Autor Tópico: Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes  (Lida 108563 vezes)

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Offline Fabrício

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #475 Online: 17 de Agosto de 2013, 11:13:02 »
Minha impressão sobre essa questão é que basicamente existe duas vertentes de argumentação contrária. A primeira é ideológica, se dá sobre a importação de médicos cubanos. Para as pessoas situadas mais a direita existe um grande problema de um governo de esquerda importar médicos cubanos, e os argumentos são variáveis desde a desqualificação dos profissionais até o favorecimento do regime cubano.

 O outro é de cunho corporativista e pra mim mais grave, que é a sistemática contrariedade do CRM sobre o assunto, sem mostrar um caminho viável para o déficit de profissionais no interior do Brasil. Médicos não ganham mal no interior, e podem enfrentar os mesmíssimos problemas que enfrentam nas grandes cidades e outros, que podem ser próprios da grandes ou das pequenas.

E existe quem é contra por ser claríssimo que é como o DDV falou, é uma medida diversionista que finge resolver uma questão grave quando na verdade a tendêcia é que só adicione novos problemas ao já caótico sistema de saúde brasileiro.
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Offline Fabrício

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #476 Online: 17 de Agosto de 2013, 11:15:10 »
E parece que não leu nada do que postei. O programa não se resume a importação de médicos.

Derfel, só você (e talvez o Juca) acredita que o programa na prática vai funcionar como o governo anuncia na teoria. É como o SUS atualmente, na teoria é excelente, na prática uma porcaria.
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #477 Online: 17 de Agosto de 2013, 12:31:32 »
O programa já vem melhorando alguma coisa há 2 anos, ainda que de maneira limitada. Houve melhora em processo de trabalho e disponibilidade de profissional na unidade, por exemplo. porém imagino que ninguém pensa que esse programa vai ser uma solução mágica para problemas do sus, porém haverá um alívio (em um primeiro momento) em áreas que chamamos de vazios assistenciais. No longo prazo deve haver uma melhora na formação e uma melhor disponibilidade de profissionais tanto clínicos quanto especialistas (o que vai ser positivo tanto para o sistema público quanto privado)

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #478 Online: 17 de Agosto de 2013, 14:14:23 »
terrorismo é ficar 20 dias dentro de um corredor de um hospital referência em Brasília com o pulso cortado e ter perdido o movimento dos dedos,  esperando o atendimento do SUS. A reportagem (mais uma) sobre o eficiente SUS do Derfel no JN foi bizarra.
O SUS não é meu, mas nosso. Não assisti  à reportagem,  mas motivos de hospitais lotados são sempre os mesmos. E é porque a resposta que deveria ser dada na AB e na média complexidade, bem como em hospitais regionais não é dada. E isso é, também, por falta de pessoal nesses locais. Faltam também especialistas, o que gera uma demanda enorme. E não adianta dizer que dedveriam contratar outros porque muitas vezes não existe. Tome-se o exemplo de Salvador,  existe uma demanda grande por anestesiologistas, mas apenas 2 são formados na residência.  Isso é um problema que afeta a rede pública e privada, mas os efeitos são mais sentidos na pública, até por causa da escala.

Você está errado, por isso que não aprende de maneira alguma.  Não funciona porque há roubo e má gestão. Não funciona por causa de vocês mesmo,  o SUS não é meu, não gerenciaria de maneira irresponsável algo.

enquanto voce(s)  não pararem e afirmarem "não sabemos o que é gestao",  o sus continuará a porcaria que é e as velhas desculpas esfarrapadas de sempre.
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #479 Online: 17 de Agosto de 2013, 15:55:53 »
Tá bom, Agnóstico.  :lol:

Vamos fazer um exercício.  Suponhamos que na sua empresa de alta tecnologia haja uma necessidade de expansão,  até porque há uma grande demanda por seus produtos. Porém você precisa contratar pessoal para a expansão.  Há falta no mercado de mão-de-obra especializada. Você não buscaria alternativa de contratação de pessoal no exterior?

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #480 Online: 17 de Agosto de 2013, 17:05:19 »
primeiro lutaria contra um roubo de deve chegar a 40% do recebido com processos e tecnologia.  Sabe, nada que já não exista há 30 anos.

Demitiria metade da maquina inútil,  começando com cargos políticos e funcionários públicos acomodados, e todo o serviço burocrático (ou maior parte dele) seria terceirizado. Centralizaria boa parte desse serviço (folha, agendamentos, controladora, etc..  com conceito de serviços compartilhados.

NÃO HÁ COMO expandir algo em tamanho caos e inépcia.

com isso o que existe seria mais eficiente e poderíamos planejar a expansão rapidamente.

funciona assim no mundo real.
« Última modificação: 17 de Agosto de 2013, 17:25:52 por Agnóstico »
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Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #481 Online: 17 de Agosto de 2013, 17:28:36 »
claro que aí, como os deputados, os funcionários públicos se apegariam a seus privilégio e direito a ineficiência usando termos como "vendemos nossa saúde"  ou "capitalismo selvagem",  alguns teriam até a coragem de se dizer contra a meritocracia
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #482 Online: 17 de Agosto de 2013, 18:03:29 »
Quer dizer que só com isso  você resolveria a falta de mão-de-obra especializada?

