Autor Tópico: Tópico Coringa  (Lida 211162 vezes)

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2451 Online: 04 de Fevereiro de 2016, 15:58:02 »
Artigo interessante.

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Como combater eficazmente a corrupção (e a cleptocracia)? “Big Bang Theory”

Uma das “receitas” mais impressionantes e pregnantes para se combater a chaga da corrupção sistêmica na sociedade assim como a praga da cleptocracia no Estado (dominado e governado por setores, grupos, frações ou classes que só pensam nos seus interesses privados) foi desenvolvida pelo sociólogo sueco Bo Rothstein, que é o criador da “Teoria do Big Bang” (2007)[1]. Essencialmente ele sustenta o seguinte[2]:

Regra 1 – Todo mundo sabe que a corrupção é errada[3]: “os corruptos sabem que essa prática é imoral e danosa para a sociedade. Mas isso não é suficiente para evitá-la; não basta internalizar os efeitos malignos para a sociedade de uma prática; impõe-se criar os incentivos (e obstáculos) adequados para que as pessoas não se envolvam nela”;

Regra 2 – Julgamos inútil ser o único honesto na sociedade: “os corruptos sabem também que, pela teoria dos jogos, numa sociedade altamente corrompida, não faz sentido ser a única pessoa honesta na cidade”; “mesmo as pessoas que acham que a corrupção é moralmente errada são suscetíveis de participar dela, quando elas não veem nenhum motivo para fazer de outra forma”;

Regra 3 – Medidas setoriais (isoladas) não resolvem: “a corrupção não é nunca controlada apenas com algumas medidas setoriais”; “são necessárias várias medidas [repressão, prevenção, recuperação de dinheiro, mudança no sistema eleitoral etc.] em várias áreas [Justiça, polícia, órgãos administrativos de controle, educação pública obrigatória, convivência social ética etc.] e todas devem ser adotadas num curto espaço de tempo (nisso consiste a “Big Bang Theory”)”;

Regra 4 – Várias medidas conjuntas em curto espaço de tempo funcionam: foi isso que ocorreu na Suécia do século XIX, assim como, mais recentemente (a partir dos anos 50/60), em Singapura e Hong Kong;

Regra 5 – A corrupção sistêmica aciona a “armadilha social” da desconfiança: “a corrupção generalizada [como é o caso do Brasil] é uma “armadilha social”[4] (“situação em que os indivíduos, grupos ou organizações são incapazes de cooperar devido à desconfiança mútua e falta de capital social – falta de boas expectativas em relação às outras pessoas”;

Regra 6 – A desconfiança leva à incapacidade de cooperação: “Mesmo quando a cooperação seja benéfica para todos, a desconfiança na democracia, no capitalismo, na Justiça e na capacidade de organização da sociedade civil incrementa a prática da corrupção [assim como da cleptocracia]”. [Em outras palavras, a desconfiança incentiva a evasão de divisas, como no caso do envio de bilhões de dólares para o HSBC da Suíça, sonegação sistêmica de impostos, pagamento de propinas etc.];

Regra 7 – Como escapar das armadilhas sociais? O controle da corrupção exige “pequenas interações estratégicas”, a começar pela consciência dos humanos de que eles “não são perfeitamente racionais nem plenamente informados sobre o mundo em que vivem”;

Regra 8 – A corrupção descontrolada corrói o capital social: A corrupção sistêmica elimina as boas expectativas em relação às outras pessoas; nosso comportamento especular (refletido) depende muito do que pensamos sobre como os outros vão se comportar;

Regra 9 – O passado nos condena (mas não para sempre): Criamos expectativas comportamentais a partir do que sabemos do passado (da tradição, da história) das outras pessoas ou de um determinado povo [mas nosso passado não é infalível nem determinista];

Regra 10 – A necessidade de acreditarmos que os outros não são corruptos: Quando a corrupção é sistêmica, seu combate é ineficiente até que se generalize a crença de que as outras pessoas não são corruptas;

