Uma empresa pública que visasse a produção de armamentos sob medida para as necessidades do país seria algo novo. Não seria uma sociedade de economia mista ou uma empresa pública. Não sei se faria sentido do ponto de vista do direito administrativo, mas deveria ser parte da administração direta.
Acho que a IMBEL já cumpre bem esse papel.
IMBEL.
Nem lembrava dela.
Melhor exemplo eu desconheço. Industria armamentista mundial deveria seguir esse molde. Eu duvido que se esse tipo de empresa fosse comum em outros países, e não houvesse as corporações particulares, nós vivêssemos um estado de violência civil dessa magnitude. Nem o Brasil, nem os EUA, nem o México, nem as outras nações latino americanas que têm a violência como endêmica.
O fato de civis como eu não ter o nome IMBEL na cabeça é um exemplo de como deve ser tratado esse tipo de empresa.
A situação na África é extremamente peculiar, apesar de eu imaginar que a industria particular tenha altas parcelas de seus lucros vendendo armas por lá, a própria IMBEL é exportadora, o AK-47 deve ser um produto estatal russo (imagino), então mesmo com empresas estatais, a situação africana não seria das mais fáceis de lidar.
O problema da África é multivariado. Como é o nosso problema particular no Brasil e como o é nos EUA. O nosso conceito de civilização é ridículo, nós ainda vivemos na lei da selva. Quer discutir África? Vamos falar sobre o neocolonialismo, sobre o que o livre comércio e o FMI fazem com os pretinhos de lá, vamos falar sobre a dívida externa africana, enfim, vamos falar da ação do homem branco por lá. Não precisamos ser hipócritas e esquecer que lá morre um Idi Amin e surge dois, não precisamos esquecer a corrupção absurda, mas convenhamos, África e Oriente Médio são lugares que, se nós durarmos mais algumas décadas (e eu - sem fontes para citar -, sei que não vamos)entrarão para a história como exemplos de selvageria dos supostos "civilizados ocidentais".
Veja o papel da Bélgica, França e EUA no genocído de Ruanda. Veja os conflitos financiados por diamantes.
A industria armamentista particular faz LOBBY no congresso americano. Isso quer dizer que eles gastam um montante de dinheiro obsceno para defender seus interesses. As cifras nos EUA são sempre astronômicas. E não é uma característica de empresas privadas gastarem dinheiro se esse gasto não for compensador. A microsoft faz programas, a HP faz computadores e a S&W faz armas, produtos diferentes mas com um mesmo objetivo. Dar grana, o máximo possível, para os acionistas.
E após os elogios à IMBEl, vamos pesquisar se não é a IMBEL que vende bombas de fragmentação no Oriente Médio. O Brasil-il-il, não é signatário do tratado da ONU que bane esse tipo de armamento. Nós (se for a IMBEL, ou eles se for um bando de cuzões de uma empresa de merda particular) vendemos bombas de fragmentação mundo afora.
Podem me chamar de utópico, mas um país como o Brasil, que tem uma massa enorme de pessoas passando fome exportar comida é o fim. Um país deveria alimentar ser povo e exportar o excesso. Mas o livre mercado age como se fosse um ente real que tem primazia sobre a população. Vamos alimentar o LM, o quue sobrar alimentamos o nosso povo.
Patria amada Brazil. Patriotismo e futebol.
Essa é a raiz do problema da violência. Armas são instrumentos, a causa real é a forma como estamos organizAdos como "civilização".