Offline Hold the Door

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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #484 Online: 17 de Agosto de 2013, 20:21:24 »
É uma notícia de 2005, do Chile. Parece que existe outro no estado autônomo da Murcia, na Espanha. São os mesmos? Se você entrar no Colégio de Médicos da Espanha verá que existe um link para o programa Mais Médicos. Se ele não for um médico registrado no colégio espanhol iria ser indeferido quando chegasse e apresentasse a documentação. Depois verifico melhor isso.

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #485 Online: 17 de Agosto de 2013, 21:51:27 »
Só com isso?  É exatamente por isso que o SUS é um lixo e fazer medidas paliativas como essas só fará que ele continue sendo o mesmo que é.

Essa falta de valor ao aspecto gestão e governança que os "gestores" públicos tem é o motivo da situação que vivemos.
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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #486 Online: 17 de Agosto de 2013, 22:49:36 »
Só com isso?  É exatamente por isso que o SUS é um lixo e fazer medidas paliativas como essas só fará que ele continue sendo o mesmo que é.

Essa falta de valor ao aspecto gestão e governança que os "gestores" públicos tem é o motivo da situação que vivemos.
Acho que você não entendeu. Perguntei se só com isso a sua empresa de tecnologia supera a escassez de mão-de-obra especializada.  Esqueça o sus por um momento.

Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #487 Online: 17 de Agosto de 2013, 23:49:20 »
Preso por exercício ilegal da medicina foi selecionado no Mais Médicos.
Procure aqui: https://cgcom.vuds-omc.es/
Digite em nombre josé e em primer apellido arregui e clique em buscar. O nome em questão aparece com o número do conselho e onde ele está lotado. Só posso imaginar uma de duas coisas: 1) ele possui um homônimo no Chile; 2) alguém no Chile se passou por ele para conseguir o emprego.

Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #488 Online: 18 de Agosto de 2013, 00:38:21 »
Citação de: Osler link=topic=27545.450.html#msg7566678503
Vou tentar ser sintético.

Eu sei disso, mas eles irão supervisionar profissionais devidamente registrados nos conselhos.
Supervisão de médicos a distância.  Bem distante no caso

Profissionais esses:
Sem revalidação de diploma
Com CRM "provisório" de 3 anos
Numa situação híbrida:  Exercem medicina como qualquer médico mas recebem bolsa (?) e necessitam de supervisão (?).  Não são residentes, nem pós graduandos, não desenvolvem trabalho de pesquisa, não tem grade curricular, não apresentam trabalhos, etc...
Não há revalidação do diploma, mas não significa ausência de critérios.  Vêm de países com um currículo análogo ao do Brasil, com registro no conselho ou colégio médico do país de origem (o que muitas vezes significa já ter passado por um processo avaliativo para exercer a medicina, o que não ocorre aqui) e passarão por um processo avaliativo e de qualificação de 3 semanas. São médicos E estudantes pós-graduandos, já que o programa é atrelado a um curso de especialização em saúde da família no sistema de saúde brasileiro,  dado o que recebem supervisão,  tutores e bolsa. Ao final devem apresentar um projeto de intervenção. A tutoria é a distância,  mas a supervisão é presencial, cada supervisor deve ter 3 a 10 supervisionados e desenvolvem atividades pedagógicas além daquelas da especialização. Além desses, a comissão estadual também prestará monitoramento tanto ao trabalho deles, quanto nas relações de trabalho, gestão e condições de trabalho.

Difícil até falar.  Por onde começar?
Já existe um critério para a avaliação de médicos com diploma no exterior, chamado Revalida - prova essa feita pelo governo federal, sob orientação do ministerio da saude e do educação.  Agora cria-se uma outra avaliação em 3 semanas, que até agora não foi divulgada em quais critérios e parâmetros será feito, a qual não foi feito nenhum projeto piloto, na qual não se tem nenhum benchmark...
A argumentação é que vai ser tão rígida como o Revalida (que já é mamão com açucar), que ele não é feito apenas para não liberar esses médicos para trabalharem em qualquer lugar do Brasi. Ahan.  Sei.
Então pressuponho que o índedice de aprovação vai ser parecido com o revalida, não?  Ahan.
E porquê não, seguindo o exemplo Australiano citado abaixo, não se impinge uma moratória de X anos aos médicos formados no exterior?

Você realmente acredita que esse médicos estão indo lá para fazer uma pós graduação?  Sério?

Quanto a supervisão você não acredita realmente o que escreveu, não?  Então temos um porrão de municípios sem médicos, alguns que vão receber apenas um médico (nessa primeira seleção) mas vai haver um supervisor gabaritado em cada um desses municipios, trabalhando presencialmente. Ahan. 
Perguntando:  De onde vão surgir esses supervisores, que alias vão a lugares onde nenhum médico quer ir?  E se existem supervisore/médicos que se disponham a ir nesses lugares supervisionar, porque não existem para trabalhar como médicos?