Regra 11 – A corrupção é pegajosa, mas não é inevitável: A corrupção sistêmica é “pegajosa” e isso somente muda quando a generalidade “dos jogadores” (dos agentes) se convence de que o melhor é não pagar ou receber subornos ou propinas;

Regra 12 – É preciso que todos (ou a maioria absoluta) mudem o comportamento: A prática da corrupção não cessa enquanto os comportamentos alheios não mudam (ninguém quer ser o único honesto da cidade);

Regra 13 – Uma maça sadia não altera o saco cheio de maçãs podres: Não faz sentido [do ponto de vista racional] ser o único jogador honesto em um jogo podre, porque isso não vai mudar o jogo;

Regra 14 – O combate à corrupção exige uma liderança forte: A implicação prática dessa visão é que um sistema corrupto endêmico dificilmente é alterado “de baixo para cima”, ou seja, é preciso uma liderança forte (que não significa ditadura) que imponha legalmente e faça cumprir as novas regras do jogo (“de cima para baixo”);

Regra 15 – Experiências ditatóriais não são o único caminho: Singapura e Hong Kong passaram, desde 1970, com muito sucesso, por esse processo (efetivo controle da corrupção vindo “de cima”); mas tudo foi feito “sem democracia” (o que não significa que esse seja o único caminho para se alcançar tal desideratum); o crescimento econômico depois que a casa ficou em ordem foi impressionante;

Regra 16 – A democracia (ou redemocratização) não garantem o fim da corrupção: A democracia ou a redemocratização, de qualquer modo, não é uma garantia da ausência de corrupção sistêmica (toda América Latina, com Sarney, Collor de Mello, Fugimori, Menen, privatizações fraudulentas, lulopetismo etc. Constituem exemplos disso);

Regra 17 – A repressão é necessária, mas sozinha não resolve: Não se pode perder de vista que a dura repressão contra a corrupção, para ser eficaz, deve fazer parte de um leque imenso de mudanças culturais, educacionais e comportamentais;

Regra 18 – Combater a corrupção é enfrentar muita pressão: As lideranças do combate à corrupção (que tem que acontecer dentro do Estado de Direito) devem saber enfrentar a pressão dos interesses contrariados (há muita gente e empresas que adotaram a corrupção ou a sonegação fiscal ou a evasão de divisas como estilo de vida; mudança de vida e de hábitos não se consegue sem sacrifícios e perdas; os que têm a ganhar mais com a corrupção nunca vão concordar com seu combate);

Regra 19 – Não existe determinismo cultural: A corrupção não está “culturalmente determinada” (não há determinismo cultural, ao menos nessa área, ou seja, as pessoas e os países, mesmo que sistemicamente corruptos, podem mudar); a qualidade das instituições políticas e jurídicas [diga-se a mesma coisa das instituições econômicas e sociais], de outro lado, não é imutável; em tudo pode haver progressos ou retrocessos [não é porque a América Latina seja endemicamente corrupta que o Brasil – ou qualquer outro país latino-americano – não possa mudar].

Regra 20 – O controle da corrupção em um país não se estende automaticamente para outros: O progresso de um país não beneficia outros países automaticamente (Singapura e Hong Kong mudaram; mas Malásia, Indonésia e China continuam com altíssimos índices de corrupção); em uma região bastante corrupta, no entanto, podem existir ilhas anticorruptivas;

Regra 21 – Mesmo as pessoas “comuns” sabem que a corrupção é errada: Até mesmo as “pessoas comuns” (leia-se: mesmo não sendo empresário, profissional liberal, funcionário público concursado etc.) em sistemas endemicamente corruptos (como o Brasil) não internalizam as práticas corruptas como atos moralmente legítimos (sabem que é errado);

