Um completo imbecil, isso todo mundo sabe, mas ainda não justifica a facada nele por coisas idiotas que ele tenha dito há 10 ou 15 anos atrás.
E? Isso não foi colocado como "justificativa"!
Corrigindo: facada num apologista da ditadura e da tortura e matança de inocentes.
Dar facada em um "apologista da ditadura e da tortura e matança de inocentes" não torna esse ato de "justiça cósmica" menos errado. Troque o atentado ao Bolsonaro pelo homicídio contra Marielle Franco, e pense num Bolsominion corrigindo um titulo como do tipo "Uma bala na democracia" com um "Uma bala em uma defensora de bandido", e talvez você entenda o que eu quero dizer.
A diferença fundamental é que este caso estaria apenas reforçando o caráter totalitário de Bolsonaro e seus fãs, que declaradamente apoiam isso mesmo. Mas parece que é algo a ser tratado como ameno e "senso comum" inócuo, como "força de expressão", apenas quando não são eles as vítimas. Já se é na direção contrária, então todo esforço deve ser feito na interpretação mais incriminadora.
"A morte da democracia e justiça social: funeral para Fidel Castro"
"A noite dos cristais -- a noite que mudou a história da Europa, desengatada pelo assassinato da diplomacia"Daqui por diante terei maior cuidado ao criticar eventuais frases como essas, tem que se ser muito explícito em não se ser pró-assassinato político, diferentemente dos mortos em questão.
Não se pode deixar margem a qualquer interpretação mais dúbia... a menos que se esteja dizendo algo como que bandido bom é bandido morto e que a ditadura deveria ter torturado e matado mais, aí haverá generosidade em se interpretar como algo que nem realmente diz o que é dito, e muito menos ler além do que é dito, senão eufemisticamente.
É ele dizendo letra por letra que despreza a democracia e é a favor de matar inimigos políticos, exatamente como seu agressor, ou, potencialmente até mais, por enfatizar números elevados de matança, ao passo que o agressor tem a favor dele ter tentado matar apenas um que disse que deveriam ser mortos milhares, que um que matou 40 mil não matou suficiente.
Você está mesmo dizendo que um maluco paranóico que tentou homicídio contra alguém por conta de algumas falas idiotas ditas há alguns anos atrás é mais favorável à quem sofreu a tentativa de homicídio, mesmo que este não tenha cometido nenhum crime grave ou qualquer coisa do tipo durante sua vida?
Estou dizendo que em tese talvez este sujeito achasse que devesse matar só Bolsonaro e assim
salvar 30 mil ou mais (já que 40 mil mortos por Pinochet foram poucos, e não sei se estão inclusas as mortes aceitáveis de inocentes), enquanto Bolsonaro havia dito que precisava-se matar 30 mil, achando que os 40 mil de Pinochet foram poucos (torturando e matando eventuais inocentes conforme necessário). Mais recentemente, que a polícia brasileira deve ter "carta branca" para matar (e já é a que
mais mata no mundo, mortes que se concentram em pessoas
da mesma cor daqueles que não servem nem para procriar, cujo peso se mede em arrobas, como gado).
Pode ser que, assim como Bolsonaro, ele fosse também a favor de uma matança generalizada de inimigos políticos e tortura indiscriminada, mas, ao contrário dele, não se tem conhecimento de repetidas declarações públicas dele nesse sentido, podendo crer que fosse um caso onde o indivíduo pensa que "bandido bom é bandido morto" valida apenas um assassinato cirúrgico, e não matança generalizada de inocentes, como sua vítima.
Assassinar Fidel Castro, Pinochet, Stalin, ou mesmo Hitler, seria um crime, fora da situação de guerra, e "especialmente" antes deles terem chegado ao poder, mesmo que já em seu discurso anunciassem a disposição em matar milhares. Cada um avalia como considera mais ou menos favorável a ideologia de genocídio destas figuras, ou a ideologia que valida apenas o assassinato de alguém que anuncia disposições de por em prática algo assim, e ameaça chegar ao poder.
Re-enfatizando,
assassinar Fidel Castro, Pinochet, Stalin, ou mesmo Hitler, seria um crime, fora da situação de guerra, e "especialmente" antes deles terem chegado ao poder, a independentemente de quão deploráveis tenham sido seus discursos antes de tomar o poder.
Isso corrobora o que eu havia afirmado, "Bolsonaro e seus fãs que defendem matar e torturar adversários políticos e inocentes, e acabar com a democracia".
