Autor Tópico: O fascista mora ao lado  (Lida 20965 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #175 Online: 27 de Dezembro de 2012, 01:07:01 »
Eu achava que qualquer um pudesse mudar de nome para o que bem entendesse.
Até onde eu sei adotar o sobrenome do parceiro não. Nem transsexuais ainda podme mudar o nome nos documentos...

Os 36 direitos negados a casais formados por pessoas do mesmo sexo (Brasil)

Não dizendo que seja tudo certo assim como está, mas em contrapartida tendem a ter maior renda por não ter filhos, e várias dessas coisas são questões financeiras.

Acho que talvez o correto fosse permitir a adoção e se ter o que se puder considerar como "subsídio" à criação de filhos de acordo.

Offline Donatello

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #176 Online: 27 de Dezembro de 2012, 08:15:15 »
Eu achava que qualquer um pudesse mudar de nome para o que bem entendesse.
Até onde eu sei adotar o sobrenome do parceiro não. Nem transsexuais ainda podme mudar o nome nos documentos...

Os 36 direitos negados a casais formados por pessoas do mesmo sexo (Brasil)

Não dizendo que seja tudo certo assim como está, mas em contrapartida tendem a ter maior renda por não ter filhos, e várias dessas coisas são questões financeiras.

Acho que talvez o correto fosse permitir a adoção e se ter o que se puder considerar como "subsídio" à criação de filhos de acordo.
A lista está desatualizada, pelo menos 6  dos listados (todos os relativos ao IR e também o quanto ao plano de saúde) já foram estabelecidos. A questão do sobrenome me parece extrema bobagem, coisa do tipo de feminista exigindo artigos e sufixos. O que eu acho mais relevante a ser mudado é questão da adoção de crianças.

Offline _tiago

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #177 Online: 27 de Dezembro de 2012, 08:47:44 »
Pois é. A do financiamento acho que o Santander aceita. A do aluguel não me fez sentido.

Offline AlienígenA

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #178 Online: 27 de Dezembro de 2012, 09:05:49 »
Eu achava que qualquer um pudesse mudar de nome para o que bem entendesse.
Até onde eu sei adotar o sobrenome do parceiro não. Nem transsexuais ainda podme mudar o nome nos documentos...

Os 36 direitos negados a casais formados por pessoas do mesmo sexo (Brasil)

Não dizendo que seja tudo certo assim como está, mas em contrapartida tendem a ter maior renda por não ter filhos, e várias dessas coisas são questões financeiras.

Acho que talvez o correto fosse permitir a adoção e se ter o que se puder considerar como "subsídio" à criação de filhos de acordo.
A lista está desatualizada, pelo menos 6  dos listados (todos os relativos ao IR e também o quanto ao plano de saúde) já foram estabelecidos. A questão do sobrenome me parece extrema bobagem, coisa do tipo de feminista exigindo artigos e sufixos. O que eu acho mais relevante a ser mudado é questão da adoção de crianças.

Eu também acho uma bobagem isso do sobrenome, mas acho uma bobagem ainda maior ter um direito tão bobo desse negado. Pode ser uma situação desconfortável justamente por ser tão irrelevante. Não há porquê haver diferenças que só servem mesmo para fazer a diferença.

Offline Fabrício

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #179 Online: 27 de Dezembro de 2012, 10:22:47 »
Minha mulher não pegou meu sobrenome... acho que vou me divorciar dessa ingrata maldita  :hmph:!
"Deus prefere os ateus"


Offline Donatello

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #181 Online: 27 de Dezembro de 2012, 12:26:21 »
Eu achava que mudar sobrenomes era um símbolo capitalista da mulher como propriedade.
:lol: Choram os gregos, resmungam os troianos. (Na verdade é preso por ter cão, preso por não ter cão :lol:)
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2012, 12:38:56 por Hans Sauerkraut »

Offline AleYsatis

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #182 Online: 27 de Dezembro de 2012, 15:36:40 »
A questão não é se o direito é bobo ou não, eu particularmente não entendo nem o porquê de gays querem se casar, o casamento é uma instituição patriarcal e hétero-normativa, uma visão de que as pessoas são propriedades umas das outros, coisa mais desnecessária nos dias de hoje. Então eu particularmente sou contra a própria instituição do casamento, acho que na verdade, todos, héteros e gays, deveriam estar é lutando pra se livrar dessas visões bestas de monogamia, família, essas parada mais velha do mundo... MAS isso não quer dizer que se um casal hétero pode querer ser idiota de casar, de ser monogâmico, de adotar nome, um casal gay não possa também... Todos deveriam ter o direito de ser idiotas...

