Autor Tópico: Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus  (Lida 61983 vezes)

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Offline Moro

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1075 Online: 08 de Julho de 2013, 12:46:14 »
concordo com praticamente tudo. Apenas a pesquisa foi feita em tom jocoso, creio, algo que meio estereotipado.

Mas o modo de pensar, as justificativas que dão, são pura ficção.
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Offline DDV

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1076 Online: 08 de Julho de 2013, 13:05:39 »
seja específico. O que foi dito que está errado.
Ah você me pedindo para ser específico! É isso, você não foi nada específico, eu concordo com o argumento desta matéria, mas ponteando-a, tentando ignorar a ideologia da revista, não sobra muita coisa.
Eu diria que se por um lado há uma velha distância do povo e o governo, a distância dos manifestantes é a mesma ou maior.
Primeiro porque as reivindicações da maioria dos manifestantes também estão longe das do que o povo quer realmente, a maioria nunca entrou numa UPA, não usa o INSS, e não levantam as 4 da manhã para ir ao trabalho e nem comem em marmitas. Usam palavras de ordem mui belas, como "Contra a corrupção". Analisando esta aí, podemos ver que a maioria do povo nem sabe bem o que é corrupção, e muitos a praticam diariamente, sempre associam-na com roubo, está certo, mas não é só isso, e os corruptos não tem carteirinha de corruptos, e isso não é só em nível federal, talvez os corruptos causam mais prejuízos mesmo é nas prefeituras, se somados as pequenas roubalheiras, de todo dia.
No "verdadeiro plebiscito" da matéria, é piada, mesclam companhas da própria revista, tipo, a maioridade penal, o direito de votar daqueles que recebem benefícios públicos, etc É um joguete de palavras, usando as evidências virais de corrupção, generalizando, e tentando iludir o leitor. 
Existem realmente, sempre idéias fantasiosas, quando se criam projetos para o público, eu não nego, mas seriam a maioria? E a que distância está o grito dos manifestantes do entendimento do povo?
Acho que essa é a discussão.



Lendo essa salada de frutas meio nonsense acima, só me veio uma dúvida: o que você considera "povo"?

Se você excluir os manifestantes que foram as ruas, a população que lhes apoiou em todas as redes sociais e meios de comunicação (incluindo aí os telespectadores de programas como Datena, que apoiaram inclusive o quebra-quebra) e todas as pessoas que não consideram a corrupção o maior dos problemas no momento, o que sobra? Não faço idéia...

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Offline Price

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1077 Online: 08 de Julho de 2013, 13:22:28 »
Vamos mudar o nome de clube cético para clube conservador.
Há algum problema em ser um 'conservador' em casos específicos?
Por exemplo?

Na música, ao gostar principalmente de obras eruditas.

Na pintura, ao gostar principalmente de quadros renascentistas.

Na economia, ao optar por uma menor interferência do Estado.

E por aí vai.

Optar por menos intervenção estatal na economia é uma atitude conservadora?
Sempre achei que fosse o contrário.

Se tomar a literatura como base, liberação econômica é clássica, se tormar como base a prática econômica, a liberação econômica é moderna.

Naturalmente o liberal não é conservador.
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Offline Gabarito

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1078 Online: 08 de Julho de 2013, 22:44:37 »
Eu sei que esse trocadilho é infame e muito injusto com as mulheres, mas não resisti de postar aqui:

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Pergunta: De quantas mulheres é necessário para levar o Brasil ao fundo do poço?
Resposta: Di   uma            (Dilma)


Mals aê...  :lol:
« Última modificação: 08 de Julho de 2013, 22:47:13 por Gabarito »

Offline _tiago

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1079 Online: 08 de Julho de 2013, 22:46:08 »
Juro pra vc que não precisa explicar.

