Autor Tópico: Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus  (Lida 61967 vezes)

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Skorpios

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #675 Online: 22 de Junho de 2013, 14:17:19 »
Achei interessante a Dilma falando que "tinha lutado contra a ditadura" e no mesmo fôlego condenar a violência... :hein:

Temma

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #676 Online: 22 de Junho de 2013, 14:32:34 »
ancaps.. reclamam que pagamos impostos suecos, mas quando a população cobra serviços de qualidade eles vem com "there's no free lunch"

Offline caerus

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #677 Online: 22 de Junho de 2013, 15:05:18 »
ancaps.. reclamam que pagamos impostos suecos, mas quando a população cobra serviços de qualidade eles vem com "there's no free lunch"

Onde está a contradição? :hein:
Nos dois casos o posicionamento é contra impostos e serviços estatais.

Offline Price

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #678 Online: 22 de Junho de 2013, 15:05:49 »
:histeria:
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline Luiz Souto

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #679 Online: 22 de Junho de 2013, 15:46:44 »
Luis Souto, respeito sua análise mas discordo. No meu entender, a causa profunda da onda de protestos foi a insatisfação antiga da população com o governo, os partidos políticos, os serviços públicos e a corrupção. Essa insatisfação nunca se materializava em atos, pois não havia uma fé muito grande nessa possibilidade e nem disposição e exemplos para tal.

As redes sociais possibilitaram, pela primeira vez, um meio do povo se comunicar e se informar sem depender da grande imprensa, de partidos políticos ou de outras organizações (ex: sindicatos, igrejas, etc).

Com os meios técnicos disponíveis, faltavam os motivos e o estopim. As peripécias recentes dos políticos brasileiros no âmbito da corrupção aumentaram ainda mais o já altíssimo descrédito da classe política. Os políticos (parlamentares principalmente) deixaram de se envergonhar de seus atos imorais, defendem abertamente seus colegas de maracutaia e chegam a propor medidas absurdas para evitarem ser punidos (Ex: a PEC 37). Junte-se a isso a degradante situação dos serviços públicos (saúde, educação e a segurança), a explosão da criminalidade e da impunidade a criminosos, a coragem crescente dos bandidos (que agora matam mesmo quando a vítima não reage), etc. Enfim, a coisa chegou num patamar inédito de sensação de impunidade e insegurança.

O estopim foi a forma violenta como os protestos pela redução da tarifa foram reprimidos, e a repercussão nacional e internacional das imagens dessa repressão. Usando as redes sociais, as pessoas foram encorajarando-se mutuamente a irem às ruas. Isso criou uma bola de neve, encorajando cada vez mais pessoas, o que aumentou a repercussão e mais gente aderiu. Um sentimento de orgulho e "vingança" contra a classe política tomou conta do povo, e a vontade de fazer farra nas ruas também (juntou-se o útil ao agradável). Temos o quadro atual à partir disso.


E eu respeito sua discordância mas discordo dela :)
Se formos mensurar a idade da insatisfação para saber quão antiga é ela se estende bem antes dos governos Lula e Dilma. E foi justamente esta insatisfação que permitiu o crescimento do PT como alternativa viável e levou a eleição de Lula em 2002. O PT sempre , desde sua fundação , denunciava o paternalismo , o clientelismo , se propunha como uma " nova forma de fazer política". E quem militou no partido na dácada de 80 sabe que esta realmente era a perspectiva de quem estava nas bases , nos núcleos.
Que o PT era uma alternativa real fica demonstrado pelo fato de ter sido sempre a segunda opção mais votada nas eleições presidenciais mas a opção da direção do PT em garantir de qualquer forma sua chegada ao Planalto significou deixar a "maneira petista de governar" como slogan vazio e fechar o arco de alianças conservador instaurando o "lulo-petismo".
Quem está na rua hoje , em sua imensa maioria , era criança em 2000-2002 e só conhece o PT da auto-propaganda e da propaganda contra. Só conhece o PT como a esquerda no poder há 11 anos que faz muitos discursos mas cuja prática não só desmente os objetivos declarados mas atua contra eles. Só conhece um partido de esquerda demagógico , fisiológico.E eles ouviram pais , mães , tios  que votaram em Lula por esperança de mudança tornarem-se críticos da fraude a que foram submetidos.
A perda da legitimidade do PT foi consagrada com o resultado do julgamento do mensalão e com o fato de que os militantes condenados não só não estão presos como fotam absolvidos pelo partido e mantem seus cargos mesmo no parlamento.
A causa profunda da revolta atual , repito , é a falência do lulo-petismo em manter sua política contraditória de alimentar o lobo (sempre voraz) sem deixar morrer a ovelha (mas em desnutrição crônica) , de administrar as contradições através da cooptação/domesticação dos movimentos populares , e de ser incapaz de ser reconhecido como representante daqueles que foram criados sob seu período de governo e agora estão maduros para protestar. A insatisfação se torna crescente não só porque cresce o número daqueles com acesso á informação mas também pela incapacidade do sistema atender às demandas , porque um número cada vez maior não vê perspectivas de melhora das condições de vida ( entendido como acesso a sistema de saúde eficaz , transporte público satisfatório , etc..) apesar de saberem que estão ou estarão contribuindo com seu trabalho e impostos para a riqueza do país.
Exemplos não faltaram para saber como ir para a rua protestar , durante todo o período PT não faltaram manifestações de rua e movimentos reivindicatórios , mesmo minoritários.
A insatisfação antiga , fluida e latente , deixou de poder ser administrada como antes e bastou um estopim para ser desencadeada nas ruas.
O uso da internet atraves das redes sociais facilitou a expansão do movimento bem como permite uma organização descentralizada dos atos e a repressão policial serviu para espalhar a indignação , foram fatores que determinaram a velocidade com que o movimento se espalhou mas não determinaram a capacidade de se propagar.

