Quanto as suas colocações, resta-me saber o que é a "essência da Bíblia". Vocẽ me diz que a maioria dos livros bíblicos tenham tido origem nos 3 primeiros séculos da era "cristã". Não é o que me consta, o que me consta é que a origem de tais livros tenha ocorrido pelo entre 1 milẽnio antes da era cristã e 1 século depois e que esles tenham sido agrupados em aproximadamente 2 séculos depois, não é isso?
É bom que você tenha tido o cuidado de evitar dizer que a Bíblia foi escrita em alguma época ou em determinado período da história, este cuidado indica que você tem consciência de que a Bíblia não é uma obra única mas um agrupamento, uma coleção, uma compilação, um amontodado de obras diferentes (que na sua interpretação foram amontoadas em um só volume sob a coordenação do Espírito Santo, ok, mas pelo menos demos um passo adiante em relação a maioria dos cristãos, que se referem a Bíblia como se fosse uma obra sólida e única e dizem coisas como "a Bíblia foi escrita durante 2000 anos" como se durante estes 2000 (ou 1000 ou 4000 dependendo da fonte) houvesse um movimento no sentido da elaboração da Bíblia e não apenas a construção de diversas lideraturas que posteriormente seriam recortadas e compiladas. É uma questão besta de semântica, mas eu considero significativa e demonstra uma compreensão sua maior do que a da média dos seus irmãos de fé.
Quanto à sua menção à tal de "essência bíblica"... eu acho a "história" do mito cristão (ou do cristianismo, como preferir) muito simples (embora muitos dos livros da Bíblia não tenham qualquer nexo com esta história, como é o caso dos livros de Davi e Salomão: Salmos, Eclesiastes, Provérbios e aquele poema erótico...):
Jeová criou o mundo perfeito e sem falhas entretanto estabeleceu algumas leis que deveriam ser cumpridas e que serviam como um teste para saber se suas criaturas preferidas e mais bem trabalhadas, Adão e Eva, mereciam todo o carinho que Jeová sentia por eles. O teste era passar toda a eternidade vendo a mais frondosa e visível das árvores colocadas no jardim em que viviam sem comer seus frutos uma vez sequer. Caso comesse estariam condenados eles e sua decendẽncia inclusive nós à morte e ao tormento eterno em um lago de fogo. Eis que Jeová, penalizado pela dura sentença que ele mesmo havia aplicado aos homens resolve consertar um pouco as coisas e dar aos homens um meio de se redimir e escaparem da sentença. Então ele mesmo se envia à Terra usando de um artifício divino famoso em outras religiões mais antigas que é o de se autoconceber usando o corpo de uma virgem e vive uma vida sofrida até morrer assassinado. E determina que aqueles que acreditarem que ele teve o trabalho de se fingir de homem e vir aqui na Terra só para morrer assassinado e nos dar um meio de sermos desculpados das dívidas que temos desde nascer com ele mesmo apenas porque um de nossos ancestrais comeu uma fruta em um pomar está safo, o que seria mais uma daquelas provinhas de fogo que Jeová já apĺicara sem êxito a evaeadão (estaria este deus persistindo no mesmo erro?).
E quem achar esta história meio bizarra, nonsense e nada bonita tá lascado.
Não consigo evitar, por mais que me esforce, para mim esta é apenas uma história bizarra, sem pé nem cabeça (eu sendo humano e menos perfeito e bondoso que esse tal de Jeová, quando quero perdoar uma dívida, apenas dou um tapinha nas costa do meu credor e digo algo como "cara, aquele negócio, deixa pra lá") e nada bonita.
Se eu realmente vou pro inferno por isso, então não tem solução pra mim.