É complicado isso de "receita", o melhor que imagino até agora é "não seja um mala".
Mas ao mesmo tempo, quanto a essas últimas colocações. O fato de você parar de fazer qualquer coisa por haver o "risco" de ser incômodo, simplesmente não fará nada para diminuir a freqüência de aproximações que não se importam em ser incômodas ou são assim até propositalmente. Na verdade, desconsiderando qualquer outra coisa, só piora a proporção!
(lembrei do "elevatorgate"; acho que chegaram até a recomendar que não se entrasse em elevadores onde só houvesse uma mulher, o que não só não será algo que será levado em consideração por estupradores/molestadores físicos, mas esses só terão um ambiente mais seguro na medida em que as mulheres mais raramente estariam acompanhadas de pessoas contrárias a isso, cavalheiros demais até para ficar em sua presença).
E que risco exatamente é esse? Acho que para começar, talvez não seja boa idéia qualquer coisa com um "risco" de incômodo maior do que perguntar as horas ou comentar sobre o clima ("na dúvida, não ultrapasse?"). Estamos também considerando levantar esse tipo de coisa como problema social digno de campanha e legislação? Mas se a coisa é mais ou menos equiparável, acho que é preocupação excessiva, se a pessoa não for muito sem-noção no que considera equiparável, claro. Mas, é bom lembrar, o risco vai mesmo aumentando na medida em que a coisa gradualmente deixa de ser um início de "small talk" sexualmente neutro e passa a ter qualquer conteúdo mais sexual. Talvez outra recomendação geral pudesse ser de evitar "coisas que não diria a uma mulher acompanhada de um cara de físico imponente".