E retornando ao meu ceticismo o calcanhar de aquiles do movimento é justamente a sua espontaneidade. Movimentos espontâneos se esgotam mais cedo ou mais tarde se não houver uma agenda de reivindicações especificas pela qual lutar. E reivindicações específicas são elaboradas por agrupamentos políticos organizados ( sejam eles partidos , movimentos , entidades de classe ou categoria...).

E vamos constatar alguns fatos:
Estas reivindicações específicas já existem e precedem a revolta atual. São as proposta pelas entidades de esquerda não ligada ao governo. Isto não é uma defesa mas uma constatação. A esquerda ligada ao governo ( PT, PC do B, etc...) não tem qualquer proposta que não seja a manutenção do essencial do sistema político , tributário , etc... atual com meras mudanças cosméticas. Os que se colocam a direita do governo ( DEM , PSDB , etc..) menos mudança ainda querem. Quanto ás entidades de direita distintas dos partidos tradicionais a única proposta alternativa é sonhar com golpes de Estado e fechamento do Congresso à la Fujimori. Se alguem conhece uma exceção agradeceria que apresentasse.
Não estou entrando no julgamento do mérito ou da viabilidade das propostas do PSOL , PSTU e etc... quanto à reforma tributária , reforma política e outras. Estou simplesmente constatando que a mesmas bandeira de crítica aos politicos , ao governo , ás politicas publicas já eram feitas por estas organizações muito antes de qualquer das pessoas que gritam irritadas ao ver uma bandeira partidária na manifestação ter sequer pensado em botar o pé na rua para protestar.
O movimento é apartidário mas querer transformá-lo em anti-partidario é proto-fascismo , é defender o rebaixamento de bandeiras politicas de transformação à mera indignação moral e querer fazer do ufanismo /nacionalismo uma plataforma política. Dizer que todos os partidos são iguais , além de óbvia falsidade , é uma forma de não distinguir quem é quem , quem está do mesmo lado e quem está contra. É deixar caminho aberto à despolitização, ou pior , à demagogia.
Quem não gosta ou não concorda com as proposta do PSOL , PSTU , PCO , MPL  e etc.. para conquistar as reivindicações que todos estão fazendo nas ruas então organize-se e elabore sua alternativa.
Porque o movimento espontâneo vai terminar e quem se organizou vai continuar.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Offline Cientista

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #680 Online: 22 de Junho de 2013, 16:33:01 »
Tomara que o ânimo não arrefeça, mas se inflame com o desdém dos governantes, porque tudo está sendo feito para isso, desde a redução das tarifas, ameaçando o investimento de outros setores até o discurso canalha da presidente.
E daí?


Está claro que eles não se impressionaram com o movimento,
Por que se impressionariam?


mas contam com seu fim,
Não, só esperam por ele, como se espera um churrasco ficar pronto ou um bolo terminar de assar e esfriar.


porque sabem que as pessoas tem suas vidas e problemas pessoais para resolver.
Só de um comentário como esse ser feito, já se mostra onde está o cerne.


São um bando de cretinos
Quais?!

Sei, está obvíssimo a quais se refere, mas é numa questão assim que me pergunto:

A qualidade desses que reivindicam é melhor que a dos "alvos"? Ou, se estivessem no lugar dos "alvos", seriam potencialmente perfeitamente "alvos" dos que são "alvos" agora e que seriam reivindicadores na outra alternativa (posição)? A inveja é o maior dos males ("defeitos") funcionais dessa máquina. Faz o indivíduo repudiar e odiar tudo o que é/*está* melhor que ele, ou igual em situação melhor, e não por justiça, comportamento que só traz prejuizo à máquina invejosa. Tivessem, de fato, o necessário visceral ímpeto de sábia justiça (coisa que pode, dentro da sua devida raridade, pode ser encontrada no mais inculto dos homens), fariam o que deveria, de fato, ser feito, não essa brincadeirinha travessa de menininhos bobos.


que sabem como vencer pelo cansaço.
Nem precisam disso.


