Há tempos havia decidido a não mais postar em alguns tópicos por alguns motivos, porém tem coisas que não dá para deixar passar.
1. Raul Castro não está convocando de volta ao país dele os médicos cubanos.
Quando o programa foi criado, por lei foi estabelecido que seriam ciclos de 3 anos, após os quais o profissional sairia do programa. Isso para todos, brasileiros, estrangeiros, brasileiros formados no exterior e médicos contratados pela cooperação com a OPAS. Com a debandada que isso acarretaria, o governo abriu a possibilidade dos profissionais, brasileiros e estrangeiros, renovarem o tempo no Mais Médicos para mais 3 anos. No caso dos médicos da cooperação existem algumas diferenças: 1) o novo ministro, junto com algumas entidades médicas, logo no início havia colocado que iria revisar o acordo com a OPAS, diminuindo a participação de médicos cubanos. Depois ele voltou atrás; 2) Como é um acordo internacional dentro de um maior que já existe com a OPAS (afinal o Brasil é signatário da organização), está em discussão uma possibilidade de aumento dos recursos, ou seja, do valor pago por médico; 3) com a ocorrência no Brasil das Olimpíadas e da epidemia de Zika, foi acertada a prorrogação do período que os profissionais ficariam por mais 3 meses. Então, não existe uma convocação dos médicos cubanos, o que existe é o fim do período de contrato das turmas dos primeiros e segundos ciclos, que, por sinal, deveriam voltar em agosto, mas voltaram em novembro. Já existe a previsão da substituição desses profissionais por outros da mesma cooperação.
2. Médicos cubanos que não seriam médicos
Isso não existe. Mesmo porque existe uma série de exigências para se credenciar ao Mais Médicos (que estão neste mesmo tópico). Charlatães existem e vira e mexe é noticiado sobre algum, mas não no Mais Médicos. Por outro lado, maus profissionais temos em qualquer lugar seja no Brasil, em Cuba ou nos EUA. Proporcionalmente, os cubanos estão entre os com menos problemas, ao menos aqui. No caso do Mais Médicos, vale lembrar que o profissional não atende sozinho. Ele atende em uma equipe que conta com enfermeiro e técnico que sabem quando tem algo de errado com o profissional. Além disso, há um trabalho conjunto com o NASF e os profissionais são monitorados pelos supervisores médicos, pelos tutores médicos e pelos técnicos do estado, que são profissionais de saúde de diversas áreas, que fazem parte da comissão do programa, além, claro, do seu próprio gestor. Se houver algo errado, o profissional é desligado do programa (e isso foi feito em várias ocasiões com brasileiros, estrangeiros e cooperados). Além disso, eles são obrigados a fazer um curso de especialização e se não conseguir acompanhar o curso é desligado também.
3. Médicos cubanos não fazem o revalida
Não só fazem, como estão entre as nacionalidades que mais aprovaram.
4. Médicos cubanos não podem trazer a família
Podem, mas devem custear a vinda e a estadia deles. Como isso é caro (e existe, claro, uma dificuldade em conseguir viajar por lá), poucos trouxeram os familiares. Além disso, muitos criaram família aqui. Houve vários casamentos com brasileiros, filhos com brasileiros. Aqui é um problema com o retorno, porque para ficar após o término do programa ele precisa mudar o visto, já que o de trabalho expira, e ou ele faz o revalida ou deixa de trabalhar como médico.
http://cremepe.org.br/2016/05/18/programa-mais-medicos-ameacado/https://nacoesunidas.org/ministerio-da-saude-e-opas-vao-manter-parceria-e-dar-continuidade-ao-programa-mais-medicos/http://www.brasil.gov.br/saude/2016/05/ministerio-da-saude-garante-continuidade-do-mais-medicoshttp://www.conasems.org.br/servicos/todas-noticias/45-ultimas/4699-cuba-solicita-avaliacao-e-reajustes-para-renovacao-da-cooperacao-para-o-programa-mais-medicos