Se este for o caso, então concordamos, mas não foi isso que você disse inicialmente:
É apenas Bolsonaro e seus fãs que defendem matar e torturar adversários políticos e inocentes, e acabar com a democracia.
"Apenas" aí pretendia ter o sentido de, "Bolsonaro e seus fãs, não eu, ao contrário do sugerido," e não "Bolsonaro e seus fãs, unicamente na história da humanidade/do Brasil/do Brasil contemporâneo".
Já me disseram pessoalmente ser bom o vice de Bolsonaro ser general, por aumentar as chances da volta de um "regime militar"!
Das pessoas que eu conheço e que defendem isso, é porque estão com decepcionados com os casos recentes de corrupção e acham que durante a ditadura não havia tantos casos de corrupção, ou seja, mais uma vez, isso é confundir a doença com o sintoma.
Eu não consigo entender a analogia, simplesmente. Parece tentar colocar o "sintoma" como uma coisa inócua, superficial, e não como um agravante em si mesmo.
Acho que você confunde comorbidade com sintoma superficial, para manter a analogia médica.
Diga-se de passagem, também já ouvi pessoalmente que não estaríamos passando pelo que passamos se a ditadura tivesse matado mais, como também disse Bolsonaro.
Que se diga, Collor e Lula também se elegeram com um discurso parecido, um era o caçador de Marajás e o outro queria varrer a corrupção. A indignação popular contra esse estado de coisas sempre foi um fator forte para que um candidato se eleja, e até mesmo talvez seja o maior fator para isso, com exceção dos tempos de crise em que o populismo econômico torne-se atraente entre a população.
Quantos Collor e Lula disseram que deveriam ser mortos?
E ainda tem o fator de homofobia e "teocracia" sim, embora o último não seja tão explícito em seu discurso, só mais recentemente tendo dito que "as minorias tem que se curvar à maioiria". Mais comumente talvez adorne comentários homofóbicos. Ele se diz "preconceituoso com orgulho", com declarações inúmeras sobre como homossexuais são pervertidos, como que não devem poder adotar -- transformarão crianças em gays e o próximo passo é a legalização da pedofilia, etc. Mesmo nesse tema, já defendeu diversas vezes violência contra homossexuais, que se visse homens se beijando, iria bater; que os filhos precisam de atenção para levar surras corretivas de homossexualidade, etc.
Não acho que este seja um fator para que os eleitores do Bolsonaro votem nele, embora isso faça parte do pacote.
É menção regular em discussões do youtube onde estão defendendo Bolsonaro como melhor alternativa ao Amoedo. A favor da conspiração globalista 2030 da ONU, que vai promover "ideologia de gênero" (viadização generalizada e machização feminina), uso de drogas, aborto, e etc. Me surpreende o quanto isso é comum. Gostaria de acreditar serem bots com mensagens automáticas, mas não parece.
Talvez seja mesmo o caso, mas Bolsonaro não é o único com esse discurso, embora seja o mais razoável dos candidatos para quem tenha esse tipo de visão do mundo que você descreveu. Continuo a achar que o maior fator para quem venha a votar nele seja mesmo a indignação com o estado de coisas como a que vivemos, das mesmas pessoas que foram nas manifestações de março de 2015 e que pediram o impeachment de Dilma e que vêem na figura de Bolsonaro um outsider que vai botar ordem no congresso e coisas do tipo.
Mais "razoável"?! É o com maiores chances de chegar ao poder.
Novamente, não pretendi sugerir que isso se generalize a todos os eleitores, isso seria absurdo, mas praticamente todos aqueles com essa visão são seus eleitores. Isso não é meramente "sintomático" e inócuo, mas um problema em si, especialmente aliado à disposições autoritárias/totalitárias.
Esse tipo de visão acabou se tornando ainda mais dominante agora com a tentativa de homicídio contra Bolsonaro, dando base para teorias da conspiração de até mesmo pessoas próximas a ele:
‘Esquerda está disposta a tudo’, diz Janaína Paschoal sobre ataque a Bolsonaro
A advogada Janaína Paschoal se referiu ao ataque sofrido pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) como uma ação planejada pelos partidos de esquerda. “Os brasileiros têm que perceber que o momento é grave, que essas pessoas que dominaram o poder e não querem deixá-lo por questões ideológicas ou porque se beneficiaram dele financeiramente, estão dispostas a tudo”, afirmou ela em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado (8).