Regra 22 – Quem joga a culpa no “sistema” perpetua o jogo corrupto: mas em lugar de mudarem o comportamento [ou desenvolverem incentivos para isso], tanto elas como as pessoas não comuns (profissionais liberais, empresários, políticos, altos funcionários, intelectuais etc.) costumam condenar a corrupção como moralmente errada (participando até mesmo de passeatas e mobilizações sociais, algumas vezes), mas colocam a culpa no “sistema” [na cultura do País, na sua História, na sua tradição, no funcionamento do Estado, nos governos fisiológicos do toma lá dá cá]; dessa forma encontram “justificação” para continuar participando do “jogo corrupto” (que lhes é favorável) [a culpa da corrupção é do “sistema”; eles “justificam”, com a tolerância, a continuação do “jogo corrupto”];

Regra 23 – Quando confiamos no “jogo limpo” caímos fora da corrupção: Se por acaso esses indivíduos comuns (vistos como bons pais de família, integrados na sociedade) estivessem confiantes de que a maioria dos outros agentes não participaria de práticas corruptas, a sua principal preferência seria a de não receber ou oferecer subornos (comportamento especular, refletido);

Regra 24 – Quem é honrado deve cuidar desse patrimônio: A decisão do indivíduo de participar da corrupção não deve ser entendida como resultante daquilo que ele pensa sobre sua própria orientação moral (ou seja, se ele acredita que a maioria das outras pessoas é honesta), ou de sua própria função de utilidade, mas também sobre o que ele acredita que as outras pessoas pensam sobre sua confiabilidade (e sobre a de todas as outras pessoas);

Regra 25 – As boas expectativas mútuas são as chaves da solução: “O que determina o resultado de interações sociais e econômicas é o que o contexto cotidiano construiu sobre as expectativas mútuas, ou seja, a expectativa de saber se os outros agentes vão participar de um ato de corrupção ou não”; sem o capital social das expectativas mútuas não haverá crescimento econômico;

Regra 26 – O combate à corrupção é inócuo quando liderado por quem não quer o seu fim: “o combate à corrupção é totalmente ineficaz quando as medidas acabam sendo colocadas em prática por pessoas que não têm interesse real em eliminar esse mal da sociedade, como é o caso, por exemplo, de alguns governos”[5].

Os mantras do senso comum (“as instituições brasileiras estão funcionando bem”; “as investigações da Lava Jato não poupam ninguém, sejam políticos, empreiteiros ou banqueiros”; “está havendo melhora”; “o país vai ser passado a limpo”; “a corrupção vai diminuir”) são insuficientes para o efetivo combate à corrupção. Medidas isoladas ajudam, mas não resolvem. Muitas medidas devem ser tomadas em conjunto e ao mesmo tempo, sob uma liderança sincera, que tenha pulso suficiente para enfrentar as pressões dos contrariados (que se beneficiam da corrupção).

Que a Operação Lava Jato seja absolutamente imprescindível para começar a desmantelar a roubalheira e a pilhagem cleptocratas, promovidas por agentes econômicos e financeiros (setores do mercado), políticos, partidos e altos funcionários estatais, não há nenhuma dúvida. O erro consiste em hiperdimensioná-la e supor que ela sozinha (ou preponderantemente) seja a solução para o problema da corrupção. Ela é necessária, mas não suficiente.

Por si só, a Lava Jato (por melhores que sejam seus resultados) não fará o milagre da mudança radical que a sociedade brasileira necessita. Não que seja impossível alterar rapidamente uma cultura de corrupção sistêmica (como a brasileira). Mas para que isso ocorra muitos fatores devem concorrer concomitantemente. Os exemplos históricos (EUA no fim do século XIX, Inglaterra na passagem do século XIX para o século XX, Suécia em meados do século XIX, Singapura e Hong Kong nos anos 50/60 etc.) mostram que as mudanças culturais frente à corrupção podem acontecer.

[1] Ver http://www.pol.gu.se/digitalAssets/1350/1350652_2007_3_rothstein.pdf, consultado em 30/12/15.

[2] Ver também SCHWARTSMAN, Helio: http://rota2014.blogspot.com.br/2015/11/big-bang-theory-por-helio-schwartsman.html

[3] A divisão e numeração das regras assim como seus títulos são de responsabilidade exclusiva nossa (não do autor da “Big Bang Theory”).

