Autor Tópico: Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais  (Lida 12069 vezes)

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Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #125 Online: 09 de Abril de 2016, 16:06:34 »
Mistureba do Jurubeba.
Até rimou  :biglol:

Uma aproximação e fusão das duas coisas é no imposto como pagamento pelo direito de ter mais coisas do que se está usando, de que está privando os outros de usar, especialmente as terras. Tecnicamente talvez "não seria" imposto, mas uma espécie de aluguel (progressivo, de acordo com a produtividade agrícola, em algumas elaborações) para o estado, mas na prática é uma justificação para um.
A palavra não deixa dúvida: imposto; algo que se impôs. Pagar por internet, por exemplo, não é um imposto, já que se você não quer (ou não pode) não é obrigado a assinar o serviço. Muito embora, quem paga pela internet, paga também o(s) imposto(s) adjunto.

De qualquer forma, não dá pra negar que imposto seja agressão, já que eu não pago de forma voluntária e sim imposta, e é roubo porque, diferentemente de uma doação, aquilo que me tiram em troca de nada (ou muito pouco) não pode ser chamado de outra coisa.

Você vai me enquadrar por causa de tecnicidades?  :P

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Offline El Elyon

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #126 Online: 09 de Abril de 2016, 21:37:29 »
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De qualquer forma, não dá pra negar que imposto seja agressão, já que eu não pago de forma voluntária e sim imposta, e é roubo porque, diferentemente de uma doação, aquilo que me tiram em troca de nada (ou muito pouco) não pode ser chamado de outra coisa.

Claro que é possível negar ambos - taxação apenas em roubo em uma definição extremamente ampla do termo (uma definição similarmente ampla colocaria que Propriedade Privada da Terra como Roubo - e alguns libertários de esquerda a usam) e pode-se argumentar que toda pessoa se beneficia de uma série de bens públicos e suas externalidades que ocorrem em um sistema estatal (Segurança e Império da Lei, citando aqueles que são minimamente consensuais entre não-Anarquistas) que a ocorrência da taxação é necessária para sua manutenção. E o mesmo pode ser dito da agressão - aqueles que argumentam para a necessidade da consensualidade disso sempre esbarram em um sério problema em outro aspecto da filosofia libertária (e para deixar claro, eu provavelmente me encaixo como liberal clássico/libertário de esquerda) - propriedade privada também não é algo necessariamente consensual. :)
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Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #127 Online: 10 de Abril de 2016, 00:08:04 »
Mises dizia que o estado tinha o monopólio legal da coerção. O erro dele foi achar que o estado era um mal necessário. Liberais minarquistas, libertários ancaps, a diferença sempre foi pouca. Muitos liberais radicais (do Séc. XIX, principalmente) diziam ser "quase-anarquistas", era aliados dos anarco-individualistas em muitos pontos. Gustave de Molinari foi tanto um liberal clássico da escola francesa quanto um anarcocapitalista, foi o primeiro a teorizar o serviço de segurança como um mercado privado. "Liberal" hoje em dia é aquele cara que acha normal ter educação e saúde socializada, mas na história, o liberalismo sempre foi uma postura muito radical. Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #128 Online: 10 de Abril de 2016, 00:18:29 »
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De qualquer forma, não dá pra negar que imposto seja agressão, já que eu não pago de forma voluntária e sim imposta, e é roubo porque, diferentemente de uma doação, aquilo que me tiram em troca de nada (ou muito pouco) não pode ser chamado de outra coisa.

Claro que é possível negar ambos - taxação apenas em roubo em uma definição extremamente ampla do termo (uma definição similarmente ampla colocaria que Propriedade Privada da Terra como Roubo - e alguns libertários de esquerda a usam)


Essa frase é uma das mais incompreendidas do mundo. Proudhon também disse "Propriedade é liberdade". No caso da primeira frase é sobre propriedades estatais ou conquistadas de maneiras não-legítimas. Proudhon, apesar de tudo, foi um livre mercadista dentro das suas limitações. O mutualismo é uma ideologia de livre mercado.