Somente uma pressão intensa e duradoura os obrigaria a repensar suas estratégias,
Pressão intensa e duradoura funciona em geologia, em parte da degradação de máquinas... para o problema aí, não serve de nada. O que os obrigaria a repensar suas "estratégias" seria algo que ocorresse, no máximo, em algumas horas. De fato, quanto mais se alonga, mais tranquilos e confiantes eles ficam, de modo a não mais serem sensíveis nem mesmo a uma intensificação inerte do fenômeno.


o que eles sabem, é dificil acontecer.
Nada a ver...






Movimento Passe Livre volta atrás e anuncia novos atos em São Paulo

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1299643-apos-suspender-protestos-movimento-passe-livre-de-sp-volta-atras.shtml
Compulsão incontrolável por mais diversão?






Porque foi ela quem fez o movimento.
Viu? foi o que eu disse, donos do protesto.

No RéV o Acauan disse que o maior mérito desses protestos foi devolver ao povo o direito de protestar.

Donos do protesto o meu saco. Aprenda a ler, eu escrevi que eles por terem criado o movimento ao menos tem o direito de se expressar, assim como qualquer partido. A presença de bandeiras não partidariza o movimento, assim como a presença de vândalos não desfaz a pacificidade primordial do movimento.
A pacificidade é primordial? Que pena...



- Os protestos são um evento histórico inesperado que tomou de surpresa todos os ativistas políticos de qualquer matiz ou corrente. Da TFP à UNE , do PSOL ao DEM ninguém poderia prever que (mais) uma manifestação contra aumento de passagens de ônibus se transformaria em uma revolta popular que se espalharia de forma epidêmica por todo país. O própio MPL foi ultrapassado pelo movimento que iniciou e do qual agora se afasta.
Ninguém poderia prever mas, curiosamente, "instintos" fundamentais das criaturas levaram a um preparo prévio para situações como essa... Parte desse preparo, com toda a devida correlação terminológica, 'saiu pela culatra', embora para (a vantagem de) ele mesmo (o ganho, no fim, é maior que a unidade de qualquer forma).


Neste sentido a comparação com a Primavera Árabe não é exagerada pois durante décadas governos corruptos e autoritários dominaram a região sem que o povo se organizasse,
É exagerada pela falta de ítens básicos, como tripas e lustres, sem falar no mais importante de todos. Período de latência não é fator de correlação que similarize na específica parte da suficiência. Além do que, onde está a organização?...


era consenso entre analista políticos que a pejorativamente denominada "rua árabe" nunca se levantaria contra o poder estabelecido.
E, no entando, tais "analistas" prosseguem sempre a analizar...






Não tenho muito o que reclamar da vida ultimamente. Parece que o mundo todo tem se empenhado em me divertir. O mundo todo, meu jester particular. Tudo o que vejo me soa extremamente cômico e nada mais.

Até aqui encontro tanto dessa empolgação juvenil... Quando topei por primeira vez aqui, há uns três anos, eu não imaginaria tal de pronto...

Ver o Price em todo o entusiasmo ativista não tem preço... Só por exemplo. E esclarece algumas coisas melhor...

Tanta crença há na funcionalidade humana (das máquinas que assim funcionam) que, por mais que ela seja abafada, sempre reaflora com o mais mínimo estímulo. Está aí.


Isso tudo é ridículo porque é até ilusoriamente cego. Nem mesmo a fantasia de que se tem um plano há; só fome, só desejo, só anseio, só cobiça (piada ou não, tanto faz, um game eletrônico de ponta por um preço desejado é a evidência da principal falha, nesse aspecto, dessa massa fluida a fluir tão mal: a velha e inutilmente batida "sabem os preços mas não conhecem os valores das coisas); só sentem uma incomodação (nem mesmo sabem o que incomoda) e não sabem o que a faria extinguir-se (nem mesmo sentem o que a faria). Por tais "princípios" pura e simplesmente, já se foi atrás de tanta coisa, e nunca saiu disso um motoperpétuo sequer.

Lamentabilíssimo que supostos "conscientes" se incentivem pela iniciativa de baderneiros pacíficos festivos, e outros "conscientes" mais de plantão e plateia enxerguem nisso uma virtude ou pura vantagem do fenômeno. Ainda que tal fosse verdade, a inversão na ordem dos fatores já seria suficiente para a derrocada a priori de tudo. A "força" não está mesmo na quantidade numérica simplesca...  tanto faz.
« Última modificação: 22 de Junho de 2013, 16:37:23 por Cientista »

Offline Geotecton

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #681 Online: 22 de Junho de 2013, 17:35:07 »
ancaps.. reclamam que pagamos impostos suecos, mas quando a população cobra serviços de qualidade eles vem com "there's no free lunch"

Onde está a contradição? :hein:
Nos dois casos o posicionamento é contra impostos e serviços estatais.

