Autor Tópico: Analisando o "Perigo Islâmico"  (Lida 74138 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #375 Online: 02 de Agosto de 2016, 10:45:40 »
Procurando sobre textos do Pape e ISIS, ele diz coisas como que a religião não explica as mudanças de estratégias de alvos do ISIS. "Espantoso". Será que alguém realmente espera que eles estejam lá lendo o corão trechos como "e então deixarás de apenas defender e expandir próprio território, e passará a atacar os inimigos em seu próprio território, pois essa é a vontade de Alá"?

Ironicamente, escrevendo isso, até imagino que deva haver coisas que se aproximem. Mas ao mesmo tempo ninguém espera tal nível de especificidade para poder se considerar haver motivação religiosa significativa. A separação de política e religião existe em graus, e são os menores graus nesses casos.



Quanto a outra colocação do Pasteur, parece que na verdade, em muitos casos os atentados suicidas contados como sem motivação religiosa não foram mesmo conduzidos por muçulmanos, no trecho sublinhado, no final da citação:

Citar
https://www.thenation.com/article/heres-what-a-man-who-studied-every-suicide-attack-in-the-world-says-about-isiss-motives/
...
 He says that religious fervor is not a motive unto itself. Rather, it serves as a tool for recruitment and a potent means of getting people to overcome their fear of death and natural aversion to killing innocents. “Very often, suicide attackers realize they have instincts for self-preservation that they have to overcome,” and religious beliefs are often part of that process, said Pape in an appearance on my radio show, Politics and Reality Radio, last week. But, Pape adds, there have been “many hundreds of secular suicide attackers,” which suggests that radical theology alone doesn’t explain terrorist attacks. From 1980 until about 2003, the “world leader” in suicide attacks was the Tamil Tigers, a secular Marxist nationalist group in Sri Lanka.
...

(mesmo a distinção desse caso como sem influência religiosa ainda adere à essa noção de separação fundamental entre ideologias políticas e religiosas, algo que é debatível; não deve haver separação neurofisiológica precisa de fervor ideológico religioso e político, deve compartilhar muitos dos mesmos mecanismos, especialmente em casos onde os indivíduos não têm religião propriamente dita)

O trecho negritado não é algo que tira religião como motivação. Se ser uma "ferramenta" (requisito!) de recrutamento e meio de fazer a pessoa superar o medo de morrer não é algo que conta como influência religiosa, então isso seria por definição algo praticamente inexistente. Só seria possível falar em motivação religiosa se houvesse profecias nos textos sagrados prevendo exatamente o cenário político atual e instruindo a quem atacar. Mas acho que mesmo disso temos algumas aproximações razoáveis, tirando essa precisão de especificidades proféticas, quanto quer que sejam "teologicamente debatíveis", nas linhas de "mate os infiéis onde quer que os encontre". Por outro lado, talvez Pope afirme que não tem nada no corão falando especificamente de suicídio, ou de suicídio com bombas...



Essas tentativas de dissociar o terrorismo islâmico de religião como simples "nacionalismo" são simplesmente pífias. É sempre um nacionalismo religioso, não secular, onde as pessoas poderiam seguir quaisquer religiões que fosse. É uma guerra pelo domínio de uma religião sobre um território, para expulsão de infiéis, desde cristãos/ocidentais, até apenas não adeptos das mesmas interpretações/vertentes.

Rhyan

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #376 Online: 02 de Agosto de 2016, 22:47:50 »
Muçulmanos condenaram o atentado em Paris? Sim, veja abaixo

1) As organizações islâmicas não condenaram o atentado?
Condenaram. A Liga Árabe, que reúne todos os países árabes do mundo, a Al Azhar, considerada o principal centro de ensino islâmico do planeta, e todas as mais importantes organizações islâmicas dos EUA e da Europa condenaram o ataque terrorista. O mesmo vale para Chefes de Estado de todos os países de maioria muçulmana, que enviaram lamentos para os franceses
2) E os indivíduos muçulmanos condenaram o atentado?
Sim, condenaram. Muitos participaram de manifestações condenando o atentado ao redor do mundo. Recomendo a hashtag #notinmyname no Twitter para ver exemplos de condenações
3) Mas os muçulmanos lutam contra os terroristas?
Sim. Centenas de milhares de muçulmanos lutam diariamente contra a Al Qaeda e o ISIS (Grupo Estado Islâmico ou Daesh) na Síria e no Iraque. Não há nenhuma força ocidental lutando contra eles em terra – os EUA participam apenas de operações aéreas e logística. São as Forças Armadas sírias, as Forças Armadas iraquianas, as Forças Armadas libanesas, os curdos (sim, os curdos são muçulmanos) que lutam diariamente contra estas organizações terroristas. Só não cravo que são 100% das forças porque há soldados cristãos no Exército libanês e sírio, além de milícias cristãs pró-Assad na Síria. Jordânia, Arábia Saudita e Egito, entre outros países, agem em parceria com agências de inteligência ocidentais para combater o terror
4) Então os muçulmanos são da paz?
Em sua maioria absoluta, sim. Mas generalizar muçulmanos é um erro. Um turco imigrante na Alemanha não tem nada a ver com uma muçulmana libanesa em Beirute ou um médico no Paquistão. Seria como dizer que um alemão luterano, um católico italiano, um evangélico na Guatemala e um cristão ortodoxo na Síria tivessem as mesmas ideologias. Há várias correntes dentro do islamismo. No caso dos xiitas, há clero (os aiatolás). Nos sunitas, não. E dentro destas vertentes, que não são hás únicas, há vários braços de pensamento. Alguns mais radicais e outros mais moderados. Muçulmano pode ser o Zidane ou o Bin Laden, a Malala ou o Menem, a rainha Rania ou o Mohammad Ali
5) E por que há tanto ataque terrorista cometido por muçulmanos?
Nos dias de hoje, de fato, há muitos ataques terroristas cometidos por muçulmanos. São maioria. Mas trago algumas curiosidades. Nunca um muçulmano sunita havia se matado em nome da religião até o início dos anos 1990. Centenas ou milhares o fizeram depois. Por que? Porque ganhou força uma ideologia radical em algumas mesquitas e madrassas ao redor do mundo. Com o YouTube, o alcance se tornou maior. E líderes terroristas usam a religião, assim como nazistas usaram o nacionalismo, para atrair seguidores e levar adiante ataques violentos. Lembro que muitas regimes ditatoriais, como a Rússia, Cuba, China e Coreia do Norte não são islâmicos. E há países de maioria muçulmana, como o maior deles, a Indonésia, além do Líbano, Paquistão, Turquia, Tunísia e Bangladesh que são democráticos
6) E o que você acha do ataque de hoje?
Foi um ataque de dois terroristas contra a liberdade de expressão. Quem defende a liberdade de expressão deve repudiar este atentado
Post mais cedo
Os principais responsáveis pelo atentado terrorista hoje em Paris que matou 12 pessoas são, primeiro, os dois atiradores e seus cúmplices, se estes existirem; em segundo lugar, a organização à qual pertencem, se é que eles pertencem a algum grupo; em terceiro lugar, a ideologia que seguem. Nenhuma religião é responsável pelas mortes. E nenhum cartoon, por mais racista que seja, justifica o ataque.
E o que sabemos até agora? Sabemos que dois indivíduos invadiram um jornal satírico francês e mataram 12 pessoas. Os atiradores teriam gritado Allahu Akbar antes de fugirem. Ainda não foram capturados. A publicação alvejada publicou no passado cartoons classificados por muitos como islamofóbicos (anti-islã) que foram criticados ao redor do mundo.
A França tem leis que coíbem o antissemitismo, mas não a islamofobia. É diferente dos EUA, onde a primeira emenda da Constituição garante a liberdade de expressão e a pessoa pode ser antissemita e islamofóbica desde que não pregue a violência. Mas, voltando ao atentado, temos as seguintes perguntas
Quem são os terroristas?
Não sabemos ainda. Vídeos mostram dois homens mascarados.
Qual a organização responsável?
Não sabemos ainda. Sequer sabemos se há uma organização envolvida. Pode ter sido um ataque de lobos solitários, como em Sydney. Ou pode não ter sido. O ISIS (Grupo Estado Islâmico ou Daesh) ameaçou recentemente atacar  a Charlie Hebdo. Outros grupos terroristas e indivíduos fizeram o mesmo no passado
Qual ideologia estaria por trás?
Neste caso, provavelmente os atiradores seguem uma versão deturpada do islamismo sunita – o mesmo da Al Qaeda e do ISIS. Noto que os principais grupos islâmicos da França e do mundo condenaram o atentado terrorista de hoje. E associar genericamente o ataque de hoje aos muçulmanos é um erro. Lembro que os dois atiradores possivelmente são muçulmanos e franceses. Mas Zidane, Ribery, Nasri e Benzema (literalmente, quatro dos melhores jogadores da história da França) também são muçulmanos e franceses. Você pode classificar muçulmanos franceses como terroristas ou como craques de futebol melhores do que os brasileiros. Mas ambas classificações seriam erradas. Cada indivíduo é de um jeito. O certo é que ninguém merece morrer por uma piada, mesmo se for racista. Basta não dar risada ou, melhor ainda, reagir com bom humor.

