Oras, uma teoria que não leva em conta a massa do bioma é intuitivamente furada....
Os processos de mutação, seleção natural, e genética de populações, essencialmente independem da biomassa do bioma, e são suficientes para explicar adaptações presentes em qualquer biomassa que houver.
"Biomassa" é só um dos elementos que constitui o ambiente, e/ou o organismo/adaptação, e dessa forma, o modelo geral não é mais inerentemente cego a esse fator do que a qualquer outro. O que pode ocorrer é os pesquisadores negligenciarem esse fator (como qualquer outro) na análise, o que não deve ser comum.
Ou seja, não se tem uma conclusão como, "sem considerar biomassa, é verdadeiro que as características que conferem vantagem reprodutiva deverão se tornar mais comuns na linhagem ao longo das gerações, mas considerando biomassa, isso não acontece/o contrário acontece".
O que Gould diz, no que tange biomassa, é apenas que a evolução não corresponde à visão icônica do "menor" e "simples" inevitavelmente se tornar "maior" e/ou mais complexo. Isso não é o caso pela seleção natural estar "errada", mas apenas da noção de que características "maiores" e "mais complexas" seriam sempre mais adaptativas, o que é uma noção comum.
É equivocado se perguntar, "se a evolução é verdadeira, por que ainda existem micróbios? Eles não deveriam já ter evoluído?" A adaptação não vem de nenhum "ímpeto" evolutivo dos seres (o mais próximo disso seria mutação, que, por mais importante que seja, é no máximo só metade da história), mas depende do ambiente, do modo de vida, e o ambiente simplesmente permite vasta existência de formas de vida menos complexas. São mais raras situações/ambientes onde a complexidade é vantajosa o suficiente para ser aumentada e mantida por seleção natural.