Entendo seu ponto. É uma espécie de tu quoque velado, mas vamos ver:
O que é um tu quoque?
Da lista de falácias (
../forum/topic=48.0.html)
Tu Quoque
Essa é a famosa falácia “você também”. Ocorre quando se argumenta que uma ação é aceitável apenas porque seu oponente a fez. Por exemplo:
“Você está sendo agressivo em suas afirmações.”
“E daí? Você também.”
Isso é um ataque pessoal, sendo uma variante do caso Argumentum ad Hominem.
Sugiro que você dê uma lida nessa lista.
EDIT: Pensando bem, não acho mais que tenha sido um tu quoque. Peço desculpas.
Já foi observada experimentalmente.
vc não entendeu. Não importa que seja provado (e realmente o é). A questão é: vc comprende isso bem? isso cabe na sua mente? Ou vc tem dificuldade de abstrair? A coisa é bem resolvida na sua cabeça? Ou vc à noite se pergunta como isso pode ser do jeito que é?
Os exemplos que você citou cabem bem na minha mente [1]. Veja: não importa se isso está bem resolvido ou não.
A natureza independe da minha visão de mundo.
Em termos cósmicos, vivemos por um tempo insignificante, dentro de uma fina camada de gás sobre a crosta
de um planeta pequeno, e nosso modo de compreender a realidade é moldada por essas circunstâncias.
É por isso que é difícil para nós realmente compreender (no sentido de introjetar) processos geológicos que ocorrem numa
escala de milhões de anos, ou processos estelares que acontecem a milhões de graus Celsius, ou reações químicas que
ocorrem em nanosegundos. Mas resta o fato de que podemos descrever esses processos e extrair informação útil deles,
mesmo que nossa mente se recuse a aceitá-los.
Deixe eu lhe contar uma história, que costumo contar aos meus alunos (é, sou professor):
Dizem que num período mais arcaico do Egito Antigo, os egípcios só conheciam um grande rio - o Nilo.
Esse rio, como sabemos, corre do sul para o norte. Daí que na língua dos egípcios, a expressão
a-favor-da-corrente significava a direção Norte, e contra-a-corrente o Sul. Foi que um dia os egípcios
(talvez mercadores) entraram na Mesopotâmia, e conheceram dois rios fantásticos - o Tigre e o Eufrates,
que surpreendentemente corriam para o Sul! Dizem então (e não sei se isso é verdade) que existe uma
inscrição em uma tumba antiga do Egito que se refere aos estranhos rios que "corriam contra-a-corrente,
apesar de correrem a favor da corrente".
A moral da história é: nossa linguagem (e nossa mente) reflete nosso ambiente e muitas vezes falha ao descrever algo mais
abrangente.
A beleza da ciência é que ela serve como uma porta para esses aspectos da realidade que estão além de nossa escala mundana.
Pessoalmente, e espero que não se ofenda, penso que a Bíblia não chega nem perto dos horizontes abertos pela ciência.
[1] Se você tivesse citado a Mecânica Quântica, a coisa seria diferente!
Mas o argumento acima ainda vale.