Offline Luiz Souto

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1080 Online: 09 de Julho de 2013, 19:13:56 »
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Relâmpago, fagulha e incêndio num fim de outono


por Mario Sergio Conti

Ninguém esperava que milhões de pessoas paralisassem centenas de cidades em poucos dias. Elas enfrentaram a polícia. Depredaram lojas e agências de banco. Queimaram ônibus, carros e vans de redes de tevê. Fizeram barricadas em rodovias e impediram a entrada em aeroportos. Abalaram um dos símbolos maiores da identidade nacional, a Seleção Brasileira, e tentaram intervir em partidas de futebol. Centenas foram presas e feridas. Seis morreram.

Um governador de estado, o do Rio, não conseguiu entrar em casa porque a rua onde mora foi ocupada durante dias a fio. Multidões bateram às portas de câmaras de vereadores, prefeituras, assembleias legislativas, palácios estaduais, ministérios e do próprio Congresso Nacional. Estiveram a poucos metros do coração do poder central, o Palácio do Planalto. Uma greve geral foi convocada.

A situação que se abriu é revolucionária. Nela, o inesperado é sempre a nota inicial. A Comuna de Paris, em 1871, foi uma surpresa para o próprio Marx. Ele estava exilado em Londres e, avaliando que a conjuntura era de calmaria na Europa, abandonara a militância política imediata e se dedicava a estudos de longo prazo. Em São Petersburgo, em 1905, uma rebelião desembocou na eleição do primeiro conselho de democracia direta – “soviete”, em russo. Foi eleito para presidi-lo um jovem desconhecido de 25 anos que estava fora dos partidos. Chamava-se Leon Trotsky. Pouco antes de a revolução estourar, em 1917, Lênin previra uma temporada de anestesia na Rússia.

Isso não significa que o Brasil esteja às vésperas de uma revolução, longe disso. Situação revolucionária não quer dizer tomada do poder. Muito menos mudança radical da sociedade. A expressão serve para descrever o período em que um povo dá mostras de que não quer mais viver como antes. E que o Estado não pode seguir governando como fazia até então. Isso está a acontecer no Brasil.

A França de 1871 e a Rússia do começo do século passado não têm nada a ver com o Brasil de hoje. Lá, os países disputavam guerras. Centenas de jovens eram destroçados diariamente à bala e baioneta. Milhões de pobres não tinham o que comer. O desemprego era imenso. Aqui, se está em paz. A miséria foi atenuada nos últimos anos. Há quase pleno emprego. Apesar disso, os acontecimentos de junho mostram que um mal-estar profundo perpassa o país inteiro. Houve protestos colossais inclusive em Macapá. Até o Faustão defendeu na Globo o bota-pra-quebrar contra o isto-que-está-aí.

 

Raios iluminam o céu azul de vez em quando. Eles só têm consequência quando batem no chão e provocam fagulhas. O incêndio se propaga à medida que encontra combustível para manter a chama. Há dois anos, um jovem sem emprego do interior da Tunísia, desesperado porque a polícia o proibiu de vender frutas na rua, comprou um latão de gasolina e ateou fogo em si mesmo. Mohamed Bouazizi tinha 26 anos. O fogo que o matou acendeu a Primavera Árabe.

Em questão de meses, toda uma região do globo, de Rabat a Damasco, estava em chamas. As ditaduras da Tunísia e do Egito foram derrubadas em meio a labaredas de cólera. Na Líbia, Kadafi foi chutado pela rua como um vira-lata que tivesse raiva. Começou a guerra civil na Síria, com seu cortejo de 100 mil mortos e exílio em massa. Num processo desigual e combinado, os fatos se desenrolaram de maneira distinta numa dezena de países, cada qual com ritmos próprios.

O Brasil não é a Tunísia. Nem a América Latina é igual ao mundo árabe, ainda que uma manifestação em Assunção, no Paraguai, tenha se inspirado diretamente nas brasileiras e protestos fermentem em outros países. As instituições por aqui são mais arrumadas do que as de acolá. Há democracia, livre expressão, judiciários que bem ou mal funcionam. As ditaduras e monarquias petrificadas de lá se apoiavam em clientelas pagas e títeres. A censura e a tortura política eram a norma. Monstruosos aparatos militares calavam quem desse um pio contra os poderosos.