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e pode-se argumentar que toda pessoa se beneficia de uma série de bens públicos e suas externalidades que ocorrem em um sistema estatal (Segurança e Império da Lei, citando aqueles que são minimamente consensuais entre não-Anarquistas) que a ocorrência da taxação é necessária para sua manutenção.

Você está deixando de pôr na conta todo o lado negativo. Monopólio, serviço público de péssima qualidade, serviço involuntário, o cliente não tem razão e é obrigado a contratar o serviço, é obrigado a pagar mesmo se não quer o serviço... Segundo a Lei de (David) Friedman, tudo que o governo faz custa aproximadamente o dobro caso fosse feito pelo mercado num sistema de livre concorrência. Bastiat escreveu muito sobre esse erro econômico que você cometeu aqui, procure sobre "o que se vê e o que não se vê".

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E o mesmo pode ser dito da agressão - aqueles que argumentam para a necessidade da consensualidade disso sempre esbarram em um sério problema em outro aspecto da filosofia libertária (e para deixar claro, eu provavelmente me encaixo como liberal clássico/libertário de esquerda) - propriedade privada também não é algo necessariamente consensual. :)

Não sei o que você chama de left-libertarian, mas o maior left-lib da atualidade discordaria de você. O Kevin Carson.

Offline El Elyon

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #129 Online: 10 de Abril de 2016, 01:36:29 »
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Essa frase é uma das mais incompreendidas do mundo. Proudhon também disse "Propriedade é liberdade". No caso da primeira frase é sobre propriedades estatais ou conquistadas de maneiras não-legítimas. Proudhon, apesar de tudo, foi um livre mercadista dentro das suas limitações. O mutualismo é uma ideologia de livre mercado.

Não nego. Mas como qualquer um que conheça as justificativas nozickianas para propriedade privada (especialmente da terra e de certos recursos naturais - ou "common resources" em termos econômicos) sabe, não é particularmente fácil distinguir ou demarcar quando ela é legítima.

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Você está deixando de pôr na conta todo o lado negativo. Monopólio, serviço público de péssima qualidade, serviço involuntário, o cliente não tem razão e é obrigado a contratar o serviço, é obrigado a pagar mesmo se não quer o serviço... Segundo a Lei de (David) Friedman, tudo que o governo faz custa aproximadamente o dobro caso fosse feito pelo mercado num sistema de livre concorrência. Bastiat escreveu muito sobre esse erro econômico que você cometeu aqui, procure sobre "o que se vê e o que não se vê".

Não estou ignorando o lado negativo e sequer clamando que o Estado é a única solução possível. Apenas utilizei uma justificativa econômica e empiricamente verificável (Sociedades não-Estatais tem menores taxas de assassinato e de mortes proporcionais em conflitos - vide Better Angels of Our Nature, cujo capítulo sobre o tópico é largamente baseado no War Before Civilization do Keeley) para a cobrança de impostos estatais. E como não existe alternativa não-estatal para esse tipo de situação em sociedades industriais modernas, não é possível verificar a validade da Lei de Friedman quanto a Segurança e Império da Lei entre sociedades industriais não-estatais e estatais (somente entre certos tipos de Estados).

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Não sei o que você chama de left-libertarian, mas o maior left-lib da atualidade discordaria de você. O Kevin Carson.

Sim - assim como discordo dele na necessidade do uso da teoria do trabalho como fonte do valor (mesmo com ela modernizada e "austrianizada") e na necessidade da fim do Estado como um estado político desejável. Como coloquei, eu me localizo em algum ponto no espectro entre liberal clássico e libertário de esquerda (mais BHL do que Left-Lib, possivelmente, se insiste em alguma precisão).
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Offline JJ

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #130 Online: 10 de Abril de 2016, 06:07:39 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.


Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.



« Última modificação: 10 de Abril de 2016, 06:13:15 por JJ »

Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #131 Online: 10 de Abril de 2016, 08:33:43 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.


Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.
Eu considero uma boa ideia a possibilidade de o Estado (sempre ele  :umm: ) permitir que uma criança possa ser educada em casa nos primeiros anos (ou todos) com posterior verificação de aprendizagem para cada fase (ou ano) para a obtenção do certificado. Pelo que se ensina hoje em dia, pais bem preparados e instruídos (ou professores particulares qualificados- não-doutrinadores  :hihi: ) poderiam da uma formação muito melhor.

Mas e quanto aos que não possuem condições para tanto? Bem... fica-se com o que se tem  :sleepy:

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Offline MarceliNNNN

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #132 Online: 10 de Abril de 2016, 10:07:14 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.


Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.
Eu acho errado obrigar a pessoa a fazer algo que ela não queira. E ser contra isso, não quer dizer que eu seja contra a educação, muito pelo contrário.


Offline El Elyon

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #133 Online: 10 de Abril de 2016, 10:32:17 »
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Eu acho errado obrigar a pessoa a fazer algo que ela não queira.

Menores de Idade inclusos?  :)

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Eu considero uma boa ideia a possibilidade de o Estado (sempre ele  :umm: ) permitir que uma criança possa ser educada em casa nos primeiros anos (ou todos) com posterior verificação de aprendizagem para cada fase (ou ano) para a obtenção do certificado. Pelo que se ensina hoje em dia, pais bem preparados e instruídos (ou professores particulares qualificados- não-doutrinadores  :hihi: ) poderiam da uma formação muito melhor.

Homeschooling é um tópico completamente a parte do ensino formal obrigatório e restrito a um número limitado de famílias. E como qualquer um que conheça minimamente algo de Economia sabe, faz muito mais sentido (se você deseja educar um grande número de pessoas, não apenas alguns filhos para ser a sua imagem e semelhança) deixar essa tarefa nas mãos de especialistas dedicados (seja-lá por qual sistema de ensino em massa que será usado).

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Offline MarceliNNNN

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #134 Online: 10 de Abril de 2016, 10:49:53 »
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Eu acho errado obrigar a pessoa a fazer algo que ela não queira.

Menores de Idade inclusos?  :)
Menores de idade estão na tutela dos pais. Se os pais quiserem educar o filho em casa, ou até mesmo não educar, é direito deles.
Agora, se a criança não quiser estudar, cabe aos pais decidirem isso por ela e não o estado.

Offline El Elyon

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #135 Online: 10 de Abril de 2016, 11:06:53 »
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Menores de idade estão na tutela dos pais. Se os pais quiserem educar o filho em casa, ou até mesmo não educar, é direito deles.
Agora, se a criança não quiser estudar, cabe aos pais decidirem isso por ela e não o estado.

Por curiosidade: você concorda com a afirmação que que caso pais forcem o menor de idade a realizar certos atos que ele não realizaria ou impeçam-no de realizar certos atos que ele deseja, dentro de limites razoáveis (digamos, da auto-propriedade do corpo e segurança e saúde pessoal) e que o uso da agressão (sentido amplo, o mesmo usado para argumentar que Imposto é Agressão) nesse caso é plenamente justificado?
« Última modificação: 10 de Abril de 2016, 11:09:16 por El Elyon »
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Offline MarceliNNNN

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #136 Online: 10 de Abril de 2016, 11:26:35 »
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Menores de idade estão na tutela dos pais. Se os pais quiserem educar o filho em casa, ou até mesmo não educar, é direito deles.
Agora, se a criança não quiser estudar, cabe aos pais decidirem isso por ela e não o estado.

Por curiosidade: você concorda com a afirmação que que caso pais forcem o menor de idade a realizar certos atos que ele não realizaria ou impeçam-no de realizar certos atos que ele deseja, dentro de limites razoáveis (digamos, da auto-propriedade do corpo e segurança e saúde pessoal) e que o uso da agressão (sentido amplo, o mesmo usado para argumentar que Imposto é Agressão) nesse caso é plenamente justificado?
Isso já acontece na prática e acho justificável, desde que seja nos limites que você apontou. Agressão é mais complexo. Já apanhei da minha mãe, mas ela nunca me machucou ao ponto de precisar de ir ao hospital ou ficar com alguma parte do corpo roxa. Bater em criança não é o melhor remédio, mas tem pais que usam desse artifício para educar os filhos e isso nem sempre prejudica a criança.

