Como as últimas semanas foram suficientemente dramáticas para mim, familiares e demais próximos, nem preciso mencionar abandono de hipocrisia para dizer que o que realmente me choca em algo assim é alguém aproveitar-se de tal situação para demonizar a posse (e porte) de armas por cidadãos, a mais ampla possível.
A despeito de tantos comentários incorrespondentes que li aqui, o que mais sensatamente se propõe por lá é armados nas escolas para a defesa e não utopias desarmamentistas. Falta aprimorarem muito a proposta, tornar a posse e manejo de armas como a posse e manejo de veículos na sociedade, mas já é melhor que a loucura criminosa de querer proibir os poucos que ainda se armam de se armarem.
"Mas nós somos violentos por natureza, todos os animais matam e o ser humano não é diferente deles e não está situado à parte do mundo natural..."
Isso nós não vamos saber nunca, nunca nem sequer tentamos nada diferente. Nós vemos a situação e somos apáticos a ela.
Incrível que quando é para exaltar nossas qualidades e desenvolvimentos nós nos orgulhamos de sermos o "único animal racional do planeta, o ápice da evolução", quando é para nós justificarmos nossa estupidez nós nos escondemos atrás dos nossos instintos animais.
Você não pode falar por todos, Franky Puxa-Frango, ou seja, "nós" quem, cara pálida? Isso (tudo nesse parágrafo) aí foi muito falacioso. A distinção fundamental que vejo entre humanos e demais animais, nesse sentido aqui, é que o humano é o único animal que filosofa; o único, portanto, que sonha com irrealidades.
http://www.washingtonpost.com/opinions/the-nras-simplistic-response-to-newtown-good-guy-with-a-gun/2012/12/21/d22ccfe0-4bbc-11e2-9a42-d1ce6d0ed278_story.html?hpid=z3
O lobby da industria armamentista se utiliza das mesmas táticas da industria religiosa. Se aproveita descaradamente da ausência de pensamento crítico da esmagadora maioria das pessoas e fornece "soluções" rápidas, "óbvias" e favoráveis aos seus interesses.
É claro que em uma situação de "mass-shootings" o atirador, em uma hipotética escola com um guarda armado, iria abater primeiro o guarda armado que estaria com a arma no coldre.
E óbvio, se isso acontecesse a NRA iria clamar por um upgrade no guarda, que deveria portar um fuzil semi-automático já com a bala na agulha (engatilhado, sei-lá o termo correto) e em constante estado de prontidão.
E quando um guarda armado em constante estado de prontidão, por acidente, matasse uma menininha de 6 anos com um tiro na cara a NRA iria bolar alguma solução muito conveniente que minha imaginação não vai tão longe para formular. Mas na certa eles iriam.
Não é isso que funciona a contento como se possa desejar dentro da realidade da máxima defesa. Somente quando grande número de professores, monitores, faxineiros e todos os funcionários das escolas, visitantes e até alunos em condições aferidas portem grande quantidade de armas sempre prontas para uso imediato é que as chances de sucesso desses assassinos se reduzirão ao máximo. Talvez tenham que apelar para explosivos e até mísseis teleguiados, mas não será, jamais, retrocedendo (como algo que não seja pura retirada estratégica **provisória**) que teremos sucesso em qualquer combate.