É. Eu também não entendi a crítica, pois está claro que pelo percentual de impostos que se cobra no Brasil, os serviços prestados pelo setor público são simplesmente medíocres.

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Offline Luiz Souto

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #682 Online: 22 de Junho de 2013, 17:46:56 »
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Técnicas para a fabricação de um novo engodo, quando o antigo pifa

Nesse momento, é possível assistir, com nitidez cristalina e ao vivo, cada etapa da linha de produção de uma nova ideologia. E já que a mercadoria ainda não está pronta, é fundamental tomarmos nota de seus componentes para não corrermos o risco de fornecer matéria-prima

por Silvia Viana

 

Um bom começo para a reflexão que deve se seguir ao dia de ontem (e acompanhar aqueles que virão): observar atentamente a reconstrução do discurso da grande mídia.

Nesse momento, é possível assistir, com nitidez cristalina e ao vivo, cada etapa da linha de produção de uma nova ideologia. E já que a mercadoria ainda não está pronta, é fundamental tomarmos nota de seus componentes para não corrermos o risco de fornecer matéria-prima.

As anotações que se seguem são relativas à audiência da cobertura do Globo News de ontem e da quinta-feira passada; do Jornal da Record e do Jornal do SBT de ontem; e do Cidade Alerta de quinta (sim, eu ainda tenho estômago):

O elemento central do discurso que ora se monta é a minimização dos fins em relação aos meios.

Ao longo das duas horas que assisti a Globo News, em momento algum foi discutida a questão do aumento das tarifas. O fundamental são os meios: o manifesto foi violento ou não, houve, ou não, negociação entre as partes, quais os trajetos e pontos ocupados, quantas pessoas aderiram etc.

Essa técnica tem um foco político autoevidente: ignorar o objetivo do movimento; e outro opaco: apontar para a Manifestação como um fim em si.

Não os subestimemos, a manobra é esperta, pois reflete uma forma de fazer política que tem se tornado usual em SP: ocupar espaços públicos por ocupar, "sem bandeiras", "por amor", "porque a cidade é nossa" etc.

Desse modo, a manifestação se assemelha a uma forma de terapia: faz bem, é gostoso, alivia frustrações etc. Ela é democrática, logo, vale por si mesma...

Mas não mencionar o verdadeiro mérito da questão é apenas uma das técnicas de anulação da causa e, nesse momento, seria frágil, não fosse a técnica complementar de abstração dos fins: “não são só 20 centavos, não é só o transporte, não é só a copa...”. As negativas crescem até que o protesto pareça um movimento por nada.

Por outro lado, é importante construir uma falsa positivação, também ela vaga. Uma matéria significativa foi feita na Globo News nesse sentido (e reprisada duas vezes): os repórteres entrevistaram pessoas aleatórias na passeata, cada qual com uma demanda diferente e nenhuma delas referente à finalidade concreta do ato: "saúde", "educação", “segurança” etc.

Essa tipificação clássica e simplificadora é útil, pois, por um lado, compartimenta a política em módulos passíveis de gestão, excluindo a estrutura que as amarra; por outro, recusa soluções imediatas – por exemplo, a exigência é por educação, e não pelo aumento de 17% para os professores da rede municipal. Nesse âmbito médio, tanto a crítica sistêmica quanto a exigência do movimento se esfumam.

Nesse tópico (abstração dos fins), cabe um comentário: assisti aos dois blocos finais do Roda Viva, com os líderes do Movimento Passe Livre, sua postura foi um belo antídoto contra o que estou descrevendo: eles afirmaram que as passeatas são sim pela redução dos 0,20.

A partir dessa "migalha" foi possível a construção de inúmeras contradições e a recomposição de questões estruturais: dos 20 centavos ao transporte, à estrutura urbana, ao sentido do público, chegando à matriz que, hoje, o organiza: o mercado.

Então vamos à terceira técnica no que tange aos fins.

Como eu afirmei antes, a classificação da política por nichos de demanda é útil por excluir a lógica estrutural subjacente.

Mas a mídia está fabricando uma amarração artificial: a "corrupção". As palavras finais da âncora de um dos jornais do Globo News foram mais ou menos essas: "Encerramos, então, nossa cobertura desse dia de manifestações contra a corrupção, o superfaturamento e tudo o que está errado no país".

A corrupção, que também é uma abstração, aparece como fonte original de todas as mazelas e móbile principal das expressões de descontentamento. Trata-se da falsa bandeira mais útil para a grande mídia por uma razão ideológica: ninguém em sã consciência seria favorável à corrupção, trata-se de uma bandeira imune ao conflito (que é o princípio da política). Mas é útil também por ser moeda valiosa nas negociatas entre as grandes empresas de mídia e os partidos e governos.

Por fim, a corrupção é um produto ideológico pronto. Ela aparece como um problema moral, portanto pontual, que toca apenas o poder público, e não tem relação alguma com o assim chamado “livre mercado”.

