Autor Tópico: CC Ultimate Fight  (Lida 38297 vezes)

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Offline Barata Tenno

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #300 Online: 04 de Dezembro de 2011, 00:57:57 »
Debate? Eu não vi debate nenhum, vi duas pessoas com argumentos e do outro lado alguém com os olhos fechados, os dedos nos ouvidor e gritando "bla bla bla eu to certo bla bla bla groselha bla bla bla"
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Offline Moro

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #301 Online: 04 de Dezembro de 2011, 00:59:33 »
e ao final, havia livre arbitrio ou não? Pegue as posições iniciais de todos (se é que você lê algo) e veja o que sobrou ao final
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Moro

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #302 Online: 04 de Dezembro de 2011, 01:02:31 »
alias, você viu isso porque seu espírito caga regras logo faz com que tenha que se intrometer sem ao menos ler nada para achar um espaço para dar lição de moral não solicitadas..

O dia que você articular um argumento com mais de 3 linhas me conta ok?
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Offline D|V

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #303 Online: 04 de Dezembro de 2011, 01:22:22 »
O tópico era pra ser de discussão geral, mas pelo jeito o debate sobre livre-arbítrio monopolizou total aqui.

Offline Salazar

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #304 Online: 04 de Dezembro de 2011, 01:27:13 »
O tópico era pra ser de discussão geral, mas pelo jeito o debate sobre livre-arbítrio monopolizou total aqui.
Quietinhos.
Esse tópico entrou em uma fenda dimensional e foi teleportado para o FR.  :lol:

Offline D|V

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #305 Online: 04 de Dezembro de 2011, 01:38:29 »
Bom, eu vou tentar mudar o foco um pouco, não sei se meu esforço será inútil, mas enfim...

Sou ateu, e o motivo pelo qual sou, diferente do que teístas acreditam, não é porque desejo que deus algum exista, ou porque tenho FÉ que ele não existe (alguns teístas tentam inverter o jogo e afirmar que o ateu também tem fé que divindade alguma existe), é simplesmente porque acredito que o ateísmo é consequência direta do ceticismo.

Ceticismo, na minha concepção, é algo tão fundamental, tão inequívoco, que deveria ser ensinado na escola, durante todas as séries, do ensino fundamental ao doutorado. Corro o risco de parecer fanático, mas na minha opinião, quem discorda que só fazendo (bom) uso do ceticismo conseguimos chegar o mais perto da verdade que nós é possível é que é o verdadeiro fundamentalista.

A fé, portanto, é um agente (na maioria das vezes nocivo) que engloba o ceticismo com uma redoma de proteção, que impede que qualquer questionamento transpasse essa zona de conforto e atinja o âmago da crença (qualquer que seja ela) que tal indivíduo alega ser factível. É tão estranho que até mesmo pessoas que concordam com o ceticismo, que o usam para tudo, simplesmente ignoram-o na hora em que questionamos porque não o aplicam às suas próprias crenças : 'Não, minha fé está acima de questionamentos.' Como é que é?  :olheira:

Acho que o ceticismo, quando usado como ferramenta em todos os aspectos da vida, acaba conduzindo ao ateísmo. Não tem como não ser ateu se formos aplicar o ceticismo às crenças religiosas. Em meia década de pesquisas e debates, eu nunca estive diante de UM argumento sequer por parte dos teístas que me fizesse realmente questionar minha posição. Desconheço qualquer argumento bom, e desconheço mais ainda qualquer evidência ou prova da existência de qualquer divindade, as únicas evidências são aquelas anedóticas típicas, por exemplo, dos crentes que vão pra igreja e 'sentem' o poder do pastor, ou os milagres, que não sobrevivem após uma investigação cética séria. Tais evidências só são válidas para aquelas pessoas que apagam a luz da vela do ceticismo quando diante de dessas alegações e sentem mais conforto na escuridão da fé.