Citar
A lista de incoerências, irresponsabilidade, descaso, contradições e falta de conhecimento sobre a área (medicina e educação) é tão grande que me admira como essas coisas surgem.
É uma prática já adotada em outros países com condições semelhantes ao do Brasil. Procure alguma coisa sobre IMG nos EUA, como o Health Professional Shortage Area, e o Advanced Standing Certificate e 10-Year Moratorium na Austrália. Ainda é um progfama que teve (e ainda tem) amplo apoio da OPAS/OMS. Foi muito bem estudada pelo SGETS/MS, mais do que eu imaginava, e possui apoio e estudo de alumas faculdades de medicina (como a UFC).
Por favor me mostre com fontes sobre médicos  formados em faculdades estrangeiras que naõ tenham acordo direto e que não tenham feito revalidaçao de diploma clinicando na Austrália e EUA.

Citar
Historicamente eu e o PT  somos contra todo tipo de tercerização do serviço público, contra medidas que burlem as leis trabalhistas vigentes, a favor do serviço público universal e de qualidade, a favor da contratação de aprovados em concurso público, da valorização desses funcionários, etc...
A parte da contratação de estrangeiros (e também dos brasileiros) é uma medida emergencial e para áreas que historicamente não conseguem a contratação de profissionais médicos. O Mais Médicos também envolve a formação de profissionais, adequação do currículo,  universalização da residência médica (de acordo com a necessidade do sistema) E carreira de saúde com vínculos desprecarizados. A carreira ainda se discute se será estadual ou regional,  porém já existem projetos piloto instalados em estados como o Acre e a Bahia (ainda que eu não considere a forma baiana a mais indicada). Outras propostas estão em discussão,  bem como a reativação das mesas de negociação em diversos estados (recentemente houve um fórum sobre as mesas de negociação no Piauí). Então é algo muito maior que apenas a contratação de estrangeiros (mas o debate é reduzido a apenas isso).
Perdão, mas o que isso tem a ver com o que eu poste?  Em algum lugar eu falei que o Mais Médicos se resumia a estrangeiros?
Você discorda do que postei em negrito?  Naõ entendi

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Mas, como eu já comentei anteriormente, o que se esperar de um partido que sempre apoiou o fim do unicismo sindical e da contribuição sindical obrigatória e quado virou governo...
Vide acima. Porém esperemos que não se trate de um programa de governo, mas um programa de estado (e é assim que estamos encarando).
Vide acima oque?  Não entendi

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Sim, assim como no cask dos estrangeiros.
Não existe problema com os estrangeiros, qualquer médico formado fora do Brasil é bem vindo, só é exigido que revalidem o diploma como é feito em quase todos os países do mundo.
Em casos específicos (como o do Mais Médicos) países dispensam a necessidade de revalidação do diploma ou de outro entrave a estrangeiros (como visto de trabalho), como mostrado acima. A revalidação não deixará de ocorrer e será necessária para que o estrangeiro possa atuar fora da área do programa. Quanto a ser bem vindo... O Brasil possui uma das mais baixas taxas de participação de médicos estrangeiros no mercado de trabalho (1, 79%).
No aguardo dos links demostrando que os EUA e a Australia aceitam médicos nessas condições.
E sim, os médicos estrangeiros são bme vindos.  Não temos tantos médicos estrangeiros por razões históricas, é um fenômeno mundial que os médicos tendem a querer trabahar nos garndes centros.  Inclusive nos países centrais.

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Li e é onde digo sobre o terrorismo. O objetivo é espalhar o medo.
Não, vou dar um desconto pelo fato de você não ser da área médica e não participar de pelo menos 20 anos de luta pela melhora do atnedimento e da qualidade dos médicos no seu atendimento a população feita tanto pelo CRM/CFm quanto pelas associações médicas..
Não encare isso como uma crítica a suas posturas em geral, apenas questiono se vcê nesses 20 anos tem acompanhado todo o trabalho desses órgãos, assim como todos as repetidas declarações, denúnicas, processos, manifestações e quiças.
Os CRMs há algum tempo ja adotaram a tática de co-responsabilizar os gestores (e no caso "tutores") como forma de enfrentamento ao descaso do governo para com as boas práticas de saúde da população.  Foi um forma de enfrentar um jogo de empurra.
:hein: Já leu algum outro post meu?
Li vários, em grande parte concordo com suas posições, particularmente nessa discussão não.  Oque tentei lhe falar é que as entidades médicas há anos lutarm pela melhora do atendimento da população, a diferença agora é que esses comunidcados aparecem na impernsa, mas os CRMs sempre divulgaram coisas parecidas.  Não é especificamente sobre o mais médicos, a não ser que vc ache que os crms são terroristas há pelo menos 20 anos.

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"Supervisionar" profissionais de formação duvidosa (e serão considerados assim até realizarem revalidação como previsto) à distância é um tremendo risco.  Algum momento vai dar M.. (como já dá quando se faz supervisão de bons profissionais de maneira presencial), o que os conselhos estão alertando é para 1) evitar que incautos caiam nessa roubada 2) evitar que depois os "tutores" alegarem que não sabiam ou não concordam com possíveis  punições 3) dar aos colegas subsídios para recusarem esse tipo de serviço

O que os conselhos estão fazendo chama-se terrorismo: incutir o terror com o objetivo de não haver a adesão de tutores e supervisores. Intercorrências acontecerão com certeza, como acontecem frequentemente com profissionais brasileiros (e muitas vezes abafadas pelos conselhos), contudo a responsabilização do estrangeiro é a mesma do médico brasileiro segundo a legislação.