Ainda que eu fuja dessas instituições todas, os direitos a elas devem ser todos resguardados para todos os cidadãos...
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Offline JohnnyRivers

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #183 Online: 27 de Dezembro de 2012, 15:41:38 »
[...]o casamento é uma instituição patriarcal e hétero-normativa, uma visão de que as pessoas são propriedades umas das outros, coisa mais desnecessária nos dias de hoje. [...]

Mundo capitalista!  :histeria:
Pra viver junto, tem que assinar contrato e determinar quanto a propriedade dos bens pessoais :lol:

"Que homem é um homem que não torna o mundo melhor?"

"What do we need? Where do we go when we get where we don't know?
  Why should we doubt the virgin white of fallen snow when faith's our shelter from the cold?"
- Skid Row

Offline Price

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #184 Online: 27 de Dezembro de 2012, 16:14:15 »


Então para a esquerda todos podem assistir o jogo de baseball sem pagar?

Expondo crianças pequenas a risco de quedas e fraturas, por motivo fútil.

Por sinal essas crianças sequer poderiam estar ali, aquela área não pode ter ninguém, uma bola rebatida pode cegar, quicá, matar uma delas.
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline _tiago

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #185 Online: 27 de Dezembro de 2012, 16:30:35 »
A questão não é se o direito é bobo ou não, eu particularmente não entendo nem o porquê de gays querem se casar, o casamento é uma instituição patriarcal e hétero-normativa, uma visão de que as pessoas são propriedades umas das outros, coisa mais desnecessária nos dias de hoje. Então eu particularmente sou contra a própria instituição do casamento, acho que na verdade, todos, héteros e gays, deveriam estar é lutando pra se livrar dessas visões bestas de monogamia, família, essas parada mais velha do mundo... MAS isso não quer dizer que se um casal hétero pode querer ser idiota de casar, de ser monogâmico, de adotar nome, um casal gay não possa também... Todos deveriam ter o direito de ser idiotas...

Ainda que eu fuja dessas instituições todas, os direitos a elas devem ser todos resguardados para todos os cidadãos...
O que você tem contra instituições? Ainda que você as respeite e aceite, parece haver um certo antagonismo, um certo questionamento. Qual seria?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #186 Online: 27 de Dezembro de 2012, 16:43:08 »


Então para a esquerda todos podem assistir o jogo de baseball sem pagar?

Expondo crianças pequenas a risco de quedas e fraturas, por motivo fútil.

Por sinal essas crianças sequer poderiam estar ali, aquela área não pode ter ninguém, uma bola rebatida pode cegar, quicá, matar uma delas.

E depois quando a merda acontece, vão correndo dizer que o estado não garante o seus direitos à saúde.

Offline Donatello

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #187 Online: 27 de Dezembro de 2012, 16:48:39 »
a) as questões meramente simbólicas como sobrenome e casamento civil são cavalo-de-batalha. Não têm fim prático, não provocariam mudanças práticas, podiam ser mudadas ou não, tanto faz como tanto fez. Eu acho que além de serem birras bobas, desviam o foco de coisas importantes e são um forte indício de radicalização do discurso (vide que tipo de feminista reivindica alterações nas normas linguísticas, o que é perfeitamente análogo).
b) as mudanças pecuniárias são importantes, mas estão em processo, na prática quase todos os pontos pecuniários que foram colocados já estão atendidos na prática, seja pela lei, seja por (como alguém bem mencionou) uma postura do mercado e os que não estão estão em vias de mudança. E é bom que se entenda que normas quanto a assuntos pecuniários são OBVIAMENTE necessárias (embora possam ser, como estão sendo, discutidas em seus limites) e não foram criadas da forma que foram por mero ódio de gêneros.
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2012, 17:34:08 por Hans Sauerkraut »

