Autor Tópico: Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes  (Lida 108559 vezes)

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Offline Hold the Door

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #375 Online: 19 de Julho de 2013, 13:12:01 »
Planos de saúde privados? Aqueles que pagam 20 a 30 reais por consulta? E sem direito a receber pelo retorno dentro de 1 mês?

Concordo, Ângelo.

Mas o que devemos escrever sobre os médicos que cobram R$ 250,00 a R$ 500,00 por consultas que duram no máximo 20 minutos?
 
Se formos invocar 'regras de mercado' então as consultas de R$ 20,00 a R$ 30,00 pagas um mês depois são tão válidas quanto as de cima.

Geo, uma boa consulta médica, com uma boa anamnese e exame físico completo e minucioso demanda tempo. Certamente não pode ser feito em apenas 20 minutos. Dependendo da especialidade, pode levar uma hora ou mais. Isso implica em poucos pacientes por dia no consultório, e portanto, uma consulta de alto valor para cobrir os altos custos de manutenção do consultório e ainda ter um ganho suficiente.

A conseqüência disso é simples: Você pode ter médicos realizando péssimos atendimentos por 250 a 500 reais, mas nunca vai conseguir ter um médico realizando um ótimo atendimento por 20 a 30 reais, mesmo que o profissional seja muito bom.

As "regras de mercado", no caso da medicina, implicam em uma deterioração da qualidade do atendimento em relação direta com a diminuição do preço das consultas.
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Offline Hold the Door

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #376 Online: 19 de Julho de 2013, 13:31:34 »
Um dos motivos dos contratos precários de trabalho é justamente o não interesse no concurso. E isso decorre de dois motivos: a diminuição da liberdade do médico em se mudar de município, indo para outro que se paga mais e o salário reduzido em relação ao contrato precarizado. Ninguém pode ganhar mais que o prefeito, que nesses municípios ganha de 4.000 a 5.000 reais, o que fica bem aquém dos 18.000 que alguns municípios pagam. Porém, eles não dependem integralmente desse vínculo para sua renda, já que ele pode ter outro vínculo com outro município ou com o próprio, pode tirar plantões com vínculo ou sem e, se for economicamente viável para ele, ter seu consultório particular no município ou em outro vizinho. O calote se dá por duas causas: se paga um salário mais alto que o município tem condições de suportar e por causa de cortes por irregularidades nas equipes ou na saúde, a grande maioria das vezes causadas pelos próprios médicos: duplicidade de equipe e não cumprimento da carga horária.

Eu conheço vários médicos que são funcionários públicos com carga horária semanal de 40 horas que simplesmente não cumprem esta carga embora recebam regularmente o seu salário mensal na faixa de R$ 11.000,00. Soube que já foram alvos de denúncias mas que simplesmente em nada resultaram.

Da mesma forma eu posso passar a tarde toda colocando vários depoimentos de médicos que se mudaram para o interior, realizaram seu trabalho de forma exemplar, inclusive utilizando recursos próprios, já que a prefeitura não disponibilizava nada e no final desistiram após não receberem sequer um mês do que foi estabelecido no contrato.
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Offline Fabrício

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #377 Online: 19 de Julho de 2013, 15:36:24 »
Citar
Federação de médicos rompe com governo e recorre ao STF contra MP


A Fenam (Federação Nacional dos Médicos), que agrega entidades médicas sindicais, anunciou que vai deixar seis comissões que integra na esfera do governo federal e outros cinco colegiados do Conselho Nacional de Saúde (órgão vinculado ao Ministério da Saúde).

A decisão é uma reação à medida provisória que criou o Mais Médicos --programa do Executivo para distribuir médicos estrangeiros e brasileiros no interior do país, e aumentar o curso de medicina com dois anos de serviços prestados no SUS-- e aos vetos da lei do "Ato Médico" --que regulamenta a medicina.

A entidade integra colegiados que discutem uso racional de medicamentos, inclusão de procedimentos no rol dos planos de saúde, vigilância sanitária, entre outros.

Também nesta sexta-feira (19), a entidade informou que vai ingressar com duas ações judiciais com o objetivo de suspender os efeitos da medida provisória do Mais Médicos.

Até terça-feira, uma ação civil pública deve ser apresentada à Justiça Federal questionando a dispensa da realização de concursos públicos, a dispensa da revalidação dos diplomas para atuação no país, e se há urgência, de fato, para as mudanças propostas serem feitas via medida provisória.

A ideia também é, nos próximos 15 dias, apresentar uma ação direta de inconstitucionalidade ao STF (Supremo Tribunal Federal) com questionamentos semelhantes.

Além disso, a Fenam promete uma batalha nos Estados contra o Mais Médicos, pois vai orientar que sindicatos médicos analisem ações judiciais locais e que os médicos inscritos no programa ingressem com ações cobrando direitos trabalhistas não previstos na medida do governo.

Em junho, entidades médicas classificaram como "inócua, paliativa e populista" a medida de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS.

SAÍDA DE COMISSÕES

A entidade resolveu deixar os 11 colegiados, porque parte deles se mostrou "meramente decorativa", diz o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira Filho. Ele cita como exemplo o grupo de trabalho formado pelo Ministério da Saúde, em 19 de junho, para "elaboração de proposta de provimento e fixação de profissionais médicos em situação de escassez no SUS" no prazo de 60 dias.

Menos de três semanas depois de criado o grupo, a presidente Dilma Rousseff anunciou o programa Mais Médicos.