Se o médico é considerado um estudante, pos graduando ou residente, tendo atendido sob supervisão direta a responsabilização ética dele é diferente de um médico formado que trabalha sem supervisão.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Hold the Door

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #489 Online: 18 de Agosto de 2013, 00:44:37 »
Ou é a mesma pessoa e está com diploma falsificado na Espanha também...
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Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #490 Online: 18 de Agosto de 2013, 00:54:36 »
Minha impressão sobre essa questão é que basicamente existe duas vertentes de argumentação contrária. A primeira é ideológica, se dá sobre a importação de médicos cubanos. Para as pessoas situadas mais a direita existe um grande problema de um governo de esquerda importar médicos cubanos, e os argumentos são variáveis desde a desqualificação dos profissionais até o favorecimento do regime cubano.

 O outro é de cunho corporativista e pra mim mais grave, que é a sistemática contrariedade do CRM sobre o assunto, sem mostrar um caminho viável para o déficit de profissionais no interior do Brasil. Médicos não ganham mal no interior, e podem enfrentar os mesmíssimos problemas que enfrentam nas grandes cidades e outros, que podem ser próprios da grandes ou das pequenas.

Equivoca-se companheiro Juca.
1- Não é apenas os CRMs que são contra, também são todos as outras entidades médicas, incluindo aí os sindicatos que pasmem os senhores, são majoritariamente de "esquerda" e muitos com vínculos estreitos com o PT.
2- A criação de uma carreira de estado é uma das propostas (defendidas há muito tempo) para melhorar o défcit de médicos no interior, é defendida pela maioria das entidades médicas há muito tempo.  Então afirmar que não se mostra um caminho viável não é correto.
3- As razões da dificuldade da interiorização são múltiplas, mas algumas peculiares ao nosso país.  Como o Derfel pode lhe explicar o SUS tem administração mnicipalizada.  Os municípios desses grotões costumam pagar bem utilizando de artifícios para burlar as leis trabalhistas (tercerização), sem utilizar concursos públicos, além de o calote ser frequente
Sugiro, a título de esclarecimento, pesquisar quanto se paga a médicos aprovados em concurso público - vou lhe ajudar, aqui no Rio é entre 1200 a 1800 de salário base inicial.
Além disso temos vários lugares que o problema maior é a violência, como as periferias das grandes cidades.  Esse eu acho um problema que é subestimado nessas discussões, tem lugares que ficam com fama de violentos e ninguem quer trabalhar la (com razão).
Vou lhe contar um historia:  Há alguns anos tercerizaram um Hospital aqui no rio (Hospital da Posse em Nova Iguaçu), que nem é tão barra pesada assim.  Num plantão chegou uma criança grave, que acabou falecendo.  A pediatra, que era uma boa médica e que fez de tudo para salvar a criança, foi dar a noticia para os pais.  A mãe desabou em lágrimas, e o pai falou que ia em casa pegar um revolver e voltar para matar a medica "que tinha matado meu menino".  fomos então ao chefe da segurança. PM fazendo bico.  O mesmo nos falou que 'nesa área se o cara falou que voltava e que vai voltar" e  que não tinha como garantir a segurança da médica.  Ela foi embora, e uma meia hora depois o pai voltou armado, brandindo o revolver na emergencia atras da medica. 
De coração, essa historia e branda perto do que eu ja ouvi, e ja presenciei.

“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Osler

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #491 Online: 18 de Agosto de 2013, 00:57:54 »
Aliás, aproveitando o ensejo, gostaria de perguntar ao companheiro Juca o que ele acha da minha citação:

"Historicamente eu e o PT  somos contra todo tipo de tercerização do serviço público, contra medidas que burlem as leis trabalhistas vigentes, a favor do serviço público universal e de qualidade, a favor da contratação de aprovados em concurso público, da valorização desses funcionários, etc.."

PS- eu falei historicametne, hoje acredito que tercerização de atividades não-fins são aceitáveis, e de atividades fins dicutíveis.
“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #492 Online: 18 de Agosto de 2013, 01:06:09 »
Só com isso?  É exatamente por isso que o SUS é um lixo e fazer medidas paliativas como essas só fará que ele continue sendo o mesmo que é.

Essa falta de valor ao aspecto gestão e governança que os "gestores" públicos tem é o motivo da situação que vivemos.
Acho que você não entendeu. Perguntei se só com isso a sua empresa de tecnologia supera a escassez de mão-de-obra especializada.  Esqueça o sus por um momento.

Não se usa o termo escassez onde há desperdício. Há desperdício e má gestão. E sim, o cenário mudaria completamente em poucos anos. Não é tecnologia, tecnologia é apenas um suporte necessário. Seria inútil com a filosofia de gestão do SUS.
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Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #493 Online: 18 de Agosto de 2013, 09:52:35 »
Eu gostaria de saber em que mundo o Derfel vive. Me impressiona o tanto de informações falsas ou cor-de-rosa sobre o sus, a realidade do trabalho médico e as causas de diversos problemas da saúde ou da distribuição de médicos.

Derfel, não me diga que você foi doutrinado tomou curso em algum ISC (Instituto de Saúde Coletiva).



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Donatello

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #494 Online: 18 de Agosto de 2013, 15:19:26 »
O sempre excelente Hélio Schwartsman (maldito sobrenome que eu sempre tenho que dar ctrl+c ctrl+v) falou ontem na coluna dele sobre o tema.