http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/muculmanos-condenaram-o-atentado-em-paris-sim-veja-abaixo/

Rhyan

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #377 Online: 02 de Agosto de 2016, 22:54:16 »
Qual a probabilidade de um muçulmano ser terrorista?
Por Carlos Góes @goescarlos · Em 14/11/2015


Esse texto tem o objetivo de ser curto, mas provocativo. Antes de ventilar preconceitos, vale a pena a gente fazer uma pergunta: “qual a probabilidade de um muçulmano ser um terrorista?” Felizmente, a estatística, com ajuda de algumas extrapolações, ajuda a gente a chegar em algumas aproximações.

De acordo com os princípios de inferência bayesiana, podemos saber qual a probabilidade de um muçulmano ser terrorista se tivermos acesso a três informações:

A probabilidade de um muçulmano ser terrorista = ( probabilidade de um terrorista ser muçulmano * a probabilidade de um ser humano ser terrorista ) / a probabilidade de um ser humano ser muçulmano.

Ou, em notação probabilística:

P[terrorista | muçulmano] = ( p[muçulmano | terrorista] * p[terrorista] ) / p[muçulmano].

Como podemos estimar cada um dos termos?

1. Digamos que 75% de todos os terroristas são muçulmanos – historicamente é bem menos, mas tudo bem, erremos pra cima.

2. Há cerca de 400 casos de terrorismo registrados por ano. Se cada um deles foi cometido por cinco pessoas diferentes, a expectativa de vida média dos terroristas fosse de 80 anos e nenhum deles morrer no atentado, haveria 400 * 5 * 80 = 160 mil terroristas no mundo. A probabilidade de alguém aleatório ser terrorista seria igual a 160.000 / 7.000.000.000 = 0.002%. Seguramente esse número exagera bastante pra cima.

3. Cerca de 25% da população mundial é muçulmana. Então a probabilidade de um humano selecionado aleatoriamente ser muçulmano é de 0.25.

Calculando: P[terrorista | muçulmano] = ( 0.75 * 0.00002 ) / 0.25 = 0.00006 = 0,006%.

Provavelmente esse número exagera pra cima. Mas, mesmo que ele fosse certo, isso significaria que a gente estaria julgando 99,994% dos muçulmanos pelos atos dos 0,006%.

Isso faz sentido? O ponto importante é entender que, mesmo que a probabilidade de um terrorista ser muçulmano seja altíssima, a probabilidade de um muçulmano ser terrorista é muito baixa. Faz pouco sentido, portanto, culpar “os muçulmanos”.

“Os muçulmanos”, como um bloco único, não existem. O Marrocos é completamente diferente da Arábia Saudita. A Indonésia é completamente diferente do Irã. O Quirguistão é completamente diferente da Nigéria. E, dentro de cada um desses países, existe também uma diversidade dentro da própria população. Existem países que têm governos terríveis por uma mistura de irracionalismo religioso e complicações geopolíticas. Mas o mundo islâmico não é homogêneo e a gente precisa entender isso pra debater seriamente. Além disso, é importante ter em mente que a imensa maioria das vítimas do terrorismo são muçulmanas. Veja no gráfico abaixo. Culpar “os muçulmanos” quando eles são as maiores vítimas do terror não faz muito sentido.



Terroristas são monstros que devem ser punidos com o maior rigor. Mas é importante lembrar que a responsabilidade moral de atos de terror é dos terroristas – e não da imensa maioria de pessoas pacíficas que compartilha de uma característica específica com esses monstros.

http://mercadopopular.org/2015/11/qual-a-probabilidade-de-um-muculmano-ser-terrorista/

Dá Série "Todo homem é estuprador!"

Offline FZapp

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #378 Online: 03 de Agosto de 2016, 07:35:40 »
Essa situação do Pasteur é bem cômica. "A situação no Oriente Médio não tem nada a ver com islã, acontece que os EUA tiraram um governo que mantinha os muçulmanos radicais na linha e agora não tem mais, então o radicalismo muçulmano explode (no pun intended) mas não tem nada a ver com o islã, vocês não entendem realmente as motivações deles, só eu", "o Pasteur diz que ele entende as verdadeiras motivações deles, que não são as declaradas por eles", "espantalho!"

