O modelo de franquias teria potencial de ser uma melhoria com relação ao estado atual das coisas?
O essencial no mercado é a liberdade, e na administração pública nós somos OBRIGADOS a fazer somente o que a lei determina e não tudo aquilo que ela não proíbe. Vamos imaginar um gestor privado contratado para administrar uma empresa pública, daí ele é o ordenador da despesa (quem assina o cheque), então é feita uma licitação e ele decide compra o produto mais caro porque tem melhor qualidade (sendo ordenador ele é o ÚNICO que pode fazer isso). A empresa perdedora entra com um recurso e pede para ele provar que o produto X é mais rentável para o o objetivo, exemplo: vamos comprar MAC ao invés de PC, ou então IPAD ao invés de um tablet SAMSUNG, só que o objetivo desses equipamentos é acessar um sistema qualquer através de um navegador qualquer, é lógico que é pedir para arranjar encrenca e responder por um superfaturamento numa licitação.
Acho que talvez possa ser visto como uma espécie de híbrido entre público e privado.
Não sou defensor de uma ultra-mega-privatização ou ultra-mega-estatização, mas duvido que essas parcerias deem certo. Como já disse antes (e sei que é uma utopia): não acho que devamos contratar o diretor da escola privada para gerir a escola pública e sim cobrarmos que o serviço oferecido seja igual em qualidade. Como fazer isso de maneira eficaz? Não sei, também sou usuário do serviço público, e tem horas que entendo o que o pessoal tá passando e porque do mau atendimento (falta de material, informação que não chegou na hora certa, etc) agora tem momentos em que você vê o descaso com a população, algo do tipo: foda-se que não tem médico, meu salário sai do mesmo jeito.
Bater o ponto e sumir, super faturar tudo é roubar descaradamente está na lei?
Putz... falei da dificuldade de um gestor privado trabalhar tendo leis que engessam o serviço público, onde eu disse que que concordo com o que acontece de errado?
É meio complicado conversar com você EDIT: eu li melhor o que você escreveu e acho que me deixei levar pelas emoções, deixei a frase anterior para que você entende porque estou me desculpando. Minha opinião: acho que parcerias público-privadas não funcionam, para mim cada macaco no seu galho, daí vem você: Olha lá, o médico bateu o ponto e não trabalhou, apareceu no Fantástico, 90% dos médicos do SUS não trabalham (tá sendo o cerne do seu argumento desde o começo do tópico, funcionário público é ruim, manda todo mundo embora e contrata a iniciativa privada). Mais de 25% da população tem plano de saúde, eu incluso, e isso é reflexo do que? Muitas pessoas fazem das tripas coração para educarem os filhos, colocam em colégios particulares para que eles passem num vestibular de uma universidade pública, então alguma coisa esta errada, por acaso alguém aqui esta dizendo o contrário?
Essa é minha opinião eu sei muito bem o que tem de ruim, pois estou dentro dessa josta há vinte anos e te digo: parceria público-privada não funciona, agências reguladoras podem funcionar.
Que tal antes de tudo isso uma reforma tributária? A desoneração da folha de pagamento? Um pouco menos de estado? É isso aí sim, menos estado, Quer um exemplo: minha contratação foi um erro, mas ninguém pode me mandar embora, não porque eu faço MAIS do que a lei exige de mim, mas sim porque a lei é assim. Eu posso mudar de cargo? Não. Posso me arrebentar de estudar (me capacitar) ou trabalhar e vou ficar no mesmo cargo até morrer. A lei é assim, ela não premia a meritocracia, então para que alguém vai se matar?
Você já viu alguém da iniciativa privada fazer MAIS sem chance NENHUMA de subir? Já imaginou você contratando um faxineiro, dali vinte anos ele é mestre em qualquer coisa, trabalha vinte horas por dia, mas é só faxineiro, você não vai mudar ele de cargo.. você acha que ele trabalharia vinte horas? Você pode argumentar que o cara é burro por ter ficado no mesmo emprego vinte anos, e concordo em parte, mas o serviço público tem um atrativo que se chama estabilidade e num país que nem o Brasil isso é um grande diferencial*.
* Esse é um fatores que gera um atendimento ruim, o cara fica de mal com a vida por ter se condenado a trabalhar num mesmo lugar durante a vida inteira e daí acaba descontando em quem não tem culpa. Por outro lado tem pessoas que abraçam uma carreira por vocação (militares, policias, servidores do judiciário, etc) e daí acabam pagando o pato por todo mundo. Enfim, é isso.
E é assim no serviço público. E isso porque a lei está errada. Não somos somente nós os servidores que somos culpados.
Vamos primeiro mudar as leis, a constituição? Vamos aprender a votar primeiro, vamos cobrar dos deputados um pouco mais de transparência, etc??
Desculpe, quem está visualizando uma utopia é você: manda 90% embora faz um convênio com a inciativa privada e tudo se resolve.
Ou muda tudo, desde constituição, acabando com a estabilidade, criando mecanismos claros de avaliação, premiar quem realmente merece e não aquele que fica observando a grama crescer por vinte anos porque a cada dois anos o salário muda um pouquinho, agindo com seriedade quem sabe a coisa melhore. Quem sabe!!!
A minha opinião: uma reforma estrutural! Se tiver que acabar com o SUS, ótimo. Se tiver que acabar com a universidade pública, beleza. É meio estranho um argumento assim: a universidade vai produzir mais se mandarmos todo mundo embora e fizermos convênio com a iniciativa privada, pronto!
P.S. Liguei para um amigo que tem uma empresa (não é micro empresa) e ele disse que os encargos encarecem a folha em cerca de 127%. Segundo ele, uns trinta por cento menos que isso já permitiria que ele contratasse mais uns dois funcionários e limitasse o número de horas extras.
Só dois, Dodo? Sim, mas imagina isso multiplicado em cada empresa pelo Brasil.