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Menos médicos


SÃO PAULO - É preciso muito otimismo ou então estar em campanha eleitoral para deixar de qualificar a primeira fase do Mais Médicos como um fracasso. Segundo o próprio Ministério da Saúde, foram habilitados para atuar no programa 1.618 profissionais, o que corresponde a apenas 10,5% da demanda apresentada pelos municípios. O que fazer para resolver o problema?

Comecemos pelo que não fazer e saudemos a sabedoria do governo por ter recuado da esdrúxula ideia de ressuscitar uma corveia feudal, pela qual todos os formandos em medicina estariam obrigados a trabalhar por dois anos para o SUS. Numa sociedade livre, as pessoas têm o direito de escolher onde vão morar e de aceitar ou rejeitar contratos de trabalho.

Restam, assim, as chamadas soluções de mercado. Elas são, em princípio, duas. Ou elevamos os salários até que o profissional se disponha a atuar nas áreas prioritárias, ou produzimos médicos em quantidades tais que eles aceitem ir pelo valor que as autoridades oferecerem. Nenhuma das duas é boa.

A primeira tem seu limite nos caixas das prefeituras e na Lei de Responsabilidade Fiscal. A segunda, além de demandar tempo, tende a achatar o salário de médicos, desorganizando ainda mais o sistema.

O caminho, creio, é atuar no nível da regulação e repensar os modelos. Se não querem trazer os cubanos, muito bem, podemos autorizar enfermeiros que atuem em regiões onde não há médicos a prescrever e realizar certos procedimentos.

Uma tese defendida pela revista "The Economist", com a qual concordo, é a de que, no futuro, devido ao envelhecimento da população e ao aumento da prevalência das doenças crônicas, vai ser economicamente inviável formar tantos médicos quantos seriam necessários pelos padrões do século 20. Isso exigirá ampliar as responsabilidades de outros profissionais da saúde, reservando o médico para casos de maior complexidade.

É significativo que ao mesmo tempo que estamos discutindo o programa Mais Médicos tenhamos uma pressão tão grande (em parte já ganha por eles) da categoria em questão pelo tal Ato Médico que é exatamente o oposto do que o Hélio propõe. Mas ao contrário dele, eu acho que a melhor solução a longo prazo seja sim a ampliação muito significativa da oferta de vagas nas faculdades de medicina, sobretudo nas públicas.

Acho que o grande medo difuso é uma redução da capacidade intelectual/profissional dos médicos se oferta de vagas nos cursos for ampliada. Acreditamos que os médicos que temos são o supra-sumo da inteligência, da capacidade de raciocínio e do conhecimento e que em nenhuma outra profissão dependemos tanto de um controle severo quanto a isso: da decisão de um médico depende diretamente a vida, um indivíduo não muito inteligente/culto expõe o paciente a risco de vida e por isso só os que foram comprovadamente geniais durante todo o processo educacional pré-graduação devem ser aceitos na medicina. O resto que vá fazer enfermagem.

É basicamente este o argumento implícito (nem tanto) da classe para garantir sua grande (ou melhor, pequena) reserva de mercado (diretamente resultante do reduzidíssimo número de vagas universitárias)

E nem é que seja nada absurdo, em linhas gerais até que é bonitinha a lógica: realmente eu não quero um semi-analfabeto que passou na cagada e de raspão em um vestibular frouxo e que concluiu o curso mal e porcamente tendo que repetir a maior parte das disciplinas e passando de raspão na segunda vez fazendo meu diagnóstico diferencial entre câncer no estômago e dispepsia funcional (doenças com sintomas iniciais quase idênticos mas que exigem cuidados diametralmente opostos) caso eu esteja numa situação assim; ou como disse o Parcus, decidindo se vai me prescrever um antibiótico para combater o tipo de bactéria que causa amigdalite ou o que causa gonorréia (se não forem os mesmos, sei lá :) ). É óbvio que tanto a bagagem de conhecimento acadêmico (inclusive aquele obtido nos ensinos fundamental e médio) quanto a inteligência inata do indivíduo devem ter um bom papel na maior ou menor capacidade de um médico fazer diagnósticos rápidos e precisos ou escolher terapias eficazes. Se é pra escolher eu também prefiro um que tenha passado entre os 100 primeiros no geral da UNB e que tenha tido desempenho exemplar, se formando cum laude.

Um problema é que ao contrário do que intuitivamente enxergamos, isto não é tão diferente de qualquer outra área, tirando, talvez, as humanas. Um engenheiro ou um geólogo mal formado podem colocar em risco a vida de milhares de pessoas que utilizam determinado estádio, um biomédico mal formado pode zoar com os resultados dos exames fazendo com que o médico que me atenda continue dando diagnósticos furados mesmo fazendo a sua parte toda certinha, farmacêuticos mal formados podem cometer equívocos na formulação de suas pílulas levando a intoxicação ou ineficácia, engenheiros eletrônicos podem produzir celulares que explodem no meu bolso. Na verdade esta intuição que temos de que a profissão do médico especificamente é mais "crítica" eu acho que tem muito a ver com nossa tendência a acreditarmos, por exemplo, que o ônibus sempre demora mais quando estamos atrasados.