[4] Ver http://www.pol.gu.se/digitalAssets/1350/1350652_2007_3_rothstein.pdf, consultado em 30/12/15.

[5] Para ver todas essas ideias detalhadas compreender a pesquisa elaborada por Bo Rothstein cf. http://www.pol.gu.se/digitalAssets/1350/1350652_2007_3_rothstein.pdf


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2453 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 00:33:35 »
Cidade murada de Kowloon, anarcópole hong-konguiana.

https://en.wikipedia.org/wiki/Kowloon_Walled_City

























Infográfico gigante:

http://static.messynessychic.com/wp-content/uploads/2013/04/kowlooninfographic.jpg



Hoje as pessoas erguem seus barracos no topo de prédios:

http://edition.cnn.com/2015/01/12/world/asia/hong-kong-rooftop-slums/




Chong, a resident in one of the rooftop dwellings in Kwun Tong, who refused to give his full name, has lived in this 70-square-foot room for 11 years.







Me ocorre agora que o que se chama de "metrossexual" talvez devesse se chamar "polis-sexual"... ou é sinônimo de matrissexual... :/

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2454 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 08:48:17 »
Cidade murada de Kowloon, anarcópole hong-konguiana.


PQP, parece cenário do filme Mad Max.


Fica na China? Engraçado que o governo chinês constrói cidades fantasmas de alto padrão para largar abandonada, mas não melhora as condições desse pessoal.

Mais um exemplo da maravilhosa eficiência governamental.
« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2016, 08:52:14 por Arcanjo Lúcifer »

Offline EuSouOqueSou

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2455 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 14:09:58 »
Cidade murada de Kowloon, anarcópole hong-konguiana.


PQP, parece cenário do filme Mad Max.


Fica na China? Engraçado que o governo chinês constrói cidades fantasmas de alto padrão para largar abandonada, mas não melhora as condições desse pessoal.

Mais um exemplo da maravilhosa eficiência governamental.


Ficava em Hong Kong, quando pertencia a Inglaterra. Foi demolida e um parque foi construído no local ainda sob domínio inglês. Realmente era um lugar bizarro. Dá arrepios ver as fotos.
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2456 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 18:25:40 »
Cidade murada de Kowloon, anarcópole hong-konguiana.


PQP, parece cenário do filme Mad Max.


Fica na China? Engraçado que o governo chinês constrói cidades fantasmas de alto padrão para largar abandonada, mas não melhora as condições desse pessoal.

Mais um exemplo da maravilhosa eficiência governamental.


Ficava em Hong Kong, quando pertencia a Inglaterra. Foi demolida e um parque foi construído no local ainda sob domínio inglês. Realmente era um lugar bizarro. Dá arrepios ver as fotos.

Dá para imaginar que era um lugar com leis próprias, com grupos de criminosos mandando e desmandando dentro desse labirinto.

Devia ser pior que qualquer outra coisa.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2457 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 20:23:11 »
Achei Uma versão menor/mais carregável do infográfico de Kowloon:



Essa é ainda outra, usada só para miniatura. O link é para uma maior que essa, mas que ainda lê com facilidade:

http://thumbnails-visually.netdna-ssl.com/city-of-anarchy_51a04d305d8eb_w1500.jpg

1,500px × 2,349px

858.92 KB (879,533 bytes)


Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2458 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 20:37:09 »
Essa coisa era pior e mais suja que um castelo medieval, não vejo qualquer área de ventilação nisso.

Não sei como nunca houve um incêndio por lá.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2459 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 20:51:56 »
Essa coisa era pior e mais suja que um castelo medieval, não vejo qualquer área de ventilação nisso.

Não sei como nunca houve um incêndio por lá.

Fico curioso em saber como eram coisas como sistemas de esgotos, e se tinham qualquer espécie de plano/treinamento para combate de incêndios.










https://en.wikipedia.org/wiki/Socotra












Parece parte cenário de algum outro planeta em ficção científica, parte aquele mural dos dinossauros de Zallinger:


Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2460 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 21:08:43 »
Essa coisa era pior e mais suja que um castelo medieval, não vejo qualquer área de ventilação nisso.