É por isso que considero a posição ateísta uma mera consequência do ceticismo aplicado a tudo, e não um algo que seja independente (claro que ao analisarmos a etimologia da palavra, nos deparamos com coisas como um ateu que acredita em fadas, ou um ateu que acredita em astrologia e simpatias. Não digo que essa pessoa não seja ateísta do ponto de vista puro do conceito, mas com certeza não faz parte dessa minha interpretação da palavra)

Offline Geotecton

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #306 Online: 04 de Dezembro de 2011, 01:59:52 »
O que ja é muito mais do que o Agnóstico ja fez, nunca leu nenhum artico e nem o livro, mas ele sabe mais do que voce sobre o assunto. SOBRE QUALQUER ASSUNTO.

engraçado.. aconteceu exatamente o que eu disse (não há estudos que corroboram o não livre arbítrio), eu citei o que os artigos diziam.. você só entrou aqui, citou estudos que não existem, não falou nada com nada a não ser ad hominem contra mim fora do contexto da discussão..  ofensa pela ofensa.

Vou começar a te ofender pelos tópicos que você participa ok? espero que você aceite bem, eu não tenho problemas com ofensa

Cavalheiros.

Eu solicito que evitem a troca de "farpas" e se concentrem na discussão do assunto em tela.
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Offline Geotecton

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #307 Online: 04 de Dezembro de 2011, 02:04:19 »
Debate? Eu não vi debate nenhum, vi duas pessoas com argumentos e do outro lado alguém com os olhos fechados, os dedos nos ouvidor e gritando "bla bla bla eu to certo bla bla bla groselha bla bla bla"

Eles estão debatendo, pois alguns pontos do Agnóstico aparentemente são válidos, embora estejam sendo fortemente questionados.


alias, você viu isso porque seu espírito caga regras logo faz com que tenha que se intrometer sem ao menos ler nada para achar um espaço para dar lição de moral não solicitadas..

O dia que você articular um argumento com mais de 3 linhas me conta ok?

Embora eu concorde em parte com a sua reclamação sobre a opinião do Barata, o comedimento nas palavras é um ato de sabedoria, meu caro Agnóstico.
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Offline Sergiomgbr

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #308 Online: 04 de Dezembro de 2011, 02:17:18 »
Talvez eu seja um caso à parte, uma vez que não me importa se um indivíduo acredita ou jure de pés juntos que não acredita em seja lá o que for, portanto, pra mim o que importa é a consequência daquilo que outrem pensa ou prega e que vai ter implicações na prática, que é a convivência entre indivíduos no mundo real.

Gosto de acreditar, portanto, que eu pratico o ceticismo, que não creio que seja uma ideologia, mas uma prática que se aproxima da, (ou ao menos busca a) virtude plena sob todos os aspectos.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Moro

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #309 Online: 04 de Dezembro de 2011, 02:18:37 »
Debate? Eu não vi debate nenhum, vi duas pessoas com argumentos e do outro lado alguém com os olhos fechados, os dedos nos ouvidor e gritando "bla bla bla eu to certo bla bla bla groselha bla bla bla"

Eles estão debatendo, pois alguns pontos do Agnóstico aparentemente são válidos, embora estejam sendo fortemente questionados.

tivemos consenso na discussão Geo, olhe novamente.

alias, você viu isso porque seu espírito caga regras logo faz com que tenha que se intrometer sem ao menos ler nada para achar um espaço para dar lição de moral não solicitadas..

O dia que você articular um argumento com mais de 3 linhas me conta ok?

Embora eu concorde em parte com a sua reclamação sobre a opinião do Barata, o comedimento nas palavras é um ato de sabedoria, meu caro Agnóstico.

A mania do Barata é antiga. Não utilizei o termo a toa.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline D|V

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #310 Online: 04 de Dezembro de 2011, 02:22:26 »
Eu também não me importo a mínima com o que um indivíduo acredite ou deixe de acreditar, mas acho que o pensamento crítico deveria estar presente na educação de qualquer pessoa, bem como Filosofia, Sociologia, Cidadania, matérias essas que são, pelo menos no nosso país, deixadas de lado. Se essa pessoa vai adotar ou não, aí já é problema dela.

