Esse é o ponto, os radicais nunca acham que esses ataques foram gratuitos, todos eles justificam um ataque com um desculpa. A culpa é sempre do outro. Eu sou contra o ataque em Paris, condeno os terroristas e acho que a liberdade de expressão é inalienável, e ao mesmo tempo condeno quem bombardeia civis e principalmente crianças, pra mim não faz diferença se a ordem veio de uma tribo no Afeganistão ou de uma mesa redonda em Washingto, os dois lados são terroristas, assassinos, monstros. Mas estamos aqui, condenando malucos e sempre justificando a às atitudes de governos que cometem atos até piores. Tá cheio de Charlie aqui, mas não lembro de nenhum Muhammed quando ele tinha 9 anos e levou uma bomba na cabeça dentro da escola, sem nunca ter feito charge nenhuma, sem nunca ter se envolvido com política, sem nunca ter feito nada. mas hey, a culpa é dos terroristas que atacaram antes, a culpa é do 11/9, esses Estados estãoapenas se defendendo... Qual a ddiferença de quem pensa assim e justifica a morte de crianças e de um radical que pensa que o Isla está sob ataque e eles estão se defendendo? Se cobramos os moderados islâmicos por não dizerem nada, quando vamos cobrar os moderados ocidentais por não se manifestarem contra as atrocidades que os Estados cometem?
Em algum ponto, você tem que definir de maneira objetiva o que é ou não.
O Estado está agindo de maneira objetiva, de acordo com uma Convenção assinada por 180 países que dizem que um Estado tem o poder e dever de defender sua soberania, seu território e seu povo.
Você condenar ou não, é indiferente. O Estado não é uma pessoa boa ou ruim. Ele é utilitarista, pragmático. Tem obrigações para com o seu povo. O Direito Internacional existe para mitigar um pouco a desumanização que se faz de outras nações. No fim das contas, é cada um por si.
Sua "condenação" não é a mesma de um cidadão israelense que vive na divisa e tem foguetes caindo na cabeça o tempo inteiro. Sua opinião pra ele é indiferente, porque é ele quem está sob risco de vida. Mas você quer dizer até que ponto ele tem direito de defender a própria vida.
A Palestina tem eleições, governo, polícia. Quais medidas efetivas eles tomaram contra os terroristas? Por estarem dentro do mesmo território, eles têm essa facilidade. Mas politicamente, se eles tomarem alguma medida, vão sofrer as consequências com a perda de apoio popular. Israel por outro lado, não pode invadir o território palestino, já que a agressão sofrida não é entre Estados, mas entre um Estado e um não-Estado, que são os terroristas. Logo, não se aplicam regras de direito internacional. A opção deles é a que estão usando.
No seu idealismo, todo mundo é criminoso. Mas no mundo real, tem gente que tem que sujar as mãos. E a obrigação da sociedade internacional é evitar que isso descambe pro genocídio puro e simples. No mais, sua opinião tem a mesma força de organizações como a Cruz Vermelha e a Anistia Internacional, que querem que a violência pare, mas nunca dão sequer um caminho a ser seguido para isso.
Você está comparando o direito de legítima defesa do território, da soberania e do povo com o direito de atacar porque o outro é diferente. No caso dos Estados, existe uma ameaça real. No caso dos terroristas, essa "ameaça" está na cabeça deles.