A pergunta nao foi pra mim, mas responder. Vc pode ser visto como alguem mais maduro pelas pessoas com quem convive, mas suas conviccoes sobre sexualidade e sobre a mulher mostram imaturidade nesta area. E exatamente em questoes humanas e sociais a experiencia de vida faz muita diferenca no que pensamos sobre os outros e o mundo. Nao importa quantos livros vc leia sobre sexualidade ou comportamento humano ou ciencias em geral, vc continua pensando como um adolescente justamente pq nao tem experiencia de vida. Tudo que vc escreveu aqui sobre a mulher e esse tal de masculinismo (que pra mim ta mais pra clube dos cornos) reflete imaturidade. Nao se ofenda, e' constatacao de quem ja tem alguns anos nas costas. Por fim...
"Quando tiveres mais idade, veras a influencia desta nas tuas ideias" - Dostoieviski.
Há a possibilidade também da maturidade ser um engano. Podemos ter a ilusão de um progresso, e isto não ocorrer. Não é difícil imaginar que pessoas maduras não entendam pessoas jovens por conta de toda a 'maturidade' em lidar com a vida.
Me lembrei de um belíssimo filme que toca neste ponto, que estava no cinema até pouco tempo, We are the best!, um filme sueco sobre duas adolescentes em um paraíso socialista, onde o Estado supre suas necessidades básicas, mas que não conseguem se comunicar e encontram voz no punk. Também lembro dos filmes do Takeshi Kitano, mas é melhor eu parar por aqui. É que, sei lá, como quem não é muito bom em se expressar, muitas vezes o procuro em arte.
Em resumo, concordo com o forista que descartar sua opinião porque ele é jovem é uma coisa meio, meh. Mas não concordo com as opiniões desse tal forista. Também sou da geração que se preocupa com sexo, drogas e rock'n roll.
E se vc recorre a Dostoievski, recorro a Eliot:
Que valor pode ter a calma tão longamente esperada,
Com tanto ardor desejada, a serenidade outonal
E a sabedoria da velhice? Teriam eles nos logrado
Ou lograram-se a si próprios, os mais velhos de fala comedida,
Que nos legaram apenas o recibo de uma fraude?
A serenidade não passa de um embrutecimento voluntário,
A sabedoria encerra apenas o conhecimento de segredos mortos
Inúteis na escuridão a que assomaram
Ou daquela de que seus olhos se esquivaram. Há, nos parece,
Em suma, apenas um limitado valor
No conhecimento que deriva da experiência.
O conhecimento impõe um modelo, e falsifica,
Porque o modelo é vário para cada instante,
E cada instante uma nova e penosa
Avaliação de tudo quanto fomos.
Apenas não nos decepcionaremos
Com tudo o que, decepcionando, já não causa mais dano.
Na metade, não apenas na metade do caminho
Mas ao longo de todo o caminho, numa floresta escura, num
carrascal,
À beira de um abismo, onde o pé jamais logra equilíbrio,
E ameaçados por monstros, luzes fantasmagóricas,
Na perigosa fímbria do encantamento. Que não me falem
Da sabedoria dos velhos, mas antes de seu delírio,
De seu medo ao medo e do frenesi, do medo de serem
possuídos,
De pertencerem a outro, ou a outros, ou a Deus.
A única sabedoria a que podemos aspirar
É a sabedoria da humildade: a humildade é infinita.
Todas as casas submergiram no mar.
Todos os bailarinos submergiram na colina.