Não sei como nunca houve um incêndio por lá.

Fico curioso em saber como eram coisas como sistemas de esgotos, e se tinham qualquer espécie de plano/treinamento para combate de incêndios.


Supondo que existia um sistema de esgoto funcional, mas acho que nem tinham água encanada.

Se existia algo assim deveria ser de uso coletivo.

E plano contra incêndio sem água ou extintores? Deveria se resumir a avisar os vizinhos e abandonar o lugar.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2461 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 21:23:09 »
É, acabo de ler que não tinha esgoto. Pagavam lixeiros para recolher os dejetos também, diariamente.

Talvez tivessem extintores, bem provavelmente, acho, além de ter que ter alguma água guardada em casa. Acho que esse meio de vida deve exigir alguma organização e preocupação significativa com esse tipo de coisa, porque a evacuação completa deve ser praticamente impossível. Imagino que apesar dos problemas de higiene, a coisa meio que inevitavelmente tenha conduzido a criar uma responsabilidade parecida com aquela "lendária" dos holandeses com as barragens.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2462 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 21:25:02 »
Pode ser, mas mesmo assim eram condições desumanas.


Offline Barata Tenno

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2463 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 22:04:51 »
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2464 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 22:18:08 »


Citar
Clearly, however, all socially conservative people are not prejudiced, and all prejudiced persons are not conservative.'

O que talvez seja verdade ao ponto dessa diferença ser na prática muito próxima de desprezível.

Em um estudo de veia similar, encontraram alguma associação como que negadores do aquecimento global teriam uma tendência geral em acreditar em outras bobagens pseudocientíficas diversas. Mais escondido no estudo em si, se destrinchar melhor, era algo como que "3%" dos negadores -- números que estou só inventando agora; o ponto é que era uma minoria ínfima -- dos não-negadores tinham também uma quedinha por outras teorias alternativas, versus versus "0.8%" dos não-negadores.

Offline Lorentz

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2465 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 22:37:31 »
Pessoas de esquerda são mais inteligentes que pessoas de direita, diz estudo


http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2095549/Right-wingers-intelligent-left-wingers-says-controversial-study--conservative-politics-lead-people-racist.html

Bill Clinton tinha o dobro do QI de Bush. Era algo como 182 e 91. Eu nunca me esqueci disso.
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Brienne of Tarth

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2466 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 22:44:22 »
'Conservative ideology represents a critical pathway through which childhood intelligence predicts racism in adulthood,' says the paper.

Show me the paper, pls? O site da APS é imenso. :)  http://www.psychologicalscience.org//publications/journals/psychological_science

Minha educação foi conservadora, de direita, homofóbica e Caxias, duramente aplicada por um pai bancário e uma mãe dona de casa.

Eu na adolescência fui hippie, new wave e punk, fui mãe solteira e fumava maconha, gostava de cinema francês e matava aula na Cultura Inglesa pra assistir Macunaíma nas sessões do teatro que ficava dentro da escola, enfim, fui tão convencional e reacionária como qualquer burguesinha de classe média...

Aqui no Brasil tem um ditado que diz o contrário: "pais malucos, filhos caretas, pais caretas, filhos malucos"; como boa generalização, contém seus poréns, mas admite a divergência entre criação e personalidade.

« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2016, 22:48:56 por Brienne of Tarth »
GNOSE


Offline Lorentz

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2468 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 23:02:05 »
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Pedro Reis

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2469 Online: 10 de Fevereiro de 2016, 23:02:57 »
Que coisa assustadora e ao mesmo tempo estranhamente bela esta favela em Hong Kong.