 

O Brasil é mais parecido com a Europa e os Estados Unidos. Mais precisamente: setores das metrópoles brasileiras são semelhantes aos estamentos que a crise econômica vitimou nos países centrais. Ou seja, estudantes que precisam começar a trabalhar e não encontram nada, os desempregados e os ameaçados de perder o serviço, os funcionários de estados que mínguam a cada ano, à força de cortes de orçamento que sucateiam escolas, hospitais e o transporte coletivo.

Também na Europa e nos Estados Unidos houve revoltas. Mas elas não abriram situações revolucionárias. Salvo na Islândia, onde greves gerais em sequência e manifestações que arrebataram a povo inteiro barraram o Diktat recessivo da grande finança internacional. E descontada a Grécia, onde os protestos foram ainda mais fortes que os brasileiros. Em Atenas, uma coalização instável conseguiu ser eleita e, com recursos portentosos da União Europeia, a duras penas vem tentando governar.

A crise econômica fez surgir os indignados na Espanha. Pela heterogeneidade, o movimento deles tem pontos de contato com os protestos brasileiros. Ele é integrado por estudantes, jovens que pedem emprego, serviços públicos decentes e o fim da corrupção. São parecidos com o Occupy Wall Street. O agrupamento americano, que se espalhou por dúzias de cidades, surgiu numa manifestação convocada por uma revista canadense, que por sua vez se inspirou na ocupação da praça Tahrir, no Cairo.

O mundo globalizado é uno. Um camelô que se imola nos cafundós da Tunísia acende uma mecha na praça Tahrir. A derrubada da ditadura egípcia inspira canadenses a conclamarem a ocupação em Nova York. Mas cada país tem seus usos e costumes. E o Brasil é o Brasil.

 

O relâmpago brilhou no céu da tarde fria de uma quinta-feira, 6 de junho. O raio caiu na escadaria do Theatro Municipal, no centro de São Paulo. Havia ali o punhado de gatos pingados do Movimento Passe Livre. Eles têm 20 e poucos anos, mas desfraldaram faixas com uma reivindicação popular velhíssima, a redução do preço das passagens. Ele fora aumentado em 20 centavos no começo do mês.

Não era a primeira manifestação. Meses antes, em Florianópolis e Porto Alegre, eles haviam organizado atos parecidos. Os poderes constituídos não os levaram em consideração. Repetiram D. Pedro II. Em 1879, o imperador não ligou para a Revolta do Vintém, que pleiteava o corte da tarifa de 20 réis. Ecoaram Juscelino Kubitschek, que nos anos 50 não deu bola para os cariocas que eram contra o aumento das passagens. Nos dois casos houve sururu, tiros e bondes incendiados.

O Passe Livre conseguiu juntar 2 mil pessoas. Marcou outra passeata para o dia seguinte. Depois outra. Uma terceira. Elas atraíram mais gente e ficaram parrudas. O governador do estado e o prefeito paulistano estavam em Paris. Quase de joelhos, solicitavam que a cidade fosse sede de mais um desses megaeventos que não dizem nada a quem fica entalado horas num ônibus, mas rendem excelentes negócios para os espertalhões de sempre.

Eles dividiram as tarefas para dar as respostas de praxe. O prefeito, do PT, apareceu com um maço de planilhas. Explicou racionalmente porque não reduziria de jeito nenhum o preço das passagens. O governador tucano mandou baixar o pau nos irrealistas e insolentes. Afinal, o passe livre só deve valer para um punhado de maganos: vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, ministros, presidentes disto e daquilo. Apenas eles podem ter transporte gratuito VIP: carrões pretos reluzentes e chofer de paletó no banco da frente. Nada mais justo, já que são autoridades, Vossas Excelências.

A Central Única dos Trabalhadores e a União Nacional dos Estudantes mantiveram-se em silêncio. Todas as organizações empresariais, todas as igrejas, todos os parlamentares ficaram mudos. A imprensa hostilizou os “vândalos” e clamou pelas forças da ordem. O Brasil oficial se apartou da realidade.

