Engraçado como um comentário sobre funcionários públicos burlando a lei em benefício próprio logo vira alemães ajudando judeus a fugirem de nazistas ou luta contra a escravidão...
Claro, forjar um atestado médico para ficar alguns dias na praia, ser pago com recursos públicos e não trabalhar, é igualzinho a ajudar um judeu faminto a escapar de um campo de concentração. Meio termo não existe...
Não sei porque se critica tanto os funcionário públicos preguiçosos e corruptos, eles estão apenas agindo dentro do seu sistema ético pessoal, nada demais.
Ainda não está claro a que o Dodo se refere (a não ser que ele tenha explicado e eu não ter viso). O caso em seguida pode muito bem ser o caso ao qual ele se refere: Uma pessoa trabalhando por um real a menos que o salário mínimo e o Dodo tem de multar o empregador.
Eu sou chefe (não estou me vangloriando) e assino o "ponto" de meus subordinados (odeio essa palavra, mas odeio mais ainda "colaboradores" - soa tão falso), então quando está escrito no "ponto" atestado para justificar uma ausência, eu posso exigir que a pessoa traga o atestado ou então compense essas horas. Outra situação muito comum é o sujeito "sumir" e eu solicitar (quando não existe a possibilidade de compensação - e olha que eu sou bem tolerante!) o desconto dessas horas.
Eu gosto de fazer isso? Tenho orgasmos? Não... mas tenho que fazer!
Exemplo: no serviço público temos milhares de formulários, cadastros, etc.. é um trabalho que a pessoa pode fazer em qualquer horário, então não vejo a necessidade da pessoa ficar lá das oito as cinco e eu olhando o que ele está fazendo, isso abre um leque grande para a compensação. Caso isso ocorra com muita frequência - a pessoa não pagar as horas devidas - eu tenho uma conversa com ela, pergunto se ela esta com problemas, se de repente ela não se enquadraria em outro setor, solicito acompanhamento psicológico ( o RH tem profissional pra isso), etc. Enfim, faço de tudo para que a pessoa se "reencontre", mas também não posso colocar em risco a harmonia de um setor com vários funcionários (e acreditem, a história da maça podre é verdadeira). Então, se a psicóloga e a médica dizem que não tem nada errado (isso quando a pessoa não "foge" desses profissionais) só me restam as medidas administrativas.
Outro problema muito comum são os servidores rebeldes: eu gerencio um certo processo, sou responsável por ele (não vou contar, mas se ele der errado a merda é tão grande que rola a cabeça do reitor) e se eu sou o responsável, eu PRECISO ter o controle do processo, garantir que os prazos sejam cumpridos (saber o que está sendo feito e no ritmo que é feito), não posso admitir uma pessoa mudando as coisas porque não "gosta de ser mandada", pois ela acha que do jeito dela é melhor, mesmo estando em desacordo com os regulamentos. Acreditem eu aceito sugestões e já mudei várias coisinhas que facilitaram o trabalho do setor, não sou o dono da verdade... mas se a pessoa quer realmente fazer algo que está em desacordo com o regulamento, pois acha que este erá errado, então primeiro temos que mudar o regulamento, para não corrermos o risco de um processo administrativo.
Um outro caso (menos comum, admito) é funcionário "surtar" e vir trabalhar doente (parecia que estava com elefantíase), com dores (a ponto de andar chorando pelos cantos) e se recusar a apresentar atestado de que estava capacitado para trabalhar porque não "admite que eu seja o chefe dela", não me vê como tal, e por aí vai.
Eu sou bem tolerante... mas tem um pessoal que extrapola o limite do bom senso e se eu não fizer nada com eles, é injusto com quem faz o certo!