Porém, não consigo comparar essa situação com imposto. O imposto você não tem escolha. Ou paga ou paga. Quando seus pais vão lhe bater, eles dão uma opção: "Ou você para de aprontar ou vou te bater".

Offline El Elyon

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #137 Online: 10 de Abril de 2016, 12:01:27 »
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Já apanhei da minha mãe, mas ela nunca me machucou ao ponto de precisar de ir ao hospital ou ficar com alguma parte do corpo roxa. Bater em criança não é o melhor remédio, mas tem pais que usam desse artifício para educar os filhos e isso nem sempre prejudica a criança.

Para ser claro, eu não desejo entrar precisamente nesse tópico, apenas queria mostrar que não é necessariamente contraditório ser libertário e não aderir completamente ao Princípio da Não-Agressão e/ou Consensualidade Explícita.

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Porém, não consigo comparar essa situação com imposto. O imposto você não tem escolha. Ou paga ou paga. Quando seus pais vão lhe bater, eles dão uma opção: "Ou você para de aprontar ou vou te bater".

Não é uma comparação com imposto, isso seria uma analogia forçada e a aceitação de um tipo de "agressão" não implica na validade de outra (a autoridade estatal não é a familiar, são esfera muito distintas, por mais que o "Nanny State" tente nublá-las e Nacionalistas adorem usar linguagem familiar quanto ao Estado). Mas "El Gobierno" também permite que escolha: "Ou você paga ou você é preso e terá que pagar de alguma forma".   :P
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Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #138 Online: 10 de Abril de 2016, 12:21:47 »
Não é uma comparação com imposto, isso seria uma analogia forçada e a aceitação de um tipo de "agressão" não implica na validade de outra (a autoridade estatal não é a familiar, são esfera muito distintas, por mais que o "Nanny State" tente nublá-las e Nacionalistas adorem usar linguagem familiar quanto ao Estado). Mas "El Gobierno" também permite que escolha: "Ou você paga ou você é preso e terá que pagar de alguma forma".   :P
Mas aí não são opções. É uma escolha entre apanhar e ficar roxo ou apanhar e ficar aleijado. Não existe um escolha onde você não sofra, nesse caso.

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Offline El Elyon

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #139 Online: 10 de Abril de 2016, 12:35:15 »
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Mas aí não são opções. É uma escolha entre apanhar e ficar roxo ou apanhar e ficar aleijado. Não existe um escolha onde você não sofra, nesse caso.

A alternativa da não-cobrança é permitir que free-riders/parasitas possam usufruir dos mesmos bens e suas externalidades positivas que outros mantém sem serem punidos por isso (a menos que tenham os contatos com o Judiciário ou uma boa equipe de Advogados  :)).

Que anarquistas defendam esse tipo de "free-riding" porque não tem alternativas práticas eu considero compreensível, mas para outras correntes políticas que em teorias não se opõe ao Estado como provedor-maior (não necessariamente monopolístico) de Segurança e do Império da Lei essa oposição é no mínimo inesperada. Querem um almoço grátis?  :)
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Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #140 Online: 10 de Abril de 2016, 15:08:56 »
A alternativa da não-cobrança é permitir que free-riders/parasitas possam usufruir dos mesmos bens e suas externalidades positivas que outros mantém sem serem punidos por isso (a menos que tenham os contatos com o Judiciário ou uma boa equipe de Advogados  :)).
Você faz a abordagem de uma ideia anarquista a partir de um referencial interior ao Estado. Essa equação é insolúvel! Não há como aplicar um princípio onde a ausência de Estado é necessária, tendo o Estado como administrador e juiz.