"Foi criado um grupo de trabalho de fantasia, uma enrolação para os médicos. O governo atropelou, é um desrespeito", critica o presidente da Fenam.

A saída dos colegiados do Conselho Nacional de Saúde, explica, deve-se ao fato de a presidência do conselho ter se mobilizado a favor do veto a trechos do "Ato Médico". "Deveria ter discutido antes com as entidades médicas."

A saída de dez comissões será oficializada nesta sexta-feira; a última deve ser oficializada na próxima semana, após a conclusão de uma discussão sobre a extensão da residência médica de pediatria, diz Ferreira Filho.

NO CONGRESSO

A Fenam promete se mobilizar, no Congresso, para reverter os vetos ao "Ato Médico" e para derrubar a medida provisória do Mais Médicos. "Não aproveitamos nada dessa medida", afirma o presidente da entidade.

Os médicos questionam, no programa, a inexistência de parte dos direitos trabalhistas (por se tratar de uma bolsa e, não, de um contrato de trabalho); a abertura do país a médicos estrangeiros sem revalidação do diploma pelo governo; e a ampliação do curso de medicina, com dois anos extra de trabalho na rede pública.

"Por trás de tudo isso está a campanha eleitoral, evidentemente", dispara Ferreira Filho.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1313533-federacao-de-medicos-rompe-com-governo-e-recorre-ao-stf-contra-mp.shtml
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #378 Online: 19 de Julho de 2013, 15:43:20 »
Tudo previsível. Só esquecem de mencionar que bolsa não desconta iprf e se trata de uma bolsa de estudos porque está atrelada a um curso de especialização.

Offline Fabrício

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #379 Online: 19 de Julho de 2013, 15:46:15 »
Tudo previsível. Só esquecem de mencionar que bolsa não desconta iprf e se trata de uma bolsa de estudos porque está atrelada a um curso de especialização.

Previsível mas nem por isso menos correto  :hihi:...
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Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #380 Online: 19 de Julho de 2013, 16:29:33 »
Osler, eu estou falando da prefeitura daqui, mas sobretudo também dos planos de saúde privados.
Não entendi sua colocação então, o que quer dizer?

Planos de saúde privados? Aqueles que pagam 20 a 30 reais por consulta? E sem direito a receber pelo retorno dentro de 1 mês?
E que pagam com 45, 60 dias de atraso além do índice de Glozas -includo aí a famigerada glosa técnica
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline _Juca_

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #381 Online: 19 de Julho de 2013, 16:36:30 »
Osler, eu estou falando da prefeitura daqui, mas sobretudo também dos planos de saúde privados.
Não entendi sua colocação então, o que quer dizer?



Que mesmo em uma cidade pequena estruturada há certa dificuldade em conseguir profissionais, seja no setor privado, seja no público e a prefeitura daqui não dá calote nos médicos.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #382 Online: 19 de Julho de 2013, 17:35:19 »
Tudo previsível. Só esquecem de mencionar que bolsa não desconta iprf e se trata de uma bolsa de estudos porque está atrelada a um curso de especialização.

Previsível mas nem por isso menos correto  :hihi:...
O quê? A ação ou a bolsa?

Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #383 Online: 19 de Julho de 2013, 18:57:38 »
E outro aspecto:

Se o argumento usado para favorecer a classe médica é válido (algo como "impedir o alastramento de profissionais de má-qualidade por causa de cursos fracos"), então o mesmo deve ser estendido para todas as demais atividades profissionais.

Do contrário é puro corporativismo.

É o que eu sempre achei, que existe uma forte dose de corporativismo. Se falta médico em regiões mais remotas e o salário não é ruim, o que falta? Estrutura. O governo devia fazer colégios particulares, shoppings, academias, clubes, e resorts nas cidadezinhas do sertão e da floresta.

Posso estar sendo excessivamente maldoso e parcial, mas me parece um componente do qual ninguém coloca no caldo.

Juca, eu tenho certeza que se houvessem nesses locais...


1- Contratos de trabalho não-precários, não sujeitos a calotes constantes, dado que os médicos dependeriam integralmente desse vínculo para sua renda*;
Um dos motivos dos contratos precários de trabalho é justamente o não interesse no concurso. E isso decorre de dois motivos: a diminuição da liberdade do médico em se mudar de município, indo para outro que se paga mais e o salário reduzido em relação ao contrato precarizado. Ninguém pode ganhar mais que o prefeito, que nesses municípios ganha de 4.000 a 5.000 reais, o que fica bem aquém dos 18.000 que alguns municípios pagam.

Ou seja, o problema está na lei que parece ser feita para Marte, totalmente fora da realidade do mercado brasileiro.

Como os médicos não vão deixar de ganhar de 15 000 a 25 000 por 40 horas semanais em outros locais para ganhar 5000-8000 pelas mesmas 40 horas em um PSF, as prefeituras tentam "dar um jeitinho" para conseguir oferecer remuneração compatível com o determinado pelo mercado.


Citação de: Derfel
Porém, eles não dependem integralmente desse vínculo para sua renda, já que ele pode ter outro vínculo com outro município ou com o próprio, pode tirar plantões com vínculo ou sem e,

A maioria dos locais isolados e carentes de médicos não oferecem estas opções.


Citar
se for economicamente viável para ele, ter seu consultório particular no município ou em outro vizinho.

Quando não faltam as condições, falta mercado.

