Não é preciso de mais comida ou energia para haver evolução ou seleção natural. O princípio por trás da seleção natural é justamente que não vai haver comida para todo mundo, não são todos os que sobrevivem para passar os genes para a próxima geração.
E não sei se bicos diferentes constituiriam "maior complexidade", acho que mais comumente é algo tido só como "micro" evolução e nem um "passo" significativo dentro do acúmulo em algo macro.
Pode até passar os genes, mas não desenvolverá complexidade, pois para aumentar a complexidade genômica, demanda ATP
A variação de tamanho do genoma é bastante "barata" metabolicamente para eucariotos, existe tremenda variação no tamanho do genoma, até mesmo em espécies próximas.
[...] Interspecific variation is higher in animals than in the land plants, with an overall range of about 3300-fold (Gregory, 2001b). The smallest animal genome size (0·04 pg) is found in the placozoan Trichoplax adhaerens, which, being constructed of only four cell types and essentially resembling a giant ciliated amoeba, is also by far the simplest member of the kingdom. The largest animal genome size so far reported (∼132 pg) is that of the marbled lungfish, Protopterus aethiopicus. The tunicate Oikopleura dioica has a genome size of about 0·07 pg, making the range in chordates around 1800-fold, and several pufferfishes of the family Tetraodontidae exhibit C-values around 0·4 pg, for a vertebrate range of roughly 330-fold. Thus, even the vertebrates alone are considerably more variable than any one group of plants besides angiosperms. Ranges among some invertebrate groups may also approach this level, as with flatworms (340-fold), crustaceans (240-fold) and insects (190-fold), but in many cases are considerably smaller, as among annelids (125-fold), arachnids (70-fold), nematodes (40-fold), molluscs (15-fold) and echinoderms (9-fold). [...]
http://aob.oxfordjournals.org/content/95/1/133.full
Platelmintos variando em até 340 vezes o tamanho do genoma, crustáceos em 240 vezes, insetos em 190 vezes, anelídeos em 125 vezes, aracnídeos em 70 vezes, nematóides em 40 vezes, moluscos em 15 vezes e equinodermos, 9 vezes.
Em aves, mamíferos e répteis a diferença conhecida é de no máximo 4 vezes.Não são a regra geral esses genomas de tamanho excessivo, mas também não estão levando os organismos a morrerem de desnutrição nem nada.
E esse nível de diferença mais dramático, de centenas e dezenas de vezes o tamanho de um genoma aparentado, é um exagero para a questão, uma vez que a evolução vai se dar mais regularmente com variações menores, não precisando nem ser variação em número de cópias de um gene, mas apenas
alelos diferentes do mesmo gene. Um alelo diferente não deve ser geralmente metabolicamente mais dispendioso nem para procariotos. O fenótipo resultante pode até ser, mas será selecionado positivamente, se conferir adaptação suficiente (como no caso de Pseudomonas e os polímeros que conferem vantagem adaptativa quando vivem em folhas/plantas, mas são selecionados negativamente no solo).
É também interessante mencionar que o tamanho do genoma não se correlaciona muito com o que se costuma ter por complexidade do organismo:

Tamanho e variação do tamanho dos genomas dentro dos grupos.
Dizer que a falta de comida faz a variação da espécies É BESTEIRA DA GROSSA, teimosamente anti-científico, e não passa pelo fulcro do raciocínio médico:
Você parece estar entendendo as coisas por uma perspectiva lamarckista. A falta de comida não "faz" variação das espécies, ela é apenas um fator ambiental constante, selecionando variações (que existem por mutação, na variação genética comum) que melhor aproveitem e/ou obtenham comida (dentre outras coisas que confiram vantagem reprodutiva). Não é o caso de desnutrição conferir vantagem ou qualquer coisa assim, que parece ser o que você compreendeu.
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/alimentos_e_evolucao_humana.html
Para se compreender o papel da alimentação na evolução humana, devemos nos lembrar de que a procura pelo alimento, seu consumo e, finalmente, como ele é usado para processos biológicos são, todos, aspectos críticos da ecologia de um organismo. A energia dinâmica entre organismos e seus ambientes, ou seja, a energia despendida comparada à energia adquirida, tem conseqüências adaptativas importantes para a sobrevivência e reprodução. Esses dois componentes da aptidão darwiniana refletem-se na forma como estimamos o estoque de energia de um animal. A energia de manutenção é o que mantém um animal vivo. A energia produtiva está associada à concepção e manutenção da prole para a próxima geração. Para mamíferos, isso deve cobrir as demandas das mães durante a gravidez e lactação.
O tipo de ambiente que uma criatura ocupa irá influenciar a distribuição de energia entre esses componentes, em que condições mais duras representam, obviamente, maiores dificuldades. No entanto, o objetivo de todos os organismos é o mesmo: assegurar a reprodução, visando garantir, a longo prazo, o sucesso das espécies. Portanto, ao observarmos a forma como os animais se deslocam para obter a energia alimentar, podemos compreender melhor como a seleção natural produz a mudança evolutiva.
Esse trecho contradiz o que você tentava afirmar anteriormente, como de costume.
Quanto aos hominídeos que viveram entre 5 milhões
e 1,8 milhão de anos atrás, durante o Plioceno, a mudança
climática estimulou essa revolução morfológica. À medida que o
continente africano foi se tornando mais árido, florestas deram
lugar a pastos, deixando os recursos alimentares distribuídos mais
irregularmente.
O bipedalismo, nesse contexto, pode ser visto
como uma das primeiras estratégias na evolução nutricional humana,
um padrão de movimento que teria reduzido substancialmente o número
de calorias despendidas na coleta de alimentos.
O bipedalismo é extremamente complexo, haveria uma modificação cortical, níveis pressóricos modificariam, a relação corporal, equilíbrio, tudo teria de modificar... Do ponto de vista médico essa observação não passa de um apanhado de besteiras...
Acho que os pesquisadores estão divididos entre as hipóteses do bipedalismo ser uma condição ancestral dos hominídeos (humanos+chimpanzés+gorilas) ou se é uma "novidade" exclusivamente humana. Como quer que tenha se dado, é amplamente documentada no registro fóssil a transição de seres que são essencialmente "chimpanzés bípedes", até humanos. Ironicamente, faz mais sentido usar o termo "elo perdido" entre chimpanzés ou gorilas e os ancestrais comuns com humanos, do que entre humanos e esses ancestrais, onde a transição é melhor conhecida.