Filho, tá pica isso, só deixa eu colocar um mea culpa: a questão da barba para não era de um sujeito que nem papai noel, era de um sujeito como o Laerte mesmo, olha lá a foto do Laerte que você vai ver os pelinhos crescendo. É um dos identificadores junto com a voz grossa, o pomo de adão e outras marcas biológicas de que aquela figura provavelemente não é mulher. Mas reconheço que isso não ficou bem claro e que podia com alguma dose de falta de boa vontade dar no entendimento de um travesti que cultiva barba tipo uma mistura Lula pré câncer com Rogéria.
Mas o Laerte é só a ponta do iceberg. Foi o que já reconhecemos aqui. Minha pergunta, na primeira página desse tópico, foi "onde deve a Ariadna ir mijar". Eu não sei bem o que se deve fazer no caso do Laerte, e nem estou - de verdade -, muito preocupado com isso. Não vejo Laertes da vida, que um dia vestem-se como joões, e em outros dias vestem-se como marias, como um grupo
representativo. É essa a diferença que encontro ao falar de travestis. Eu não sei quanto a números, mas esses inegavelmente são. Meu foco no tópico foi sempre falar desse grupo, porque o reconheço. Por isso desde o começo enfatizei a semelhança de muitos em relação a mulheres.
Além disso, não ficamos observando atentamente pessoas que observamos em público. Não as colocamos sob o escrutínio do "radar detector de travestis", que uma foto permite. Mesmo olhar fixamente uma pessoa já é deselegante. Contra as, tcham tcham tcham, convenções sociais. Um travesti vestido com roupas não-chamativas, que entra em um banheiro feminino, não desperta atenção. Passa por mulher. Já o contrário atrai sobremaneira a atenção
Ahhh, sim... desculpa... então entendi direito, o que você propõe como solução é um terceiro banheiro também coletivo só que de acesso livre, sem restrições quanto a gênero. Então não resolve mesmo mercadoria nenhuma. Amanhã pode uma lésbica estilo sapatão dizer que em banheiro feminino ela não entra porque é homem e em banheiro misto ela não entra porque vai se sentir desconfortável fazendo intimidades no mesmo banheiro que todo tipo de gente e vai exigir o direito de ir mijar no banheiro dos homens, de pé se possível... e aí, se ela for famosa, começa a desgraça toda de novo.
Isso me lembra de um outro argumento, de um cara que se opunha ao kit gay (e isso não quer dizer que eu seja a favor). Ele falava justamente sobre a questão de, ao se apresentar a homossexualidade como alternativa, por exemplo, citando pessoas que saem do armário, se abriria brechas para a exigência do mesmo a todas as parafilias. Esse tipo de argumentação acaba por negar que essas "variantes de comportamento" orbitam ao redor dos gêneros, que a coisa não se define apenas pelas ínumeras atividades entre quatro paredes, mas também entre os papeis existentes na sociedade. "Lésbicas meio sapatões" seriam o quê? Se estamos falando de lésbicas ao estilo
tammy Gretchen. Eu não sei exatamente onde a tammy urina, mas creio que é possível que ela passe por homem, e sei que há lésbicas que adotam um visual em que passam tranquilamente por homens. Bom, pela analogia, creio ser razoável estender a essas um mesmo direito que a dos travestis. usar o banheiro do gênero ao qual adotaram: às primeiras, masculino, Aos segundos, feminino. Por mim a coisa morre por aí.
Isso de novas lésbicas, que não se identificam nem com homem, nem com mulher, nem com trans, nem com lésbicas ao estilo fofinho, e já nem mais tão sapatão, em seus jeitos únicos de serem, pleitearem banheiros só para elas, e o mesmo acontecer com "novos trans", ressaltando suas idiossincrasias, como se toda a questão fosse permeada de um total relativismo, eu acho isso uma grande ficção.
A resposta que creio caber, assim como na questão da parafilia, pois essas não encontram correspondentes nos papéis sociais, não sendo identificáveis pela vestimenta ou comportamento cotidiano e estando muito mais para "coisas entre quatro paredes", é que eu não vejo a questão do reconhecimento como indo além disso. Pessoas passando de um gênero ao outro (travesti e a lésbica sapatão), ou seja, que pelas mudanças passam a se encaixar fisicamente no
outro gênero, e talvez uma androginia pura, que faz a pessoa não se identificar nem com um nem com o outro. Não vejo a questão indo além de um terceiro banheiro
Quanto ou resto vai de um misunderstandinismo e de uma sequencia de fugas pela tangente que só pode ser proposital, então não dá mais.
é, tb já deu pra mim.