A Polícia Militar saiu a campo. Ela não foi treinada para manter uma passeata nos limites. É adestrada para caçar bandidos e moradores de quebradas barra-pesada, ao abrigo de registros impertinentes. A polícia sentou bala de borracha em cima de quem viu pela frente.

As balas saíram pela culatra. Os protestos se multiplicaram em progressão geométrica e se irradiaram pelo país todo. O pêndulo se moveu de São Paulo para o Rio, onde 300 mil pessoas se juntaram no centro da cidade. A Assembleia Legislativa fluminense, um dos mafuás mais notórios da corrupção oficial, foi invadida. O que era um raio em céu claro virou fogaréu.

 
Petistas e tucanos, novamente de forma concatenada, recuaram. Mandaram a polícia se moderar e abaixaram o preço das passagens. Foi uma vitória admirável, na contramão do que costuma ocorrer no Brasil. O movimento estudantil de 1968 foi derrotado pelos militares e iniciou-se a fase mais repressiva da ditadura.

A campanha pelas eleições diretas dos anos 80 fracassou. A agitação reformista redundou na escolha de um presidente, na frase feliz do sociólogo Francisco de Oliveira, “mais conservador que Nossa Senhora de Guadalupe”. Nem Tancredo Neves acabamos tendo. Com a sua morte, tomou posse o jaquetão que coonestara a tortura.

A pressão popular derrubou Collor. Mas ele não passou um dia sequer na cadeia e não se tocou nos seus bens. Foi morar em Miami, passeou pelo Taiti e se elegeu senador governista. Impávidas, as negociatas prosperaram: compra de votos de parlamentares, concorrências viciadas, nepotismo, caixa dois eleitoral, máfias de ônibus, o mensalão petista e o tucano.

Talvez a vitória tenha vindo rápido não só devido à quantidade das multidões, mas à natureza dos protestos. Eles foram carnavalescos como os da Diretas Já e do Fora Collor, mas bem mais aguerridos. Dessa vez não houve palanques, discursos, lero-lero. A violência esteve sempre presente. Além da pancadaria policial, ocorreram revides, depredações, saques, quebra-quebra. Havia perigo real em participar delas. E elas atraíram cada vez mais pessoas iradas em um sem-número de cidades.

A redução do preço das passagens gerou algo mais espantoso ainda: os atos públicos prosseguiram e cresceram. Mantiveram a batida virulenta e chegaram a rincões com depósitos enormes de combustível, os arrabaldes das metrópoles. É neles que vive a gente mais sofrida, e também os beneficiários do Bolsa Família e do salário mínimo robustecido na era Lula. Foi a partir de bairros pobres que se organizou a interrupção de rodovias. Eles queriam passarelas, segurança na travessia das estradas e reintegrações de posse. O aumento dos pedágios foi cancelado.

Quem foi à grande passeata de comemoração na avenida Paulista viu que a presença do Partido dos Trabalhadores fez com que o ambiente ficasse carregado. O repúdio à participação dos petistas veio de dois lados. Uma parte se irritou com o oportunismo do partido, cujos líderes um dia antes defendiam o aumento das passagens. Outra parte, minoritária mas organizada, agrediu os militantes. Mais por eles apoiarem o governo e serem de esquerda do que por integrarem um partido.

De roldão, outros partidos da esquerda, que estiveram com o Movimento Passe Livre desde o começo – o PSTU, o PSOL e o PCO –, foram forçados a arriar suas bandeiras. Parecia haver, em gestação, milícias de direita. E a direita organizada nunca tomou parte de agitações reivindicatórias. DEM, PSDB e PMDB têm horror a elas. O seu mundo é o dos gabinetes, dos conchavos e dos comícios bem enquadrados. Que tenham descido à avenida Paulista é mais um sintoma da turbulência dos idos de junho.