"A situação no Oriente Médio não tem nada a ver com islã, acontece que os EUA tiraram um governo que mantinha os muçulmanos radicais criminosos na linha e agora não tem mais, então o radicalismo muçulmano o poder dos criminosos explode (no pun intended) mas o que obviamente não tem nada a ver com o islã, vocês não entendem realmente as motivações deles, só eu e não adianta mostrar evidências e estatísticas porque o pensamento está moldado em caricaturas"

Está difícil de saber o que você disse ou não disse, mas vou dar o meu pitaco.

Hoje existem muitas evidências de que o DAESH conta nas suas filas com muitos ex-combatentes do Saddam (inclusive do governo) , e inclusive é de orientação sunita e não xiíta. Então talvez sim as forças de coalizão indiretamente tenham provocado um problema ou não resolvê-lo direito. Talvez tenha muito provavelmente dinheiro do ex-governo do Saddam também, porque a resistência à ocupação no Iraque foi nula diante do suposto poderio armamentista, porém ao longo dos anos muitos soldados morreram em ataques suicidas, o que levou a caracterizar como uma guerra de guerrilhas (uma Vietnam sem selva, guardadas as proporções, porque em Vietnam havia mais solodados inexperientes do que no Iraque).

Eu entendo o ponto central do que está dizendo de que terroristas usam o Corão e o interpretam como querem, e ser musulmano não tem relação com jogar bombas por aí. Inclusive o islamismo já teve uma tradição de convivência pacífica com o judaísmo. Mas isso acabou no início do século XX e agora virou uma guerra por territórios, e sejamos sinceros de que judeus também fazem diferenças religiosas, mesmo tendo um estado laico, o que agrava a coisa porque polariza a questão. Não que não haja direitos de fundar o estado de Israel, mas gerou umapolarização de forças que não resolve o problema até agora.

Porém o DAESH, ou Estado Islâmico, queria ser isso mesmo, um estado islâmico, e ao não conseguir, está dando essas reações bem difíceis de conter.

Talvez as posições principais do DAESH no Iraq e Sìria acabem por cair até o final do ano, com as ofensivas recentes das forças de coalizão. Talvez eles novamente consigam se espalhar a tempo e a guerra de guerilhas e de terror continue.

Mas também é verdade que em todo Oriente Médio religião e polĩtica se misturam de jeitos perigosos e só quando isso acabar, isto é, só quando proliferem por um certo tempo estados laicos, com governança real dos seus territórios e garantia de prosperidade, é que teremos esperança de terminar com esse estado de terror. Portanto, há culpados de todos os lados, puxa, como toda guerra ...
--
Si hemos de salvar o no,
de esto naides nos responde;
derecho ande el sol se esconde
tierra adentro hay que tirar;
algun día hemos de llegar...
despues sabremos a dónde.

"Why do you necessarily have to be wrong just because a few million people think you are?" Frank Zappa

Offline Muad'Dib

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #379 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:00:12 »
As religiões abraâmicas são um câncer. Todas. Os cristãos poderiam estar produzindo desgraças da mesma magnitude que os islamitas estão fazendo.

A diferença é que o câncer do islamismo encontrou um hospedeiro mais fragilizado do que câncer do cristianismo encontrou. E essa fragilidade tem como responsável as políticas ocidentais no oriente médio.

Seria cômico se não fosse trágico o fato de que Israel, para combater o Fatah, deu amplo suporte ao Hamas no início de sua história. Segundo a visão da época o Hamas era muito mais dócil e maleável do que o politizado fatah.

Eu fico espantado com as pessoas demonizando o islã, principalmente ateus. Agem como se a raiz do problema fosse o islamismo em si, e me parece que um espírito de cruzada está se fortalecendo no mundo cristão. Se o Islamismo é um problema nós temos um bilhão de inimigos ávidos por nos matar e a solução é matá-los antes.

É muito cômodo o sentimento de ter um inimigo e vê-lo como desumanizado.

« Última modificação: 03 de Agosto de 2016, 08:04:15 por I am not Johnny Ramone »

Offline Johnny Cash

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #380 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:08:17 »

Eu fico espantado com as pessoas demonizando o islã, principalmente ateus.

Pode dar mais detalhes sobre esse ponto dos ateus?

O meu espanto se dá é sobre os ateus que somente reconhecem pontos positivos em religiões (de histórico sangrento e bizarro). É praticamente a síntese do comportamento de "má-fé" Sartriano.
« Última modificação: 03 de Agosto de 2016, 08:12:39 por Johnny Cash »

Offline Johnny Cash

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #381 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:15:58 »
O grande amigo Agnóstico já nos avisava.

Avisava o que?

Povo não aguenta o contraditório que começa a apelar!

Avisava que você deveria ser levado como uma espécie de "carta branca" ou "café com leite" nesses debates, por causa de envolvimento familiar com "a causa".

Offline Muad'Dib

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #382 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:17:25 »

Eu fico espantado com as pessoas demonizando o islã, principalmente ateus.

Pode dar mais detalhes sobre esse ponto dos ateus?
Em que sentido?

É só uma opinião pessoal. Eu acho que TODAS as três religiões abraâmicas têm em seus livros sagrados fundamentos suficientes para o extremismo e, da mesma forma, mandamentos (por assim dizer, não sei se no corão há mandamentos) que induzem a bondade e amor ao próximo. A questão é que religião em si é um emburrecedor do ser humano e líderes religiosos a usam da forma que lhes é mais atrativo.

O velho testamento e, pelo menos Paulo, ex Saulo, vulgo "O Escroto", do novo testamento são um mar de podridão genocida, racista, escravocrata, pedófilo, etc.

Offline Johnny Cash

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #383 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:20:52 »

Eu fico espantado com as pessoas demonizando o islã, principalmente ateus.

Pode dar mais detalhes sobre esse ponto dos ateus?
Em que sentido?

É só uma opinião pessoal. Eu acho que TODAS as três religiões abraâmicas têm em seus livros sagrados fundamentos suficientes para o extremismo e, da mesma forma, mandamentos (por assim dizer, não sei se no corão há mandamentos) que induzem a bondade e amor ao próximo. A questão é que religião em si é um emburrecedor do ser humano e líderes religiosos a usam da forma que lhes é mais atrativo.

O velho testamento e, pelo menos Paulo, ex Saulo, vulgo "O Escroto", do novo testamento são um mar de podridão genocida, racista, escravocrata, pedófilo, etc.