Skorpios

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2470 Online: 12 de Fevereiro de 2016, 17:02:18 »
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Os 16 processos judiciais mais bizarros da história




Em 2008, Wanderson Rodrigues de Freitas, de 22 anos, invadiu uma padaria em Belo Horizonte. Portando um pedaço de madeira para simular uma arma embaixo da camiseta, rendeu a funcionária do caixa, pegou os R$ 45 que encontrou e estava de saída quando o dono do estabelecimento apareceu na porta. Era o décimo assalto em 7 anos de existência da padaria - o mais recente tinha acontecido apenas 4 dias antes. O comerciante se irritou e partiu para cima de Freitas. Os dois rolaram pela escada que dá acesso ao estabelecimento. Na rua, o ladrão apanhou de outras pessoas que passavam, até a polícia ser chamada e prendê-lo em flagrante. Ele foi preso e, de dentro da cadeia, entrou com um processo por danos morais contra o dono da padaria. "Os envolvidos estouraram o nariz do meu cliente", diz José Luiz Oliva Silveira Campos, advogado do ladrão. "Em vez de bater, o dono da padaria poderia ter imobilizado Wanderson. Ele assaltou, mas não precisava apanhar."

A ação não foi aceita pelo juiz, Jayme Silvestre Corrêa Camargo. "A pretensão do indivíduo, criminoso confesso, apresenta-se como um indubitável deboche", ele afirmou em sua decisão. "Uma das exigências para pedir indenização é o que o seu ato seja lícito, e não é o caso", diz Clito Fornassiari Júnior, mestre em direito processual civil pela PUC-SP. Wanderson está preso e aguardando o julgamento.



Condenado a 20 anos de prisão por assassinato, Mircea Pavel, de 41 anos, processou Deus. A alegação: quando ele foi batizado, Deus prometeu protegê-lo do Diabo. Como o seu crime foi obra do demônio, Deus não cumpriu sua parte no contrato. Em 2011, a corte decidiu que o processo estava fora de sua jurisdição.



Em 1995, o americano Robert Brock resolveu processar a si mesmo e pedir uma indenização de US$ 5 milhões, alegando que violou suas crenças religiosas quando cometeu os crimes que o levaram à prisão (agredir pessoas num bar e dirigir embriagado). Como estava preso, Robert esperava que o Estado tivesse que pagar a indenização a ele. "É possível dever para si mesmo", explica Fornassiari. "Se você deve para seu pai e ele morre, você passa a ser credor de você mesmo. Mas a dívida é automaticamente anulada. Não se pode processar a si mesmo". A Justiça americana não aceitou o processo.



Em 2008, o prefeito da cidade de Batman, na Turquia, entrou com um processo contra a Warner Bros e o diretor Christopher Nolan pelo uso do nome Batman no filme Cavaleiro das Trevas. A cidade de 300 mil habitantes ganhou esse nome em 1957, e hoje é a sede do maior ponto de exploração de petróleo do país. Em seu processo, o prefeito Nejdet Atalay alegou que o filme se apropriava indevidamente do nome da cidade - apesar de o personagem ter surgido antes, em 1939.



Encheu a cara e culpou o chefe

A canadense Linda Hunt, 52, foi embora bêbada de uma festa de sua empresa. Bateu o carro e processou o patrão porque permitiu que ela saísse dirigindo naquele estado. Ganhou US$ 300 mil. "No Brasil, o processo só seria aceito se o chefe tivesse coagido a funcionária a beber, ou tivesse cedido seu próprio carro ou da empresa para ela", explica Clito Fornassiari Júnior.
Pelo direito de soltar pum

Uma funcionária de uma fábrica de Cotia (SP) processou a companhia que a demitiu por justa causa. É que o motivo alegado para a demissão era flatulência. O caso foi parar nas mãos do desembargador Ricardo Artur Costa e Trigueiros, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que deu ganho de causa à trabalhadora. "A eliminação involuntária, conquanto possa gerar constrangimentos e, até mesmo, piadas e brincadeiras, não há de ter reflexo para a vida contratual."
Calote na umbanda

Um prestador de serviços do Amapá ganhou na Justiça o direito a ser indenizado em R$ 5 mil. É que ele realizava "serviços de umbanda" para uma rede de frigoríficos, mas tomou um calote. A proprietária da empresa alegou que o trabalho não surtiu efeito, e por isso não foi pago. Para a Vara do Trabalho de Macapá, a limpeza espiritual dos ambientes foi feita com regularidade e merecia o pagamento combinado.



