Independentemente da conjuntura social onde ocorre, o estupro continua um problema. A menos que exista um local onde ele não é crime.
Concordo, no entanto isso nunca foi o foco da discussão (que é no aborto). Isso tudo era para entender os motivos pelos quais o o aborto seria liberado em caso de estupro na tua visão, e não em outros casos. De qualquer forma, você já respondeu isso em outra parte, então não vejo porque continuarmos discutindo este ponto.
Isso é falácia pura, beira o absurdo. O fruto do estupro é evitável, porém o estupro não é. No crime, o que deve ser evitado é o ato e não sua consequência.
Claro que beira o absurdo, mas isso foi proposital. Você defende o aborto em caso de estrupo pois a mulher não teve alternativa de usar métodos contracepcionais ou de prevenir a gravidez de algum jeito, ao passo que o proibe caso ela tenha sido fruto de sexo consensual, pois neste caso teria prevenção. Pois bem, eu estou aqui argumentando que ela teve alternativa de usar contracepção no caso do estrupo. Portanto, segue-se a lógica que não deveria ser permitido o aborto nestes casos.
Por que não existe outro motívo reconhecível como a deficiência que foi alegada no meu comentário inicial, ainda mais considerando o grau de invalidez causado.
OK, mas a pergunta persiste. E se for descoberto que outro fator, qualquer que seja, causa tanta invalidez quanto deficiência física? Aí pode abortar? Você pode não trabalhar com suposições, mas isso não significa que essa pergunta não mereça ser respondida.
É mais seguro abortar que ter o filho.
Um pequno caveat: eu não cheguei a ver como eles conseguiram estes números, mas antes de comparar as duas coisas, tem que ter certeza que as duas populações são comparáveis.
Por exemplo: pode ser que as mulheres que abortam são significativamente mais jovens e saudáveis que as que tem filhos, e portanto, morrem menos. Em outras palavras, pode ser que o aborto seja mais perigoso, mas como quem aborta é mais saudável, morre menos. Em epidemiologia (estudo das causas das doenças), isso é conhecido como
confounding by indication ou
selection bias.