Eu editei o meu post e completei com mais um trecho que talvez você não tenha visto opr ja estar respondendo:

O meu espanto se dá é sobre os ateus que somente reconhecem pontos positivos em religiões (de histórico sangrento e bizarro). É praticamente a síntese do comportamento de "má-fé" Sartriano.

Minha solicitação de esclarecimento, foi sobre você ter dito que fica espantado com pessoas demonizando o Islã "principalmente ateus"... como assim, principalmente ateus? Qual é seu ponto em relação aos ateus e a aversão ao islamismo?

Offline Muad'Dib

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #384 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:27:39 »

Eu fico espantado com as pessoas demonizando o islã, principalmente ateus.

Pode dar mais detalhes sobre esse ponto dos ateus?
Em que sentido?

É só uma opinião pessoal. Eu acho que TODAS as três religiões abraâmicas têm em seus livros sagrados fundamentos suficientes para o extremismo e, da mesma forma, mandamentos (por assim dizer, não sei se no corão há mandamentos) que induzem a bondade e amor ao próximo. A questão é que religião em si é um emburrecedor do ser humano e líderes religiosos a usam da forma que lhes é mais atrativo.

O velho testamento e, pelo menos Paulo, ex Saulo, vulgo "O Escroto", do novo testamento são um mar de podridão genocida, racista, escravocrata, pedófilo, etc.

Eu editei o meu post e completei com mais um trecho que talvez você não tenha visto opr ja estar respondendo:

O meu espanto se dá é sobre os ateus que somente reconhecem pontos positivos em religiões (de histórico sangrento e bizarro). É praticamente a síntese do comportamento de "má-fé" Sartriano.

Minha solicitação de esclarecimento, foi sobre você ter dito que fica espantado com pessoas demonizando o Islã "principalmente ateus"... como assim, principalmente ateus? Qual é seu ponto em relação aos ateus e a aversão ao islamismo?

Eu acho que o islamismo DEVE sim ser combatido, só que com a mesma força com que se é combatido o cristianismo e o judaísmo. As três religiões são inimigas da razão e da humanidade. Eu não posso esperar isso de um evanjegue, mas acho que um ateu pode sim perceber esse fato.

Offline Johnny Cash

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #385 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:31:12 »

Eu fico espantado com as pessoas demonizando o islã, principalmente ateus.

Pode dar mais detalhes sobre esse ponto dos ateus?
Em que sentido?

É só uma opinião pessoal. Eu acho que TODAS as três religiões abraâmicas têm em seus livros sagrados fundamentos suficientes para o extremismo e, da mesma forma, mandamentos (por assim dizer, não sei se no corão há mandamentos) que induzem a bondade e amor ao próximo. A questão é que religião em si é um emburrecedor do ser humano e líderes religiosos a usam da forma que lhes é mais atrativo.

O velho testamento e, pelo menos Paulo, ex Saulo, vulgo "O Escroto", do novo testamento são um mar de podridão genocida, racista, escravocrata, pedófilo, etc.

Eu editei o meu post e completei com mais um trecho que talvez você não tenha visto opr ja estar respondendo:

O meu espanto se dá é sobre os ateus que somente reconhecem pontos positivos em religiões (de histórico sangrento e bizarro). É praticamente a síntese do comportamento de "má-fé" Sartriano.

Minha solicitação de esclarecimento, foi sobre você ter dito que fica espantado com pessoas demonizando o Islã "principalmente ateus"... como assim, principalmente ateus? Qual é seu ponto em relação aos ateus e a aversão ao islamismo?

Eu acho que o islamismo DEVE sim ser combatido, só que com a mesma força com que se é combatido o cristianismo e o judaísmo. As três religiões são inimigas da razão e da humanidade. Eu não posso esperar isso de um evanjegue, mas acho que um ateu pode sim perceber esse fato.

Não entendi.

O ponto deve ser qual, exatamente? Que em toda frase contrária ao Islã deve-se incluir também "/cristianismo/judaísmo", dando a entender que se fala exatamente sobre a mesma coisa e que todos são iguais?

Offline Muad'Dib

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #386 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:39:40 »
Má fé sartriana não seria uma tentativa de fingir que não se é livre?

Enfim, sinceramente eu fiquei com a impressão que você distorceu o que eu escrevi para justificar uma opinião sua de que o Islã é condição suficiente para o terrorismo. É isso?


Offline Johnny Cash

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #387 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:47:16 »
Má fé sartriana não seria uma tentativa de fingir que não se é livre?

Nope.

Enfim, sinceramente eu fiquei com a impressão que você distorceu o que eu escrevi para justificar uma opinião sua de que o Islã é condição suficiente para o terrorismo. É isso?

Nope. Veja que você não me respondeu.

É o comportamento clássico do que a gente observava nos petistas aqui, não é? "Eu acho que o PT tem sim que pagar pelo que fez, mas acho muito engraçado que sobre o HELICOCA ninguém fale nada!!! Que se julgue o PT sim, mas só depois de julgarem o PSDB e o PMDB por crimes muuuuito piores!"

WTF?! Num clube como esse existe bomba de toda qualidade por sobre as religiões. Daí, toda vez que se refere ao Islã, tem que ficar cheio de dedos dizendo que "não que islã seja pior do que as outras religiões... os cristão também são da pesada... os judeus então, nassassenhora!"

Vou colocar algo nesse sentido na minha assinatura e ganhar passe livre pra criticar o Islã (E as demais religiões também, claro...) na sociedade moderna.

Offline Muad'Dib

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #388 Online: 03 de Agosto de 2016, 08:57:40 »
Puta merda. Falácia do petista. É brincadeira.

Tá certo, tem razão, esses islamitas são monstros, depois de todas as flores e mel que nós cristãos ocidentais demos para eles nós recebemos morte em troca.

O islã é uma religião genocida e deve ser extirpada. Vamos torcer para o Trump transformar o oriente médio em um enorme estacionamento de vidro nuclear.

Offline Johnny Cash

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #389 Online: 03 de Agosto de 2016, 09:01:02 »
Ta vendo como é fácil?

Só de propor que eu possa vir a fazer críticas ao Islã na sociedade moderna (isso foi o máximo dito no post), o cara entende que eu disse que os islamitas são monstros e que o Trump tem que detonar todo o oriente médio.


  :lol:  :lol:

É sintomático dos tempos em que vivemos ou num é?

Offline Muad'Dib

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #390 Online: 03 de Agosto de 2016, 09:03:20 »
Ta vendo como é fácil?

Só de propor que eu possa vir a fazer críticas ao Islã na sociedade moderna (isso foi o máximo dito no post), o cara entende que eu disse que os islamitas são monstros e que o Trump tem que detonar todo o oriente médio.