 
As manifestações perderam a reivindicação unificadora do congelamento das tarifas. Agora, vale tudo. Uns buscam a satisfação de dificuldades locais com ônibus, hospitais e escolas. Outros denunciam os gastos extravagantes na construção dos elefantes brancos para a Copa do Mundo. Defendeu-se a derrota do projeto que retirava poderes do Ministério Público, o que acabou ocorrendo. Há aqueles que se insurgem contra a discriminação homofóbica. Muitos pedem – metaforicamente – a cabeça do presidente do Senado. Poucos, a da presidente da República.

Dilma Rousseff voou às carreiras de Brasília a São Paulo para se encontrar com o seu antecessor e, sinal dos tempos, o marqueteiro de ambos. Voltou à capital e, abatida, fez dois pronunciamentos seguidos na televisão. Reuniu-se com organizadores do Movimento Passe Livre, que uma semana antes levavam cacetadas da PM no lombo. Eles a consideraram despreparada para discutir transporte coletivo. Algumas das ideias da presidente são de viabilidade mais remota que o passe livre para todos.

Fica difícil ir a algum lugar se não há placas nem quem aponte um rumo. Há muita lança e pouca ponta na rua. Existem mil ideias no ar e nenhuma prevaleceu. A depender dos desdobramentos, algumas delas vingarão. Não necessariamente as mais assentadas. As ideias do Iluminismo estavam à margem do pensamento predominante na Europa do século XVIII. Rousseau e Voltaire eram pequenos diante da força da Igreja Católica. Em 1789, porém, suas ideias fizeram sentido para artesãos, camponeses, comerciantes e trabalhadores que se puseram em movimento. Figuras obscuras emergiram e foram levadas ao centro dos acontecimentos: Danton, Marat, Robespierre.

A social-democracia russa do começo do século anterior era composta de grupelhos e extremistas exilados. Eles dedicavam boa parte da sua energia a querelas internas. Poucos sabiam que existiam. Veio 1917 e os desconhecidos criaram o partido bolchevique, que serviu de instrumento para a tomada do Palácio de Inverno. A revolução do século passado que teve maior participação popular não foi a russa. Foi a iraniana, de 1979. Quando ela começou, o seu líder sequer estava em Teerã. Vivia no exílio há quinze anos e morava em Neauphle-le-Château, perto de Paris. Era o aiatolá Khomeini.

Repita-se: o Brasil não é a Rússia nem o Irã. Mas desencadeou-se um tempo de agitação prenhe de riqueza. Em semanas, o Brasil realizou um aprendizado coletivo equivalente ao de décadas de baixa voltagem. Haverá ciclos de desânimo e exaltação. Clivagens, diferenciações, celeuma e choques. Avanços, recuos, rodeios e zigue-zagues. O sistema político resistirá a mudanças materiais. Ele é integrado por gatos de sete vidas, capazes de cair de pé depois de piruetas esdrúxulas. Além do mais, rua é uma coisa e urna, outra. A hora é de participar: debater, criar e fazer escolhas. Muita coisa parece possível. Menos uma. Que o Brasil volte à rotina de antes do outono em que o raio bateu em gasolina.

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-82/esquina/rebeliao
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Offline Gaúcho

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1081 Online: 09 de Julho de 2013, 21:48:12 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
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Offline Vento Sul

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1082 Online: 09 de Julho de 2013, 22:25:26 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
Está se esquecendo que a grande mídia é sócia (lembra do caso Cachoeira?) participante das mazelas que existem nesse país, e a retidão no comportamento, as revelações mais profundas da corrupção pode respingar nela. Ou seria um caso de pura prudência em fingir que nada está acontecendo? Ou estariam ainda tendo o silêncio comprado?   Fico com a primeira.
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Offline Gigaview

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1083 Online: 09 de Julho de 2013, 22:50:25 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
Está se esquecendo que a grande mídia é sócia (lembra do caso Cachoeira?) participante das mazelas que existem nesse país, e a retidão no comportamento, as revelações mais profundas da corrupção pode respingar nela. Ou seria um caso de pura prudência em fingir que nada está acontecendo? Ou estariam ainda tendo o silêncio comprado?   Fico com a primeira.

