Os sintomas referidos no parágrafo parágrafo são: "
os negros no país são os que mais (1)são assassinados, são os que têm (2)menor escolaridade, (3) menores salários, (4) maior taxa de desemprego, (5) menor acesso à saúde, são os que (6) morrem mais cedo e (7 (ou 3 e 4 contados de novo?)) têm a menor participação no Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, são os que (8) mais lotam as prisões e os que (9) menos ocupam postos nos governos."
Dos oito/nove sintomas, só vejo o racismo institucionalizado na polícia (argumentavelmente comumente presente em mais situações, mas geralmente não documentado oficialmente) como possivelmente influente em dois deles, sublinhados, e mais fracamente a um deles, em negrito. Mas mesmo os dois sublinhados não podem ser totalmente (arrisco dizer, nem na maior parte) atribuídos a racismo, seja institucional ou individual.
Dessa forma ainda não vejo nada de errado com o meu post. Acho inapropriado o rótulo (ainda que seja tradicional ao conceito) "racismo institucionalizado" como explicação para todos esses sintomas. A mim o termo "racismo" sugere algo deliberado (como essas instruções da ordem de serviço da polícia de Campinas) enquanto que a maior parte das desigualdades raciais não são mantidas por discriminação deliberada, em especial discriminação racial em si.
Acho argumentável até que o racismo (e sexismo) instutucionalizado(s) em si é principalmente aquele no sentido oposto, de cotas de inclusão, embora eu não vá argumentar, como o Firefox, que "os negros são é privilegiados, não discriminados", ainda que a prática seja racista e prejudicial aos brancos em condições sócio-econômicas equivalentes, e possivelmente ao país/sistema onde são aplicadas as cotas, na medida em que elas implicarem em critérios inferiores de aprovação aos ideais (podem no entanto também trazer meio que "invisivelmente" a seleção de maior dedicação, o que é positivo, e talvez até compense, se os demais critérios não forem demasiadamente rebaixados).
http://www.ssp.sp.gov.br/noticia/lenoticia.aspx?id=24260
Policiais militares negros na alta cúpula da Corporação
[...] Negros na Polícia Militar
Policiais militares negros têm alcançado altos cargos de comando na Corporação, como o coronel Admir Gervásio Moreira, chefe da Casa Militar do Estado. Ele afirma que, em 36 anos como policial militar, nunca sofreu nenhum tipo de discriminação. Para o coronel, "a instituição é isenta disso. O racismo é um sentimento pessoal que a instituição orienta para não existir".
Outro comandante negro é o coronel Hervando Luiz Velozo, comandante do Policiamento de Trânsito (CPTran). Atualmente, ele tem sob sua responsabilidade 1,3 mil homens que realizam o policiamento de trânsito em toda a Capital. Velozo diz que nunca sofreu discriminação alguma em toda sua carreira e tampouco teve problemas com qualquer policial sob seu comando. Sobre a sempre questionada abordagem policial, o coronel afirma que ela "não é determinada pela cor e sim por atitudes suspeitas".
Comandando o policiamento de Guarulhos e região (CPA-M/7), o coronel Rui Conegundes de Souza já passou pela Corregedoria e diz que nunca chegou a investigar nenhum caso de policial suspeito de racismo. Em Guarulhos, ele comanda 2.338 homens e jamais teve problemas de discriminação.
O coronel Antônio César Cardoso, que comanda o policiamento em São José do Rio Preto e região (CPI-5), confessa que ele próprio tinha preconceito com a sua cor, por isso, acreditava que jamais passaria do cargo de sargento: "O preconceito, às vezes, vem do próprio negro". Ele conta que prestou concurso pela primeira vez para a Academia da Polícia Militar apenas para testar seus conhecimentos, pois imaginava que não seria aprovado. Resultado: foi aprovado mas não conferiu o resultado. Matriculou-se num curso para sargentos até que foi avisado às pressas pelos superiores que havia sido aprovado no curso para oficiais. Hoje, com 36 anos de polícia, ele afirma que não existem limites para pessoas de qualquer raça.
O coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, que comanda 22 mil homens e mulheres no Policiamento da Capital (CPC), e está na Polícia Militar há 32 anos, também afirma jamais ter sofrido qualquer discriminação. Para ele, "o ensino dos soldados é totalmente focado nos Direitos Humanos e na preservação da vida, e isso acaba moldando o seu pensamento para se abster desse tipo de preconceito". Sobre as abordagens policiais, o coronel afirma que não há preconceito e explica que elas são realizadas pelas reações das pessoas; e que, "às vezes, um negro que já enxerga a PM como preconceituosa, ao avistar o policial, se sente tenso pelo medo de ser abordado e adota uma atitude suspeita, o que leva à abordagem".
Daniela Sant’Anna
http://www.sidneyrezende.com/noticia/86293+livro+mostra+estudo+que+aponta+ascensao+dos+negros+na+policia+militar
Livro mostra estudo que aponta ascensão dos negros na Polícia Militar
[...] Uma das constatações mais significativas do estudo ( foram ouvidos 49 praças e oficiais negros através de entrevistas com duração de duas horas) é que a PM é a instituição estatal no Rio que quem mais emprega negros. Pelo menos, 60% da tropa (oficias e praças) são afrodescendentes, segundo Nobre. Se levados em conta somente os praças, o percentual de afrodescendentes sobe para 66%.
Os negros na PM, segundo o estudo, realizado entre 2000-2001, chegam a 42% dos oficiais da corporação, um proporção quase que igualitária entre brancos e negros na instituição que controla a ordem pública. Segundo Nobre, os negros descobriram uma porta de ascensão na PM fluminense e se tornaram grandes nomes da instituição
O livro apresenta ainda algumas constatações tais como: cerca de75 % dos entrevistados acreditam que na Polícia Militar não existe racismo, mas sim uma espécie de "racismo velado". Neste tipo de racismo, não se discrimina claramente o outro.
No entanto, os policiais negros, em sua grande maioria, acham que lá fora, na sociedade, o racismo é maior e mais persistente. Como policiais, acreditam, já foram discriminados por negros e estarem atuando numa profissão que controla o cidadão nas ruas.
Os policiais negros confessam ao pesquisador que, nas ruas, o negro é mais discriminado pelos próprios policiais ( sejam brancos ou negros) , isto é, eles, os negros são os mais suspeitos de cometerem crimes. Segundo os ouvidos, este estereótipo criminoso vem dos tempos da escravidão e infelizmente é seguido até hoje como padrão por muitas organizações policiais.
[...]
Com essas porcentagens de negros na polícia, dá até para começar a acusar de racistas as críticas que fazem à polícia.