Sem sexo na noite de núpcias

Em 2009, na província chinesa de Hubei, o agricultor Li Jun resolveu tirar satisfação com sua nora, Liang Qian, quando descobriu que ela tinha se recusado a fazer sexo com o filho dele na noite de núpcias. Acabou apanhando da família toda. Agora move um processo por danos morais. O juiz ainda tenta convencer os dois lados a fazer um acordo, mas o casal já se reconciliou.
Traição é uma boa

Jeffrey Mechanic, conselheiro conjugal de Nova York, responde a uma ação movida pelo casal Guido Venitucci, 44 anos, e Heather Aldridge, 39. Guido alega que foi induzido pela terapia a trair a esposa (seria uma forma de salvar o casamento, pois a esposa não lhe dava "satisfação suficiente"). O casal diz ter gasto US$ 150 mil com as sessões. E pede ao terapeuta US$ 8 milhões de indenização.
Quebrando a banca

No Zimbábue, a dona de casa Nonkazimulo Dube processou o ex-marido Talent Tafara porque ele quebrou a cama do casal - fazendo sexo com uma amante. A reclamante pede o equivalente a R$ 350. Ela pediu ao ex que consertasse a cama, mas ele não quis. Como a inflação anual no Zimbábue é de 4 500%, o valor da indenização terá de ser corrigido no final do processo.



Atropelada pelo Google

Em 2009, a americana Lauren Rosenberg buscou no Google Maps o melhor caminho para fazer a pé. Foi atropelada e agora processa a empresa em US$ 100 mil, pois o site não informou que a rua não tinha calçada. O Google diz que a informação estava disponível - mas Lauren alega que, no Blackberry dela, ficou ilegível. "No Brasil, há processos movidos por motoristas induzidos pelo GPS a entrar em favelas", conta Fornassiari.
Se formou, não arranjou emprego...

Trina Thompson, 27 anos, recém-formada em Tecnologia da Informação pela Monroe College, em Nova York, processou a faculdade em US$ 70 mil. O argumento: 7 meses depois de formada, ela não tinha conseguido emprego. E a culpa seria da faculdade, que não teria prestado o apoio prometido. Em nota, a instituição respondeu: "Oferecemos apoio à carreira dos nossos alunos. Este caso não merece mais considerações".
O cafezinho de US$ 2,86 milhões

Este caso é tão clássico que deu origem ao Prêmio Stella - que celebra as decisões judiciais mais bizarras do ano. Em 1992, Stella Liebeck, de 79 anos, processou o McDonald¿s porque se queimou ao abrir um copinho de McCafé. Ganhou US$ 2,8 milhões, pois seus advogados provaram que a lanchonete servia o café pelando, a 70º C - temperatura considerada alta demais para o consumo do produto.
Cerveja não traz felicidade

O cidadão americano Richard Harris não gostava muito de cerveja. Mas, depois de assistir a um comercial na TV, resolveu experimentar. Só que a bebida não cumpriu a promessa feita na propaganda: nenhuma mulher linda e vestida com poucas roupas se interessou por ele. Harris disse que o caso lhe causou estresse, e moveu um processo contra a cervejaria Anheuser-Busch. Pediu uma indenização de US$ 10 mil. Não ganhou.
O homem que assistia TV demais

Quando percebeu que fumava demais vendo televisão e sua mulher tinha engordado, o americano Timothy Dumouchel encontrou o culpado: a empresa de TV a cabo, que não cancelou a assinatura quando ele pediu e deixou a família viciada em televisão. O processo, de 2004, foi arquivado por falta de mérito.
Orcas trabalhadoras

Neste ano, as orcas Tilikum, Katina, Kasatka, Ulises e Corky entraram com um processo trabalhista contra o parque Sea World na Flórida e na Califórnia. Elas alegam que a empresa promove trabalho escravo porque não reconhece os direitos animais a remuneração e férias. Como orca não fala, o caso foi movido pelo grupo ambientalista Peta em nome dos bichos. Se fosse na Espanha, o processo teria mais chances de avançar: desde 2008, o país reconhece os direitos civis de um animal, o chimpanzé.