Considero o silêncio normal, afinal aonde está a notícia? Noticiar que haverá uma possível paralização na quinta não é notícia e noticiar isso seria promover a idéia de uma paralização. Outra, ninguém pergunta o custo da paralização de 1 dia para o país. A propósito vai paralizar por que mesmo?
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Offline Barata Tenno

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1084 Online: 10 de Julho de 2013, 02:05:03 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
Está se esquecendo que a grande mídia é sócia (lembra do caso Cachoeira?) participante das mazelas que existem nesse país, e a retidão no comportamento, as revelações mais profundas da corrupção pode respingar nela. Ou seria um caso de pura prudência em fingir que nada está acontecendo? Ou estariam ainda tendo o silêncio comprado?   Fico com a primeira.

Considero o silêncio normal, afinal aonde está a notícia? Noticiar que haverá uma possível paralização na quinta não é notícia e noticiar isso seria promover a idéia de uma paralização. Outra, ninguém pergunta o custo da paralização de 1 dia para o país. A propósito vai paralizar por que mesmo?

Não sei as outras categorias, mas os bancarios vão protestar contra a terceirização dos funcionários, ou algo do tipo.
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Offline Fabrício

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1085 Online: 10 de Julho de 2013, 07:19:42 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
Está se esquecendo que a grande mídia é sócia (lembra do caso Cachoeira?) participante das mazelas que existem nesse país, e a retidão no comportamento, as revelações mais profundas da corrupção pode respingar nela. Ou seria um caso de pura prudência em fingir que nada está acontecendo? Ou estariam ainda tendo o silêncio comprado?   Fico com a primeira.

Considero o silêncio normal, afinal aonde está a notícia? Noticiar que haverá uma possível paralização na quinta não é notícia e noticiar isso seria promover a idéia de uma paralização. Outra, ninguém pergunta o custo da paralização de 1 dia para o país. A propósito vai paralizar por que mesmo?

Não sei as outras categorias, mas os bancarios vão protestar contra a terceirização dos funcionários, ou algo do tipo.

Existe um projeto de lei que pretende ampliar as terceirizações, os bancários estão basicamente contra isso. O suposto projeto permitiria aos bancos e outras empresas terceirizar suas atividades fim, o que hoje a Justiça não permite. Por isso os bancários protestam contra a medida, porque em tese os Bancos poderiam terceirizar todos os seus funcionários.

Como minha fonte é um panfleto do sindicato dos bancários  :hihi:, não sei até que ponto é isso mesmo...

As outras reinvindicações são as de praxe do sindicato, melhores salários, condições de trabalho, contra as privatizações e pedindo a retomada do que foi privatizado pelo governo, reforma agrária, contra o genocídio de negros e índios  :o, etc, etc.

Mas se só aumentar o salário já está valendo  :lol:, o resto pode ficar para depois.
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Offline Price

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1086 Online: 10 de Julho de 2013, 09:00:17 »
Estranho tercerizarem as operações tão amplamente, os bancos privados são bastante eficientes.
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Offline _Juca_

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1087 Online: 10 de Julho de 2013, 09:36:37 »
Estranho tercerizarem as operações tão amplamente, os bancos privados são bastante eficientes.

Livres de encargos diretos e problemas patronais, que sonho, hein?!

Offline Price

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1088 Online: 10 de Julho de 2013, 09:55:28 »
Estranho tercerizarem as operações tão amplamente, os bancos privados são bastante eficientes.

Livres de encargos diretos e problemas patronais, que sonho, hein?!

É atratativo à primeira vista né? :) O problema é a possível queda na qualidade de serviços, mesmo que se mantenha os mesmos funcionários. Creio que operação possa de vez em quando ser como alguns casos da segurança privada, às vezes compensa não ser tercerizada.
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Offline Fabrício

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1089 Online: 10 de Julho de 2013, 12:45:17 »
Estranho tercerizarem as operações tão amplamente, os bancos privados são bastante eficientes.

