Filosofia é uma m...
Não me importa saber se sou compatibilista ou não.
Meu ponto é: Só existe o cérebro, temos livre arbítrio, isso bate com qualquer observação, existe uma besteira enorme que vocês caem que é a separação entre mente e cérebro. A partir daí, começa a vir essas besteiras metafísicas
Embora faça todo sentido distinguir mente (processo) de cérebro (objeto), não é esse o problema aqui.
O problema é que ao não acietar a mente como um mero processo determinado ordinário, você faz uma separação muito mais drástica, que é o
dualismo, a idéia de que a mente existe praticamente em um universo paralelo ao físico.
Se você pretende negar o dualismo, aceitar a mente como apenas um processo físico como qualquer outro, então a vontade que sentimos nada mais é do que uma sensação que sucede as decisões tomadas pelo cérebro de forma totalmente automática. Como "sentir calor", mas em vez disso apenas "sentimos as decisões tomadas por nossos cérebros". E o livre-arbítrio no sentido mais literal (ou metafísico) é uma ilusão. Seu significado real só pode ser o de que somos máquinas que realizam decisões automáticas em processos de alto grau de complexibilidade.
Não há como fugir disso. É questão simplesmente de lógica, não de assumir alguma dada teoria sobre o funcionamento do cérebro, mas sim sobre o universo, sobre a realidade -- fisicalismo/monismo em vez de dualismo.
Se o universo é puramente físico, então não há livre-arbítrio senão num sentido muito limitado, não tão diferente de dizer que personagens de video-game controlados pelo computador têm livre arbítrio.
Se supomos que é mais que isso, que nossa vontade não é determinada, não é apenas um estágio (possivelmente sem nem representar qualquer fator causal) no meio de um processo fisicamente determinado sobre o qual ela não exerce qualquer controle, mas algo que consegue de alguma forma se ver livre do determinismo físico -- diferentemente de tudo que se conhece no universo -- então aí sim é que fazemos uma separação mais grave da mente, não apenas sendo um processo cerebral, mas algo que não seria nem material, físico.
É isso, nem há como argumentar contra, pois é simplesmente impossibilidade lógica, como onipotência (criar uma pedra que se seja incapaz de levantar).
Não importa que um livre-arbítrio mais forte pareça bater com as observações (pois não bate sob um olhar mais cuidadoso), solipsismo também bate, nem por isso é verdade.