E vou tentar resistir ao impulso de responder ao Skeptkós, para não desvirtuar o tópico. Mas vou apenas dizer que uma coisa que já combinei com minha esposa que, caso tenhamos filhas, vamos fazer questão de que elas façam treinamento de auto-defesa (Krav Maga, se possível e mais para aumentar a auto-confiança). O fato é que nós homens não temos a mínima noção do grau de intimidação que as mulheres sofrem nas ruas. Isso foi algo que demorei a perceber.
EDIT: Consegui corrigir um erro gramatical idiota, antes que a patrulha chegasse. 
Eu acho um exagero tremendo fazer todo este alarde por simples cantadas, se continuarmos assim, daqui a pouco cantar mulheres na rua será considerado crime de assédio sexual, enquanto o inverso nunca o seria. Eu já demonstrei aqui que mulheres que se destacam é natural receberem mais atenção por parte do público masculino, e que muitas vezes isso se torna incomodo, mas não violento, sendo este um preço a se pagar pelo destaque social alcançado por ela, e que o mesmo acontece com homens socialmente destacados, sendo tanto ou mais importunados por mulheres do que mulheres destacadas socialmente o são por homens. E no entanto nenhum alarde é feito a respeito de homens importunados por mulheres que os desejam. E não deve mesmo, visto que não existindo nenhuma violência não há motivos para alarde.
Abraços!
Há certo tempo eu estava no metrô do Rio e uma moça que estava em pé ao meu lado virou e me perguntou: " Esse aqui vai pra Botafogo?"
- Vai. Eu disse.
- Mas você tem certeza?
- Qualquer um passa na estação Botafogo.
Aqui tenho que fazer um parênteses caso você não seja do Rio. O projeto do metrô aqui é uma lambança e vai ficar cada vez pior. Atualmente são duas linhas distintas que trafegam pelo mesmo trecho de trilho. O passageiro tem que ler o letreiro para saber se está entrando na composição certa.
Porém pegando na Estação Carioca em direção à Zona Sul, qualquer trem passa em Botafogo.
Mas continuando... ela disse: " Ah, eu não sei... outro dia eu peguei mas Botafogo não chegava nunca... quando vi era um lugar aberto... tinha árvore, casa, céu...Meu Deus, onde eu estou?"
- Ah, você pegou errado. Do outro lado e foi parar na linha 2. ( Pensei que ela fosse turista )
- Não. Entrei desse lado. Eu pego o metrô todo dia depois do trabalho.
Eu disfarcei para não rir nessa hora. Para ter acontecido o que ela estava dizendo, a moça teria que ter entrado por engano na composição da linha 2, em Botafogo não notou quando todos saíram do carro, quando o alto-falante avisou para todos desembarcarem, nem percebeu que ela estava sozinha no trem quando este entrou em algum túnel, fez a volta e retornou em direção à zona norte. Passou por umas dez estações sem achar nada estranho e só percebeu que alguma coisa estava errada quando o metrô emergiu no trilho de superfície, já na zona norte.
Imaginei que era a pessoa mais distraída do mundo. Até porquê, pra quem faz este trajeto todo dia como ela, sabe que da Carioca a Botafogo não é mais que 5 minutos.
Mas de repente eu pensei... Isso tão absurdo. É tão impossível. Será que essa história foi só um pretexto pra puxar assunto?
Bom, ela continuou conversando até Botafogo, uma pessoa simpática. Meio maluca talvez, mas não tirou pedaço... não foi nada demais.
Agora, eu, hoje em dia, talvez me sentisse tolhido em perguntar alguma coisa a uma mulher no metrô, com receio de ser mal interpretado. A gente já não sabe o que é considerado cantada, e que cantada é considerada assédio.