Também nesse ponto, o Movimento Passe Livre e sua reivindicação precisa, são uma criação política extraordinária.

É impossível discutir o aumento das tarifas sem nos darmos conta da origem sistêmica da corrupção: a relação, ao mesmo tempo espúria e estrutural, entre as empresas privadas (nesse caso, de transporte) e o poder público.

Dito isso, cabe pensar o gigantismo dos meios nos discursos midiáticos.

O ponto central é, evidentemente, o uso ou não da violência.

Quanto a isso, foi possível acompanharmos quatro momentos discursivos claramente delimitados:

1. “Os manifestantes são vândalos, bárbaros, imbecis e a polícia cumpriu muito bem o seu papel” (Marcante nesse momento foi aquela coisa proferida por Arnaldo Jabor, que dispensa adjetivações);

2. “Há uma violência equivalente de ambos os lados, a polícia está despreparada para lidar com esses malditos vândalos”.

3. A mudança no segundo discurso ocorreu ao vivo, durante a transmissão do ato de quinta-feira, em São Paulo: a tarja explicativa das imagens (não sei o nome técnico dessas tiras de engodo destilado) na Globo News afirmava: "briga e confusão no protesto...".

Após a divulgação da notícia de que alguns repórteres haviam sido feridos, a frase mudou: “confronto no protesto...”.

Já a fala do âncora do Cidade Alerta se tornou esquizoide, oscilando entre posições irreconciliáveis contra e a favor da ação da polícia, do Estado, dos manifestantes, da violência.

4. O quarto momento é (está sendo) a reorganização desse ponto de ruptura. Os telejornais já não podem manter o primeiro ou o segundo discursos, não apenas pela aprovação popular às manifestações, mas porque o reacionarismo anti-manifestação, que se alastrou nos últimos anos, apareceu em seu paradoxo de modo irrecusável: não é possível defender a democracia e ser contra o conflito.

Visto que, de uns dias para cá, ficou inviável associar qualquer forma de dissenso à violência (oh! Meu direito de ir e vir...), a solução, por ora, é negar o conflito por outra via: o problema não são as manifestações, mas o momento em que elas “descambam” graças a alguns “elementos extremistas desgarrados”.

Esses, que passaram do total de manifestantes, no primeiro momento, a parte do movimento, no segundo, tornaram-se uma exceção que deve ser prontamente eliminada.

Ontem, esse argumento apareceu de modo sutil na Globo News através de uma interminável e repetitiva entrevista a um repórter que acompanhou os conflitos no Rio – sua visão “objetiva” dispensou o âncora de articular a mentira de forma direta.

Já no Jornal SBT, bem menos sofisticado, a balela era escancarada, algo como: “a imensa maioria é pacifista e apenas quer se manifestar, os demais são aproveitadores que só querem fazer baderna; para esses, a força policial ainda é indispensável e deve ser enérgica”.

Mais uma vez, os fins somem: uns estão lá para uma linda terapia de massa, outros para fazer baderna.

Essa dualização ficou plasmada na transmissão ao vivo da Record. Intencionalmente ou levados por algum tipo de automatismo inconsciente, os editores dividiram a tela ao meio: de um lado, imagens dos manifestantes na Av. Paulista, em um ponto no qual já não caminhavam, pois haviam chegado a seu destino; do outro, imagens dos confrontos no Rio de Janeiro. Naquela metade, a imagem estava clara e brilhante; na outra, a iluminação vinha das fogueiras, tudo em volta era escuridão. A narração confirmava a edição (lembremo-nos: edição, pois as imagens em São Paulo eram ao vivo e as do Rio, corriam em loop): o bem e o mal, o aceitável e o inaceitável.

Através dessa simplificação é possível a construção, não apenas de um novo discurso, mas também de uma nova pauta: o importante é a Paz!

Os meios, então, se convertem, ainda uma vez, em objetivo e o reacionarismo se segura como pode, rearticulando os acontecimentos sob a chave-mestra da ideologia contemporânea: a segurança.

Outra técnica para lá de esperta, pois a mídia não apenas desloca o conflito verdadeiro, como dá a pinta de ter matizado seu segundo momento discursivo (e as “desculpas” do Seu Jabor se encaixam aqui); ou seja, a noção de que há uma equivalência de forças e razões entre manifestantes e o aparato repressivo dos estados, se mantém: os policiais ainda “apenas reagem”.

Há ainda muito a se refletir se partirmos desse material asqueroso que subitamente se tornou rico (para quem quer pensar, é claro!): o retorno de uma patriotada descabida (nada como uma ideologia basilar como a Nação para nublar o conflito); os descontentamentos específicos que ficaram de escanteio, como os reais motivos das manifestações contra a copa (o problema não é a corrupção, mas o fato de que os grandes eventos são, em si mesmos, a subtração de tudo o que ainda possa haver de público); o ponto de inflexão que foi a brutalização dos jornalistas na quinta-feira passada – e a ideia subjacente de que há os espancáveis e os não espancáveis; o uso descarado dos embates em torno das bandeiras partidárias nas manifestações; a fácil apropriação do slogan “acorda Brasil”, que poderia ter sido formulado pelo publicitário da Johnnie Walker, e por aí vai.