Citar
O calote se dá por duas causas: se paga um salário mais alto que o município tem condições de suportar

Está tentando redefinir a palavra "calote"? A prefeitura simplesmente oferece um contrato e não cumpre. Isso espanta profissionais em qualquer lugar do mundo. Cabe à prefeitura não oferecer o que não puder dar.

Citar
e por causa de cortes por irregularidades nas equipes ou na saúde, a grande maioria das vezes causadas pelos próprios médicos: duplicidade de equipe e não cumprimento da carga horária.

Aí não seria "calote", seria o mero desconto de uma falta ou irregularidade. Quando uso a palavra "calote", refiro-me à definição comum mesmo (trabalhar/vender e não receber).

Citação de: Derfel
Citar
2- Condições mínimas de infraestrutura de saúde (instalações, instrumentos, profissionais, laboratórios para exames básicos e medicamentos);
Sinceramente, é irrelevante. Existem municípios no estado com estruturas precárias e outros com estruturas excelentes e todos com problemas para atrair médicos

É uma condição necessária mas não suficiente. Eu citei 4 condições mínimas. Não adianta ter estrutura excelente (uma raridade, que até hoje eu nunca vi com meus próprios olhos) e não oferecer um salário "competitivo".


Citar
e todos aqueles que os possuem (salvo raríssimas exceções) não cumprem a carga horária.

Já respondido na primeira parte do post: a lei determina uma determinada carga horária (40 horas) e um teto salarial (que não deve ficar acima de 7000), mas o mercado determina que um médico trabalhando 40 horas deva receber pelo menos 15 000. A discrepância entre a lei e a realidade é "resolvida" com o jeitinho oferecido pelas prefeituras. Não são os médicos que prometem trabalhar 40 horas e não cumprem, são as próprias prefeituras que oferecem essa condição a eles, pois elas sabem que se oferecerem apenas o possível pela lei (fora da realidade), nem terão conversa.

Citar
  O restante da equipe não falta (na verdade, a unidade é mantida por enfermeiros e técnicos).

Por que o salário de técnicos e enfermeiros é menor e facilmente enquadrável no esquema oferecido pela lei.

Citação de: Derfel
Citar
3- Mais opções de contrato, sem essa baboseira do médico ficar para sempre morando na cidade para criar vínculo com o povo (sabe-se Deus pra quê). Opções de contrato flexíveis permitiria que mais médicos revezassem, o que eliminaria o problema de ter que viver em locais onde às vezes nem água encanada tem.
Existe toda uma lógica da criação de vínculo que pode ser discutida e me parece meio óbvia, então pode ser discutido depois.

Eu estou curioso para sabê-la.

Citar
O médico é o único profissional dentro da ESF que possu essa flexibilidade. Ele pode ser contratado por 20h, 30h ou 40h, mas, claro, isso influi no repasse do MS, que é feito proporcionalmente (e o que é justo e lógico, não?).

Conforme já dito acima,se o oferecido pelo MS não estiver de acordo com a realidade do mercado, não adianta.


Citação de: Derfel
Citar
4- Salários e benefícios "competitivos" com os existentes nas demais localidades para a mesma carga de trabalho.
Isso já existe. Na verdade o que ocorre é um leilão, com municípios tentando sempre atrair os médicos dos vizinhos, incluindo oferencendo salários maiores com menor carga horária, como dois dias na semana por meio expediente (ainda que tudo isso seja irregular).

Já dito acima o por quê disso.

O que eu estou tentando dizer, sendo mais específico, é que um município deve oferecer um salário que varie de forma inversamente proporcional às condições de trabalho, vida, oportunidade e segurança salarial que ele apresenta. Quanto pior o município, maior deve ser o salário oferecido para compensar.

Citação de: Derfel
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...duvido muito que a falta de médicos seria um grande problema, dado que o Brasil forma 17 000 médicos por ano e tem quase o dobro da relação médico/habitantes recomendada pela ONU.


*Um adendo: conheço uma cidade (vizinha à minha) que está oferecendo um salário substancialmente maior do que todas as demais da região, mas não está conseguindo médicos porque nos últimos anos ela deu calote em todos os que entraram.





Relação que não é considerada para um serviço público de saúde universal e está sendo revista, haja vista o alerta que a OMS deu em maio para a baixa relação de médicos por habitante que existe no Brasil e a necessidade de aumentar seu número.  Bem como o mesmo problema que enfrenta hoje os EUA, mesmo tendo uma relação muito maior que a nossa. Parte é devido ao tipo de medicina praticada que demanda cada vez mais mão de obra.

Se os médicos brasileiros fossem mais uniformemente distribuídos, não haveria problemas. s razões da má distribuição já foram expostas.

Citar
Quanto ao município que você cita, veja a resposta anterior. Aqui existem municípios que passaram 1 ano com recursos bloqueados por irregularidades em auditorias, você acha que esses municípios conseguem sustentar seus profissionais apenas co  fpm?

Uma prefeitura séria dispensa o médico (ou nem contrata) se ver que não tem condições de pagá-lo. Eu já vi prefeituras com gestões séria suspenderem temporariamente os serviços enquanto ajustam suas finanças. Calote não se justifica sob nenhum ponto de vista.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #384 Online: 19 de Julho de 2013, 18:58:56 »
E outro aspecto:

Se o argumento usado para favorecer a classe médica é válido (algo como "impedir o alastramento de profissionais de má-qualidade por causa de cursos fracos"), então o mesmo deve ser estendido para todas as demais atividades profissionais.