  :lol:  :lol:

É sintomático dos tempos em que vivemos ou num é?

Você chegou a ler a parte onde eu afirmo que o islã é um câncer?

Offline Pasteur

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #391 Online: 03 de Agosto de 2016, 09:28:35 »
Essa situação do Pasteur é bem cômica. "A situação no Oriente Médio não tem nada a ver com islã, acontece que os EUA tiraram um governo que mantinha os muçulmanos radicais na linha e agora não tem mais, então o radicalismo muçulmano explode (no pun intended) mas não tem nada a ver com o islã, vocês não entendem realmente as motivações deles, só eu", "o Pasteur diz que ele entende as verdadeiras motivações deles, que não são as declaradas por eles", "espantalho!"

"A situação no Oriente Médio não tem nada a ver com islã, acontece que os EUA tiraram um governo que mantinha os muçulmanos radicais criminosos na linha e agora não tem mais, então o radicalismo muçulmano o poder dos criminosos explode (no pun intended) mas o que obviamente não tem nada a ver com o islã, vocês não entendem realmente as motivações deles, só eu e não adianta mostrar evidências e estatísticas porque o pensamento está moldado em caricaturas"

Está difícil de saber o que você disse ou não disse, mas vou dar o meu pitaco.

Hoje existem muitas evidências de que o DAESH conta nas suas filas com muitos ex-combatentes do Saddam (inclusive do governo) , e inclusive é de orientação sunita e não xiíta. Então talvez sim as forças de coalizão indiretamente tenham provocado um problema ou não resolvê-lo direito. Talvez tenha muito provavelmente dinheiro do ex-governo do Saddam também, porque a resistência à ocupação no Iraque foi nula diante do suposto poderio armamentista, porém ao longo dos anos muitos soldados morreram em ataques suicidas, o que levou a caracterizar como uma guerra de guerrilhas (uma Vietnam sem selva, guardadas as proporções, porque em Vietnam havia mais solodados inexperientes do que no Iraque).

Eu entendo o ponto central do que está dizendo de que terroristas usam o Corão e o interpretam como querem, e ser musulmano não tem relação com jogar bombas por aí. Inclusive o islamismo já teve uma tradição de convivência pacífica com o judaísmo. Mas isso acabou no início do século XX e agora virou uma guerra por territórios, e sejamos sinceros de que judeus também fazem diferenças religiosas, mesmo tendo um estado laico, o que agrava a coisa porque polariza a questão. Não que não haja direitos de fundar o estado de Israel, mas gerou umapolarização de forças que não resolve o problema até agora.

Porém o DAESH, ou Estado Islâmico, queria ser isso mesmo, um estado islâmico, e ao não conseguir, está dando essas reações bem difíceis de conter.

Talvez as posições principais do DAESH no Iraq e Sìria acabem por cair até o final do ano, com as ofensivas recentes das forças de coalizão. Talvez eles novamente consigam se espalhar a tempo e a guerra de guerilhas e de terror continue.

Mas também é verdade que em todo Oriente Médio religião e polĩtica se misturam de jeitos perigosos e só quando isso acabar, isto é, só quando proliferem por um certo tempo estados laicos, com governança real dos seus territórios e garantia de prosperidade, é que teremos esperança de terminar com esse estado de terror. Portanto, há culpados de todos os lados, puxa, como toda guerra ...

Concordo com você em quase tudo, principalmente com a porcaria que é misturar estado e religião.  :ok:

Também gostei muito de você ter lembrado da tradição da convivência pacífica entre judeus e muçulmanos. Se esses conflitos fossem algo inerente a essas religiões, isto não teria sido possível. Então isso me faz valorizar outros fatores que levaram a esses problemas atuais.

Offline Gauss

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #392 Online: 03 de Agosto de 2016, 10:05:22 »
A Sharia é um conceito político ou religioso? Ou os dois ao mesmo tempo?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Pasteur

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #393 Online: 03 de Agosto de 2016, 10:14:05 »
A Sharia é um conceito político ou religioso? Ou os dois ao mesmo tempo?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charia

A Sharia tem aspectos mais utilizados em alguns países e outros aspectos menos utilizados em outros países de maioria islâmica.

Offline Gauss

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #394 Online: 03 de Agosto de 2016, 11:29:29 »
A Sharia é um conceito político ou religioso? Ou os dois ao mesmo tempo?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Charia

A Sharia tem aspectos mais utilizados em alguns países e outros aspectos menos utilizados em outros países de maioria islâmica.

E o conceito de Jihad? Ele está no Corão? Ou é  algo inventado por interpretações?


Os países que não utilizam a Sharia são os laicos como a Tunísia moderna, a antiga Turquia pré-Erdogan e mistos como o Líbano, certo? Não sei se o Paquistão ainda é laico, antigamente ainda era. Como evitar que um povo que segue uma religião que  sustenta uma jurisprudência como a Sharia não a ponha em prática, e seja laico alinhado com o Ocidente? Muito difícil, pois a opinião  geral do povão é aquela que as pesquisas indicam.

Existe um documenta´rio muito bom, que dá na TV Escola se não me angano, chamado "Por que Democracia? Num dos episódios que é apresentado por uma muçulmana paquistanesa, é abordado esse tipo de assunto. Infelizmente o vídeoestá indisponível, mas têm a sinopse nosite.

Citar
Episódio: Jantar com o presidente

Sinopse

O general Pervez Musharraf assumiu a presidência do Paquistão em 2001, depois de um bem-sucedido golpe militar. Tendo como pano de fundo um jantar na residência oficial, a Casa do Exército, o documentário mostra um pouco da vida política desse país ainda regido por regras tribais. Trabalhadores e intelectuais, jornalistas e empresários também são convidados ao debate e discutem se é possível e como um líder militar pode desempenhar um papel importante na orientação do Estado para a democracia moderna.
http://tvescola.mec.gov.br/tve/video/por-que-democracia-jantar-com-o-presidente

Edit: Achei o ep. em inglês no Youtube:
<a href="https://www.youtube.com/v/gh4o6Wju3rI" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/gh4o6Wju3rI</a>
« Última modificação: 03 de Agosto de 2016, 11:32:44 por Gauss »
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Pasteur

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #395 Online: 03 de Agosto de 2016, 12:07:59 »
E o conceito de Jihad? Ele está no Corão? Ou é  algo inventado por interpretações?

Vamos ver como interpretam dois dos mais famosos Xeques brasileiros:

Citar
Como o Alcorão é manipulado para justificar o terrorismo de radicais islâmicos?

