Porque educação, saúde e segurança tem que ficar a cargo do estado e o elétrico não?
Mas é um assunto que vale discussão, na verdade não tenho uma idéia 100% formada de que tamanho deveria ser o Estado. Me parece claro que tem que ser bem menor do que é hoje (no caso do Brasil), mas o tamanho ideal realmente eu não sei qual seria.
Olha, eu estou fazendo um papel aqui de interpelador pra que a gente cresça no debate, justamente por achar também que vale a pena a discussão.
Normalmente sou favorável à redução drástica do tamanho do estado. Só quero entender bem, talvez até filosoficamente, o pq do apego à educação e saúde estatais. A segurança normalmente é fácil de entender, embora haja disputa sobre o indivíduo também ser apto a (tentar) prover a própria (coisa que sou favorável).
Agora, analisando o seu discurso:
Educação, e principalmente saúde e segurança me parecem áreas mais "sensíveis" da sociedade, que precisam mais de intervenção estatal, até porque refletem diretamente na qualidade de vida (saúde e segurança) e possibilidade de crescimento e empregabilidade dos indivíduos (educação). Acho arriscado deixar só por conta da iniciativa privada (não acredito que o mercado tenha esse poder todo que os ultra liberais defendem, alguns setores dependem da atuação do Estado, notadamente para proteger as pessoas de menor poder aquisitivo).
o que é "mais" sensível deve ficar nas mãos do estado, por causa de uma falta de prova da capacidade do mercado. Ora, o setor energético, por exemplo, é absolutamente sensível e, sem ele, nem segurança, nem educação e nem saúde são possíveis.
Eu acredito até que o acesso a energia elétrica interfira mais diretamente na qualidade de vida das pessoas, na sociedade moderna, do que a outras coisas.
Já o setor elétrico pode perfeitamente ser privado, funciona muito melhor assim. Eletricidade é igual pra todos, se você é pobre vai consumir menos e pagar menos, se é rico vai consumir mais e pagar mais. Agora, se você é pobre e não pode pagar uma boa educação para seus filhos, tem que haver alguma alternativa. Se você é pobre e não pode pagar um plano de saúde, a opção não pode ser simplesmente se conformar e morrer.
O ponto sobre ser privado e funcionar muito melhor serve também, sobretudo aqui no brasil, para os setores de educação e saúde. Estudos apontam também que qualquer negócio, mundialmente falando, só por ser privado ja opera mais eficientemente do que estatal.
É correto o ponto sobre ser pobre, consumir menos e pagar menos, sempre que não há imposto (sobre consumo) na área. Se taxamos o consumo energético, por exemplo, o pobre será sempre mais impactado proporcionalmente à renda dele.
A opção de deixar morrer não é obrigatória para aquele que não pode pagar. Nem sei se alguém proporia isso.
Num local remoto onde existam apenas duas pessoas deve-se deixar uma corporação de bombeiros pronta para atuação? Ou se lá pegar fogo devemos deixa-los morrer queimados?
Prover segurança, saúde e educação, principalmente para as camadas mais pobres da população, me parece nitidamente um dever do Estado. Prover eletricidade, não. Embora a fiscalização seja necessária.
Prover segurança, saúde e educação vem junto com lazer, cultura, energia, limpeza, tratamento de animais e.... haja coisa nessa lista.
Adotar somente fiscalização sobre qualquer serviço e a garantia de execução mínima para alguns específicos já poderia ser o suficiente. Não só para o energético.
Claro, mesmo na educação, saúde e até segurança pode e deve haver concorrência de entidades privadas com o Estado.
O ponto da segurança é importante.
Os militares entram nessa? As pessoas podem fundar exércitos independentes? Cadeias também?