Lógico que respeito isso até o limite em que essas crenças começam a interferir no convívio em sociedade. E é justamente isso que está acontecendo em nosso país. Por exemplo, sua vida está sendo decidida pela bancada evangélica que se formou no Congresso. Parlamentares que não votam pela razão, e sim pela fé. Isso é o um dos exemplos máximo de nocividade que a fé sem precedentes traz.

Offline nobre

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #311 Online: 04 de Dezembro de 2011, 05:36:30 »
Bom, eu vou tentar mudar o foco um pouco, não sei se meu esforço será inútil, mas enfim...
....

Segundo alguns livros sobre a História da Filosofia (cf. Bertrand Russel - História da Filosofia Ocidental), René Descartes (considerado o fundador da filosofia moderna) introduziu os conceitos básicos do que chamamos de ceticismo. Partiu do próprio questionamento do ser e procurou efetuar uma análise racional (supostamente lógica) da Filosofia em seus livros Discuso sobre o Método e Meditações. Sua "dúvida cartesiana" veio a ser adotada pela ciência (com grande dificuldade inicialmente) e vem evoluindo como método investigativo desde então. Assim, do ponto de vista científico, o ceticismo é um método cujo objetivo é aceitar apenas as afirmativas que possam ser logicamente comprovadas e, eventualmente, corroboradas através da experimentação.
Para variar (como tudo na atividade humana) há controvérsias...
Os fundamentos da lógica cartesiana trazem alguns paradoxos (cf. paradoxo de Russell) que levaram ao desenvolvimento de novas teorias de lógica (lógica paracompleta, paraconsistente, difusa, quântica) como uma forma de resolver (eliminar) os vários paradoxos encontrados.
Assim, o ceticismo não é apenas questionar proposições tidas como "verdade" (seja lá o que isso for), mas sim submeter qualquer proposição a um questionamento sistemático e compatível com um método de averiguação da verdade.
Não considero cético aquele que "apenas" questiona a verdade ou falsidade dos fatos ou proposições, mas sim aquele que demonstra esse questionamento através de argumentos válidos (que podem ser questionados, claro).
Por isso, "negar por negar" tem o mesmo componente de fé (?) de "acreditar por acreditar".
É bastante compreensível que utilizemos o mesmo conceito com relação ao Ateísmo (não acreditar na existência de deus) e ao Teísmo (acreditar na existência de deus).
Nada pode ser feito com relação às crenças religiosas individuais (pessoais), muito embora isso não signifique que o Cristianismo, Islamismo, etc... não possam ser discutidos e questionados.
Claro está que o ceticismo não deve ser indiscriminadamente aplicado, quando não traz nenhuma contribuição à busca da verdade, deve apenas ser utilizado como método investigativo da verdade!
Assim, não posso ser cético com relação à existência de deus (Ateísmo), mas, também, não tenho evidências irrefutáveis de sua (deus) existência (Teísmo).
Podem me chamar de Agnóstico.

Offline Salazar

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #312 Online: 04 de Dezembro de 2011, 05:47:26 »
Citar
Podem me chamar de Agnóstico.
O Agnóstico, é proibido ter duas contas nesse fórum, sabia? ;P
Piadas a parte:
http://realidade.org/forum/topic=6989.0.html
Nesse tópico do FR tem um debate sobre o assunto agnosticismo x ateísmo, as mensagens do The Old One em especial são o que me levaram a postar isso, o conteúdo delas são muito pertinentes ao meu ver.

Offline nobre

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #313 Online: 04 de Dezembro de 2011, 05:54:03 »
....
Lógico que respeito isso até o limite em que essas crenças começam a interferir no convívio em sociedade. E é justamente isso que está acontecendo em nosso país. Por exemplo, sua vida está sendo decidida pela bancada evangélica que se formou no Congresso. Parlamentares que não votam pela razão, e sim pela fé. Isso é o um dos exemplos máximo de nocividade que a fé sem precedentes traz.