Offline AleYsatis

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #188 Online: 27 de Dezembro de 2012, 20:23:12 »
A questão não é se o direito é bobo ou não, eu particularmente não entendo nem o porquê de gays querem se casar, o casamento é uma instituição patriarcal e hétero-normativa, uma visão de que as pessoas são propriedades umas das outros, coisa mais desnecessária nos dias de hoje. Então eu particularmente sou contra a própria instituição do casamento, acho que na verdade, todos, héteros e gays, deveriam estar é lutando pra se livrar dessas visões bestas de monogamia, família, essas parada mais velha do mundo... MAS isso não quer dizer que se um casal hétero pode querer ser idiota de casar, de ser monogâmico, de adotar nome, um casal gay não possa também... Todos deveriam ter o direito de ser idiotas...

Ainda que eu fuja dessas instituições todas, os direitos a elas devem ser todos resguardados para todos os cidadãos...
O que você tem contra instituições? Ainda que você as respeite e aceite, parece haver um certo antagonismo, um certo questionamento. Qual seria?
Sei lá, é questão pessoal. Na verdade acho que instituições sempre existirão e sempre estaremos sendo tolhidos e moldados por elas... A questão é que para mim, instituições devem ser construídas e desconstruídas constantemente. A instituição do casamento já teve sua utilidade num tempo em que mulher não poderia viver fora de uma família, seja a do marido ou eternamente na casa dos pais, no tempo em que era impensável uma criança ser criada por alguém sozinho seja homem ou mulher, enfim nesse contexto essa instituição surgiu, hoje já não é mais necessária, na minha opinião, então é uma opressão que não tem mais utilidade de ser.  Antes precisávamos ser monogâmicos justamente para garantir essa estrutura familiar e financeira marido-esposa porque ela era necessária, se hoje ela não é mais, se mulheres e homem podem bem viver sozinhos, como muitos vivem por grandes períodos, se relacionando com um ou mais parceiros, se podem bem criar um filho sozinhos ou ainda separados para quê essas estruturas ainda colocadas dessa forma? Bem, eu não quero para mim, eu vivo muito bem com meus "namomigos"

a) as questões meramente simbólicas como sobrenome e casamento civil são cavalo-de-batalha. Não têm fim prático, não provocariam mudanças práticas, podiam ser mudadas ou não, tanto faz como tanto fez. Eu acho que além de serem birras bobas, desviam o foco de coisas importantes e são um forte indício de radicalização do discurso (vide que tipo de feminista reivindica alterações nas normas linguísticas, o que é perfeitamente análogo).
b) as mudanças pecuniárias são importantes, mas estão em processo, na prática quase todos os pontos pecuniários que foram colocados já estão atendidos na prática, seja pela lei, seja por (como alguém bem mencionou) uma postura do mercado e os que não estão estão em vias de mudança. E é bom que se entenda que normas quanto a assuntos pecuniários são OBVIAMENTE necessárias (embora possam ser, como estão sendo, discutidas em seus limites) e não foram criadas da forma que foram por mero ódio de gêneros.
Com certeza existem questões mais importante umas que as outras, mas dizer que alguma não tem importância nenhuma eu não concordo. Veja, quando se fala de uma desigualdade aceita e imposta pelo estado, toda e qualquer é importante per se, pelo próprio fato de demarcar uma diferença que não poderia existir. Se é tão sem importância assim, o que você acharia de alguém que propusesse uma lei para que ateus e cristão não pudessem se casar, mas que pudessem ter todos os direitos legais de uma união estável?? Você nem se importaria né, não afetaria em questões práticas, não diria nada sobre nossa sociedade e sua tendência a não aceitar uma IGUALDADE completa de direitos e status, enfim... Igualdade só é igualdade se não há QUALQUER diferença, uma diferença ainda que não acarrete em algo prático demarca que existem ai dois grupos quando deveríamos enxergar um só, que é o que se pressupõe numa igualdade de fato. Então essas pequenas coisinhas demarcam sim, a meu ver, algo de grande importaria socialmente falando e para a autoimagem do próprio grupo e seus integrantes e para a imagem que esse grupo adquire perante a sociedade.