Erros médicos podem levar à morte, erros de engenharia podem levar à morte, erros na composição química de medicamentos e alimentos podem levar à morte. Só que os erros médicos são mais diretamente observados. Se baseado nisso os cursos de Engenharia e Farmácia sofressem as mesmas limitações impostas pelo CFM e se discutíssemos coisas como o Ato Farmaceutico ou o Ato Engenheiro estaríamos numa situação muito complicada no que diz respeito à oferta de serviços que dependam destas profissões também.

Por outro lado (e ainda que eu venha admitir que as comparações são impróprias, que não se pode comparar proporcionalmente o peso do trabalho de um engenheiro com o de um médico, e talvez não se possa mesmo, no risco difuso com que estão relacionados) há outro detalhe: as manipulações protecionistas em relação à profissão médica não têm garantido nem de perto o modelo ideal que está implícito no "argumento" mais acima. Se garantissem nós não teríamos a quantidade de médicos que prescrevem tratamentos alternativos como auriculoterapia, que fazem pós em homeopatia, eu não teria ouvido dia desses de uma médica que trabalha lá no posto que "hoje em dia só morre de câncer quem não luta, quem se entrega à doença" (num contexto em que, durante um bate papo informal, uma auxiliar de enfermagem comparava as diferenças de sobrevida de dois parentes: um morto seis meses após o diagnóstico e outro vivo e curado após ter enfrentado um CA 15 anos antes) e não teríamos tantos médicos diagnosticando virose a qualquer paciente que apareça com dores articulares e febre e hematócritos e plaquetas sem alterações.

Idealizamos que para ser médico o sujeito tenha que ser gênio e em função disso tomamos uma série de medidas protecionistas e, depois, em função de termos tomados estas medidas, assumimos que esta idealização é verdadeira. Arcamos com os custos de uma política especial em relação à profissão e não recebemos nem de longe os benefícios prometidos, num ciclo vicioso.

Acredito fortemente que se o número de vagas (especificamente nas universidades públicas) para as faculdades de medicina duplicassem ou triplicassem até teríamos ganho quanto à competência média dos profissionais (já que haveria disputa na carreira, é um dos aspectos perversos do mercado altamente reservado, faz com que até o médico mais relesmente formado seja muito bem situado no mercado de trabalho: nas demais profissões é comum haver uma peneira ou pelo menos uma estratificação pela qualidade de formação, os piores formados são contratados no máximo para cargos auxiliares, dificilmente passam em concursos...)

Na medicina o cara se forma com CR 4 na Estácio de Sá ou na Gama Filho e passa num concurso para exercer a chefia da UTI pediátrica de um grande hospital público (como único candidato). Acho que se as públicas ampliassem significativamente o número de vagas a carreira ainda continuaria sendo atrativa o suficiente para ter as melhores notas (e, por pressuposto, os melhores alunos) destas universidades e de quebra aumentaria a disputa na profissão, melhorando a qualidade geral do serviço porque pelo menos aquela (enorme) fatia dos profissionais que entraram na carreira apenas pelo pai ter os 3 mil reais de mensalidade ao mês para pagar à Universidade Pagou Passou do shopping mais próximo e não pelo desempenho espetacular num vestibular disputadíssimo encontrariam concorrência.

No meu palpite os principais resultados (positivos ou negativos) gerais seriam:

I - aumento da disponibilidade de profissionais para atender as classes mais baixas e lugares mais distantes, redução de tempo de espera no plano de saúde, ou seja: o óbvio.

II - redução dos esquemões no serviço público de saúde com médicos assinando ponto 5 dias em 2, ou 3, ou 4 unidades diferentes e trabalhando efetivamente 1 dia, 1 dia e meio, 2 dias no máximo, em cada. (No serviço público estes esquemões são generalizados, mas na saúde eles são maiores e são puxados pelos médicos. O médico chega na unidade para se apresentar porque acabou de passar num concurso e já bate na mesa e diz que só vai trabalhar 2 dias, aí o enfermeiro vem atrás e bate na mesa também: se ele só trabalha 2 eu só trabalho 3 e daí se forma o ciclo, se o poder dos médicos em autodefinir a própria carga horária diminui o ciclo se enfraquece: tanto é que em outros setores, como a educação, a coisa não funciona assim tão descaralhada).

III - redução da renda média da categoria mas não o suficiente para deixar a profissão pouco atrativa (é a profissão oficialmente mais bem paga e com maior índice de empregabilidade do país, a pauta que dá origem a este tópico revela que mais de 99% da classe rejeita oportunidades de trabalhar sob uma remuneração de 10, 15 mil reais, só disso dá bem pra deduzir que precisa de muita coisa para torná-la pouco atrativa como os órgãos da classe fazem propaganda).

IV - aumento da eficiência geral do serviço pelo surgimento de algum nível, mesmo que incipiente, de concorrência e meritocracia no mercado de trabalho.



P.s. 1 :Quanto ao tema específico do tópico, não acho uma péssima ideia importar médicos como solução imediatista visto que nosso problema imediato parece ser mesmo a falta deles (não a falta de fato, talvez o número de médicos até seja suficiente, mas a forte reserva de mercado acaba criando um cenário de falta aparente ou aparentemente maior).