Mas muito ainda pode mudar tendo em vista a despolitização, pois se há algo ilimitado é a cara-de pau de nossa mídia monopolista, bem como o poder de urgência das ruas.

Eu acabei de escutar, no boteco aqui em frente, o Marcelo Rezende afirmando: “eu também estou nas ruas com eles”. Para que não esteja, e saiba que não está, vale a pena escutar quem importa. O atendente do boteco, um motoboy e um morador de rua, que presta serviços esporádicos para o comércio local, conversavam: “Eles estão certos, quem é pobre que sabe o que é pagar ônibus”. “Mas tem o vandalismo...”. “Eu acho que só não tem que quebrar comércio pequeno, se quebrar o Congresso vou achar ótimo”. “Não é vandalismo não, que vandalismo é quando não tem porquê”.

Silvia Viana

Professora de sociologia na FGV-SP, autora de Rituais de Sofrimento e se diz corinthiana


Ilustração: Daniel Kondo

Artigo escrito no dia 18 de junho de 2013.
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

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Temma

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #683 Online: 22 de Junho de 2013, 18:10:27 »
ancaps.. reclamam que pagamos impostos suecos, mas quando a população cobra serviços de qualidade eles vem com "there's no free lunch"

Onde está a contradição? :hein:
Nos dois casos o posicionamento é contra impostos e serviços estatais.

É. Eu também não entendi a crítica, pois está claro que pelo percentual de impostos que se cobra no Brasil, os serviços prestados pelo setor público são simplesmente medíocres.




Meu ponto é que não é por falta de recursos que temos serviços ruins, mas por outros fatores, como corrupção, gastos nababescos, legislação engessada, cultura, políticas imediatistas, sucateamento de serviços básicos que permitem a iniciativa privada ocupar esse mercado, tirando a responsabilidade estatal, enfim N outros fatores.

Logo, é perfeitamente possível protestar por melhor destinação a esses recursos, com a universalização de serviços essenciais à população (transporte, Sus, educação, segurança), e a retórica do almoço grátis não se aplica: há dinheiro.

Offline caerus

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #684 Online: 22 de Junho de 2013, 19:23:20 »
ancaps.. reclamam que pagamos impostos suecos, mas quando a população cobra serviços de qualidade eles vem com "there's no free lunch"

Onde está a contradição? :hein:
Nos dois casos o posicionamento é contra impostos e serviços estatais.

É. Eu também não entendi a crítica, pois está claro que pelo percentual de impostos que se cobra no Brasil, os serviços prestados pelo setor público são simplesmente medíocres.




Meu ponto é que não é por falta de recursos que temos serviços ruins, mas por outros fatores, como corrupção, gastos nababescos, legislação engessada, cultura, políticas imediatistas, sucateamento de serviços básicos que permitem a iniciativa privada ocupar esse mercado, tirando a responsabilidade estatal, enfim N outros fatores.

Logo, é perfeitamente possível protestar por melhor destinação a esses recursos, com a universalização de serviços essenciais à população (transporte, Sus, educação, segurança), e a retórica do almoço grátis não se aplica: há dinheiro.

É claro que a "retórica do almoço grátis" ainda se aplica, o dinheiro veio de alguém. Mesmo que, como você diz, haja dinheiro suficiente para, em teoria, fornecer serviços universais básicos "gratuitamente", o protesto deve ser contra os impostos que devem ser abusivos para que haja tanto dinheiro mal utilizado assim, e não contra a má utilização do dinheiro que como você mesmo disse é devida a fatores complexos e difíceis de serem resolvidos.

É muito mais simples e eficiente simplesmente reduzir os impostos e o peso do Estado do que esperar que de alguma forma misteriosa ele passe a ter uma eficiência sobrenatural, para os níveis de eficiência normalmente observados da máquina estatal, na administração do dinheiro oriundo desses impostos.

Temma

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #685 Online: 22 de Junho de 2013, 19:44:03 »
Me inclusa fora dessa, não protesto pelo estado mínimo. A lógica de querer que seja um serviço estatal, custeado por impostos, é que os em melhores condições paguem mais para custear os serviços dos que tem menos condições. Impostos progressivos. Já as regras de mercado permitem que cada um pague o seu, mas quem não possa pagar fique sem. Não é o que aspiro


Quanto aos fatores complexos e difíceis de serem resolvidos, a vida é assim mesmo, nada de fórmulas simples. O que devemos desconfiar é de fórmulas prontas. De qualquer forma, temos a Suécia como exemplo não apenas de impostos, mas na qualidade dos serviços. E tantos outros países cujos serviços são adequados  sem abraçar essa patifaria ancap das benesses do mercado e do papel vilanesco dos Estados que "roubam" a população.

