos com Bernward Joerges a propósito da instrumentação, assim permitiram destacar que o critério científico não é atribuído unicamente às ciências do conhecimento.
A acepção da palavra ciência conforme definida no século XX e XXI é a da instituição da ciência, ou seja, o de conjunto das comunidades científicas que trabalham para melhorar o saber humano e a tecnologia, incluso nesta acepção considerações de natureza internacional, metodológica, ética e ou política.
A noção de ciência acima apresentada, ou mesmo outra, está longe, entretanto, de ser consensual. Segundo o epistemologista André Pichot, é "utópico querer dar uma definição a priori da ciência".
O historiador das ciências Robert Nadeau explica, por seu lado, que é "impossível passar aqui em revista o conjunto dos critérios de demarcação propostos desde cem anos pelos epistemologistas [para se definir ciência] ... [e que] pode-se aparentemente formular um critério que exclui qualquer coisa que se queira excluir, e conserva qualquer coisa que se queira conservar."
O físico e filósofo das ciências Léna Soler, no seu manual de epistemologia, começa igualmente por sublinhar pelos limites da operação de definição.
Os dicionários propõem certamente algumas definições. Mas, como recorda Léna Soler, estas definições não são satisfatórias, como quase nunca são quanto o assunto são verbetes ligados às cadeiras científicas.
As noções de universalidade, de objetividade ou de método científico (sobretudo quando este último é concebido como a uma única noção em vigor) é objeto de numerosas controvérsias para que possam constituir o pedestal de uma definição aceitável.
É necessário, por conseguinte, ter em conta estas dificuldades para descrever a ciência. E esta descrição continua a ser possível tolerando-se certa vaporosidade epistemológica.
Das correntes filosóficas à definição estrita.Empirismo:
A ciência busca prever o futuro, contudo usar bola de cristal certamente não é uma forma científica de se fazê-lo! De acordo com o empirismo, as teorias científicas são objetivas, empiricamente testáveis e preditivas — elas predizem resultados empíricos que podem ser verificados e possivelmente contraditos.
Mesmo alheio à tradição empírica há de se compreender que "predição" em ciência refere-se mais ao planejamento de experimentos ou estudos futuros e às expectativas quanto aos resultados do que literalmente predizer o futuro, mesmo que o número de acertos associados à predição - graças a uma teoria bem corroborada - venha a ser considerável.
Certamente consegue-se hoje prever com enorme antecipação a hora de um eclipse, contudo dizer que "um paleontólogo pode fazer predições a respeito do achado de um determinado tipo de dinossauro" também é plenamente consistente com o uso empírico da predição, mesmo que por um azar do destino, este nunca venha a encontrá-lo.
Embora a capacidade de fazer tais predições certamente sejam objetivos destas cadeiras via avanços contínuos nos modelos associados, tem-se ainda que ciências como a geologia ou meteorologia não precisam ser capazes de fazer predições acuradas sobre terremotos ou sobre o clima para serem qualificadas como ciência.
Em particular para a meteorologia, com os avanços tecnológicos verificados nas últimas décadas, não se "prevê" mais o clima, se sim se "vê", via satélite, como estará o clima daqui a uma semana ou mais.
Expandindo um pouco o leque filosófico, o filósofo empírico Karl Popper argumentou que determinada verificação é em verdade impossível, e que a hipótese científica pode ser apenas falseável (falseabilidade).
O Positivismo, uma forma de empirismo, defende a utilização da ciência, tal como é definida pelo empirismo, a fim de governar as relações humanas. Em conseqüência à sua afiliação próxima, os termos "positivismo" e "empirismo" são geralmente usados intercambialmente. Ambos têm sido objetos de críticas.
Realismo científico:Em contraste, o realismo científico define ciência em termos da ontologia: a ciência se esforça em identificar os fenômenos no meio, os elementos físicos envolvidos nestes fenômenos, suas relações de causalidade, e por fim os mecanismos através dos quais a causalidade se estabelece.
As posturas filosóficas fazem-se mais uma vez presentes:
W. V. Quine demonstrou a impossibilidade de existir uma linguagem de observação independente da teoria, ou seja, compreende-se o desconhecido com base no conhecido. As observações são sempre carregadas de teorias.
Thomas Kuhn argumentou que a ciência sempre envolve "paradigmas", grupos de regras, práticas, premissas (geralmente sem precedentes) e teorias tidas até então como válidas, e as transições entre paradigmas geralmente não envolvem necessariamente a verificação ou falseabilidade de teorias científicas. Além disso, ele argumentou que a ciência não progridiu historicamente com a acumulação constante de fatos, como o modelo empirista expressa.
O melhor de cada uma: A ciência não morde a própria cauda. É contudo verificável que o método científico - base da definição da ciência moderna - preserva os traços mais importantes - estes não conflitantes - tanto da postura empirista como da realista.
A saber identifica-se facilmente, nas teorias científicas modernas e no método, a existência obrigatória de um conjunto de fatos empíricos, a obrigatoriedade do teste experimental, a previsibilidade de fenômenos ou fatos ainda desconhecidos, a causalidade, os mecanismos que implicam a relação de causa efeito, e vários outros.
Em resumo, verificado que os dois juntos funcionam harmonicamente, se é a teoria que determina a observação (realismo), ou a observação que determina a teoria (empirismo) - pelo menos à luz da ciência - não importa.
O problema de se determinar o início e o fim de uma curva fechada (o método científico é descrito por um diagrama fechado) não é um problema para a ciência, quer seja este um problema filosófico, quer não.
cepticamente - artur