Quanto a questão da linguagem é também, na minha opinião, importantíssima para que mudanças efetivas ocorram na sociedade para além das questões meramente legais que um estado venha a salvaguardar. Se você ver as questões da virada linguística e dos caras que pensaram essas questões como Derrida,  Rorty, e etc, você vai ver que há algo muito importante por trás disso. Mude a linguagem e você muda como as pessoas pensam, é inevitável, pensar é linguagem, logo é ela quem nos dá as "formas" do que pode ou não ser pensado, e como será pensado. Numa sociedade onde, sei lá, todo tipo de agressão verbal a um grupo é totalmente tolerado a ponto de que a grande a maioria das ofensas e palavrões estejam ligadas a esse grupo e suas práticas, isso vai ter um grande papel na formação da visão que as pessoas tem desse grupo. Pense num xingamento qualquer, você vai ver que a maioria está ligado a uma visão machista e patriarcal e consequentemente a uma desvalorização de tudo o que se coloca como feminino, passivo, e etc.

EX: Porque filho da puta ao invés de filho pai do galinhão? É pior socialmente uma mulher hiper-sexualizada ou um homem? Por que "vai tomar no cú", ao invés de "vai comer uma buceta"? Porque para a sociedade hétero-normativa ir comer buceta é elogio já que está ligado a pratica do macho e tudo o que é relativo ao macho é supervalorizado.

Quer ofender de fato um homem chame-o de homossexual, ou seja, questione sua masculinidade de qualquer forma, ou diga que sua mãe, irmãs ou mulher não são tão submissas como deveriam ser segundo o sistema machista que nos rege, basta dizer mesmo que indiretamente que elas tem direito ao gozo que trepam e podem gostar como o homem, para ser tomado por esse homem como um dos piores xingamentos... Estranho né, numa sociedade que gosta de se gabar de já não ser mais machista de dizer que mulheres já tem toda a liberdade que precisam e estão em igualdade como os homens... Será que isso a nível social, incrustado em TODOS desde o nascimento, pela vida toda, não está em nada relacionado às descriminações que sofrem esses grupos? Enfim, nada numa sociedade é sem importância, a linguagem então que é justamente o que forma o pensamento e logo a sociedade é das coisas mais importantes...

PS: É aqui, onde se inserem questões de criminalização de preconceitos e opiniões, ou pelo menos menos onde entram as lutas pelo politicamente correto, que é uma forma de sem precisar de leis e do aparato de estado, ir ensinando a população do quão idiota são esses conceitos, essas piadas, esses xingamentos a as pessoas que os usam por hábitos, sem qualquer julgamento ou critica sobre o que estão dizendo e suas consequências para o reforçamento dessas imbecilidades na sociedade também ela sem tendencias a usar da critica e do pensamento sobre o que fazem ou falam...
« Última modificação: 27 de Dezembro de 2012, 20:39:48 por AleYsatis »
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Offline Totenkopf

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #189 Online: 28 de Dezembro de 2012, 00:09:58 »
Imagino que vc queira saber a diferença entre agressão a um homo e um heterossexual. A diferença está no motivo da agressão, se eu agredir um homo por ele ser homo é homofobia, se eu agredir um heterossexual por ele ser heterossexual, isso é heterofobia,  se eu agredir qualquer um fosse dois apenas porque eles sao idiotas  aí não é preconceito.

E como vai ser provar o motivo?

Offline Barata Tenno

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #190 Online: 28 de Dezembro de 2012, 00:12:17 »
Imagino que vc queira saber a diferença entre agressão a um homo e um heterossexual. A diferença está no motivo da agressão, se eu agredir um homo por ele ser homo é homofobia, se eu agredir um heterossexual por ele ser heterossexual, isso é heterofobia,  se eu agredir qualquer um fosse dois apenas porque eles sao idiotas  aí não é preconceito.

E como vai ser provar o motivo?

Pelo mesmo método que se prova qualquer crime. Testemunhas, videos, prisão em flagrante, etc, etc......
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Offline Geotecton

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #191 Online: 28 de Dezembro de 2012, 00:44:40 »
[...]
o casamento é uma instituição patriarcal e hétero-normativa, uma visão de que as pessoas são propriedades umas das outros, coisa mais desnecessária nos dias de hoje.
[...]

Errado. O casamento civil é apenas a escolha da modalidade contratual que regulará o casal nas diversas áreas do direito.