Do contrário é puro corporativismo.
É o que eu sempre achei, que existe uma forte dose de corporativismo. Se falta médico em regiões mais remotas e o salário não é ruim, o que falta? Estrutura. O governo devia fazer colégios particulares, shoppings, academias, clubes, e resorts nas cidadezinhas do sertão e da floresta.

Posso estar sendo excessivamente maldoso e parcial, mas me parece um componente do qual ninguém coloca no caldo.
Juca, eu tenho certeza que se houvessem nesses locais...

1- Contratos de trabalho não-precários, não sujeitos a calotes constantes, dado que os médicos dependeriam integralmente desse vínculo para sua renda*;
Um dos motivos dos contratos precários de trabalho é justamente o não interesse no concurso. E isso decorre de dois motivos: a diminuição da liberdade do médico em se mudar de município, indo para outro que se paga mais e o salário reduzido em relação ao contrato precarizado. Ninguém pode ganhar mais que o prefeito, que nesses municípios ganha de 4.000 a 5.000 reais, o que fica bem aquém dos 18.000 que alguns municípios pagam. Porém, eles não dependem integralmente desse vínculo para sua renda, já que ele pode ter outro vínculo com outro município ou com o próprio, pode tirar plantões com vínculo ou sem e, se for economicamente viável para ele, ter seu consultório particular no município ou em outro vizinho. O calote se dá por duas causas: se paga um salário mais alto que o município tem condições de suportar e por causa de cortes por irregularidades nas equipes ou na saúde, a grande maioria das vezes causadas pelos próprios médicos: duplicidade de equipe e não cumprimento da carga horária.

Eu conheço vários médicos que são funcionários públicos com carga horária semanal de 40 horas que simplesmente não cumprem esta carga embora recebam regularmente o seu salário mensal na faixa de R$ 11.000,00. Soube que já foram alvos de denúncias mas que simplesmente em nada resultaram.


2- Condições mínimas de infraestrutura de saúde (instalações, instrumentos, profissionais, laboratórios para exames básicos e medicamentos);
Sinceramente, é irrelevante. Existem municípios no estado com estruturas precárias e outros com estruturas excelentes e todos com problemas para atrair médicos e todos aqueles que os possuem (salvo raríssimas exceções) não cumprem a carga horária.  O restante da equipe não falta (na verdade, a unidade é mantida por enfermeiros e técnicos).

Infelizmente é verdade. O que mais se vê são médicos preocupados apenas com a sua remuneração e não com o cumprimento de suas obrigações contratuais, que diga-se de passagem, eles não foram coagidos a aceitar.


3- Mais opções de contrato, sem essa baboseira do médico ficar para sempre morando na cidade para criar vínculo com o povo (sabe-se Deus pra quê). Opções de contrato flexíveis permitiria que mais médicos revezassem, o que eliminaria o problema de ter que viver em locais onde às vezes nem água encanada tem.
Existe toda uma lógica da criação de vínculo que pode ser discutida e me parece meio óbvia, então pode ser discutido depois. O médico é o único profissional dentro da ESF que possui essa flexibilidade. Ele pode ser contratado por 20h, 30h ou 40h, mas, claro, isso influi no repasse do MS, que é feito proporcionalmente (e o que é justo e lógico, não?).

Sim é justo e lógico. Mas infelizmente não há punições (ou são muito brandas) nem para os administradores e nem para os médicos que descumprem os contratos.


4- Salários e benefícios "competitivos" com os existentes nas demais localidades para a mesma carga de trabalho.
Isso já existe. Na verdade o que ocorre é um leilão, com municípios tentando sempre atrair os médicos dos vizinhos, incluindo oferecendo salários maiores com menor carga horária, como dois dias na semana por meio expediente (ainda que tudo isso seja irregular).

Fato. Fui consultado, por um amigo médico, que buscava informações para constituir uma empresa para trabalhar apenas duas vezes por semana (duas tardes, para ser mais exato) em um certo município distante 80 Km de Curitiba, para prestar serviços médicos sob uma remuneração mensal de R$ 12.000,00.


Veja as respostas dadas ao Derfel e, se necessário, comente-as.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Fabrício

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #385 Online: 19 de Julho de 2013, 19:06:07 »
Tudo previsível. Só esquecem de mencionar que bolsa não desconta iprf e se trata de uma bolsa de estudos porque está atrelada a um curso de especialização.

Previsível mas nem por isso menos correto  :hihi:...
O quê? A ação ou a bolsa?

A ação.
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Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #386 Online: 19 de Julho de 2013, 19:19:53 »
Eu conheço vários médicos que são funcionários públicos com carga horária semanal de 40 horas que simplesmente não cumprem esta carga embora recebam regularmente o seu salário mensal na faixa de R$ 11.000,00. Soube que já foram alvos de denúncias mas que simplesmente em nada resultaram.
Como o DDV explicou via de regra nesses locais meons cotatados (e também nos grandes centros) funciona a Lei de Vampeta.  E não, não concordo com esse tipo de postura dos colegas, não trabalho no serviço público exatamente por isso.
Outro dia almoçando com uns amigos discutíamos justamente isso, de todos os médicos na mesa NENHUM cumpria a carga horário.  Aliás nos hospitais públicos que frequentei não conheci nenhum médico que cumprisse a carga horaria total, deve até existir mas eu não conheço.  Mas nas unidades que frequentei toda a equipe de sáude era assim, do diretor do hospital ao faxineiro.  Num desses hospitais haviam lotados 18 colhedores de sangue, que faziam um esquema de trabalhar um dia e folgar 17...

