Para mim vocês ainda estão confundindo igualdade de direitos com igualdade legal. E essa tentativa de trazer números, de tentar mostra que as generalizações do texto principal como a da morte do índio estão erradas e tal, é querer desviar do assunto. Já coloquei aqui um texto que mostra que no discurso a generalização não só é aceita como necessária e imprescindível. Não importa quantos índios foram queimados especificamente, o que deve ser tirado do texto e então discutido aqui é num âmbito mais geral, se nossa sociedade não está sendo "fascista" ao fingir que não vê que minorias existem SIM e são vitimizadas SIM.
Eu não li o texto original, meu comentário sobre o caso do índio foi quanto a um post posterior do Vento Sul.
O que penso é apenas que as coisas não podem ser infladas por sensasionalismo.
Já é bastante ruim a consciência realista de se ter um risco algo maior de ser vítima de alguma coisa apenas por pertencer ao grupo ao qual se pertença. Distorcer a situação, fazê-las se sentirem vítimas quando não são realmente, fazer enxergarem ataques que não existem, ou enxergar um risco maior do que o que existe, ou enxergar um ódio generalizado na sociedade, ou mesmo uma indiferença maior do que a que existe, só gera sofrimento adicional desnecessário. É um mal que se está fazendo a essas pessoas.
Isso é cultivar paranóia, contribuir para a degradação de sua saúde mental, de seu bem estar. Pior ainda para a fração das pessoas dentro desse grupo que tiverem sido de fato vítimas de alguma coisa, que podem ter um trauma reforçado, a troco de absolutamente nada, quando poderiam estar tentando superar isso e viver de forma mais saudável.
Isso de qualquer forma é um nicho que pode ser bastante lucrativo. Fazer as pessoas se sentirem vitimizadas, e denunciar os seus agressores onipresentes, mantém um público maior do que aquele que a pessoa teria se objetivasse dar às pessoas uma perspectiva mais saudável e realista, que as fizesse não se verem mais como alvo de uma enorme conspiração. Aqueles que ousam sugerir algo assim devem ser freqüentemente "expostos" como apenas parte da conspiração. No mínimo quem opta pela segunda opção, se faz isso de forma eficaz uma vez, teria provavelmente que arranjar um outro tema para uma futura publicação. Já se opta por dizer que as pessoas são sempre vítimas da sociedade que está atrás delas, é mais fácil ficar expandindo interminavelmente o assunto.
O mesmo vale para a população geral no que se refere aos riscos de crimes comuns, que, por mais altos que possam ser, são inflados por programas jornalísticos policiais sensacionalistas.