Eu acho que o ponto é que, especialmente no caso do comportamento humano, psicologia, há muito pouco gene (só uns 30 000 não?) para muita variabilidade de comportamento, além da construção do organismo humano em si.
Ao mesmo tempo, a capacidade de diferentes conexões neuronais do cérebro é muitíssimo maior que essa, falam de números astronômicos. E o cérebro é o que, em última instância, controla o comportamento. Isso faz do desenvolvimento "puro" a resposta preferencial para todas variações mais normais de comportamento.
Variações mais drásticas, como alguns problemas mentais, mais facilmente terão uma causa genética encontrada. Steven Pinker fala qualquer coisa em "como a mente funciona", no sentido de que é mais fácil que mutações produzam diferenças drásticas e negativas (o que não é nenhuma afirmação fantástica nem novidade); se não me engano, ele compara com como você precisa de uma planta e construção detalhada para um edifício, mas um detalhe errado, ou uma pancada com uma daquelas maças suspensas por guindastes de demolição leva toda a arquitetura abaixo.
Assim, ainda que em ultima instância os genes sejam a causa do cérebro em si, eles, apesar de todas possibilidades de expressão diferencial e etc, tem em suas limitadas variações candidatos fraquíssimos para variações mais normais no comportamento humano.
Também acho que o baixo número de genes, e seus múltiplos papéis, se assumirmos que as variações genéticas tem papel muito influente no comportamento, implicaria em uma alta probabilidade de variações comportamentais raciais "hard wired", o que não considero que seja algo que exista mesmo, ou que pudesse ser muito significativo. Inclusive, saiu recentemente na Science ou na Nature, algo sobre o cérebro ser o órgão mais conservado durante toda evolução humana. Provavelmente, se existisse algo assim, deveria ser mais insignificante que a diferença comportamental entre homem e mulher, que diferem por um cromossomo todo, hormônios e etc e tal.
Por outro lado recentemente saiu aquele artigo sobre que o cérebro humano ao menos, teria números diferentes de cromossomos nas células, o que sugeriram poder ter influência na variabilidade comportamental. Como exatamente isso se daria, e se o número de cromossomos em dada célula cerebral estaria em última instância geneticamente determinado já no zigoto, eu não sei.