Pode não ser um problema social mundial, mas é um problema social local, como o som alto e não acho que são os incomodados que estão errados. O jeitinho também é um traço cultural, mas eu não sou menos "moralista" com isso. Se tem alguém precisando ser menos sensível e parar de achar que está sendo vítima de perseguição são os malas e não quem tem que carregá-los. Todo mundo (nem todo mundo) gosta de amizade tanto quanto de namoro. Imagine que alegria um monte de mala te parando no meio da rua, pedindo seu telefone, querendo ser seu amigo, podendo ficarem bravos, te xingando, te perseguindo, caso você recuse ou simplesmente paase direto sem dar ouvidos? Mala por mala, a reclamação das chatas é mais pertinente que a dos chatos.
Bem, se a coisa não é benvinda, é um caso onde deixa de existir dificuldade em definir o que seria a prática de bom-senso por quem iniciou. É bem claro, nem tem discussão, não é como se fosse um "direito" seu começar a conversar com uma pessoa qualquer. E mesmo se a resposta ou silêncio for de alguma forma rude, bem, isso talvez até seja mais falta de bom senso de quem dá o toco do que de quem aborda, mas ainda não é preciso dar o troco na mesma moeda.
Mas mesmo nessa linha não-sexual da coisa, há pouco tempo uma pesquisa dizia que as pessoas prefeririam que houvesse mais bate-papo a toa pelas ruas/caminho do trabalho e etc, mas que as pessoas geralmente se sentem tímidas em iniciar uma conversa e/ou todos achavam que geralmente estariam sendo incômodos.
Aqui a repórter tenta por isso em prática mas não consegue bons resultados na maior parte do tempo:
http://nymag.com/scienceofus/2014/08/i-talked-to-strangers-for-a-week.html *
Eu não sei, simplesmente não consigo ver a coisa como tão dramática a ponto da recomendação preferível ser de que, ao sair de casa, você não deve jamais se dirigir a ninguém que não conheça, se o contexto não for ultra-explícito, como se toda a humanidade fosse composta de gente que é religiosamente introvertida. E acho que isso em teoria poderia ocorrer de maneira geralmente agradável a todos, e no mínimo, infinitamente menos incômoda para todo mundo do que de tempos em tempos ter alguém ouvindo funk carioca no celular ou no "carro de som".
Mas, como deveria ser mais ou menos claro, não estamos falando de "gritar coisas sexuais às pessoas".
*
Finally, an older man sits next to me. He is watching a video on his iPhone, with the sound off and no headphones. “Mind if I ask what you’re watching?” I ask. He looks at me blankly, gestures toward the phone. I don’t think he speaks English. (Though I am now remembering the times I’ve pretended to be a non-English speaker to get weirdos to stop talking to me.)