Sobre os posts do Doubt nos conclamando a ajudar de comunidades carentes e outras platitudes. Imaginando que ele faz isso porque tem tempo, eu não tenho o mínimo tempo. Zero. Viagens e trabalho facilmente 12 horas em um dia.
Convencer as pessoas, eu tento. Quando estou em taxi, com pessoas que trabalham comigo, facebook etc.. A maior parte dessas pessoas votam em quem eu voto.
Na boa, essa visão de que devemos sair nas ruas para trabalhar com o social é bem ingênua, e mais ingênuo ainda é pensar que isso iria fazer alguma diferença na política, a não ser que eleitores do Aécio o fizessem no NE.
É claro que o brasileiro deveria protestar mais, sair nas ruas, mostrar seu desespero por ser tratado como gado, e de fato é interessante tentar saber porque não fazemos. Não faço a mínima idéia.
Uma hipótese é que gringos, ingleses, primeiro mundo, as pessoas tem tempo para si. Nos EUA vi lugares que apagam as luzes antes das 19:00 para as pessoas irem embora e as que ficam, ficarem em evidência. Espanha o mesmo. Bélgica idem. América Latina se trabalha demais, o que é um dos problemas estruturais que temos (basta pensar que se você faz o trabalho de dois, você irá tirar uma pessoa do mercado, o que gerará mais oferta que demanda, que fará você ganhar menos, e trabalhar mais para evitar perder o emprego que você mesmo pois em risco).
Mas fica aí uma pergunta, porque raios o brasileiro não protesta.
É muito conveniente chamar de ingênuo quem faz o que você não pode, não sabe, não tem tempo de fazer ou não quer, mas ingênuo mesmo é esperar que as mudanças venham das urnas, seja quem for eleito. Típica mentalidade terceiro mundista, finge que se engana. Para curtir a "festa da democracia" é preciso ajudar a prepará-la ou depois arrumar a bagunça. Estamos deixando as duas coisas para os outros. Até parece que o abominável Aécio das Nevez ia reescrever o pacto federativo, resolver os contratempos discutidos nesse tópico e por aí na rede. Então por que esse papo agora? Isso é discurso de mau perdedor, velho. Gente que não soube ganhar, porque dá trabalho, não é só apertar um botão no feicebuque e outro na urna, mas também não sabe perder e agora quer dar um jeitinho. Mas, não. Não é preciso ir até o Nordeste. Ainda não conseguimos despachar todos os nossos problemas para lá. Tem muito trabalho no quintal de casa, em Minas, no Rio, mesmo em São Paulo e no Sul. O Nordeste é por todo lado.
O que precisamos é rechaçar ideias estúpidas. Aproveitar o sisma dessas eleições da melhor forma, não da pior. Instigar a divisão, mas política, fortalecer a oposição, endurecer para o lado desse gorverno sórdido, dificultar a governabilidade da safadeza e não nos deixarmos amansar mais uma vez. Todos os dias, pelos próximos quatro anos, não só em época de campanha.