Infelizmente esse é o "preço" da Democracia!
Vivemos em uma sociedade, dita Democrática, onde a maioria "impõem" as regras (leis) através dos seus representantes (parlamentares).
Acho que a falta de "senso crítico" (no meu entendimento) dessa maioria é consequência da formação escolar e intelectual, extremamente deficitária no nosso pais (de novo, no meu entendimento). Acho que a única maneira de mudar esse estado de coisas é oferecer à população um ensino de qualidade e que promova esse "senso crítico".
Mas, ao que parece, isso não interessa...

Offline nobre

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #314 Online: 04 de Dezembro de 2011, 05:59:40 »
Citar
Podem me chamar de Agnóstico.
O Agnóstico, é proibido ter duas contas nesse fórum, sabia? ;P
Piadas a parte:
http://realidade.org/forum/topic=6989.0.html
Nesse tópico do FR tem um debate sobre o assunto agnosticismo x ateísmo, as mensagens do The Old One em especial são o que me levaram a postar isso, o conteúdo delas são muito pertinentes ao meu ver.

Obrigado.  :ok:
Como deve ter percebido, sou novo aqui e não conheço (ainda) o que já foi postado.
Saudações! :)

Offline Gigaview

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #315 Online: 04 de Dezembro de 2011, 11:36:12 »
Salazar, o tópico tá legal. E você está se revelando um ótimo moderador. Não deixe a peteca cair. Parabéns.  :ok:
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline D|V

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #316 Online: 04 de Dezembro de 2011, 14:22:48 »
Assim, não posso ser cético com relação à existência de deus (Ateísmo), mas, também, não tenho evidências irrefutáveis de sua (deus) existência (Teísmo).
Podem me chamar de Agnóstico.

Eu discordo. Porque eu não posso ser cético com relação a existência de deus(es)? E não só acho que podemos, como devemos, e foi essa posição que tentei expor resumidamente acima.
Não ser cético com relação a existência de deus(es) faz, na minha opinião, com que haja uma gigantesca probabilidade de que o indivíduo irá escorregar pra fé positiva (irá acreditar em um deus ou deuses por FÉ (postura não-racional)) ou pra fé negativa (irá negar a existência de um deus ou deuses por FÉ (postura não-racional TAMBÉM)). Claro que existe a probabilidade do indivíduo simplesmente falar 'Não me importo com isso!', e ficar em cima do muro sobre essa questão, mas, na minha opinião, uma pessoa em cima do muro com relação a crença em um deus ou deuses está simplesmente negando-o, embora não o faça explicitamente.

Eu acho que o ceticismo é uma ferramenta que deve ser aplicada a todos os conceitos a que formos expostos. A dúvida é sempre saudável. Perceba que eu estou falando de CETICISMO, e não de PSEUDOceticismo, que seria a postura de NEGAR um conceito, uma evidência, um fenômeno, antes de qualquer investigação, sem ter qualquer argumento.

Portanto, não acho que o panteão divino deva ser isento do questionamento cético. Veja que a postura agnóstica, como o forista do FR explicou brilhantemente, não se refere a acreditar ou não na existência de uma ou mais divindades, o agnóstico ainda assim tem que adotar uma postura ateísta ou teísta. E, como eu tentei explicar acima, a postura ateísta é simplesmente consequência do uso do ceticismo, da dúvida saudável, aplicado ao divino. Tendo em vista que não há (pelo menos eu desconheço) qualquer argumento verdadeiramente irrefutável, que não há evidências, provas (pelo menos eu desconheço) que nos façam admitir a hipótese divina como a mais provável pra explicar um determinado conjunto de fenômenos, a postura cética nos leva diretamente ao ateísmo cético. Não há como escapar disso, penso eu.

Offline Dbohr

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #317 Online: 04 de Dezembro de 2011, 20:01:06 »
A mania do Barata é antiga. Não utilizei o termo a toa.

Talvez sim, talvez não... mas também não vale a pena atiçar ainda mais as chamas, não acha?