Infelizmente é verdade. O que mais se vê são médicos preocupados apenas com a sua remuneração e não com o cumprimento de suas obrigações contratuais, que diga-se de passagem, eles não foram coagidos a aceitar.
Vide acima

Sim é justo e lógico. Mas infelizmente não há punições (ou são muito brandas) nem para os administradores e nem para os médicos que descumprem os contratos.
Porquê existe um acordo tacito a respeito, porque os níveis de controle são frouxos, porque o dono é a Viúva, porque quem deveria fiscalizar e quem deveria punir tambem não cumpre horario ou tem rabo preso, etc...


Fato. Fui consultado, por um amigo médico, que buscava informações para constituir uma empresa para trabalhar apenas duas vezes por semana (duas tardes, para ser mais exato) em um certo município distante 80 Km de Curitiba, para prestar serviços médicos sob uma remuneração mensal de R$ 12.000,00.
Sim, isso é corriqueiro e sabido
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #387 Online: 19 de Julho de 2013, 19:27:27 »
Planos de saúde privados? Aqueles que pagam 20 a 30 reais por consulta? E sem direito a receber pelo retorno dentro de 1 mês?

Concordo, Ângelo.

Mas o que devemos escrever sobre os médicos que cobram R$ 250,00 a R$ 500,00 por consultas que duram no máximo 20 minutos?
 
Se formos invocar 'regras de mercado' então as consultas de R$ 20,00 a R$ 30,00 pagas um mês depois são tão válidas quanto as de cima.

Uma consulta clínica de primeira vez pode ser realizada a contento em uma hora, sabendo que há uma variação grande.  Um paciente jovem e hígido que vem ao consultorio fazer check-up consome menos tempo que um com caso clínico complexo que veio ouvir uma segunda opinião.
Pacientes já conhecidos, que retornam ao consultorio acho que em meia hora também dá pra resolver.
De qualquer forma eu agendo de hora em hora, assim fica mais fácil de lidar e diminui a chance de atrasos na consulta.

Como o Ângelo comentou você pode ter consultas ruins em uma hora, mas dificilmente tem uma consulta muito boa em 20 minutos, mas estou falando de clinica medica num contexto ambulatorial.  Uma consulta dermatológica simples, um trauma atendido por um ortopedista, podem ser mas rapidos em perder a qualidade (embora não devessem e eu reconhecer que muitas vezes o especialista praticamente não conversa nem se interessa por nada fora da sua especialidade).

Quanto ao preço Geo, fica tranquilo, quando vier ao Rio eu te atendo com desconto  :hihi:
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #388 Online: 19 de Julho de 2013, 19:29:57 »
Que mesmo em uma cidade pequena estruturada há certa dificuldade em conseguir profissionais, seja no setor privado, seja no público e a prefeitura daqui não dá calote nos médicos.
POrque existem diversas razões para os médicos não quererem sair dos grandes centros, isso é universal, mesmo em Portuga e na Espanha há dificuldade na captaçao de médicos para trabalharem no interior.
A única maneira de se resolver isso é aumentando os ganhos (diretos ou indiretos) de quem vai trabalhar nesses lugares.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #389 Online: 19 de Julho de 2013, 19:30:11 »
Eu conheço vários médicos que são funcionários públicos com carga horária semanal de 40 horas que simplesmente não cumprem esta carga embora recebam regularmente o seu salário mensal na faixa de R$ 11.000,00. Soube que já foram alvos de denúncias mas que simplesmente em nada resultaram.
Como o DDV explicou via de regra nesses locais meons cotatados (e também nos grandes centros) funciona a Lei de Vampeta.  E não, não concordo com esse tipo de postura dos colegas, não trabalho no serviço público exatamente por isso.
Outro dia almoçando com uns amigos discutíamos justamente isso, de todos os médicos na mesa NENHUM cumpria a carga horário.  Aliás nos hospitais públicos que frequentei não conheci nenhum médico que cumprisse a carga horaria total, deve até existir mas eu não conheço.  Mas nas unidades que frequentei toda a equipe de sáude era assim, do diretor do hospital ao faxineiro.  Num desses hospitais haviam lotados 18 colhedores de sangue, que faziam um esquema de trabalhar um dia e folgar 17...


Sim é justo e lógico. Mas infelizmente não há punições (ou são muito brandas) nem para os administradores e nem para os médicos que descumprem os contratos.



modo Derfel / Juca

ah mas o sus e o funcionalismo são bons.. o atendimento é bom e os funcionários são comprometidos.. não é porque os gestores ignorem finanças e os administradores sejam péssimos e o serviço reclamado pelo Brasil inteiro,  isso não é evidência para dizer que o sus seja ruim,  até porque ele é descentralizado.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #390 Online: 19 de Julho de 2013, 19:30:33 »
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,medicos-espanhois-alertam-sobre-meta-eleitoral-no-brasil,1052325,0.htm



Médicos espanhóis alertam sobre meta eleitoral no Brasil




Os médicos espanhóis garantem que não serão a solução para os problemas da saúde no Brasil e temem que, por pressão política, o governo acelere medidas para atrair profissionais como uma meta "mais direcionada às eleições do que para resolver a questão da saúde no País". Quem faz o alerta é o Conselho Geral do Colégio de Médicos da Espanha, que nesta semana negocia os termos de um acordo com o governo brasileiro e, amanhã em Madri, apresentará ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, as condições que exigem para que a oferta de trabalho do Brasil seja considerada.

