A alternativa da não-cobrança é permitir que free-riders/parasitas possam usufruir dos mesmos bens e suas externalidades positivas que outros mantém sem serem punidos por isso (a menos que tenham os contatos com o Judiciário ou uma boa equipe de Advogados ).
Você faz a abordagem de uma ideia anarquista a partir de um referencial interior ao Estado. Essa equação é insolúvel! Não há como aplicar um princípio onde a ausência de Estado é necessária, tendo o Estado como administrador e juiz.
Que anarquistas defendam esse tipo de "free-riding" porque não tem alternativas práticas eu considero compreensível, mas para outras correntes políticas que em teorias não se opõe ao Estado como provedor-maior (não necessariamente monopolístico) de Segurança e do Império da Lei essa oposição é no mínimo inesperada. Querem um almoço grátis?
Com o negritado acima, você confirma o que eu afirmei na primeira citação. Só admitindo-se a existência do Estado é que a defesa ao imposto faz sentido.
A frase
Querem um almoço grátis? não se aplica ao contexto, principalmente porque ela se refere à grande incongruência estatista: que o Estado dê tudo e que a grana para esse
tudo caia do céu. Não é assim que funcionaria em uma sociedade libertária. Essa frase soa quase como a falácia da inversão do ônus da prova. Ou como a tática leninlista do
acuse-os do que você faz.
Já falei noutras oportunidades que o
anarcocapitalismo é, para mim, o extremo de uma régua que se deseja atingir mas que se sabe que "n" fatores intervenientes impossibilitarão essa meta. É como se desejar o fim da mortalidade infantil: a meta é 0%, mas nunca se chegará à esse número.
Por mais que se use de metáforas, subterfúgios ou artifícios linguísticos, o imposto continuará sendo uma agressão (o nome já diz, ou alguém faz alguma coisa imposta com um sorriso na cara?) e, sob a ótica de muita gente (inclusive a minha), roubo.
Saudações