Offline nobre

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #318 Online: 04 de Dezembro de 2011, 23:47:47 »

Eu discordo. Porque eu não posso ser cético com relação a existência de deus(es)? E não só acho que podemos, como devemos, e foi essa posição que tentei expor resumidamente acima.

Desculpe se não me fiz entender, talvez seja a falta de prática na discussão de tais assuntos...
Eu não faço nenhum tipo de distinção entre "tipos" de Ateísmo, erroneamente, pelo visto.
Para mim Ateísmo significa simplesmente não acreditar na existência de deus.
Ora, se não acredito (não faz parte das minhas crenças) não tenho porque justificar essa não crença.
Posso vir a acreditar em algo desde que tenha provas racionais contundentes de que estou errado.
Isso significa que "o ônus da prova" é de quem acredita.
Assim, não acredito que existam "sapos cor de rosa em Saturno" e não preciso sequer pensar sobre isso (muito menos justificar essa minha não crença), a não ser que me seja demonstrado o contrário.
O Ceticismo, como coloquei antes, é essencialmente um método de descoberta da verdade (a tal da "dúvida sistemática"). Por ser ateu, não tenho dúvidas quanto a não existência de deus, logo não posso ser cético com relação à existência de tal entidade, pois estaria contradizendo minha não crença.
Já considero o "Agnosticismo é uma atitude epistêmica da suspensão da possibilidade de se efetuar racionalizações a respeito de determinado domínio, alegadamente incognoscível." (cf. explicação do forista do FR).
Isto é, afirma apenas que a razão humana é incapaz de fornecer argumentos racionais que justifiquem o conhecimento da existência, ou não, de deus.
No meu entender, não se trata de dúvida, muito menos de "ficar em cima do muro", apenas a constatação de existem ideias (deus é uma delas) que escapam à razão humana, embora possamos questionar e falar dessas ideias todo o tempo.
Por exemplo, pode a razão humana conceber o infinito, o nulo, o vazio, uma "singularidade" quântica?
Claro que lidamos cotidianamente com essas ideias/conceitos, mas representam algo mais que simples operadores da Matemática? A "singularidade" quântica não é apenas o resultado da indeterminação de um conjunto de fórmulas matemáticas que representam a Teoria do Big Bang?
Assim, no meu entender, existem distinções entre o Ateísmo (não acreditar), o Ceticismo (duvidar) e o Agnosticismo (impossibilidade epistêmica de acreditar ou não acreditar).
Por isso a minha afirmação de que (como ateu) "não posso ser cético com relação à existência de deus (Ateísmo)"...

Claro que são detalhes pouco significativos...

Offline D|V

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #319 Online: 05 de Dezembro de 2011, 23:58:34 »
O problema é o seguinte : se você adota uma postura ateísta, sendo que esse ateísmo que será praticado por você for definido como uma negação da existência de uma ou mais divindades, sejam elas quais forem, isso implica que você estará, automaticamente, negando a existência de divindades cuja existência ainda permanece uma possibilidade. Por exemplo, o conceito de deísmo é ainda uma possibilidade para explicar a existência do Universo. Ainda não temos uma explicação definitiva para esse problema, e embora as evidências possam apontar para um lado, ainda não podemos excluir a possibilidade de uma criação por uma entidade que não se manifesta no nosso mundo natural.

Se você afirma, através do ateísmo, que o deísmo está errado, eu julgo que isso seja uma alegação um pouco insensata. Tudo bem que o ônus da prova recai sobre quem afirma, e você vai dizer que, portanto, os defensores do deísmo é que deveriam provar, mas no fundo você também não está fazendo uma afirmação? É uma afirmação de valor negativo, mas ainda assim é uma asserção. E eu acho que qualquer afirmativa necessita de justificativa.