Temma

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #686 Online: 22 de Junho de 2013, 19:49:04 »


aqui na minha cidade foram protestar no... shopping.  :stunned:

Offline _tiago

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #687 Online: 22 de Junho de 2013, 19:53:50 »
Não te entendi, Temma, você não gosta de fórmulas prontas e me sai com essa:

Logo, é perfeitamente possível protestar por melhor destinação a esses recursos, com a universalização de serviços essenciais à população (transporte, Sus, educação, segurança), e a retórica do almoço grátis não se aplica: há dinheiro.

Alguma ideia de como melhorar a destinação dos recursos ou mesmo garantir a universalização de tais serviços? Uma pergunta mais simples: tem como garantir transporte gratuito na cidade de São Paulo?

Offline _tiago

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #688 Online: 22 de Junho de 2013, 19:54:36 »
[img width=960 height=717]https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/1006181_474690119282966_957440951_n.jpg

aqui na minha cidade foram protestar no... shopping.  :stunned:

Afff...  :lol:

Temma

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #689 Online: 22 de Junho de 2013, 20:05:02 »
Não te entendi, Temma, você não gosta de fórmulas prontas e me sai com essa:

Logo, é perfeitamente possível protestar por melhor destinação a esses recursos, com a universalização de serviços essenciais à população (transporte, Sus, educação, segurança), e a retórica do almoço grátis não se aplica: há dinheiro.

Alguma ideia de como melhorar a destinação dos recursos ou mesmo garantir a universalização de tais serviços? Uma pergunta mais simples: tem como garantir transporte gratuito na cidade de São Paulo?

opa, estou saindo para o mesmo shopping, mas pra começar, financiamento público de campanha, pra acabar com a simbiose entre a classe política e os empresários.

Offline DDV

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #690 Online: 22 de Junho de 2013, 20:15:20 »
Não te entendi, Temma, você não gosta de fórmulas prontas e me sai com essa:

Logo, é perfeitamente possível protestar por melhor destinação a esses recursos, com a universalização de serviços essenciais à população (transporte, Sus, educação, segurança), e a retórica do almoço grátis não se aplica: há dinheiro.

Alguma ideia de como melhorar a destinação dos recursos ou mesmo garantir a universalização de tais serviços? Uma pergunta mais simples: tem como garantir transporte gratuito na cidade de São Paulo?

opa, estou saindo para o mesmo shopping, mas pra começar, financiamento público de campanha, pra acabar com a simbiose entre a classe política e os empresários.

Três perguntas:

- Financiamento público de campanha eleitoral acabaria com o financiamento privado às escondidas?

- Como se daria a seleção das pessoas que receberiam dinheiro público para promoverem suas candidaturas? Todos os interessados teriam chances iguais?

- Pergunta conceitual: é correto destinar recursos públicos para financiar um interesse pessoal de ocupar cargo público?

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline _tiago

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #691 Online: 22 de Junho de 2013, 20:25:25 »
Três perguntas:

[1] - Financiamento público de campanha eleitoral acabaria com o financiamento privado às escondidas?

[2] - Como se daria a seleção das pessoas que receberiam dinheiro público para promoverem suas candidaturas? Todos os interessados teriam chances iguais?

[3] - Pergunta conceitual: é correto destinar recursos públicos para financiar um interesse pessoal de ocupar cargo público?



[1] Não. Nunca. Propina pra que leis sejam votadas independem de campanha eleitoral. Se foi esse o sentido de "financiamento privado" utilizado por você. [2] Sorteio entre interessados! [3] Não. Exceto se houver vantagem para o público. Não sei se esse seria o caso. :P (eu sei que não foi pra mim!)

Minha vez:
Que você acha de acabar com a estabilidade em diversos setores do serviço público e fazer concurso com tempo determinado de duração, tipo 8 anos. Como um contrato?

Offline Fabrício

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #692 Online: 22 de Junho de 2013, 20:43:07 »
Acho o financiamento público de campanha uma péssima idéia. É botar mais dinheiro na mão dos ladrões, já que o financiamento privado debaixo dos panos vai fatalmente continuar.
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Offline DDV

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #693 Online: 22 de Junho de 2013, 20:43:21 »
Três perguntas:

[1] - Financiamento público de campanha eleitoral acabaria com o financiamento privado às escondidas?

[2] - Como se daria a seleção das pessoas que receberiam dinheiro público para promoverem suas candidaturas? Todos os interessados teriam chances iguais?

[3] - Pergunta conceitual: é correto destinar recursos públicos para financiar um interesse pessoal de ocupar cargo público?



