faz o seguinte Buck, já que vi que não é um sujeito muito prático.
Vamos tentar falsear sua hipótese
Que tipo de estudo eu posso fazer sobre um cérebro para prever reações de quem quer que seja?
Isso não tem nada a ver com o problema, determinação (que é algo que pode ser oposto ao livre-arbítrio "forte") dos eventos cerebrais não implica na expectativa de que os humanos seriam "previsíveis".
Não temos nem como prever nem mesmo um sorteio que virá de uma gaiola esférica cheia de bolas com números, mesmo que ela for girada por um motor programado para dar N voltas exatas a uma velocidade precisa X, e que saibamos a posição de todas as bolas exatamente antes de começar. Com cérebros há essencialmente o mesmo problema, apesar do fato de nosso comportamento não ser aleatório até nos tornar sim mais previsíveis sob certas condições (o que mal toca no problema de qualquer forma).
btw, o livre arbítrio não tem NADA A VER com uma alma imaterial, pois poderiamos afirmar que essa alma também é feita de algo que não permitiria o livre arbítrio. Isso é apenas uma hipótese para refutar a alma? Não precisa disso.
Sim, de fato pode-se imaginar que o mundo "imaterial" funciona como se bem entender, podendo ou não haver algo como uma "vontade pura" e indeterminada.
Já no mundo material/conhecido/real, não há tal coisa como uma "vontade pura", apenas teias de eventos mecânicos, e se há algo que queremos chamar de livre-arbítrio, deve ser produto disso, e não algo que consegue fugir disso e domar as leis que regem o universo.
A hipótese mais parcimoniosa é exatamente o cérebro ser constituido de uma maneira a gerar ações não determináveis por um número de variáveis definíveis ou possíveis de se definir.
Isto é... se eu não posso JAMAIS
1- estudar o cérebro e prever reações
2- definir reação da pessoa = função (x, y, z, w, ....)
"Jamais" conseguiremos fazer isso, da mesma forma que jamais conseguiremos entrar dentro do Sol, mas isso não quer dizer que não possamos fazer afirmações bastante seguras sobre essas coisas.
A parte de prever o comportamento é até algo que os psicólogos fazem com algum sucesso sob ambientes controlados, embora isso mal venha ao caso, pois não é tão relevante para essa distinção entre o "livre" arbítrio (possível) e o "livre arbírio" impossível. Ou ainda, talvez sirva mais para questionar até o livre-arbítrio "fraco", que nem é minha intenção.
E da mesma forma que não conseguiremos prever o comportamento das pessoas com qualquer exatidão assombrosa, também seríamos incapazes de prever o comportamento de um computador com um programa cujas decisões fossem suficientemente complexas, dependendo da interação de inúmeras variáveis. Pior ainda se incluir aleatoriedade aqui e ali.
Mas nosso cérebro nada difere disso. Nada mais é do que um computador com um complexo programa voltado para sobrevivência e reprodução, que fica pegando dados do ambiente o tempo todo, uns usados apenas imediatamente e mais tarde descartados, outros que ficam mais permanentemente na memória influenciando outras cadeias de "if, then, else", inclusive interagindo com outras variáveis de ambos os tipos.
Isso tudo é tremendamente complexo e resulta num comportamento que não é previsível ou determinado de qualquer maneira banal, embora seus eventos componentes sejam.
então pronto.
O resto é nhenhenhe viajandão sem fundo prático
Eu não sei realmente se tem grande fundo prático, a realidade muitas vezes não tem. Não deixa de ser realidade apenas por isso.