Por isso que muitos teístas apelam pro argumento de que os ateus também tem fé, já que eles ACREDITAM na NÃO-EXISTÊNCIA de um ou mais deuses. Isso está parcialmente correto, nesse caso. Uma grande parte dos conceitos que se tem sobre divindades é falseável (por exemplo, o deus cristão é falseável. Evangélicos normalmente crêem na interpretação literal da Bíblia, e assumem que ela é a palavra de Deus. Porém, sabemos que a Bíblia está errada em quase todos os pontos, desde o começo, Gênesis, portanto, não pode existir o tal deus em que eles creem), logo, podemos ser perfeitamente ateus a respeito desses deuses que podem ser provados errados, e a outra parte dos conceitos são divindades não-falseáveis, essas sequer merecem atenção, e ser ateu sobre elas é uma posição inquestionável, afinal, um teísta que crê numa divindade cuja existência ou inexistência não pode ser provada, demonstrada, evidenciada, não pode afirmar que um ateu acredita na não-existência sem provas. Ora, está mais do que correto não acredita na existência de algo se esse algo é IMPOSSÍVEL de provar, se a crença nesse algo necessita de nada mais além de fé.
Porém, ainda existem, como eu citei, conceitos de divindades falseável, mas que ainda não foram provados errados. Julgo que seja errado negar que tais deuses não existem.

Por isso eu defino meu ateísmo como um subproduto do ceticismo. Aplico o ceticismo ao conceito de divindade. Aquelas que são cientificamente erradas, eu tenho total certeza ao dizer que não existem, aquelas que ainda não foram provadas erradas, eu me mantenho cético, sem efetuar nenhum julgamento, embora considere estas com a menor probabilidade dentre as explicações possíveis.

Offline Cientista

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #320 Online: 06 de Dezembro de 2011, 03:17:35 »
Buck, você não respondeu ainda a minha primeira questão.

Eu afirmo que, a partir da análise comportamental do ser humano, você não conseguiria sustentar de maneira alguma a afirmação que não temos livre arbítrio, concorda com isso ou não?

É sim possível, acho que já disse mais de uma vez. Tudo que é observado é perfeitamente compatível com a "hipótese" de sermos autômatos altamente sofisticados.

O "problema" está apenas em provar que não existe alma/mundo paralelo/etc. Quanto a isso o melhor que se pode fazer é não fazer essa assunção por parcimônia. Se o mundo físico parece explicar tudo que é observado -- mesmo que isso implique em haver algumas ilusões, como livre-arbítrio literal -- então o mais provável é que seja apenas isso que exista, e não algo além.

Se não fazemos essa assunção, então livre-arbítrio literal inexiste por definição/lógica.

Talvez não exista uma resposta categórica, mas situações em que temos ou não temos livre-arbítrio.

Como disse ao Agnóstico, começam a aparecer evidências da ausência de livre-arbítro em situações de movimento motor intencional, mas acho difícil extender isso à todas as situações que envolvem processo decisório.
É claro que não há resposta, nem categórica nem não categórica. O que o Agnóstico está pedindo é que se prove que o "eu" não existe e isso é tão "impossível" quanto provar a qualquer crente que o deus dele não existe. É uma falácia monumental questionar isso como fosse um argumento. Pelo que vejo, continua o Agnóstico fanatizado pelo deus interno "eu", sem nenhuma disposição para largar o osso.

Mas o Buckaroo deu uma ótima resposta. Podería-se perguntar se, observando o comportamento cilmático terrestre, seria possível negar o livre arbítrio do clima. Então, não é o comportamento que está sob foco observacional investigativo aqui, é o "eu" mesmo, disfarçado de "comportamento". Mas não seria necessário esse disfarce se não fosse peticionada a separação pois comportamento é tudo que o "eu" é. O clima não pode dizer: "eu não queria chover hoje, não estava com vontade, mas, na última hora, decidi chover". Ele só pode chover. Um sistema humano, igualmente, por sua fronteira externa, só pode apresentar seus comportamentos diversos, *que incluem suas expressões linguísticas*. Assim, o "eu" só continua existindo para ele mesmo, que crê em si, e para nada mais. E nutre a esperança de que, pela semelhança sistêmica *física*, um outro "eu" externo possa acreditar nele também. Não pode; o outro "eu" da outra máquina, também, só pode acreditar em si próprio, mesmo quando "acredita" no da outra máquina. Como *eu* já disse antes, o "eu" é a única ilusão que há no universo. Todos os outros "eus" de todas as outras máquinas são só comportamentos das mesmas. Não podem provar que existem uns para os outros. Como a existência de um "eu" é incompatível com todo a resto da realidade verificada, como muito bem apontou o Buckaroo, não resta posição científica outra a adotar que a desconsideração total da existência objetiva do eu para toda e qualquer finalidade.
« Última modificação: 06 de Dezembro de 2011, 03:43:29 por Cientista »

