Enquanto eu me apóio em dados e fatos para chegar a conclusões meramente óbvias,
Você se apóia em teorias de conspiração achados em sites obscuros de credibilidade e imparcialidade duvidosas. Em alguns casos nem se dá ao trabalho de postar a história toda e o que o "outro lado" pensa do assunto. Até uma wikipédia serviria melhor.
Seria mais produtivo se você fosse capaz de demonstrar de maneira clara, que vínculos culturais e religiosos são estes, tão fortes entre os Estados Unidos e Israel, a ponto do governo americano se dispor a uma guerra nuclear pelo Estado Sionista?
O principal fator é geopolítico. Israel é um parceiro mais confiável dos EUA do que qualquer país árabe demonstrou poder ser. É culturalmente e institucionalmente mais idêntico aos EUA. Serve como um estado-tampão ou mesmo satélite numa região tão importante e estratégica como o Oriente Médio.
Como fator religioso, temos o apoio dos judeus e protestantes. Os protestantes têm mais simpatia pelos judeus do que os católicos, talvez porque lêem a Bíblia e se identifiquem mais com o "povo escolhido". Não subestime o argumento religioso.
Dizer que os EUA só teria razão em apoiar Israel se este tivesse petróleo no seu território é ridículo.
Talvez isto exista em algum conto de fadas, talvez em alguns daqueles filmes horríveis de Holywood com Silvester Stalone como protagonista. Mas no mundo real nós não temos nenhum outro exemplo disso.
Está dizendo que estados não costumam tomar decisões "ilógicas" do ponto de vista puramente econômico motivados por ideologia ou geopolítica?

A História tá cheia de refutações a isso. O próprio governo brasileiro atual faz merda* motivado por ideologia o tempo todo.
*do ponto de vista meramente econômico, ou do "interesse nacional".
Se governos fazem merda por motivos ideológicos fantasiosos, imagine políticas coerentes de ponto do vista geopolítico ou qualquer outro motivo não-econômico!
No mundo real, os Estados Unidos, supostamente baluartes da democracia, derrubaram inúmeros governos democraticamente eleitos para instaurar ditaduras estrategicamente convenientes.
Geopolítica.
Não fazia sentido deixar países se aliarem ao inimigo, tornando-o mais forte, se ele poderia evitar. Ademais, ser eleito democraticamente não implica necessariamente que o governo de um país respeite a democracia e as liberdades individuais após eleito (o que o faria perder a legitimidade). Eleições diretas sozinhas não são suficientes para se ter uma "democracia".
No mundo real suportaram durante anos, contra toda a indignação internacional, o regime de apartheid da África do Sul.
Geopolítica, economia e
cultura (a sociedade americana também segregava os negros até bem recentemente).
No mundo real meio milhão de filipinos foram mortos para tornar as Filipinas uma colônia americana.
Motivação econômica, mas quando foi isso mesmo?
O que defendo aqui não é que os EUA sejam "bonzinhos", mas que há outros fatores além do econômico influenciando os governos.
Ainda para ficar
no mundo real, que vínculo religioso, cultural, ideológico, teriam os americanos com o brutal regime de extrema direita indonésio, que massacrou centenas de milhares de pessoas?
Interesse geopolítico. Deixar a Indonésia ficar do lado soviético seria muito ruim para os EUA em caso de enfrentamento com a URSS.
No mundo real, aquele que a História nos apresenta e os noticiários repetem, os Estados não conformam suas políticas externas por valores românticos,
Românticos? Geopolítica, cultura, religião e ideologia são "romantismo"?
mas fazem alianças e inimigos baseados em interesses econômicos e de estratégia geopolítica.
É bom ver que você concorda que não é só o fator econômico.
Bom, você citou interesses culturais, ideológicos, religiosos, econômicos, políticos e, - redundantemente - geopolíticos. Os interesses econômicos e de estratégia geopolítica ( e se você quiser, também políticos ) demonstravelmente levariam um suporte aos árabes. E isso é muito difícil negar.
Ta aí algo que merece explicação. Eu não sabia que apoiar os árabes contra Israel seria melhor para os EUA do ponto de vista geopolítico. Você poderia explicar por que e demonstrar?
Agora eu gostaria que você me demonstrasse ( mas eu duvido muito que consiga fazer de maneira convincente ) que interesses "religiosos" e outros de mesma natureza, seriam estes, tão profundos e poderosos, a ponto de fazer uma superpotência agir consistentemente contra seus próprios interesses tanto econômicos quanto geopolíticos.
Primeiro você tem que demonstrar que os EUA estão agindo contra seus próprios interesses geopolíticos e econômicos ao apoiar Israel.
E seria interessante e divertido
também, se você fosse capaz de apontar em que outra circustância, em qualquer outro momento da História, com qualquer outra "nação amiga", os Estados Unidos tenham procedido de maneira semelhante.
No caso, você quer que eu cite exemplos de países que agiram por interesses outros além do econômico? (geopolítico, religioso, cultural, ideológico, político, etc):
É tão difícil, no mundo real, imaginar algo assim, que o único exemplo que você conseguiu forjar é infeliz e trabalha contra a sua tese. Em qualquer livrinho de História do segundo grau você pode aprender sobre os reais interesses da Inglaterra no fim da escravatura.
Como exemplo: o movimento abolicionista iniciado por presbiterianos na Inglaterra oitocentista "não tem sentido", pois não havia interesse ou ganho econômico imediato no fim do tráfico negreiro.
Os interesses do Governo da Inglaterra em relação à extinção do tráfico negreiro intercontinental estiveram presentes no Brasil desde a instalação da Corte portuguesa no Rio de
Janeiro. A princípio a Inglaterra agiu buscando restringir as áreas de atuação do tráfico que entendia ser ilícito. A emancipação política do Brasil fez a Inglaterra, mediadora na questão do reconhecimento, tomar uma série de medidas restritivas ao tráfico negreiro.
Qual seria o motivo do interesse inglês em defender o fim do tráfico e da escravidão? Certamente não apenas a pressão da opinião pública ou razões puramente humanitárias. Como o próprio Canning mencionava em seus despachos, havia importantes interesses econômicos. A proibição inglesa do tráfico de escravos para suas colônias nas Antilhas, produtoras de açúcar, ocasionou a diminuição da mão-de-obra e, conseqüentemente, o encarecimento do açúcar ali produzido. O açúcar do Brasil, beneficiado pela manutenção do tráfico e pelo uso da mão-de-obra escrava, obteria preços mais baixos no comércio internacional e as colônias inglesas seriam prejudicadas.
Fonte: História do Brasil - módulo 2 - material da rede pública.
Talvez isso te ajude a entender porque estes mesmos presbiterianos não pareceram se importar muito quando a própria Inglaterra dirigiu uma guerra para conservar seu lucrativo tráfico de ópio na China, ou com a exploração que levou a morte por fome de
milhões na Ìndia no séc. 19. Os mesmos presbiterianos bonzinhos e abolicionistas que massacraram os povos nativos da América do Norte.
Você está dizendo que a Inglaterra, após proibir o tráfico em seus domínios, percebeu que ficou em desvantagem em relação aos demais países e POR ISSO resolveu atacar o tráfico feito por eles? Mas se a abolição do tráfico a deixou em desvantagem, e se ela agia apenas por interesse econômico, por que aboliu o tráfico em seus domínios pra começar?