P.s. 2 : Não, se tem uma profissão que nunca mesmo passou na minha cabeça exercer foi a medicina. A agonia humana é uma coisa com a qual acredito que nunca aprenderia a lidar bem. ,)
« Última modificação: 18 de Agosto de 2013, 16:30:40 por Donatello van Dijck »

Offline Moro

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #495 Online: 18 de Agosto de 2013, 18:02:56 »
Eu gostaria de saber em que mundo o Derfel vive. Me impressiona o tanto de informações falsas ou cor-de-rosa sobre o sus, a realidade do trabalho médico e as causas de diversos problemas da saúde ou da distribuição de médicos.

Derfel, não me diga que você foi doutrinado tomou curso em algum ISC (Instituto de Saúde Coletiva).





mundo do funcionalismo público, conheço bem este mundo. É legal quando você conversa com um funcionário público que não é apaixonado por uma teoria e que vê mais do que a pequena parte que lhe toca no coração, aí é passar horas ouvindo casos de horror, onde a corrupção é só um dos desperdícios.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Derfel

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #496 Online: 18 de Agosto de 2013, 23:25:14 »
Eu gostaria de saber em que mundo o Derfel vive. Me impressiona o tanto de informações falsas ou cor-de-rosa sobre o sus, a realidade do trabalho médico e as causas de diversos problemas da saúde ou da distribuição de médicos.

Derfel, não me diga que você foi doutrinado tomou curso em algum ISC (Instituto de Saúde Coletiva).




Gostaria de saber porque é recorrente essa pergunta sobre saúde coletiva...

O Derfel tem uma maneira peculiar de buscar "soluções" para as coisas, geralmente propondo uso de leis, coerção estatal (trabalho compulsório, estado podendo definir onde e quanto tempo trabalhar), e chegando ao ponto de imaginar que salários podem ser objetos de pura vontade, planejamento ou determinação estatal.

Fale a verdade Derfel: você já passou por alguma instituição bastante dominada por ideologia estatista e comunistófila*?


*Ex: alguma instituição de "saúde coletiva", "medicina social" ou coisas do tipo.


../forum/topic=198.4950.html#msg463998

De qualquer maneira, você sabe o que é saúde coletiva, do trata e o que se estuda nesta eslecialidade? De qualquer maneira, não acho que o sus não tenha problemas ou que tudo é cor de rosa  pelo contrário.  Conheço vários problemas do sistema,  tanto de ordem política,  gerencial, organizacional, estrutural e de financiamento, mas conhecer e reconhecer esses problemas não me impede de reconhecer também o que ele tem de bom e os avanços que já ocorreram. Há 17 anos, quandocomecei no sus, atendia em uma sala com uma e um balde, onde só se fazia extrações (mal possuía fio de sutura, apenas 2 porta-agulhas e uma coiva sem massa). Depois de um tempo tinha que parar o atendimento para que a médica pudesse atender, pois não cabíamos todos na mesma sala. Esse mesmo município hoje tem um serviço de pronto-socorro odontológico 24 horas, tenho a disposição,  nas salas ao lado, 3 cirurgiões bmf, 2 periodontistas, 4 endodontistas, 3 protesistas e 1 odontopediatra com especialização em necessidades especiais (que executa trabalhos com anestesia geral no hospital do município). Se preciso tenho, no mesmo prédio, um laboratório de análises clínicas e neurologista,  otorrinolaringologista,  psiquiatra, cardiologista e gastro (além de outros especialistas). Existem serviços especializados para tratamento de transtornos mentais e de dependentes de drogas nos caps e irá ter um serviço de atendimento à população de rua. A taxa de mortalidade infantil saiu de 35 para 15 por 1.000 nos últimos 10 anos. Tudo isso foram avanços que ocorreram no sus de 97 para cá e vou deixar de reconhecer tudo isso? Existe ainda problema de acesso? Existe, mas o acesso melhorou muito nesse período (e tem que melhorar mais ainda).

Gostaria muito de discutir os problemas do sistema, mas enquanto ficar nessa mesma tecla do sus não funciona e o sus não presta, não dá para avançar na discussão. Gosto mais das colocações do Agnóstico que são mais interessantes,  apesar de achar que ele peca por ser um pouco simplista e não compreender o tamanho e a complexidade do sistema, as especificidades do setor de saúde (e não estou dizendo o público somente) e epidemiologia (o que não impede que ache algumas das ideias dele válidas).
« Última modificação: 18 de Agosto de 2013, 23:27:18 por Derfel »

Offline _Juca_

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #497 Online: 19 de Agosto de 2013, 11:13:21 »


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Equivoca-se companheiro Juca.
1- Não é apenas os CRMs que são contra, também são todos as outras entidades médicas, incluindo aí os sindicatos que pasmem os senhores, são majoritariamente de "esquerda" e muitos com vínculos estreitos com o PT.

Isso só reforça o meu argumento de que antes de tudo a defesa da classe contra a importação de profissionais parece ser de cunho puramente corporativista. Ademais, eu não faço ligação partidária ideológica da questão, como alguns defensores da argumentação contrária. Pra mim é simples, falta profissional, qual o problema em importá-los?


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2- A criação de uma carreira de estado é uma das propostas (defendidas há muito tempo) para melhorar o défcit de médicos no interior, é defendida pela maioria das entidades médicas há muito tempo.  Então afirmar que não se mostra um caminho viável não é correto.