Offline nobre

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #321 Online: 06 de Dezembro de 2011, 05:37:27 »

Vamos por partes:

O problema é o seguinte : se você adota uma postura ateísta, sendo que esse ateísmo que será praticado por você for definido como uma negação da existência de uma ou mais divindades, sejam elas quais forem, isso implica que você estará, automaticamente, negando a existência de divindades cuja existência ainda permanece uma possibilidade. Por exemplo, o conceito de deísmo é ainda uma possibilidade para explicar a existência do Universo. Ainda não temos uma explicação definitiva para esse problema, e embora as evidências possam apontar para um lado, ainda não podemos excluir a possibilidade de uma criação por uma entidade que não se manifesta no nosso mundo natural.
Se você afirma, através do ateísmo, que o deísmo está errado, eu julgo que isso seja uma alegação um pouco insensata. Tudo bem que o ônus da prova recai sobre quem afirma, e você vai dizer que, portanto, os defensores do deísmo é que deveriam provar, mas no fundo você também não está fazendo uma afirmação? É uma afirmação de valor negativo, mas ainda assim é uma asserção. E eu acho que qualquer afirmativa necessita de justificativa.

Como ateu eu não nego nada, apenas não acredito e generalizo esse conceito para qualquer entidade "deísta". Assim não existem (como ateu) "divindades cuja existência ainda permanece uma possibilidade", pois isso está totalmente fora de cogitação.
Não porque me foi "provado" ou "não provado", mas simplesmente por não ter motivos de qualquer natureza (racionais, emocionais) para sequer pensar no assunto.
Negar implica em racionalizar (pensar e concluir) e não vou racionalizar o que não acredito.
Não é uma postura crítica, nem epistêmica, muito menos dizer que o deísmo está errado, pois isso (deísmo) não existe para mim. Não é uma questão de fé, apenas um posicionamento intelectual, que não necessita de qualquer refutação ou comprovação (para mim, claro). Mal comparando, é um axioma e, como tal, não falseável. Assim não preciso e não me preocupo em justificar nada!
Evidentemente também não acredito que o deísmo possa vir a ser justificativa para qualquer fenômeno físico, incluindo aqueles (fenômenos) ainda desconhecidos.
Me parece ser essa a postura de um ateu.

Se você afirma, através do ateísmo, que o deísmo está errado, eu julgo que isso seja uma alegação um pouco insensata. Tudo bem que o ônus da prova recai sobre quem afirma, e você vai dizer que, portanto, os defensores do deísmo é que deveriam provar, mas no fundo você também não está fazendo uma afirmação? É uma afirmação de valor negativo, mas ainda assim é uma asserção. E eu acho que qualquer afirmativa necessita de justificativa.

Aqui já não se trata de uma postura ateísta e sim cética.
Quando digo que o deísmo está errado é porque já racionalizei a questão: pensei, analisei os argumentos favoráveis e os contrários e deduzi uma conclusão. Tanto quanto me foi possível fiz uma análise crítica e aceito minha conclusão como verdadeira, até que me convença do contrário (como consequência de novas evidencias).
É um procedimento idêntico ao método científico.

Por isso eu defino meu ateísmo como um subproduto do ceticismo. Aplico o ceticismo ao conceito de divindade. Aquelas que são cientificamente erradas, eu tenho total certeza ao dizer que não existem, aquelas que ainda não foram provadas erradas, eu me mantenho cético, sem efetuar nenhum julgamento, embora considere estas com a menor probabilidade dentre as explicações possíveis.

