http://paranaportal.uol.com.br/operacao-lava-jato/cervero-nega-indicacao-de-lula-para-cargo-na-petrobras-em-2003Cerveró nega indicação de Lula para cargo na Petrobrás em 2003Publicado: 24, novembro 2016 ás 13:40
Andreza Rossini e Fernando Garcel
Em depoimento na ação penal que tem como réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da operação Lava Jato, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou nesta quinta-feira (24) que não conhecia e não teve contato com o ex-presidente quando assumiu o cargo na Petrobrás, em 2003.
“Não houve negociação com o Lula. Eu soube que quem fazia essas indicações na época era o ministro Zé Dirceu. Não conheci o presidente Lula nessa época e não sei de nenhuma interferência dele neste caso”, afirmou.
O ex-diretor também afirmou que quando assumiu o cargo, não firmou nenhum acordo para pagamento de propina ou arrecadação para fundos partidários. ” Anteriormente a minha nomeção eu não fiz nenhum tipo de acordo preliminar de qualquer tipo de compromisso nesse sentido. Depois da minha nomeação aconteceu, como já descrevi em outros depoimentos”, afirmou.
> Cerveró acusa Lula de trocar diretoria da Petrobrás por perdão de dívida
Em depoimento no dia 8 de novembro Cerveró afirmou que Lula o teria indicado ao cargo de diretor financeiro na estatal, em 2008, como agradecimento pela atuação do ex-diretor pelo perdão de uma dívida de R$ 12 milhões do PT, junto ao banco Schahin, com recursos de um contrato da estatal.
“Não foi um reconhecimento oficial, mas foi um motivo de reconhecimento que levou o presidente Lula a me indicar para a BR Distribuidora. Isso me foi dito pelo pessoal da Schahin”, afirmou em depoimento. “A informação que me foi dada é que isso seria um reconhecimento do trabalho que eu havia feito na liquidação da dívida do PT em 2006. Eu tinha conseguido através da contratação da Schahin Óleo e Gás, operadora de uma das sondas que nós contratamos”, acrescentou Cerveró.
Veja os depoimentos de Nestor Cerveró na íntegra
Vídeo 1
Vídeo 2
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No depoimento desta quinta-feira, Cerveró voltou a afirmar que o ex-senador Delcídio do Amaral, que também responde a um processo no âmbito da Lava Jato, recebeu propinas em relação as Alstom e GE. Ele lembrou do caso envolvendo a gravação em que Delcídio aparece pedindo para que não fosse citado no depoimento de delação premiada do ex-diretor.
Sobre o triplex no Condominio Solaris, apontado pelo MPF como do ex-presidente Lula, Cerveró foi incisivo em dizer que não conhece o local. “Eu não conheço nem o Guarujá. A informação que eu tenho é a da mídia”, disse.
Sobre o período em que Cerveró deixou a diretoria da área internacional para ocupar cargo na BR Distribuidora, Moro questionou sobre os motivos que o fizeram deixar o a posição já que ele poderia ter permanecido caso atendesse interesses financeiros de grupos políticos ligados à Câmara. Segundo Cerveró, a forma que o acordo foi colocado, com pagamentos mensais, seria uma “loucura”. “Uma coisa é uma contribuição que pode surgir de determinado negócio outra é a maneira como o acordo foi colocado, com pagamentos mensais como uma mesada, isso é uma loucura. Isso não é uma possibilidade e eu disse que não poderia atender este tipo de compromisso”, declarou.
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