Nossa discussão era sobre o impacto nulo/negativo que o discurso estava tendo na popularidade da presidente, não o impacto prático do discurso na sociedade. Na questão proposta, o discurso teria o potencial para não só aumentar a popularidade da Dilma, como também tirar o dela da reta (ou pelo menos a maior parte).
Na verdade não sabemos como o discurso afetou a popularidade e qual o impacto. Somente com as próximas pesquisas de opinião, e eu acho que isso será irrelevante diante da prática e das respostas que o governo dará à população. Ela está se movimentando e na minha opinião esses movimentos se dão para aproveitar o momento de crise diante do congresso, e não precisar partir para o fisiologismo, como sempre fazia para tentar aprovar algumas medidas merrecas ( o que teria que dar para ter reformas profundas?), e está jogando no colo do congresso as mudanças que devem ser feitas, e dizendo "toma que o filho é teu", como de fato é, se pensarmos que todas as mudanças políticas que as pessoas pedem tem que passar por essa casa. Estou falando de mudanças políticas e não de ordem prática como investimentos em transportes e saúde.
Mas entrando nessa outra questão, sobre mudanças práticas (que não era o tópico inicial da discussão, sempre lembrando), eu consigo ver algumas:
1) você daria um objetivo/alvo claro aos protestos;
2) aumento do número e da "moral" dos manifestantes, algo como: "a presidente está do nosso lado! às ruas!";
3) com a união da consequência 1 e 2, ou seja, um objetivo concreto mais um grande número de participantes, se torna muito mais provável que se consiga as melhoras desejadas.
Existe dois fatores nessas manifestações. A primeira é a de ordem prática e que podem ser executadas imediatamente mas demoram para surtirem efeitos, as vezes décadas, que é a melhoria do serviço público, a outra de ordem política, como as reformas estruturais instituicionais, como a política, tributária e da justiça. Essas são difíceis não podem ser executadas sem que o congresso as faça, mas depois de feitas surtem efeitos imediatos. Posto isso o mais importante é que o tom de cobrança forte nas ruas permaneça nos próximos anos.
Assim me parece que
1) a presidente deu um objetivo/alvo claro aos protestos, como vemos agora em suas atitudes ( não estou dando mérito a elas).
2) a presidente desde o primeiro momento de seus discursos legitimou os protestos e a sua ordem democrática.
3) as pessoas nos protestos não parecem tão preocupadas assim com a Dilma para que a posição dela seja relevante para dar qualquer força às manifestações, isso independe da posição e dos discursos dela ( ou qualquer outro)