Considerando que "Aplico o ceticismo ao conceito de divindade", significa (implicitamente) que vai continuar aplicando esse método (ceticismo). Assim sua negação da existência de deus é uma postura racional que deverá manter até que seja convencido do contrário (através de provas irrefutáveis, claro). De outro modo: para um cético a não existência de deus não é um axioma e, como tal, esse axioma não é considerado.

Acho que é apenas uma questão de entendimento (e diferenciação) da ideia do que é ateu e do que é cético.

Apenas por curiosidade, eu sou agnóstico.  :)





Offline _tiago

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #322 Online: 11 de Dezembro de 2011, 18:47:34 »
Agnóstico,

O maior problema da escolha é que não vejo por onde encontrarmos uma resposta (ou decisão) que não esteja vinculada a alguma informação anterior. Conosco, o principal determinante da escolha, não acredito que seja o raciocínio bem medido e puro, que avalia as hipóteses buscando nada mais que a melhor, a mais razoável ou mais sadia conclusão, à depender de qual seja o assunto. Mas antes, um sistema de valores e crenças que respeita nossa natureza, busca informações nela e, obviamente, em nossa memória de vida – livros, filmes, citações, conversas, pai e mãe e avô, a história quotidiana nossa que vai juntando e constituindo preferências, argumentos, valores e crenças, que vão se aglutinando na nossa vida e formando o fundamento de nossas decisões que deverão, sempre, respeitar essas informações. Assim, quando acreditamos que estamos escolhendo, apenas estamos corroborando algo que, implicitamente, devido ao nosso sistema de valores, já estava previsto. Tipo um sistema de feedback.
Talvez haja alguma liberdade, mas ainda não sei como a situaria.

Isso é só um argumento, uma idéia, pois não consigo conceber o que seria a sua "liberdade de escolha". Não sei como faria pra provar isso à você via experimento e se houver um, ou alguma tentativa, não vou atrás.

Offline gogorongon

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #323 Online: 11 de Dezembro de 2011, 20:09:15 »
Respondendo ao tópico, minha opinião é simples, eu não preciso acreditar.

Isso mata qualquer oportunidade de crentes chegarem argumentando sobre a existência de qualquer coisa. Isso não paga minhas contas, quem paga sou eu. Então f*-se!

Offline Moro

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Re:CC Ultimate Fight
« Resposta #324 Online: 11 de Dezembro de 2011, 23:29:38 »
Agnóstico,

O maior problema da escolha é que não vejo por onde encontrarmos uma resposta (ou decisão) que não esteja vinculada a alguma informação anterior. Conosco, o principal determinante da escolha, não acredito que seja o raciocínio bem medido e puro, que avalia as hipóteses buscando nada mais que a melhor, a mais razoável ou mais sadia conclusão, à depender de qual seja o assunto. Mas antes, um sistema de valores e crenças que respeita nossa natureza, busca informações nela e, obviamente, em nossa memória de vida – livros, filmes, citações, conversas, pai e mãe e avô, a história quotidiana nossa que vai juntando e constituindo preferências, argumentos, valores e crenças, que vão se aglutinando na nossa vida e formando o fundamento de nossas decisões que deverão, sempre, respeitar essas informações. Assim, quando acreditamos que estamos escolhendo, apenas estamos corroborando algo que, implicitamente, devido ao nosso sistema de valores, já estava previsto. Tipo um sistema de feedback.
Talvez haja alguma liberdade, mas ainda não sei como a situaria.

Isso é só um argumento, uma idéia, pois não consigo conceber o que seria a sua "liberdade de escolha". Não sei como faria pra provar isso à você via experimento e se houver um, ou alguma tentativa, não vou atrás.

Leu os posts. Sabe que essa visão de livre arbítrio foi rebatida lá atras, nao, pelos próprios que advogavam a nao existência dele. Tinha outro forista com a mesma visão.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

 

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