O grupo não descarta o interesse. Mas quer certas garantias. A principal é que as condições de infraestrutura dos hospitais para onde esses médicos serão levados sejam informadas com detalhes, com o número de leitos, quantidade de funcionários, recursos e acesso a remédios. "Não queremos ser enganados", disse ao Estado o médico Fernando Rivas, responsável do conselho pelas negociações com o Brasil. Pelo projeto brasileiro, os médicos estrangeiros não precisariam passar por exames. Mas teriam contratos limitados a alguns anos e teriam de escolher entre seis cidades oferecidas pelo governo, todas no interior ou em regiões pobres.

Ontem (10), o governo iniciou a promoção do projeto em uma turnê que começou em Santiago de Compostela. Coube ao secretário de Gestão do Trabalho, Mozart Sales, fazer a apresentação, se reunir com a conselheira de Saúde da Galícia, Rocio Mosquera, e visitar a Faculdade de Medicina. Segundo ele, desde terça-feira, cerca de 50 pessoas procuraram informações sobre o projeto, que espera atrair 7 mil médicos estrangeiros. Sales completa a viagem nesta semana com encontros em Barcelona e Madri, depois de já ter passado por Lisboa.

A oferta é vista com desconfiança entre os médicos espanhóis. Segundo eles, o que o governo apresenta nas palestras é apenas o dado demográfico das cidades, nível de renda e principais problemas de saúde. Mas não os recursos que garantam hospitais na região. "Os médicos espanhóis não são a solução para as questões de saúde no Brasil", declarou Rivas.

"Podemos ajudar. Mas, pelas condições que nos foram apresentadas, não acredito que mais de uma centena de médicos na Espanha aceite ir ao Brasil. Não haverá uma onda de médicos daqui indo para o Brasil, isso eu posso garantir." Rivas passou os últimos dois dias em conversas com a delegação do Ministério da Saúde que está na Espanha, que receberá visita do ministro Padilha hoje (11) e amanhã (12).

Vagas

Segundo o conselho, o governo já informou que cerca de 94 municípios terão vagas abertas e que as chamadas serão realizadas a cada 40 ou 60 dias. Os salários seriam de cerca de R$ 10 mil, considerado "bom" para os espanhóis. Mas Rivas, apesar de ver o projeto de uma forma positiva, alerta que isso não será suficiente para o programa funcionar. "O que mais nos preocupa é a falta de informação sobre as cidades para onde esses médicos serão mandados", explicou Rivas.

"Queremos saber quantas ambulâncias o hospital tem e quais equipamentos. O que não queremos é publicidade enganosa. Os médicos espanhóis têm hoje a chance de ir ao Catar, à Alemanha e ao Reino Unido e, em cada um desses casos, podem ligar e saber exatamente qual a situação. Queremos a mesma coisa do Brasil, mesmo que a informação não seja boa. Mas pelo menos que seja a verdadeira."

Google A delegação do governo brasileiro chegou a causar surpresa entre os responsáveis da Espanha quando sugeriu que procurassem as cidades no Google . Rivas admite que a situação econômica na Espanha é das mais graves e que 2 mil médicos já deixaram o País nos últimos 12 meses e 3,3 mil estão desempregados. Por isso, ele não descarta que "os mais desesperados" considerem a proposta brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.





 :stunned: para a parte em negrito. Que amadorismo da zorra! Poderiam passar sem essa.






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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #391 Online: 19 de Julho de 2013, 19:46:36 »
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Google A delegação do governo brasileiro chegou a causar surpresa entre os responsáveis da Espanha quando sugeriu que procurassem as cidades no Google

Se eles não tinham se tocado ainda da organização que os aguardava por aqui, acho que isso resolveu qualquer dúvida.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #392 Online: 24 de Julho de 2013, 09:51:51 »
Uma pergunta: onde está escrito que a recomendação da OMS é de 1 para 1.000?

Offline Dr. Manhattan

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #393 Online: 24 de Julho de 2013, 10:33:06 »
Pergunta aos médicos daqui: o governo chegou a fazer algum debate/reunião/enquete acerca dessas propostas de aumento do tempo do curso de Medicina ou da obrigatoriedade de se trabalhar no SUS?
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #394 Online: 24 de Julho de 2013, 10:47:34 »
Pergunta aos médicos daqui: o governo chegou a fazer algum debate/reunião/enquete acerca dessas propostas de aumento do tempo do curso de Medicina ou da obrigatoriedade de se trabalhar no SUS?
Não. A obrigatoriedade de trabalho no sus (ao menos na AB ) já é discutido há muitos anos ( pelo menos desde de 2007 ) , mas não com aumento do tempo do curso.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #395 Online: 24 de Julho de 2013, 17:13:45 »
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Braço da ONU diz ver com ‘entusiasmo’ programa Mais Médicos

Compartilhe:TwitterA Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) divulgou um comunicado dizendo que acompanha os debates sobre o programa Mais Médicos do governo federal e que “vê com entusiasmo o recente pronunciamento do governo brasileiro” sobre o tema.De acordo com a instituição, ligada à Organização das Nações Unidas, a medida é coerente  com suas resoluções e recomendações sobre cobertura universal em saúde, fortalecimento da atenção básica e primária no setor, além de construir maior equidade nos benefícios que a população recebe do Sistema Único de Saúde (SUS).“O Brasil apresenta uma média de médicos com relação a sua população menor que a média regional e a de países com sistemas de referência, tanto nas Américas como em outras regiões do mundo. Para a Organização, são corretas as medidas de levar médicos, em curto prazo, para comunidades afastadas e de criar, em médio prazo, novas faculdades de medicina e ampliar a matrícula de estudantes de regiões mais deficientes, assim como o numero de residências médicas. Países que têm os mesmos problemas e preocupações do Brasil estão colhendo resultados da implementação dessas medidas”, diz o comunicado.
http://poderonline.ig.com.br//2013/07/24/onu-divulga-comunicado-de-apoio-ao-programa-mais-medicos/