Então eu particularmente sou contra a própria instituição do casamento, acho que na verdade, todos, héteros e gays, deveriam estar é lutando pra se livrar dessas visões bestas de monogamia, família, essas parada mais velha do mundo...
[...]

Porquê todos deveriam "lutar para se livrar" da família ou da monogamia? Elas são tão aceitáveis quanto um relacionamento homossexual.
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Offline Moro

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #192 Online: 28 de Dezembro de 2012, 00:54:46 »
Espancar um hétero é menos ediondo que espancar um homossexual? Acho que se as leis não são cumpridas no caso dos homossexuais, temos um grande problema. Mas é esse o caso? Tipo, homossexuais pobres ficam mais injusticados do que pobres espancados?
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Offline AleYsatis

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #193 Online: 28 de Dezembro de 2012, 00:57:31 »

Porquê todos deveriam "lutar para se livrar" da família ou da monogamia? Elas são tão aceitáveis quanto um relacionamento homossexual.

Sei lá, é questão pessoal...
Estava dando minha opinião só. Tanto é que já discuti um monte sobre a questão dos direitos dos gays e não tinha mencionado isso porque são opiniões pessoais minhas... Não quero impor a ninguém não, só estou dizendo que, particularmente, não entendo as pessoas por quererem isso, mas obviamente que se querem tem o direito, todos.
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Offline _Juca_

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #194 Online: 28 de Dezembro de 2012, 09:21:29 »
Espancar um hétero é menos ediondo que espancar um homossexual? Acho que se as leis não são cumpridas no caso dos homossexuais, temos um grande problema. Mas é esse o caso? Tipo, homossexuais pobres ficam mais injusticados do que pobres espancados?

Homossexuais são agredidos, humilhados, discriminados por sua condição de homossexual. Heterossexuais não. É uma questão bem simples. 

Offline Donatello

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #195 Online: 28 de Dezembro de 2012, 09:42:35 »

Porquê todos deveriam "lutar para se livrar" da família ou da monogamia? Elas são tão aceitáveis quanto um relacionamento homossexual.

Sei lá, é questão pessoal...
Estava dando minha opinião só. Tanto é que já discuti um monte sobre a questão dos direitos dos gays e não tinha mencionado isso porque são opiniões pessoais minhas... Não quero impor a ninguém não, só estou dizendo que, particularmente, não entendo as pessoas por quererem isso, mas obviamente que se querem tem o direito, todos.
Entendo, e não quero fazer um tu quoque, mas é que pelo seu discurso não parece que você enxergaria "todos deveriam lutar pelo fim da viadagem e da putaria" como só uma opinião.



Quanto à sua argumentação sobre a importância das questões idiomáticas e toda a coisa relacionada a "vai tomar no cú", não embarco nestas tentativas de manipulação idiomática para o bem da igualdade de seja lá que nível (racial, religioso, sexual, de gênero...).

Como já disse, sou negro, e prefiro milhões de vezes ser chamado de preto, negro - ou mesmo crioulo - do que por expressões revisionistas, como afro-descendente. Não consigo ver nada mais estúpido do que substituir um termo explícito e objetivo, que identifica de forma indelével meus componentes étnicos, por um eufemismo (que na verdade informa ao interlocutor que a minha condição é tão abjeta que não deve ser nem chamada pelo nome, como na frase de mau agouro "fulano está com aquela doença"). Eu sei que este exemplo não é exatamente análogo aos que você mencionou, mas está no mesmo escopo do politico-corretismo linguístico.

Não, não tenho problemas em usar expressões como "hoje não estou muito católico" para querer dizer "hoje não estou muito bom". Antes de entender esta frase (que aprendi com minha tia PROTESTANTE e uso até hoje) como uma forma de opressão da religião dominante prefiro ver piada à metáfora.

Reconheço a linguagem como sendo fundamentalmente ferramenta de comunicação, toda esta retórica sobre um pretenso impacto do idioma na formação da psiqué ou da auto-percepção me parece como se alguém tivesse descoberto que o martelo pode muito eventualmente ser usado como arma e propusesse que de agora em diante todos os martelos passassem a ser produzidos em EVA, para reduzir danos.
« Última modificação: 28 de Dezembro de 2012, 14:57:30 por Donatello van Dijck »

Offline Moro

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #196 Online: 28 de Dezembro de 2012, 10:21:59 »
Espancar um hétero é menos ediondo que espancar um homossexual? Acho que se as leis não são cumpridas no caso dos homossexuais, temos um grande problema. Mas é esse o caso? Tipo, homossexuais pobres ficam mais injusticados do que pobres espancados?

