Primeiro, Fabi, entenda que uma medicação de uso sistêmico tem uma ação em todo o, bem, sistema. O fato de uma medicação ser em xarope não significa que não tenha uma ação sistêmica, isso é apenas uma forma de apresentação, comk também os são a cápsula, comprimido, drágea...
Eu sei, só estava sendo enfática.
Outra coisa é sua confusão entre vigilância farmacológica, que é o acampanhamento pelas agências de saúde (como a anvisa e a svs) de um fármaco que já está no mercado, cujos possíveis efeitos são notificados pelos profissionais de saúde, e estudos de coorte, que é o acompanhamento prospectivo ou retrospectivo de uma mesma população. Ambos fazem parte da fase 4 da pesquisa clínica.
Outra coisa interessante é que nem sempre um efeito colateral é algo prejudicial ao organismo. Estudos de fase 3 e 4 podem levar a novos usos dos fármacos. É o que aconteceu com o viagra, a finasterida e o AAS, por exemplo. Mas lembre-se que toda e qualquer medicação possui um efeito sistêmico e os profissionais sabem disso (e os estudos e ensaios vão ajudar a determinar isso).
É o que eu tava questionando aqui antes, o quanto os animais podem prever esse efeito sistêmico, será que os testes em animais não estão deixando passar medicamentos ruins e retendo os bons por variações fisiológicas entre humanos/ratos ou humanos/porcos ou humanos/cães...
Nós sabemos bastante sobre os cachorros e gatos, porque são animais de estimação, então sabemos que remédios são tóxicos pra eles e não pra nós, ou vice e versa. Mas porcos, coelhos e ratos?
Outra coisa é pensar no estudo de um fármaco como uma série linear e de apenas um laboratório. Ao mesmo tempo que ocorre um estudo de fase 4, diversos outros estão ocorrendo simultaneamente no mundo, tanto de fase 4 quanto de 3, 2, 1 e pré-clínicos (ainda que para se começar os de fase 4 já tenha passado pela fase 3 e assim por diante).
Sim, aí eu falei sobre os modelos de computador (que no futuro existirão), e aí a discussão desandou para: Será que o MIT e Caltech tem capacidade para tal proeza? Será que eles realmente estão trabalhando para tal feito.
Eu sei que parece ficção, mas as universidades americanas estão trabalhando nesses programas porque querem substituir (no futuro) o tal biotério, como o Luiz Souto disse, manter tal departamento é caro e problemático, e se houvesse outra alternativa a indústria farmacêutica iria preferir.
E de onde você acha que saem os investimentos nessas universidades (principalmente no departamento de biologia e medicina)?
Não é porque hoje a pesquisa é assim é que ela deve ficar pra sempre nesse modelo, se algum dia puderem usar outras fases, outras ferramentas e substituir os animais, é claro que vão fazer. Não é algo tão absurdo assim.
Outra coisa é você dizer que os médicos deveriam conhecer a bioquímica dos fármacos. Sim, devem. E o que promove esse conhecimento são justamente os modelos animais (ou você acha que mediunicamente saberia a bioquímica e farmacodinâmica dessas drogas para se iniciar com segurança os testes em humanos?).
Que no futuro pode ser substituído, pois como tudo na medicina, um dia ficará obsoleto e será trocado por algo melhor.