Para insurgentes e terroristas de inspiração islâmica, a justificativa para o uso da violência está nas palavras do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. E para quem lê os versículos isoladamente, sem levar em contra o contexto em que ele é citado e a época da qual ele se refere, algumas palavras podem parecer um convite para a barbárie –mas não são.

"Extremismo surge quando há terreno fértil, e o fanatismo religioso, em geral de todas as religiões, é igual ao mosquito da dengue: precisa de água parada para procriar e se espalha rapidamente", analisa o xeque Rodrigo Rodrigues, da mesquita do Pari, em São Paulo. "Em qualquer situação e problema social, econômico ou político, tudo isso é propício. As pessoas conseguem ter visões apocalípticas de qualquer texto sagrado, e assim os textos corânicos ganham um significado totalmente deturpado", explica o xeque Rodrigues.

Hani Hazime, especialista em estudos islâmicos da UFRJ, lembra ainda que os grupos radicais elegem versículos que incentivam a lutar contra os infiéis e ignoram completamente o que está escrito antes e depois, e muitas vezes são trechos que explicam, contextualizam e até deslegitimam o banho de sangue proposto por estes grupos em suas próprias interpretações. "O Alcorão nunca falou em luta contra os cristãos, por exemplo. No livro, são citados como 'o povo da Bíblia', mas nunca como inimigos".
Na verdade, a mensagem islâmica transmitida no Alcorão tem a mesma base do judaísmo e do cristianismo. "O Alcorão fala bastante dos judeus, dos cristãos, isto porque existe afinidade do Islã com os fiéis destas religiões, por causa de suas origens. Então os muçulmanos não são contra estas pessoas, a não ser que eles lutem contra outros muçulmanos", diz o xeque Jihad Hammadeh, da Wamy (Assembleia Mundial da Juventude Islâmica).

Aliás, o próprio nome do xeque Jihad Hammadeh tem o significado deturpado pelos terroristas. A jihad, traduzida por extremistas como "guerra santa", na verdade significa empenho, esforço, batalha pelo bem. "Qualquer pessoa que faça um bem está em uma jihad. E isto inclui desde recolher o lixo do chão até a defender a pátria com a sua própria vida", explica o xeque Hammadeh.

Apesar de os trechos fazerem referências ao uso da violência, é preciso interpretá-lo de acordo com o contexto do capítulo –sura ou surata, como o Alcorão é dividido. Muitos foram revelados pelo profeta Maomé durante guerras, e citam frequentemente os idólatras. O xeque Rodrigues explica que os idólatras eram os povos que viviam em Meca antes da revelação do Alcorão. "Eles adoravam ídolos, estátuas, dezenas de deuses, eram pagãos da Árabia primitiva que negavam a mensagem de Maomé e a combatia em guerras", diz o xeque Rodrigues.

A própria sharia, lei islâmica que tem como base os ensinamentos do Alcorão e na biografia do profeta Maomé, deriva de interpretações –no caso do Estado Islâmico (facção terrorista que controla partes da Síria e do Iraque), uma legislação em uma versão brutal. É por causa de sua própria interpretação, por exemplo, que a Arábia Saudita proíbe as mulheres de dirigirem, e que o Irã condenou Sakineh Mohammadi Ashtiani à morte por apedrejamento por adultério.

A pedido do UOL, alguns dos trechos usados pelos grupos radicais para justificar o uso da violência foram analisados pelos xeques Hammadeh e Rodrigues. A versão do Alcorão apresentada nesta reportagem é a traduzida para o português pelo professor de árabe da USP Helmi Nars.

Veja as interpretações:

2- A sura da vaca
191. E matai-os, onde quer que os acheis, e fazei-os sair de onde quer que vos façam sair. E a sedição pela idolatria é pior do que o morticínio. E não os combatais nas imediações da Mesquita Sagrada, até que eles vos combatam nela. Então, se eles vos combaterem, matai-os. Assim é a recompensa dos renegadores da Fé.

Xeque Hammadeh: O versículo tem um contexto. Houve um acordo com os idólatras, inimigos dos muçulmanos. O acordo premia que os muçulmanos viajariam com segurança, sem serem incomodados, e vice-versa. Mas um grupo isolado rompeu o pacto e matou alguns muçulmanos. Então, Deus revelou este versículo, prevendo a pena de morte. Mas como o acordo não foi quebrado por todos, a punição não é aplicada a todas as pessoas. Por isso, Maomé pede para buscar os que quebraram o acordo e os mate.

Xeque Rodrigues: Quem interpreta este versículo como um incentivo à violência ignora o 190, dizendo que o muçulmano só combate quando é agredido e ele não pode ser o primeiro a agredir. Neste contexto, os idólatras, o povo de Meca, tinha expulsado o profeta Maomé e seus seguidores, mataram muitas pessoas, e foi travada uma guerra aberta com os muçulmanos. E o trecho diz: expulsaram vocês? Expulse-os. Matou vocês? Mate-os. É aí que está o problema destes movimentos que usurpam os versículos: eles usam este versículo como se fosse escrito sobre hoje. Chegam na França, onde pessoas estavam se divertindo em um bar, em um restaurante, e detona uma bomba. 'Combato aquele povo', dizem. Mas eles são os idólatras de Meca? Que agressão aquelas pessoas fizeram para iniciar uma guerra?

5- A sura da mesa servida

33. A recompensa dos que fazem guerra a Allah e a Seu Mensageiro, e se esforçam em semear a corrupção na terra, não é senão serem mortos ou serem crucificados ou terem cortadas as mãos e os pés, de lados opostos, ou serem banidos da terra. Isso lhes é ignomínia, na vida terrena, e, na Derradeira Vida, terão formidável castigo

Xeque Hammadeh: Este versículo fala justamente de terrorismo. Deus fala para as pessoas que praticam o terror que esta é a punição para crimes tão graves como colocar a vida das pessoas em risco, criar terrorismo na sociedade, para que sirva de lição para as pessoas. Existe um castigo severo.

Xeque Rodrigues: O contexto histórico deste versículo retrata os que combatem a Deus e seus mensageiros, atacando os muçulmanos, tomando seus bens, os expulsando de suas terras. Fala sobre o revide quando o muçulmano é atacado. Mas um radical tira este versículo do contexto e o usa, por exemplo, no caso do jornal "Charlie Hebdo". Eles acham que o jornal está fazendo charge, debochando do profeta, do Alcorão, e Deus mandou puni-los. Mas em um Estado islâmico de direito, e em qualquer outro Estado constituído efetivamente, onde existem leis, direitos e deveres para todos os cidadãos, quem decide as punições é a Justiça. Os EUA têm pena de morte, não tem? Este versículo é um dos usados também na Arábia Saudita para julgar alguns crimes, como latrocínio. E sempre quem decide quem morre é a Justiça.