Livres de encargos diretos e problemas patronais, que sonho, hein?!

É, o sindicato alega justamente isso.

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Offline Südenbauer

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1090 Online: 11 de Julho de 2013, 08:20:01 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
Pelo jeito, a imprensa tava ligada, mas tava esperando ver se era real mesmo pra noticiar:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2013/07/saiba-quais-servicos-sao-afetados-pela-paralisacao-desta-quinta-feira-4196878.html

Offline _Juca_

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1091 Online: 11 de Julho de 2013, 08:54:25 »
Estava aqui pensando, POA vai parar quinta-feira, e possivelmente outras cidades, e não se fala disso em lugar nenhum.
Pelo jeito, a imprensa tava ligada, mas tava esperando ver se era real mesmo pra noticiar:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2013/07/saiba-quais-servicos-sao-afetados-pela-paralisacao-desta-quinta-feira-4196878.html

Eu acho que no caso das greves o pessoal está queimando cartucho. Em países que foram sedes da Copa  ou da Olimpíada as greves gerais foram nos meses que antecederam os eventos.

Offline Gaúcho

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1092 Online: 11 de Julho de 2013, 11:40:03 »
Rio Grande do Sul completamente parado. Nunca vi isso. Absolutamente nenhum ônibus circulando.
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Offline Fabrício

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1093 Online: 11 de Julho de 2013, 12:58:15 »
O centro aqui de Vitória hoje parecia uma cidade fantasma...
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Offline Vento Sul

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1094 Online: 11 de Julho de 2013, 13:06:15 »
Rio Grande do Sul completamente parado. Nunca vi isso. Absolutamente nenhum ônibus circulando.
Feriadão...
Essa paralisação é a resposta deles (os sindicatos) ao movimento dos protestos anteriores, tipo: nós existimos e temos força.

Mas eu queria ver se não fosse com ações de coação, vias bloqueadas, etc se acontecia alguma coisa parecida. A caixa do supermercado me disse:  Amanhã os patrões vão me buscar, pois vai ser feriado. Eu disse feriado? E ela, é é isso, ah é a mesma coisa, pena que não vou poder ir na feijoada do pessoal que não vai poder ir trabalhar lá no meu bairro....
Porra, estão fazendo festa, não há esse sentimento de protesto pela maioria... não há... infelizmente.
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Offline Diegojaf

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1095 Online: 11 de Julho de 2013, 13:09:16 »
Rio Grande do Sul completamente parado. Nunca vi isso. Absolutamente nenhum ônibus circulando.
O centro aqui de Vitória hoje parecia uma cidade fantasma...

Por aqui também o trânsito ficou ótimo. Pensei que fosse ficar horrível, mas ficou foi bom...

As avenidas principais por outro lado estão congestionadas... ruim pra quem anda nelas.
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Offline Moro

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1096 Online: 11 de Julho de 2013, 17:49:14 »
não vi nada de diferente no resort aqui em cumbucu. O que é ônibus?
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Offline Vento Sul

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1097 Online: 11 de Julho de 2013, 18:21:36 »
Hoje o dia foi muito parecido, com aqueles em que os traficantes dão o toque de recolher.  Fazer o quê né, eles mandaram, tiraram os ônibus, interditaram as principais vias de acesso, e sabe lá mais o quê... então fingimos ser um feriado.
Um feriado em que lojinhas pequenas, padarias, pequenos comércios fora da rota dos protestos,  todos funcionaram. Até alguns supermercados, estes desobedeceram os mandantes...  :hmph:
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Offline Südenbauer

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1098 Online: 11 de Julho de 2013, 22:46:45 »
Rio Grande do Sul completamente parado. Nunca vi isso. Absolutamente nenhum ônibus circulando.
Sim, algumas cidades ficaram ilhadas:

Offline Kernel Code

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #1099 Online: 11 de Julho de 2013, 23:49:03 »
O bicho pegou no centro do Rio hoje.
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