Homossexuais são agredidos, humilhados, discriminados por sua condição de homossexual. Heterossexuais não. É uma questão bem simples. 

Vamos lá Juca.

X foi vitima de crime de ódio, efetuado por Y.
Existem leis para punir Y?
Essas leis devem ser distintas se X for asiático, latino, manco ou gay?

CASO as leis sejam suficientes para punir Y, não creio que devamos mexer. Caso contrario, sim, devemos. Essa foi a questão que coloquei em debate.
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Offline Donatello

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #197 Online: 28 de Dezembro de 2012, 10:58:29 »
Espancar um hétero é menos ediondo que espancar um homossexual? Acho que se as leis não são cumpridas no caso dos homossexuais, temos um grande problema. Mas é esse o caso? Tipo, homossexuais pobres ficam mais injusticados do que pobres espancados?  :P
Acho que você quiz dizer "homossexuais espancados ficam mais injustiçados do que pobres espancados", né?

Pois é, é estranho quando num debate o mesmo sujeito que diz que "igualdade só é igualdade se não há QUALQUER diferença" (se referindo a questões meramente simbólicas como o NOME dado a um documento civil que regule juridicamente a sua relação familiar)  apoia propostas que pretendem criar uma desigualdade tão objetiva e prática, palpável e sólida, quanto estabelecer tempos de prisão diferentes para crimes perfeitamente análogos apenas em função de quem é a vítima e o algoz neste ou naquele caso.

Uma das complicações de falar do PLC122/06 é que ele não é um projeto de lei original, na verdade ele nem formaria uma nova lei por assim dizer: a lei da homofobia, se aprovada, se converteria em alterações em 2 leis já existentes (originalmente era um artigo da CLT, um do CP e toda a lei Caó; agora são alguns artigos do CP (acho que 5) e outros 5 ou 6 da lei Caó, não mais ela toda), e estas leis já beneficiam uma cambada de gente com tratamentos "diferenciados igualitários".

Eu gosto sempre de usar este artigo do CP como exemplo.

Citar
Atual:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
(...)
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
 
Pena - reclusão de um a três anos e multa.


Com lei da homofobia:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
(...)
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem,  gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
 
Pena - reclusão de um a três anos e multa.

Ou seja, pela legislação atual os privilégios que os gays exigem através da lei da homofobia já são, todos eles, dados a outros grupos. Pelas letras da lei atual uma velha que chame um gordo de baleia numa discussão de trânsito pegaria uma pena menor do que se o mesmo gordo chamasse a tal velha de esclerosada ridícula. E se você for discutir com um homossexual negro prefira ofendê-lo de bicha louca aidética do que de orangotango fedorento, sua pena será também menor, por enquanto, caso ele te processe.

O que as bichas aidéticas, digo, a comunidade homoafetiva pretende é receber para si as mesmas garantias que já são dadas a outros grupos pelas mesmas 3 leis cuja mudança é proposta. Este é um ponto.

Outro ponto é que ao contrário da lazarenta lei Maria da Penha, que estabelece textualmente e de forma inequívoca que a pena e o próprio processo penal seguem regras distintas a depender de se a vítima é homem ou mulher, no caso da lei da homofobia não são só os homossexuais ou as mulheres quem são amparados; EM TESE, com  a aprovação da PLC122/06, vulgo Lei da Homofobia, um heterossexual que houvesse apanhado de um gay apenas por sua não homossexualidade faria jus ao mesmo tratamento por parte da justiça que um gay que houvesse apanhado apenas por gostar de dar a rosca. A aplicação desta tese ou não dependeria não da lei, mas da jurisprudência.

Todavia um homossexual que houvesse agredido um pobre apenas pela condição de pobreza deste receberia pena menor do que outro pobre o qual tivesse agredido um homossexual apenas pela opção gênero-afetiva deste. Eis a indiscutível desigualdade da proposta.