Ok, mas exatamente como uma carreira de estado mudaria a questão para o interior do Brasil, e mais, como isso resolveria um caso de extrema urgência, que demanda profissionais nesse momento.

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3- As razões da dificuldade da interiorização são múltiplas, mas algumas peculiares ao nosso país.  Como o Derfel pode lhe explicar o SUS tem administração mnicipalizada.  Os municípios desses grotões costumam pagar bem utilizando de artifícios para burlar as leis trabalhistas (tercerização), sem utilizar concursos públicos, além de o calote ser frequente

Mas a municipalização vale para os grandes centros e as pequenas cidades, não é verdade? E os problemas decorrentes do gerenciamento público não me parecem se diferenciar os grandes  centros contra os  pequenos no que diz respeito ao repasse dos municípios e à qualidade dos gestores, podemos ver bons e mal exemplos talvez sem muitas diferenças. Posso estar enganado, mas seria bom alguma referência de cunho não anedótico que mostrasse que pequenas cidades dão calotes em seus médicos numa proporção maior que nas grandes.

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Sugiro, a título de esclarecimento, pesquisar quanto se paga a médicos aprovados em concurso público - vou lhe ajudar, aqui no Rio é entre 1200 a 1800 de salário base inicial.

É mais ou menos a base inicial no Estado de SP, com teto chegando a 15000. E vou lhe dizer uma coisa, dado o custo de vida nos grandes centros, o salário nas pequenas cidades pode render até uns 50% mais que nas grandes, isso não mostra porque médicos não vão aos recantos do Brasil.

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Além disso temos vários lugares que o problema maior é a violência, como as periferias das grandes cidades.  Esse eu acho um problema que é subestimado nessas discussões, tem lugares que ficam com fama de violentos e ninguem quer trabalhar la (com razão).
Vou lhe contar um historia:  Há alguns anos tercerizaram um Hospital aqui no rio (Hospital da Posse em Nova Iguaçu), que nem é tão barra pesada assim.  Num plantão chegou uma criança grave, que acabou falecendo.  A pediatra, que era uma boa médica e que fez de tudo para salvar a criança, foi dar a noticia para os pais.  A mãe desabou em lágrimas, e o pai falou que ia em casa pegar um revolver e voltar para matar a medica "que tinha matado meu menino".  fomos então ao chefe da segurança. PM fazendo bico.  O mesmo nos falou que 'nesa área se o cara falou que voltava e que vai voltar" e  que não tinha como garantir a segurança da médica.  Ela foi embora, e uma meia hora depois o pai voltou armado, brandindo o revolver na emergencia atras da medica. 
De coração, essa historia e branda perto do que eu ja ouvi, e ja presenciei.

Esse é um problema grave, mas até onde isso pode ser generalizado? Até onde a violência pode forçar toda uma classe médica a se concentrar em "bastiões" de segurança pessoal e ou financeira?

Offline _Juca_

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #498 Online: 19 de Agosto de 2013, 11:22:10 »
Aliás, aproveitando o ensejo, gostaria de perguntar ao companheiro Juca o que ele acha da minha citação:

"Historicamente eu e o PT  somos contra todo tipo de tercerização do serviço público, contra medidas que burlem as leis trabalhistas vigentes, a favor do serviço público universal e de qualidade, a favor da contratação de aprovados em concurso público, da valorização desses funcionários, etc.."

PS- eu falei historicametne, hoje acredito que tercerização de atividades não-fins são aceitáveis, e de atividades fins dicutíveis.

Não sei te responder sobre isso, porque não estou olhando o caso sobre o espectro politico partidário. Inclusive, acho que o governo demorou muito para acordar para a situação, que já vem se arrastando há muitos anos. Se houvesse um planejamento no mínimo cuidadoso e uma diferenciação da gestão de lugares remotos e pequenas cidades para grandes aglomerados urbanos e talvez uma política de aproximação da classe médica e de persuasão, talvez o problema fosse mais ameno e menos traumático de ser resolvido, incluindo aí a importação de profissionais.

Offline DDV

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Re:Brasil trará 6.000 médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
« Resposta #499 Online: 19 de Agosto de 2013, 11:27:01 »
Pra mim é simples, falta profissional, qual o problema em importá-los?

Juca mais uma vez falando besteira. Não vi NINGUÉM até o momento contra a "importação" de médicos PER SI. As pessoas são contra a introdução de médicos SEM A REVALIDAÇÃO DO DIPLOMA.

Todo esse problema, essa polêmica, essa discussão, esse desgaste (talvez fosse intenção do governo ter essa polêmica toda para desviar a atenção de outros problemas) e etc SERIAM EVITADOS se o governo pura e simplesmente não inventasse de liberar médicos da validação.

 A prova do Revalida (feita pelo próprio governo federal) é "mamão com açúcar" na minha opinião. Talvez seja considerada inaceitavelmente difícil por outras pessoas. Qual a solução? Simples: reunia-se as entidades responsáveis, far-se-ia uma "calibração" da prova, aplicando-a aos médicos recém-formados ou prestes a se formarem, de forma que o grau de exigência técnica dos estrangeiros não ficasse diferente do brasileiro. Simples.

Você tem alguma objeção a isso? Qual?




Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

 

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