Um colega assistiu o programa Roda Viva quando entrevistaram os líderes do MPL. Pelo que ele falou, se não me engano, os líderes criticaram a violência apartidária, mas quando perguntaram se aceitariam bandeiras do DEM e do PSDB, eles disseram que não.
Óbvio.
Óbvio que são de esquerda e não defendem bandeiras direitistas.
E aquela lenga lenga de que o protesto tem que ser democrático, que proibir bandeiras é fascismo, bla bla bla...
Talvez eu tenha entendido errado o "óbvio", eles não aceitam nenhuma bandeira, é isso?
Não. Eles aceitam bandeiras do PT, por exemplo. Um dos grandes motivos para eles se retirarem dos protestos é que eles teriam sido "contaminados" pela "direita", pelos conservadores. E o motivo que eles alegam é justamente os gritos de "sem partido", quando queimaram e tomaram bandeiras de militantes do PT e do PSTU. Eles afirmam que democracia sem partido é ditadura ou fascismo.
Democracia com partidos de uma ideologia e patota só também é ditadura. Engraçado que eles também não "compreendem" é que o protesto era apartidário e não que todos os partidos deveriam ser extintos. Qual o sentido de um protesto cheio de militantes do PT se o PT é o governo e a insatisfação geral é com a política atual? Se os protestos fossem confundidos como manifestação em massa de petistas, perderia todo fundamento. Por isso não é questão de direita e esquerda.
O que se revela é que esse movimento é esquerdista com viés autoritário, uma vez que não aceitaria uma bandeira de um partido diferente do deles, mesmo que defendendo uma mesma causa.
E já que minha percepção estava certa, os líderes do MPL, são de esquerda, portanto não vão querer numa manifestação criada por eles que pessoas defendam idéias de direita, numa direção oposta ao que eles defendem. Eu acho coerente.
O problema é o seguinte, em ordem cronológica:
1) O movimento é do MPL, que levanta bandeiras esquerdistas;
2) A polícia senta o bambu nos manifestantes e a mídia classifica os participantes como vândalos e baderneiros em geral;
3) O povo estoura e começar a participar dos protestos em massa;
4) O movimento é do povo que numa linha apartidária grita “SEM BANDEIRAS” pela rua, valendo somente a do Brasil;
5) O MPL e outros dizem que essa postura de “SEM BANDEIRAS” é Fascista e que cheira a golpe militar. Diz que o povo, se não é fascista, deve permitir que os partidos se manifestem com bandeiras também;
6) O MPL, durante entrevista diz que gritaria “SEM BANDEIRAS, DA DIREITA”.
O problema está em dizer que a proibição da minha bandeira é fascismo, mas proibir a bandeira do outro é coerência ideológica.
Em suma, essa turma tá mostrando que não tem ideal pró-povo (social) e sim partidário, no sentido de fazer bem a quem é do partido.