Janaína disse que ficou especialmente “abalada” com a notícia do atentado porque era algo sobre o qual Bolsonaro falava quando negociava a possível candidatura da advogada como sua vice-presidente. “Ele expôs uma preocupação muito grande com a parte de segurança; disse que não teria como garantir a minha segurança já que não tinha como garantir nem a dele”, disse ela. “Era como se o que a gente discutiu na teoria tivesse se verificado na prática”, concluiu.
Lamentável. Pelo menos ela exerce uma influência em algo moderadora, talvez aqueles que estivessem dispostos a ir mais além da lei fiquem já satisfeitos em apenas investigar e talvez levar à justiça eventuais comparsas, enquanto que sem essa ocupação, talvez pudessem começar a partir para agressão mais aleatória de esquerdistas. Muito embora as colocações de Mourão e mesmo de Janaína também colaborem um pouco nessa direção.
Mas eu não me referia estritamente a "nazistas", o grupo mais volumoso e crítico é apenas a favor do totalitarianismo e matança de opositores políticos. Vibrariam se Bolsonaro fizesse aquilo que disse que faria.
Okey, falha minha.
Há também uma massa ainda maior daqueles que não são a favor de um totalitarianismo, mas de uma "autoritarianismo moderado", a "intervenção militar constitucional", confiantes que os militares se limitariam a "purificar" a democracia e devolvê-la ao povo.
Eu diria até mesmo que este seja o maior grupo entre os apoiadores de Bolsonaro.
Os eleitores dele necessariamente são uma maioria de brasileiros tendendo ao mais "normal", ameno, mas com "toda" a concentração daqueles favoráveis ao extremismo (partindo da direita, ao menos), e de toda uma gradação de tolerância a isso até o "normal".
Que provavelmente já é excessivamente tolerante a noções alinhadas com "bandido bom é bandido morto".
Isso não faz da situação não-problemática.
Uma fração não-desprezível desses dois/três grupos deverá ser também a favor do extermínio de opositores políticos, tal como declarou ser Bolsonaro.
Talvez seja mesmo o caso, mas eu ainda não vejo muito desse tipo de pessoa por aí, nem mesmo entre os apoiadores do candidato.
Bem, eu já vi, e acho que até mesmo nesse fórum tem quem apoie isso.
Tentar rotular o Bolsonaro de nazista é uma óbvia falácia do espantalho. O Bolsonaro é autoritário e provavelmente gostaria bastante de implantar uma ditadura com ele no comando. Mas, nazista definitivamente ele não é. Mesmo porque uma característica bastante óbvia do Bolso que é a de estar do lado dos ricos e poderosos, e é notório que há, proporcionalmente, muitos (em relação à outros grupos) judeus ricos e poderosos.
É diferente Bolsonaro ser nazista, e ter os nazistas, praticamente a totalidade, como seus apoiadores, o que pode ocorrer mesmo que Bolsonaro seja pró-Israel e não-anti-semita, tal como ocorre/ocorreu nos EUA com Trump e os neonazistas de lá. Isso é ainda mais verdade quanto menos estritamente se pensa em "nazistas", se é usado mais abrangentemente, como para racistas totalitaristas e etc.
Mesmo a carta que Bolsonaro mandou a um neonazista não é necessariamente indício incriminatório de associação pró-nazista de Bolsonaro, ela pode inclusive estar tentando dissuadir o(s) sujeito(s) do nazismo, ou não tocar diretamente no tema, mas apenas em sobreposições ideológicas não estritas ao nazismo (tudo, menos anti-semitismo).
Diga-se de passagem, mesmo esses grupos "carecas" não são estritamente nazistas ou mesmo convencionalmente racistas, muitos deles têm membros negros e miscigenados. O integralismo brasileiro tenta("va") copiar o nazismo mas vendo a "raça brasileira" como um sinônimo de "povo", do amálgama e diversidade (algo que é motivo de riso para os nazistas estritos). Esses grupos no entanto ainda terão uma ideologia essencialmente "nazista" se tratando de grupos como gays, nordestinos, pobres, e talvez pessoas com problemas genéticos ou congênitos em alguns casos.
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2011/04/06/neonazistas-ajudam-a-convocar-ato-civico-pro-bolsonaro-em-sao-paulo.htmhttps://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/bolsonaro-e-a-emergencia-do-nazismo-tupiniquim-diz-movimento-negro-em-carta-de-repudio-ao-clube-hebraica/https://www.otempo.com.br/cidades/neonazista-de-belo-horizonte-%C3%A9-condenado-pela-justi%C3%A7a-1.1296063https://www.noticiasaominuto.com.br/politica/434119/ministerio-publico-investiga-relacao-de-bolsonaro-com-grupo-neonazista