Vi ser feito o argumento de que, enquanto maior menor protecionismo é hoje associado a maior IDH, os países que hoje promovem isso como receita são os que, por diversas razões, dentre as quais maior protecionismo no passado, desenvolveram uma economia forte, que se beneficia desproporcionalmente do menor protecionismo alheio. Também recentemente vi ser mencionado em algum episódio do freakonomics uma vantagem econômica empírica/objetiva correlacionada a protecionismo, não lembro exatamente qual era o ganho agora.
Assumindo isso como verdade, ainda acho argumentável que as condições que beneficiaram a esses países provavelmente não são reproduzidas apenas com o protecionismo (especialmente com o crescimento maior da globalização), bem como que possivelmente o protecionismo nestes casos mesmo assim não necessariamente teve o papel de "acelerador", mas de freio neste desenvolvimento, que se deu a despeito dele (ainda que dessa forma favorecendo indústrias nacionais que talvez não existissem, ou não fossem tão dominantes), por N outras variáveis que tornavam isso possível. Não estou negando a talvez possibilidade de alguns protecionismos estratégicos/cirúrgicos serem potencialmente benéficos, o ponto principal é que protecionismo, por melhor que pareça ter sido ou que possa realmente ser, não deve ser de maneira alguma uma panacéia, uma receita para reproduzir o crescimento do passado, não mais do que cavalos e carroças.
Tem algo de fundamentalmente errado nisso? Existe algum consenso na história do desenvolvimento econômico mundial?