9- A sura do arrependimento
3. E é uma proclamação de Allah e de Seu Mensageiro aos homens, no dia da Peregrinação maior: que Allah e Seu Mensageiro estão em rompimento com os idólatras - então, se vos voltais arrependidos, ser-vos-á melhor. E, se voltais as costas, sabei que não escapareis do castigo de Allah. E alvissara, Muhammad, aos que renegam a Fé doloroso castigo.

5. E, quando os meses sagrados passarem, matai os idólatras, onde quer que os encontreis, e apanhai-os e sediai-os, e ficai a sua espreita, onde quer que estejam. Então, se se voltam arrependidos e cumprem a oração e concedem az-zakãh¹, deixai-lhes livre o caminho. Por certo, Allah é Perdoador, Misericordiador.

Xeque Hammadeh: Este versículo fala sobre o período de 4 meses sagrados em que as tribos árabes fazem um pacto: nos meses da peregrinação, qualquer guerra que existisse seria interrompida. As pessoas estão indo e vindo em paz, no caminho para adorar a Deus. Deus diz para o profeta Maomé que se existir alguma guerra com os idólatras, já que eles eram os maiores inimigos dos muçulmanos, ela deve ser parada. Após este período, o conflito pode ser retomado –a não ser que eles queiram a rendição, um acordo ou que se convertam ao Islã. O que se fala muito é que os muçulmanos sempre estão em constante guerra com os não-muçulmanos, e isso não é verdade. Existem guerras em alguns momentos por causa de agressões. Fora isso, estamos em constante paz, independentemente da religião do outro.

Xeque Rodrigues: Quando começou a guerra entre os muçulmanos e o povo de Meca, e os muçulmanos dominaram toda a Arábia, Deus avisou que os idólatras deveriam devolver a cidade de Meca sem enfrentamentos. Eles teriam quatro meses para fazer um acordo, se converter ao islamismo ou entregar Meca. Depois deste prazo, a anistia se encerraria. E quem não cedesse às armas e seguisse armado, enfrentaria a guerra.

111. Por certo, Allah comprou aos crentes suas pessoas e suas riquezas, pelo preço por que terão o Paraíso. Combatem no caminho de Allah: então, eles matam e são mortos. E promessa, que, deveras, Lhe impende, na Tora e no Evangelho e no Alcorão. E quem mais fiel a seu pacto que Allah? Então, exultai pela venda que fizestes. E esse é o magnífico triunfo.

Xeque Hammadeh: Este versículo incentiva as pessoas a lutarem pela causa de Allah. O que seria esta causa? A Justiça, tudo o que Deus aprova, como legítima defesa, se nós formos agredidos. Por exemplo, se eu enfrento um ladrão, um bandido, um agressor que quer estuprar uma mulher, e eu salvar a vítima, mas morrer na tentativa de contê-lo, isto não é considerado suicídio. É um ato de heroísmo aprovado por Deus. Como muçulmano, terei como recompensa o Paraíso, já que eu defendi a causa de Allah. Estou fazendo algo positivo. É um ato de violência, mas para o bem. Este é o cerne da questão: se é para o bem ou para o mal, se Deus aprova ou não. E a causa de Allah não é matar não-muçulmanos. Se o bandido for muçulmano, como é este grupo que se denomina Estado Islâmico, mas que na verdade é pseudoislâmico, os que estão lá e morrem os enfrentando são heróis.

Xeque Rodrigues: Esse versículo também foi usado pela Al Qaeda, de Osama bin Laden. Ele fala na guerra, para os que têm medo de se sacrificarem, de deixar para trás as casas, famílias, bosques, em vez de defender a religião, a cidade, os filhos. Que eles saibam que Deus já cuidou de tudo. Mas este trecho é usado pelos grupos porque eles justificam o uso da violência usando as palavras deste versículo, para matar pessoas que não têm nada a ver com a história. Mas estas palavras são usadas, na verdade, por todos os lados, Como um comandante do Exército Livre da Síria (opositor) vai falar para os soldados enfrentarem o Exército do ditador Bashar al-Assad? Ele usa este versículos e argumenta para seus homens: 'como você vai construir um futuro para os seus filhos? Não existe sacrifício sem derramamento de sangue.'

47- A sura de Muhammad
4. Então, quando deparardes, em combate, os que renegam a fé, golpeai-lhes os pescoços, até quando os dizimardes, então, acorrentai-os firmemente. Depois, ou fazer- lhes mercê, ou aceitar-lhes resgate, até que a guerra deponha seus fardos. Essa é a determinação. E, se Allah quisesse, defender-Se-ia deles, mas Ele vos ordenou a guerra, para pôr-vos à prova, uns com outros. E aos que são mortos, no caminho de Allah, Ele não lhes fará sumir as boas obras

Xeque Hammadeh: Este é mais um caso em que o contexto traz o conceito de legítima defesa. O que tem na guerra? Espadas. Então Deus diz que, se vocês encontrarem as pessoas com quem estão em guerra, que os expulsa de suas residências, que os agrediu, tiraram sua dignidade, então as vítimas estão livres para resgatar isto, mas só se for legítimo. E qual é a definição disto tudo: matar, acabar com a guerra, quando se ganha ou perde, ou com a existência de um acordo que deve ser cumprido. E muitas vezes as pessoas questionam: mas por que Deus está fazendo isto comigo? Deus está testando a sua fé e se você merece mesmo esta Justiça, terá que lutar por ela.

Xeque Rodrigues: É um versículo que foi revelado em uma guerra. Fala dos incrédulos na batalha, então deve-se considerar que o oponente é um idólatra, não-muçulmano em guerra contra a religião dele. E como é que estes grupos radicais fazem para justificar o uso deste trecho? Eles dizem que a pessoa deixa de ser muçulmana porque não os apoiam. Se não apoia a sua causa, o incrédulo pode ser até mesmo próprio muçulmano. A Al Qaeda usou esta argumentação, o EI usa também. Na Síria, os diferentes grupos radicais consideram seus rivais como incrédulos, mesmo que sejam todos muçulmanos. Quem não aceita o julgamento do EI se converte no incrédulo que o Alcorão mandou matar. E os muçulmanos que não aceitam esta interpretação são os primeiros a morrer. E são vítimas duas vezes: primeiro destes grupos radicais, e depois do preconceito motivado por causa das ações destes grupos.