Que anarquistas defendam esse tipo de "free-riding" porque não tem alternativas práticas eu considero compreensível, mas para outras correntes políticas que em teorias não se opõe ao Estado como provedor-maior (não necessariamente monopolístico) de Segurança e do Império da Lei essa oposição é no mínimo inesperada. Querem um almoço grátis?  :)
Com o negritado acima, você confirma o que eu afirmei na primeira citação. Só admitindo-se a existência do Estado é que a defesa ao imposto faz sentido.

A frase Querem um almoço grátis? não se aplica ao contexto, principalmente porque ela se refere à grande incongruência estatista: que o Estado dê tudo e que a grana para esse tudo caia do céu. Não é assim que funcionaria em uma sociedade libertária. Essa frase soa quase como a falácia da inversão do ônus da prova. Ou como a tática leninlista do acuse-os do que você faz.

Já falei noutras oportunidades que o anarcocapitalismo é, para mim, o extremo de uma régua que se deseja atingir mas que se sabe que "n" fatores intervenientes impossibilitarão essa meta. É como se desejar o fim da mortalidade infantil: a meta é 0%, mas nunca se chegará à esse número.

Por mais que se use de metáforas, subterfúgios ou artifícios linguísticos, o imposto continuará sendo uma agressão (o nome já diz, ou alguém faz alguma coisa imposta com um sorriso na cara?) e, sob a ótica de muita gente (inclusive a minha), roubo.

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Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #141 Online: 11 de Abril de 2016, 01:37:21 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.


Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.





Muito pelo contrário. Colocar o governo como controlador da cabeça das crianças é um perigo sem tamanho, e não falo apenas do MEC e seu esquerdismo. Todo governo vai tentar fazer lavagem cerebral nas crianças das escolas públicas e privadas através da regulamentação. Governo militar fez isso, governo nazista fez isso, governo soviético fez isso, é a coisa mais esperada. Os casos de "sucesso" de educação pública geralmente são baseados em vouchers, que é um modelo superior apensar dos muitos defeitos.

Recomendo fortemente:
Educação: Livre e Obrigatória - Murray N. Rothbard
http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=81

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #142 Online: 11 de Abril de 2016, 01:48:28 »
Concordo com o Marcelin. Se uma família decide não dar educação para o seu filho, o que é algo lamentável, é um efeito colateral da liberdade, mesmo que a criança queira ir numa escola. Seria muito pior que o estado tivesse mais direitos sobre o filhos dos outros que os próprios pais, que é justamente o que acontece. Esse negócio de "liberdade de escolha da criança" é um ponto bem nebuloso dentro da filosofia libertária e nunca terá respostas fáceis ou um consenso.

Sou a favor do Homeschooling, unschooling, e outros métodos alternativos ou privados. Hoje em dia com youtube e ebooks é uma coisa acessível se educar apesar da cultura do diploma prevalecer.

Agora, usar agressão para educar é terrível em todos os aspectos. Não é algo aceitável hoje dentro da psicologia, psiquiatria e pediatria. Não acho moralmente correto "educar" através de violência, dor e medo, além de ser claramente ineficiente ou gerar danos psicológicos.

Offline Lakatos

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #143 Online: 11 de Abril de 2016, 02:35:49 »
Sério que tem gente aqui que realmente acredita naquele hoax do "decálogo de Lênin"? É a segunda menção a ele que leio em poucos dias no fórum.

Rhyan

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #144 Online: 11 de Abril de 2016, 03:43:05 »
Como se Lenin fosse o progressista mor do "marxismo cultural". Os conservadores distorceram até a obra do Gramsci pra encaixar nas crenças eles.

Offline Lakatos

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #145 Online: 11 de Abril de 2016, 03:53:10 »
Como se Lenin fosse o progressista mor do "marxismo cultural". Os conservadores distorceram até a obra do Gramsci pra encaixar nas crenças eles.

"1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual."

O cara deve estar lá no inferno rindo dessa frase até hoje.

Mas se está no blog "Revelação Final" só pode ser verdade.