[1] Não. Nunca. Propina pra que leis sejam votadas independem de campanha eleitoral. Se foi esse o sentido de "financiamento privado" utilizado por você. [2] Sorteio entre interessados! [3] Não. Exceto se houver vantagem para o público. Não sei se esse seria o caso. :P (eu sei que não foi pra mim!)

Minha vez:
Que você acha de acabar com a estabilidade em diversos setores do serviço público e fazer concurso com tempo determinado de duração, tipo 8 anos. Como um contrato?

Boas respostas. Eu gostaria de saber as respostas do Temma também, já que ele foi quem primeiro citou a idéia aqui.

Em relação à última pergunta: eu defendo que grande parte dos serviços públicos seja terceirizada. Os serviços não-terceirizados teriam metas de produtividades que, se não forem cumpridas, autorizariam a demissão do funcionário (liberar totalmente a demissão sem justa causa não seria bom, dado que a política engoliria completamente os cargos).
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Offline Cumpadi

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #694 Online: 22 de Junho de 2013, 21:03:18 »
Será que proibir a população de usar seu dinheiro para tentar mudar o rumo da política não tornaria a situação ainda mais desesperadoras para quem for que estivesse perdendo as eleições? Quem está no poder sempre geralmente tem a vantagem de fazer maracutaias com o dinheiro público.

Mas e o pior, se eu colocasse uma bandeirinha de um político na porta da minha casa eu deveria poder ser preso, por estar indiretamente financiando a campanha do sujeito. Existem tantas contradições e loopholes em fazer campanhas serem financiadas exclusivamente pelo estado.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Price

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #695 Online: 22 de Junho de 2013, 21:18:28 »
"Amigos, eu errei. É muito mais do que 20 centavos" - Arnaldo Jabor ( http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/2013/06/17/AMIGOS-EU-ERREI-E-MUITO-MAIS-DO-QUE-20-CENTAVOS.htm#ixzz2WzgnXEyS )

Mais um reacionário defendendo o que antes criticou...
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline Donatello

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #696 Online: 22 de Junho de 2013, 21:28:05 »
Citar
Quais?!

Sei, está obvíssimo a quais se refere, mas é numa questão assim que me pergunto:

A qualidade desses que reivindicam é melhor que a dos "alvos"? Ou, se estivessem no lugar dos "alvos", seriam potencialmente perfeitamente "alvos" dos que são "alvos" agora e que seriam reivindicadores na outra alternativa (posição)? A inveja é o maior dos males ("defeitos") funcionais dessa máquina. Faz o indivíduo repudiar e odiar tudo o que é/*está* melhor que ele, ou igual em situação melhor, e não por justiça, comportamento que só traz prejuizo à máquina invejosa. Tivessem, de fato, o necessário visceral ímpeto de sábia justiça (coisa que pode, dentro da sua devida raridade, pode ser encontrada no mais inculto dos homens), fariam o que deveria, de fato, ser feito, não essa brincadeirinha travessa de menininhos bobos.

Com a expansão dos evangélicos e dos ateus humanistas, com a carismatização do Brasil, o número de corruptos no país diminuiu muito no Brasil meu caro. Fomos iluminados pelo virus da civilidade quanto às coisas públicas, você não está mal informado, eu diria que está mal atualizado, esta situação que você insinua era verdadeira para o Brasil até pouco tempo atrás, não mais hoje. Hoje a corrupção e a canalhice são males que atingem meia dúzia de 10 ou 15 mil políticos e só, no muito respingam em seus assessores mais próximos e nos integrantes mais ativos dos partidos políticos, eles são os verdadeiros canalhas que afundam o Brasil.

O resto tudo se converteu nos últimos anos a alguma corrente religiosa supimpa restauradora da alma e obviamente nos transformamos em um país de gente decente, indefesa e muito vítima, quase como se fosse uma Holanda liderada por políticos Colombianos. Nada no seu post faz sentido, embora eu tenha uma tendência a concordar com quase tudo.

E estou escrevendo que nem você, vão pensar que você é meu troll (ou o contrário), vou parar por aqui.
« Última modificação: 22 de Junho de 2013, 21:56:50 por Donatello van Dijck »

Offline Südenbauer

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #697 Online: 22 de Junho de 2013, 21:37:13 »
12% da população de Santa Maria (30 mil) no protesto hoje. Nenhuma ocorrência.

Foi lindo demais. :)




Offline Price

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #698 Online: 22 de Junho de 2013, 21:38:50 »
Santa Maria é onde aquela galera morreu torrada?
Se você aceitar algumas colocações minhas...
A única e verdadeira razão de eu fazer este comentário em resposta é deixar absolutamente claro que NÃO ACEITO "colocações" suas nem de quem quer que seja.

Offline Südenbauer

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Re:Manifestações contra o aumento das passagens de ônibus
« Resposta #699 Online: 22 de Junho de 2013, 21:40:27 »
Sim... mas vamos dizer que tu podia ter sido mais discreto na escolha das palavras.

Tecnicamente, os óbitos foram por intoxicação.

 

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