¹ Parte dos bens concedida em caridade

Offline Entropia

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #396 Online: 03 de Agosto de 2016, 12:24:27 »
Qual a probabilidade de um muçulmano ser terrorista?
Por Carlos Góes @goescarlos · Em 14/11/2015


Eu fico imaginando porque o pessoal tem mania de atacar argumentos batidos. Ninguém aqui tá dizendo que todo muculmano é terrorista. O fato quao fortemente a religiao/cultura islâmica influencia nisso. E a influencia é enorme. Homens bombas se explodindo nao sao o único problema vindo de lá. Existem instituicoes eleitas democraticamente que querem espalhar a Sharia pelo mundo. E uma grande, gigantesca quantidade de muculmanos tem ideais que sao incompatíveis com o "ocidente". Apostasia, chicotadas, Crimes de honra, pena de morte pra homossexuais e etc. Veja o vídeo que postaram da Raheel Raza

E nao é simplesmente uma questao de "Ah, eles pensao isso, sao feios". Existem efeitos práticos e mensuráveis de como essas visoes impactam em termos de crimes, por exemplo. Aqui temos as estatísticas criminais da alemanha:

http://i.imgur.com/EHbUiOU.jpg

Por que será que todos os crimes aí citados tem uma lideranca extremamente expressiva de imigrantes vindo de países islâmicos? Especialmente estupro e abuso sexual de criancas. Coincidência? Nao, eles trazem consigo ideais que simplesmente nao sao compatíveis. O maior exemplo disso atualmente foi o incidência em Colônia Alemanha, no ano novo, onde quase 500 mulheres foram vítimas de todo tipo de assédio e até estupro. E todos os criminosos eram vindo ou do norte da áfrica, ou do oriente médio. A maioria dos muculmanos nao faz esse tipo de coisa? Ok, mas o suficiente(300kk+) possuem ideais que influenciam nisso. Dizer que nao tem nada a ver é se botar na ignorância.

Offline Gauss

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #397 Online: 03 de Agosto de 2016, 12:36:39 »
Esse xeque Rodrigues não é o mesmo que este aqui?
http://veja.abril.com.br/mundo/um-jihadista-no-brasil/

As desculpas de interpretação desses xeques são incrivelmente parecidas com as dos cristãos de alguns trechos da Bíblia. Os religiosos sempre vem com  o papo: "Bem, mas veja bem o o contexto..."; "Ora, o que está aqui é algo que se refere na verdade aquilo..." ; "Jesus não estava querendo  falar espada num sentido literal, espada pode ser traduzido do  aramaico como sinônimo de amor..."; A ambiguidade interpretativa é clara nestes textos.

Citar
Xeque Rodrigues: É um versículo que foi revelado em uma guerra. Fala dos incrédulos na batalha, então deve-se considerar que o oponente é um idólatra, não-muçulmano em guerra contra a religião dele. E como é que estes grupos radicais fazem para justificar o uso deste trecho? Eles dizem que a pessoa deixa de ser muçulmana porque não os apoiam. Se não apoia a sua causa, o incrédulo pode ser até mesmo próprio muçulmano. A Al Qaeda usou esta argumentação, o EI usa também. Na Síria, os diferentes grupos radicais consideram seus rivais como incrédulos, mesmo que sejam todos muçulmanos. Quem não aceita o julgamento do EI se converte no incrédulo que o Alcorão mandou matar. E os muçulmanos que não aceitam esta interpretação são os primeiros a morrer. E são vítimas duas vezes: primeiro destes grupos radicais, e depois do preconceito motivado por causa das ações destes grupos

E onde estão movimentos islâmicos organizados que protestam e agem contra esses radicais e suas ações? Temos exemplos isolados de muçulmanos que criticam abertamente esses tipos, ou de curdos que lutam por uma questão política, mas a maioria das organizações islâmicas logo acusam críticos (inclusive críticos muçulmanos) de islamofobia. É mais que claro que os que mais sofrem nas mãos dos radicais são os próprios muçulmanos, então porque acobertar?
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Entropia

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #398 Online: 03 de Agosto de 2016, 12:45:38 »
Muçulmanos condenaram o atentado em Paris? Sim, veja abaixo

Lindo, porém

http://www.pewresearch.org/files/old-assets/pdf/muslim-americans.pdf#page=97

26% Dos Muculmanos Britânicos veem alguma justificativa nos atentados suicidas
35% Dos franceses
13% dos alemaes

:/

Nota: Europa.

Offline Pasteur

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Re:Analisando o "Perigo Islâmico"
« Resposta #399 Online: 03 de Agosto de 2016, 12:48:39 »
Esse xeque Rodrigues não é o mesmo que este aqui?
http://veja.abril.com.br/mundo/um-jihadista-no-brasil/

As desculpas de interpretação desses xeques são incrivelmente parecidas com as dos cristãos de alguns trechos da Bíblia. Os religiosos sempre vem com  o papo: "Bem, mas veja bem o o contexto..."; "Ora, o que está aqui é algo que se refere na verdade aquilo..." ; "Jesus não estava querendo  falar espada num sentido literal, espada pode ser traduzido do  aramaico como sinônimo de amor..."; A ambiguidade interpretativa é clara nestes textos.

Citar
Xeque Rodrigues: É um versículo que foi revelado em uma guerra. Fala dos incrédulos na batalha, então deve-se considerar que o oponente é um idólatra, não-muçulmano em guerra contra a religião dele. E como é que estes grupos radicais fazem para justificar o uso deste trecho? Eles dizem que a pessoa deixa de ser muçulmana porque não os apoiam. Se não apoia a sua causa, o incrédulo pode ser até mesmo próprio muçulmano. A Al Qaeda usou esta argumentação, o EI usa também. Na Síria, os diferentes grupos radicais consideram seus rivais como incrédulos, mesmo que sejam todos muçulmanos. Quem não aceita o julgamento do EI se converte no incrédulo que o Alcorão mandou matar. E os muçulmanos que não aceitam esta interpretação são os primeiros a morrer. E são vítimas duas vezes: primeiro destes grupos radicais, e depois do preconceito motivado por causa das ações destes grupos

E onde estão movimentos islâmicos organizados que protestam e agem contra esses radicais e suas ações? Temos exemplos isolados de muçulmanos que criticam abertamente esses tipos, ou de curdos que lutam por uma questão política, mas a maioria das organizações islâmicas logo acusam críticos (inclusive críticos muçulmanos) de islamofobia. É mais que claro que os que mais sofrem nas mãos dos radicais são os próprios muçulmanos, então porque acobertar?

Não é acobertar, mas sim não identificá-los como muçulmanos. Sabem enxergar terroristas como criminosos. Se você procurar existem inúmeras organizações criticando. Procure no Google.

Cadê os movimentos organizados que criticam os traficantes no Rio de Janeiro?  ::) Como se critica funcionasse...


 

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