Se alguém me perguntasse por quais motivos passei a acreditar num criador eu começaria por enumerar a organização e o propósito de tudo que nos cerca, mas principalmente algo pelo qual sempre nutri a mais profunda admiração. A evolução.
A vida começa nos seres mais primitivos e alcança após milênios de repetição da forma, o estágio seguinte, sempre agregando complexidade, particularmente no sistema nervoso, que viria bem mais tarde a se transformar no cérebro, a sede da mente.
Mas, o que deveria aproximar o homem de seu criador, a religião, fez surgir em mim uma total indisposição neste sentido, pois além de dogmas absurdos, as páginas de sua história são marcadas pela dor e violência.
Eu ficava imaginando que, se este criador existisse, por mais distante das concepções humanas que fosse, haveria de em algum momento assinar a sua obra com caracteres legíveis à nossa rude inteligência.
Era um erro de raciocínio pensar que ao alcançarmos estágios avançados de civilização e cultura ele se manifestaria a nós.
Na verdade a sua assinatura sempre esteve nos lugares devidos, apenas não dispúnhamos de sensibilidade ou mesmo tecnologia para a sua identificação.
Quando as imagens do satélite Hubble foram colocadas ao alcance do homem comum, imediatamente percebi que ali se encontravam suas rubricas mais espetaculares.
As formas incrivelmente análogas às do nosso cotidiano eram surpreendentes.
A nebulosa denominada Formiga, apresenta até mesmo, além das antenas uma rarefação de matéria estelar à guisa de asas.
Outra, que os cientistas, talvez ironicamente, não sei, rotularam de Pilares da Criação, e muitas outras que são verdadeiro espetáculo de beleza, sempre trazendo analogia com as coisas, animais e objetos que nos cercam, mas em escala de formidável dimensão.
Mas confesso, não foram estas primícias da arte divina que deram o retoque final em minha crença.
“Vou dividir o texto em dois posts.”