O recordista

O presidiário Jonathan Lee Riches, da Carolina do Sul, já moveu mais de mil ações - e perdeu todas. Veja alguns dos alvos:

- Elvis Presley, por ter tirado as próprias costeletas e ter um acordo secreto com Osama Bin Laden.

- Michael Jackson, por abrigar um exército secreto de Hitler em Neverland.

- O cantor 50 Cent, por roubar as suas músicas.

- O jogador de beisebol Barry Bonds, por vender gás mostarda a Saddam Hussein.

- George W. Bush, Papa Bento 16, Bill Gates, Rainha Elizabeth, Burt Reynolds, Nostradamus, União Europeia e Plutão (sim, o planeta), por ofensas aos direitos civis.



Skorpios

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2473 Online: 04 de Março de 2016, 07:11:41 »
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Igreja evangélica (Universal) terá que indenizar fiel com HIV

A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) terá de indenizar um fiel soropositivo, morador de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em R$ 300 mil por danos morais. A 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do estado entende que a entidade influenciou o homem a abandonar o tratamento médico convencional de combate à Aids em troca da cura pela fé.

O rapaz ainda teria mantido relações sexuais com a esposa sem o uso de preservativo, induzido pela igreja, como prova de fé, transmitindo, assim, o vírus à mulher. Ele também teria doado bens materiais à igreja.

O homem contraiu a doença em 2005, mas, em setembro de 2009, ele interrompeu o tratamento e parou de tomar as medicações. O sistema imunológico do rapaz ficou enfraquecido e, por isso, ele foi atacado por uma broncopneumonia que o manteve internado por 77 dias — 40 deles em estado de coma induzido — em um hospital. O homem chegou a perder metade do peso neste período.

A Corte considerou os laudos médicos e o depoimento da psicóloga como provas de que o abandono do tratamento pelo paciente se deu por influência de um pastor da Igreja Universal, a partir do início das visitas do fiel aos cultos. O fato, somado a outras provas, como testemunhos e reportagens, convenceram o magistrado sobre a atuação decisiva da entidade no sentido de direcionar a escolha.

Para determinar o valor da indenização, a Justiça considerou os graves danos causados ao homem e a “dimensão de potência econômica” da igreja. O magistrado entende que a compensação em R$ 300 mil tem “caráter pedagógico”.

O advogado do rapaz soropositivo, Guilherme Ortiz, contou ao Correio, por telefone, que ele e o cliente estudam a possibilidade de processar a Universal novamente. “A mulher dele adquiriu o vírus no período em que ele não usava preservativo, orientado por um pastor. Nós, inclusive, pretendemos utilizar a decisão deste primeiro processo em nosso favor”, comentou.

A Igreja Universal do Reino de Deus pode recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O Correio tentou contato com o advogado da Iurd, mas, até a publicação do texto, não obteve resposta sobre um possível recurso

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Tópico Coringa
« Resposta #2474 Online: 08 de Março de 2016, 19:46:05 »
Lembram do Airlander 10, o dirigível que mostrei aqui em outro tópico? Vai entrar em fase de testes.

http://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2016/03/08/misto-de-aviao-helicoptero-e-dirigivel-maior-aeronave-do-mundo-esta-pronta-para-testes.htm



Achei legal, parece ser mais seguro que um avião moderno e custa bem menos.

São 10 toneladas de carga, 48 passageiros, 148 km/h de velocidade, capacidade de decolar e pousar na vertical mesmo na água com autonomia de até cinco dias no ar.
« Última modificação: 08 de Março de 2016, 19:52:07 por Arcanjo Lúcifer »

 

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