Nós vamos brigar pelo excludente de ilicitude. O policial militar em ação responde, mas não tem punição. Se alguém disser que quero dar carta branca para policial militar matar, eu respondo: quero sim. O policial que não atira em ninguém e atiram nele não é policial. Temos obrigação de dar retaguarda jurídica a esses bravos homens que defendem nossa vida e patrimônio em todo Brasil
Eu sou favorável à tortura, você sabe disso. E o povo é favorável a isso também.
Não há a menor dúvida [de que se fosse presidente, fecharia o congresso nacional], eu daria golpe no mesmo dia. Não funciona! Tenho certeza que pelo menos 90% da população ia fazer festa, ia bater palma.
[...]
Desculpa, né... através do voto você não vai mudar nada neste país... nada! Absolutamente nada! Você só vai mudar, infelizmente, quando um nós partirmos para uma Guerra Civil aqui dentro... e fazendo o trabalho que o regime militar não fez... matando uns 30 mil.. começando com FHC... não deixar pra fora não... matando... se vai morrer alguns inocentes? Tudo bem...
Gostaria de saber se estas citações têm alguma base em qualquer evento da vida real.
Nada que passe pela cabeça de Bolsonaro poderia me surpreender, mas este tipo de declaração parece imbecil do ponto de vista de alguém que deseje vencer uma eleição em 2018. E hoje em dia não dá pra acreditar em tudo que chega pelo twitter ou facebook, muito menos se for sobre política.
Se ele disse mesmo qualquer coisa semelhante em tempos recentes, então há um motivo maior que qualquer outro pra não votar em Bolsonaro: a burrice desse homem!
Isso aí seria Bolsonaro dando tiro no próprio pé.
Mas em relação às bravatas não, e por uma razão muito prática: um presidente não tem poder pra cumprir nenhuma destas bravatas.
Autorizar polícia a matar, metralhar favelado, fechar congresso, legalizar tortura, etc... o Palácio do Planalto não pode fazer nada disso. O Executivo, como o próprio nome indica, nem sequer legisla. O pobre coitado do Temer quer fazer uma mísera reforma na Previdência que não tem como evitar e nem isso consegue; o Bolsa para fazer 1% do que ameaça teria que se eleger imperador, não presidente.
Certamente que o Bolsonaro não teria o poder necessário para conseguir alterar a Constituição Federal de forma drástica (e mesmo uma PEC que seja um pouco polêmica já é algo difícil de obter aprovação). Mas, é importante observar que este ponto:
"O Executivo, como o próprio nome indica, nem sequer legisla"
Está bem errado, embora uma PEC polêmica, como a da previdência, seja muito difícil de obter aprovação, em relação à leis comuns, a esmagadora maioria que é aprovada é de real iniciativa do poder executivo, uma bem pequena minoria (menos de 10%) é de real iniciativa do legislativo. Raramente um deputado federal consegue aprovar alguma lei que seja de sua pura iniciativa (ainda mais se não tiver um bom apoio do executivo).
Apesar do nome, o executivo legisla sim, e muito. Muito mais do que o legislativo.
E é por isso que não adianta pessoas votarem para candidatos(as) a deputado federal achando que as propostas dele(a) irão conseguir virar lei. Isso é algo bastante improvável. Se for um deputado muito influente (do alto clero), ele até poderá depois de anos de muito esforço conseguir aprovar alguma lei, mas não será uma tarefa fácil (se for um projeto de lei que obtiver grande apoio na câmara e não tiver resistência do executivo, mesmo um deputado pouco influente poderá conseguir aprovar um projeto, mas isto não é comum de acontecer).