Offline Derfel

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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #397 Online: 24 de Julho de 2013, 17:35:27 »
Sobre o mito do 1 médico a cada 1.000 (porque despois do que já pesquisei me parece um mito que vem sendo repetido), acho que encontrei a origem:

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Há de fato excesso de Médicos por Habitante ? Na década de quarenta, o Brasil estabeleceu o salário mínimo como uma referência econômica das necessidades básicas de uma família da época. Os tempos evoluíram assim como a inflação e os custos de vida. Afirmar hoje que o salário mínimo é suficiente, certamente não te levará a nenhum tribunal mas é bom falar isso longe de um psiquiatra ou de um delegado: o primeiro pode te enviar para um manicômio por insanidade e o segundo para a cadeia por injúria.No Brasil se defende um Médico para cada 1.000 habitantes. Mas será que esse índice é procedente ? A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) não recomendam nem estabelecem taxas ideais de número de leitos por habitante a serem seguidas e cumpridas por seus países membros. Tampouco definem e recomendam o número desejável de médicos, enfermeiros e dentistas por habitante.Não existe, ainda, orientação sobre a duração ideal das consultas médicas ou um número desejável de pacientes atendidos por hora. A OMS define apenas padrões “duros”, ou seja, para os quais existe evidência inquestionável, demonstrada por pesquisa, e reprodutível em qualquer tempo e lugar. Em determinadas situações, podem ser estabelecidas “metas”, ou seja, objetivos quantificados ou qualificados que devem ser alcançados, em determinado tempo ou lugar, em função de um projeto. O exemplo são as metas de “Saúde para Todos no Século 21”, acordadas pelos países membros da organização.Governos, nacionais, regionais e locais têm autonomia para definir suas políticas de saúde e podem estabelecer, em conjunto ou separadamente, metas a serem atingidas. Como resultado da IIIº Reunião Especial de Ministros de Saúde das Américas, ocorrida em Santiago do Chile, em outubro de 1972, foi concluído, com cooperação da OPAS, um Plano Decenal de Saúde para as Américas. O documento continha uma série de recomendações para os países americanos, entre os quais alcançar uma média regional de 8 médicos, 2 odontólogos, 4,5 enfermeiros e 14,5 auxiliares de enfermaria para cada 10.000 habitantes – valores associados a uma realidade de 30 anos atrás. Embora corroborado pela OPAS/OMS, o documento não se constitui uma resolução da organização. No entanto, a decisão sobre os rumos a tomar em relação à cobertura de assistência médica e à disponibilidade de leitos e profissionais de saúde cabe ao governo de cada país.A definição de índices, como número de leitos ou médicos por habitantes depende de fatores regionais, sócio-econômicos, culturais e epidemiológicos, entre outros, que diferem de região para região, país para país. Isso torna impossível, além de pouco válido, o estabelecimento de uma “cifra ideal” a ser aplicada de maneira generalizada por todos os países do planeta.O Brasil, país de dimensões continentais, ilustra bem o problema: o número ideal de médicos e leitos para uma população rural na Região Norte, onde um dos principais problemas de saúde é a malária, não pode ser o mesmo que o exigido na Região Metropolitana de São Paulo, que tem alta concentração de população urbana e cuja demanda por assistência médica e internação hospitalar tem como causas principais as doenças crônicas (ex:câncer e diabetes) e fatores externos (ex: acidentes de trânsito, homicídios e violência). A quantidade de leitos hospitalares ou de profissionais de saúde em relação ao número de habitantes também não são índices suficientes para avaliação de um sistema de saúde. Por exemplo, uma pequena cidade que não dispõe de leitos porque faz parte de um consórcio de municípios. No caso, é mais economicamente viável transportar os pacientes a um hospital de referência numa cidade vizinha e repassar a esta cidade uma parcela dos impostos do que construir um hospital próprio. Seu índice de leitos/habitantes é zero e nem por isso a população está mal assistida. Outro exemplo vem de países industrializados, como o Canadá. Lá, o número de leitos por habitante tem sido reduzido drasticamente nos últimos anos, como resultado da estratégia de investir em tecnologia e no aumento da capacidade resolutiva do sistema de saúde. Exames que antecedem uma cirurgia, por exemplo, são feitos a nível ambulatorial. A idéia é deixar o paciente o menor tempo possível internado.Não podemos generalizar conceitos e pior, não evoluir nos pontos de vista. Não creio que há excesso de médicos enquanto houver filas de pacientes, atendimentos relâmpagos e reclamações de relacionamento médico-paciente por falta de atenção e desinteresse. O problema está nos insuficientes honorários médicos e na falta de salários dignos para o exercício de uma profissão de grande responsabilidade. Precisamos focar a raiz dos problemas senão mais uma vez, ficaremos na contra mão da evolução e novamente, resolvendo com grande eficiência os problemas errados.Dr. Assad Frangieh é Diretor Médico do BrasilMedicina.Contato por E-mailEsse artigo contou com trechos reproduzidos de documentos da Organização Pan Americana da Saúde.
http://www.brasilmedicina.com.br/noticias/pgnoticias_det.asp?Codigo=570&AreaSelect=1

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #398 Online: 24 de Julho de 2013, 20:58:00 »
Como eu já esperava, o governo não só excluiu os principais cursos de medicina do Revalida, como escolheu cursos de baixo conceito no índice de qualidade do MEC.