Offline JJ

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #146 Online: 11 de Abril de 2016, 07:55:09 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.

Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.
Eu acho errado obrigar a pessoa a fazer algo que ela não queira. E ser contra isso, não quer dizer que eu seja contra a educação, muito pelo contrário.



Então se uma criança de 5 (e depois 6,7,8, 9, 10) anos não quer estudar, então deve-se atender o desejo da criança ?   



« Última modificação: 11 de Abril de 2016, 08:05:10 por JJ »

Offline JJ

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #147 Online: 11 de Abril de 2016, 08:01:05 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.
Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.
Eu considero uma boa ideia a possibilidade de o Estado (sempre ele  :umm: ) permitir que uma criança possa ser educada em casa nos primeiros anos (ou todos) com posterior verificação de aprendizagem para cada fase (ou ano) para a obtenção do certificado. Pelo que se ensina hoje em dia, pais bem preparados e instruídos (ou professores particulares qualificados- não-doutrinadores  :hihi: ) poderiam da uma formação muito melhor.

Mas e quanto aos que não possuem condições para tanto? Bem... fica-se com o que se tem  :sleepy:

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Sou a favor da liberdade de se optar pelo Homeschooling, mas isso só é possível para uma minoria.  A maioria simplesmente não tem condições econômicas e /ou conhecimento para isso.



Offline JJ

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #148 Online: 11 de Abril de 2016, 08:13:59 »
Herbert Spencer e outros liberais da época ficaram horrorizados com a nova política de ensino obrigatório, combateram isso com firmeza, infelizmente perderam, como é possível perceber.
Ser contra a obrigação de dar o ensino básico para as crianças é coisa de quem não importa com o desenvolvimento da maioria das crianças (pelo menos das crianças dos outros).  O ensino básico é algo fundamental para o desenvolvimento do ser humano. No geral quanto melhor o nível de educação, mais desenvolvida é a pessoa, e mais desenvolvido será o país.

Mas parece que tem gente que gostaria de voltar a antiguidade (ou Idade Média), onde a grande maioria das pessoas não tinha acesso a educação.  Incrível, mas tem.





Muito pelo contrário. Colocar o governo como controlador da cabeça das crianças é um perigo sem tamanho, e não falo apenas do MEC e seu esquerdismo. Todo governo vai tentar fazer lavagem cerebral nas crianças das escolas públicas e privadas através da regulamentação. Governo militar fez isso, governo nazista fez isso, governo soviético fez isso, é a coisa mais esperada. Os casos de "sucesso" de educação pública geralmente são baseados em vouchers, que é um modelo superior apensar dos muitos defeitos.

Recomendo fortemente:
Educação: Livre e Obrigatória - Murray N. Rothbard
http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=81


A minha referência a ensino obrigatório não foi a um ensino obrigatório em instituições estatais, foi uma referência a um ensino mínimo, que poderia ser ministrado em instituições privadas e mesmo em casa. 



Offline Jurubeba

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Re:Economista da FGV sugere combater a pobreza com propostas liberais
« Resposta #149 Online: 11 de Abril de 2016, 10:15:10 »
A minha referência a ensino obrigatório não foi a um ensino obrigatório em instituições estatais, foi uma referência a um ensino mínimo, que poderia ser ministrado em instituições privadas e mesmo em casa.
Então estamos falando a mesma coisa  :ok:

Infelizmente, para a grande maioria (e graças à péssima educação dada pelo Estado), pais despreparados não terão como educar seus filhos em casa. E graças à nossa ridícula renda per capta, esses mesmos pais não terão como pagar um professor particular. Nesse caso, lamentavelmente, só restará o Estado e seu ensino de péssima qualidade.

A minha referência a ensino obrigatório não foi a um ensino obrigatório em instituições estatais, foi uma referência a um ensino mínimo, que poderia ser ministrado em instituições privadas e mesmo em casa. 

Desde que o Estado não imponha como deve ser o ensino, penso da mesma forma.

Saudações

 

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