Concordo com você, num mundo ideal e numa realidade ótima, estas leis diferenciadoras não devem existir, eu sou ideologicamente contra o PLC122/06. Entretanto a coisa já fedeu tanto e é tão difícil de ser revista que talvez seja bom estes grupos minoritários irem ganhando direito de adicionarem seus nomezinhos lá no clube dos privilegiados, até que o tal dispositivo fique assim

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§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, compleição física, preferência clubística, nome, sobrenome, gosto musical, cor da camiseta que está vestindo, bairro em que mora, rua em que nasceu, perfume que está usando, quanto tem na carteira, ser gago, gostar de jogar biriba, ser polígamo, gênero, sexo, viver na fazenda, orientação sexual, identidade de gênero, falar "é nois", fumar cigarro mentolado, condição de pessoa idosa, portadora de deficiência ou a puta que pariu a quatro:

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

Ou seja, se mais clubinhos forem sendo adicionados pode ser que num futuro distante o grupo de clubinhos privilegiados seja tão grande e diversificado que todo mundo possa evocar algum dispositivo desigualitário e então voltemos a ter, por vias tortas, penas iguais para crimes idênticos sem importar quem é o autor e quem é a vítima como sempre deveria ter sido. Pode parecer difícil chegar lá deste jeito, mas voltar atrás e tentar apagar a cagada que já foi feita é mais difícil, eu acho.
« Última modificação: 28 de Dezembro de 2012, 11:43:24 por Hans Sauerkraut »

Offline _Juca_

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #198 Online: 28 de Dezembro de 2012, 11:27:13 »
Espancar um hétero é menos ediondo que espancar um homossexual? Acho que se as leis não são cumpridas no caso dos homossexuais, temos um grande problema. Mas é esse o caso? Tipo, homossexuais pobres ficam mais injusticados do que pobres espancados?

Homossexuais são agredidos, humilhados, discriminados por sua condição de homossexual. Heterossexuais não. É uma questão bem simples. 

Vamos lá Juca.

X foi vitima de crime de ódio, efetuado por Y.
Existem leis para punir Y?
Essas leis devem ser distintas se X for asiático, latino, manco ou gay?

CASO as leis sejam suficientes para punir Y, não creio que devamos mexer. Caso contrario, sim, devemos. Essa foi a questão que coloquei em debate.

A mulher é agredida.
Da queixa por agressão.
O delegado é homem, e por razões socialmente machistas ( que não preciso descrever ) não leva muito a sério a queixa dela ( por motivos que a gente está cansado de ver, como a própria desistência da mulher)
Resultado = provavelmente nenhuma punição

A mulher é agredida.
Dá queixa por agressão.
O delegado é homem, mas existe a lei Maria da Penha, ele sendo machista ou não, tem que enquadrar obrigatoriamente o agressor nessa lei.
Resultado = provavelmente punição.


Offline Geotecton

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Re:O fascista mora ao lado
« Resposta #199 Online: 28 de Dezembro de 2012, 11:57:37 »
Espancar um hétero é menos ediondo que espancar um homossexual? Acho que se as leis não são cumpridas no caso dos homossexuais, temos um grande problema. Mas é esse o caso? Tipo, homossexuais pobres ficam mais injusticados do que pobres espancados?

Homossexuais são agredidos, humilhados, discriminados por sua condição de homossexual. Heterossexuais não. É uma questão bem simples. 

Vamos lá Juca.

X foi vitima de crime de ódio, efetuado por Y.
Existem leis para punir Y?
Essas leis devem ser distintas se X for asiático, latino, manco ou gay?

CASO as leis sejam suficientes para punir Y, não creio que devamos mexer. Caso contrario, sim, devemos. Essa foi a questão que coloquei em debate.

A mulher é agredida.
Da queixa por agressão.
O delegado é homem, e por razões socialmente machistas ( que não preciso descrever ) não leva muito a sério a queixa dela ( por motivos que a gente está cansado de ver, como a própria desistência da mulher)
Resultado = provavelmente nenhuma punição

A mulher é agredida.
Dá queixa por agressão.
O delegado é homem, mas existe a lei Maria da Penha, ele sendo machista ou não, tem que enquadrar obrigatoriamente o agressor nessa lei.
Resultado = provavelmente punição.



Então o problema não está na lei e sim no agente que a aplica.
Foto USGS

 

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