O objetivo é mais do que claro, proporcionar um fracasso retumbante nessa prova brasileira do Revalida para poder afirmar que ela é dificílima de ser feita e com isso criar outra prova tão fácil que qualquer "médico" estrangeiro passe, mesmo não entendendo nada de medicina...

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Só 3 cursos de Medicina de SP farão Revalida

São Paulo - Os principais cursos de Medicina de São Paulo - Unicamp, USP, Unesp e Unifesp - estão fora da lista de instituições que terão alunos inscritos para realizar o pré-teste do Revalida, aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) para revalidar diplomas de médicos formados no exterior. Também ficaram de fora cursos tradicionais como o da Santa Casa e o da PUC-SP.
A reportagem teve acesso à lista de instituições. São Paulo tem 38 cursos, mas só 3 participarão do exame, todos de instituições particulares: os das Universidades de Ribeirão Preto, Marília e Oeste Paulista. As duas primeiras têm nota 3 (regular) no Conceito Preliminar de Curso (CPC), índice de qualidade do MEC, publicado em 2010. A do Oeste Paulista teve nota 2, nível insatisfatório.
Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2013/07/24/so-3-cursos-de-medicina-de-sp-farao-revalida.htm
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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #399 Online: 26 de Julho de 2013, 19:02:16 »
Interessante....

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1316341-cubano-apresentado-como-parente-de-fidel-castro-e-atendido-no-hc.shtml

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Cubano apresentado como parente de Fidel Castro é atendido no HC

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Um homem cubano foi internado anteontem no setor de urologia do Hospital das Clínicas de São Paulo após tentativas frustradas de diagnóstico de um problema crônico na ilha comunista.

Segundo a Folha apurou, Fidel Castro Puebla foi apresentado por um integrante do governo brasileiro ao HC como sendo parente do ex-líder Fidel Castro.

Sua presença era tratada ontem com sigilo nos corredores do setor de urologia, cujos quartos foram recém-inaugurados com a melhor hotelaria do complexo do HC.

Sem saber que conversava com a reportagem da Folha, um dos acompanhantes do cubano afirmou que o homem fora acomodado na ala infantil da urologia do hospital para "não chamar a atenção", já que "não poderia estar internado no HC".

O acompanhante disse ainda que Castro Puebla sofre, há três anos, de um problema crônico não diagnosticado no sistema de saúde cubano. E que, para ser atendido no sistema público brasileiro, o homem teria alegado ter sofrido mal estar em solo brasileiro.

Pela legislação brasileira, estrangeiros podem ser atendidos em hospitais do SUS em situações de emergência. Pelas vias normais, o paciente só tem acesso ao HC por meio de encaminhamento de outros hospitais da capital, ambulatórios, postos de saúde ou serviços de resgate.

 Castro Puebla viajou ao Brasil acompanhado de um parente e, após realizar uma tomografia e uma arteriografia (espécie de radiografia das artérias), faria uma cirurgia urológica na manhã de hoje.

A Folha apurou que ele estava sob os cuidados da equipe do urologista Miguel Srougi, um dos mais renomados cirurgiões da área.

O médico não quis comentar o assunto. O Ministério da Saúde disse desconhecer o caso.

 DIRCEU

Procurado por sua reconhecida ligação com a família Casto, o ex-ministro José Dirceu (PT) disse que consultaria a Embaixada de Cuba.

Depois, Dirceu informou que o homem não seria parente nem de Raul nem de Fidel, mas filho de Raul Castro Mercader, um ex-combatente, e Ester Puebla, uma generala. "É uma coincidência de nome", disse. Num terceiro telefonema, disse que o cubano não estava internado.

A Folha viu o prontuário de Fidel Puebla no hospital.

Sua internação no hospital público paulista ocorreu 15 dias após o governo federal brasileiro anunciar que paralisou as negociações com Cuba para a vinda ao país de 6.000 médicos da ilha.

A importação de profissionais cubanos, anunciada em maio pelo Itamaraty, deveria suprir regiões do Brasil em que há falta de médicos.

O governo pretende agora atrair profissionais da saúde da Espanha e de Portugal.

 OUTRO LADO

O Itamaraty afirmou não ter recebido nem feito nenhum pedido de internação ao Hospital das Clínicas.

Na Embaixada de Cuba, nenhum funcionário foi localizado na noite de ontem para dar informações.

Procurado na noite de ontem, o Ministério da Saúde disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que desconhece o episódio.

A assessoria do Hospital das Clínicas afirmou que não havia encontrado ninguém na chefia da urologia para comentar as condições em que Fidel Castro Puebla foi internado na unidade.

O urologista Miguel Srougi, chefe do setor, não quis comentar o assunto.


O Fidel chamou um médico espanhol quando a coisa apertou, a petistada rica se trata no Sírio Libanês, um parente do Coma Andante vem se tratar no Brasil e o único comuna rico que fez a asneira de se tratar em Cuba já virou adubo.

E insistem em dizer que os pajés cubanos são bons médicos.

 

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